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segunda-feira, 24 de julho de 2023

Grand Finale: Vida e morte em quatro quartos. (25 - 50 - 75)

 
No final do primeiro quarto, aos 25 anos, aproveitando ou não,  deixamos para trás na vida, a verdadeira e real melhor idade. Após termos curtido uma feliz  infância, sobrevivendo as turbulências da adolescência, galgamos a maioridade. Lançado nosso barco em alto mar, só nos restou navegar, pois já desperdiçamos nossas melhores oportunidades do nosso tempo, ou não, no primeiro quarto. O gato tem sete vidas, nós só temos quatro quartos. E no primeiro deixamos nossos brinquedos, nossa melhor bicicleta, nossa linda namorada,  todas nossas maiores aventuras, nossas bolas de gude, todas aquelas alegres tardes no parque, nossas cafifas, nossas bolas, nossos skates e patins, nossos melhores tablets, quiçá, nossos melhores amigos.  

No final do segundo quarto, aos 50 anos, já com filhos da idade do nosso primeiro quarto, ou mais, ofegantes de tanto trabalhar e saudosos do que perdemos de vitalidade, somos aconselhados a tomar suplementos energéticos, pois tudo já vai começar a despencar, daqui até a metade do quarto seguinte, ninguém mais nos segura.  

No final do terceiro quarto, aos 75 já estamos bem desgastados, mas bem experientes e velhos, o suficiente, para sermos considerados sábios e bem pacientes, em todos os sentidos, pois é neste momento que descortinamos todo o universo, como se o mundo estivesse na palma de nossas mãos, já bem delicadas, mas compreendendo como tudo funciona, de verdade, sem crer mais em todas aquelas mentiras que, desde a tenra infância, fomos obrigados a acreditar e engolir, goela a baixo, sem sequer poder pestanejar.

Quarto quarto, bem, duvido que a maioria esteja viva neste último quarto, este foi reservado aos possuidores de juizo perfeito, que cuidaram da saúde desde a primeira infância, ou tiveram pais inteligentes ou geneticamente saudáveis e não jogaram esta parte da vida fora, quando iludidos foram por falsas curtições com bebidas, cigarros e alucinógenos mil, inclusive os que, suposta e prejudicialmente, lhes forneceriam asas, sobrevivendo talvez a algum naufrágio do passado. A esta altura do campeonato estaremos todos mortos e caminhando para o devido esquecimento do que, para a maioria, foi uma inútil e miserável vidinha, só nos restando dormir, para sempre, sem ir para lugar nenhum, muito menos lá em cima, uma vez que estaremos todos sem nossas lembranças, sem cérebro e coração, a energia pifou, restou nada para sonhar, melhor esquecer, inclusive dos impostos para pagar, ou não, quem sabe não vão nos cobrar no enterro pela rasa cova, já que nem um crematório público, decente, existe neste país, mas isto já fica para outros cuidarem, fechem a tampa que vamos todos dormir. Ave Caesar morituri te salutant.

 Autor: Elierre47 - https://www.pensador.com/colecao/elierre47/


sexta-feira, 25 de maio de 2018

Amanhã - Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje



  • Certamente você já ouviu essa frase. 

Arrisco a dizer, inclusive, que essa frase foi ouvida por diversas vezes, em diferentes situações e dita pelas pessoas mais variadas de seu círculo. Por mais clichê que ela possa parecer, esse é um sábio conselho.

Deixar para outro dia ou para depois algo que precisa ser feito nada mais é do que procrastinar, outra palavrinha que também é muito dita – e ouvida – por aí. A procrastinação é algo corriqueiro no dia a dia das pessoas, embora não devesse. Normalmente, o que leva as pessoas a adiarem a conclusão de tarefas são: não ver valor nelas, ser impulsivo e resolver questões que surgem de última hora em vez de fazer o planejado, ser perfeccionista, achar que a tarefa é mais difícil do que realmente é e ter medo de errar.

Além desses fatores, recentemente, um estudo publicado pela Universidade de Estocolmo, na Suécia, sugeriu que pessoas que acreditam trabalhar melhor sob pressão desperdiçam seu tempo para só focar no trabalho quando o prazo de entrega de uma tarefa está próximo de acabar. O prazer pela urgência torna difícil, segundo o estudo, eliminar a procrastinação da vida dessas pessoas. Para resolver isso, a solução seria “reprogramar” o cérebro, para que o estresse causado por um prazo apertado não seja mais prazeroso.

Fugir desse ciclo vicioso de adiar tarefas não é fácil, mas é preciso. Lembre-se sempre que ações geram reações – e a falta de ação também! Portanto, faça um exercício mental e imagine o que pode acontecer, tanto no curto prazo quanto no longo, em sua vida profissional se você continuar adiando o que deve ser feito. Sabe aquela tão sonhada promoção? Pois é, ela pode não sair no tempo desejado se você continuar a procrastinar e gerir de forma errada o seu tempo.

O remédio para acabar com a procrastinação é focar. Encarar cada atividade sem distrações. Ao fazê-lo, você perceberá que são bem menos complexas do que parecem.

Outro ponto muito importante e que ajuda no combate à procrastinação é uma boa administração de tempo. Saiba que tudo tem a sua hora, ou seja, determine períodos do dia para atender às solicitações da chefia, da equipe e de outras áreas da empresa. Faça o mesmo para responder a e-mails e mensagens no celular e redes sociais. Não deixe a caixa de e-mails aberta 100% do tempo e desligue alertas de mensagem. Também vale tentar negociar a entrega de demandas de última hora.

Um bom planejamento ajuda também a evitar que os imprevistos impeçam que realize as tarefas do dia. Portanto, destine 2 horas por dia para lidar com as surpresas. Se nada acontecer, ótimo. Você terá um tempinho para se atualizar, conferir aquele estudo, tendência ou apenas se distrair.

Se você seguir à risca estas orientações, sem medo de falhar, e com o propósito claro de acabar de vez com a procrastinação, tenho certeza de que seus dias serão mais produtivos. Experimente!

domingo, 4 de dezembro de 2016

Ser humano iludido - Vivo nada vale, Morto é tudo de bom ...


O Ser humano é, por demais, estranho 

e Vive de inventadas ilusões.

 Briga com os vivos, e leva flores para os mortos;

Lança os vivos na sarjeta, e pede um suposto 

"bom lugar para os mortos";

Se afasta dos vivos, e se agarram desesperados 

quando estes morrem;

Fica anos sem conversar com um vivo, e se desculpa e 

faz homenagens quando este morre;

Não tem tempo para visitar o vivo, mas 

tem o dia todo para ir ao velório do morto;

Critica, fala mal, ofende o vivo, 

mas o santifica quando este morre;

Não liga, não abraça, não se importam com os vivos,

mas se autoflagelam quando estes morrem...

Aos olhos cegos do homem, o valor do ser humano

está na sua morte, e não na sua vida.

É bom repensarmos isto, enquanto estamos vivos!

Depois, tanto faz, 

apesar de não valermos nada,

por certo vão falar ou pensar 

que somos tudo de bom.

Apesar de estarmos lá em baixo 

alimentando seres

minúsculos e vivos 

que farão com que continuemos 

fazendo parte da natureza,

vão continuar sonhando, iludidos, 

que estamos lá em cima, 

num lugar inutilmente inventado 

para iludir os fracos 

e as crianças.


  •  Miguel Falabella fala sobre a franqueza sincera
  • Supere as Adversidades !

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Vida minha, não fique, talvez eu venha a envelhecer rápido demais

  •  O Grande Talvez
Não Fique no Talvez - Não sei se vocês chegaram a ler o belíssimo livro “Quem é você Alasca?”, o primeiro romance do John Green, aquele mesmo de “A culpa é das Estrelas” e, para quem ainda não leu (recomendo ler urgente), o livro narra a vida do adolescente Miles  Halter, um garoto comum com uma vida sem grandes perspectivas de mudanças e que possui o curioso hobby de ler biografias e colecionar as últimas palavras – aquelas ditas antes da morte – de grandes personalidades.
 
E é a partir de uma dessas frases que ele decide mudar todo o seu destino:
“François Rabelais. Era poeta. Suas últimas palavras foram: Saio em busca de um Grande Talvez. é por isso que estou indo embora. Para não ter de esperar a morte para procurar o Grande Talvez.” Miles Halter em Quem é você Alasca?
 
Até este ponto, o grande dilema de Miles era cursar o ensino médio em sua cidade natal e viver o mais do mesmo ou viajar até o Alabama e cursar Culver Creek, o internato que seu pai se formou. Claro que a segunda opção é muito mais atrativa. O “grande talvez” deve  estar lá!
 
E estava. Alasca Young, a tão encantadora e enigmática garota-título, tão complexa que mudou a vida de Miles para sempre, e pode-se dizer que por isso o livro foi dividido em duas partes: Antes e Depois.
 
Agora voltando ao “Grande Talvez”, ao entender essa filosofia do Rabelais, me peguei por horas e horas refletindo sobre tudo aquilo que eu poderia ter vivido e não vivi. Ao me acomodar com a rotina da minha vida, deixei de conhecer muitas Alascas e perdi parte de uma vida que eu não sei como seria. Como em um universo paralelo, naquela dimensão minha vida não seria a mesma. Eu poderia estar morando em outro país, ou estar casado e com filhos ou quem sabe estar morto.  Mas, então estou aqui, vivo, escrevendo, refletindo…
 
Não me arrependo de nada daquilo que fiz, me arrependo apenas das coisas que deixei de fazer. Será tarde demais querer viver o que eu deixei de viver? Só encontrarei as respostas partindo em busca do meu grande talvez.
 
Obs: “Quem é você Alasca?” não se resume apenas a esta pergunta. Ao ler este livro fiquei perdido no labirinto da Alasca Young e ainda estou. 

E-BOOKS - John Green - Quem é você Alasca? 

 https://leiturasredigidas.blogspot.com.br/2016/11/e-books-john-green-quem-e-voce-alasca.html

  • Talvez eu venha a envelhecer rápido demais.
Talvez eu venha a envelhecer rápido demais. Mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena.
 
Talvez eu sofra inúmeras desilusões no decorrer de minha vida. Mas farei que elas percam a importância diante dos gestos de amor que encontrei.
 
Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais. Mas jamais irei me considerar um derrotado.
 
Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda. Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.
 
Talvez um dia o sol deixe de brilhar. Mas então irei me banhar na chuva.
 
Talvez um dia eu sofra alguma injustiça. Mas jamais irei assumir o papel de vítima.
 
Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos. Mas terei humildade para aceitar as mãos que se estenderão em minha direção.
 
Talvez numa dessas noites frias, eu derrame muitas lágrimas. Mas não terei vergonha por esse gesto.
 
Talvez eu seja enganado inúmeras vezes. Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança.
 
Talvez com o tempo eu perceba que cometi grandes erros.Mas não desistirei de continuar trilhando meu caminho.
 
Talvez com o decorrer dos anos eu perca grandes amizades. Mas irei aprender que aqueles que realmente são meus verdadeiros amigos nunca estarão perdidos.
 
Talvez algumas pessoas queiram o meu mal. Mas irei continuar plantando a semente da fraternidade por onde passar.
 
Talvez eu fique triste ao concluir que não consigo seguir o ritmo da música.Mas então, farei que a música siga o compasso dos meus passos.
 
Talvez eu nunca consiga enxergar um arco-íris. Mas aprenderei a desenhar um, nem que seja dentro do meu coração.
 
Talvez hoje eu me sinta fraco. Mas amanhã irei recomeçar, nem que seja de uma maneira diferente.
 
Talvez eu não aprenda todas as lições necessárias. Mas terei a consciência que os verdadeiros ensinamentos já estão gravados em minha alma.
 
Talvez eu me deprima por não ser capaz de saber a letra daquela música. Mas ficarei feliz com as outras capacidades que possuo.
 
Talvez eu não tenha motivos para grandes comemorações.Mas não deixarei de me alegrar com as pequenas conquistas.
 
Talvez a vontade de abandonar tudo torne-se a minha companheira. Mas ao invés de fugir, irei correr atrás do que almejo.
 
Talvez eu não seja exatamente quem gostaria de ser. Mas passarei a admirar quem sou. Porque no final saberei que, mesmo com incontáveis dúvidas, eu sou capaz de construir uma vida melhor.
 
E se ainda não me convenci disso, é porque como diz aquele ditado: “ainda não chegou o fim ”Porque no final não haverá nenhum “talvez” e sim a certeza de que a minha vida valeu a pena e eu fiz o melhor que podia.
  • Aristóteles Onassis

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Homem animal, capitalista e matador selvagem

  • Desde os primórdios, até hoje em dia, as pessoas tentam encontrar a melhor maneira de conviver em sociedade.
Ajustam-se uns aos outros para que possa existir uma harmonia entre a grande diversidade que há em todo tipo de gente.
 

Essa condição de seres civilizados, nos obriga a abrir mão de uma série de vontades e desejos que temos naturalmente. Não estou falando de instintos - mesmo por que não acredito que o ser humano tenha este tipo de condição - mas sim de pulsões.
 

As pulsões criam energia psíquica que se acumula na mente e precisa ser descarregada de alguma forma. Quando ferem o moralismo ou a ética, essas pulsões são reprimidas pela sociedade  e, por isso - já dizia Freud - são o que causam o "mal-estar na civilização"¹. Assim, dão lugar a tipos de loucuras e, principalmente, agressividades, pois elas simplesmente arranjam um jeitinho de escapar, seja em palavras ou atitudes, seja singular ou coletivamente.
 

Até mesmo o nosso tempo, é totalmente condicionado para que possamos combinar o nosso dia com as pessoas ao nosso redor. Ok, agora vamos acordar, tomamos café da manhã, entre tal e tal horário é o nosso almoço e, depois do trabalho jantamos e vamos dormir praticamente na mesma hora. Já nos esquecemos que, se deixássemos acontecer naturalmente, comeríamos um pouco a cada tanto tempo durante o dia inteiro, e o mesmo aconteceria com o nosso sono.
 

Depois da explosão do capitalismo isto ficou ainda mais regrado. Há um bom tempo, as pessoas têm outro fator pra se preocuparem: o lucro. É mais fácil pensar que nossos dias e tudo que fazemos é regrado por esse atual desejo geral das nações e que ele acaba bagunçando tudo aquilo que tínhamos como essencial.

  • Haja psicólogo!
Fica aí uma frase do mestre, para pensar:

    "A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas." 

¹ Freud, Sigmund. "O Mal-Estar na Civilização". 1930.
  • peacecologia.blogspot.com.br
Porque o homem mata um semelhante? Por que o homem furta, rouba, agride, mata? Por razões biológicas? Mesológicas? Sociológicas?

O homem é um animal, como outro qualquer, sujeito às mesmas leis que regem todos os seres vivos, no destino da sobrevivência e a perpetuação da espécie.
Leis biológicas, referente à vida; leis mesológicas, referente ao meio ambiente; leis sociológicas,  convivência social.

O homem está em permanente luta com o meio ambiente e com os seus semelhantes, procurando sobrepuja-los.

Nesse embate, surge no espírito do homem todos os maus sentimentos: a soberba, a ira, a luxúria, a ganância, a ânsia de poder.
  • Selvagem e egoísta, todo homem é um criminoso em potencial.
O homem, geralmente, não furta, não rouba, não agride, não mata porque, não sendo doente precisando de tratamento, está condicionado a auto determinar-se de acordo com a educação que recebeu.
  • O homem de amanhã é o recém-nascido de hoje.
Quanto melhor educado é o homem, mais pacífica é a sociedade da qual ele faz parte.
 
A criminologia constata o aumento da criminalidade, a consequente perturbação da vida social, a má conduta humana, e verifica ainda que o índice da criminalidade aumenta de acordo com a crise educacional, ou econômica, de cada região, de cada país, de cada continente.
 
Outra espécie de criminalidade, trazida ao mundo pelo progresso industrial e comercial (globalização), é a praticada pelos homens de “colarinho branco”, isto é, por empresários protegidos por altas organizações, de atraentes fachadas, e que apenas visam lucros, ainda que esta finalidade material, aparentemente normal, prejudique milhares de pessoas.
 
Segundo pesquisa do Instituto de Criminologia da Universidade Hebraica, de Jerusalém, 85% da população considerada ordeira e respeitável cometem algum tipo de delito que não chega ao conhecimento de ninguém, uns porque ficam dentro do âmbito íntimo do lar ou do escritório, outros porque são encobertos, diante da situação política, ou econômica, ou social dos agentes.
 
Por tal motivo as estatísticas não revelam, realmente, a cifra exata dos crimes praticados em determinadas regiões, só aparecendo aqueles praticados por pessoas sem proteção especial.
 
Além dos crimes relatados acima, há muitos outros que também fazem parte desta mesma pesquisa: como mortes violentas em algumas delegacias de polícia, por pancadas e pontapés em suspeitos (falar = do filme tropa de elite); como aqueles praticados por médicos, esquecidos de seus juramentos (exames de laboratório desnecessários, invenções de doenças, cirurgias sem motivo, operações simuladas); crimes praticados por engenheiros empregando material de segunda qualidade na construção de pontes e viadutos que ficam inseguros (falar=caso da linha amarela do metrô de sp); crimes praticados por advogados sem escrúpulos contra os seus clientes simplórios; as numerosas agressões e mesmo mortes, culposas e dolosas, de crianças, pelo desleixo de pais desalmados, pela desnutrição propositada, etc..
 
O tratamento de cada criminoso deve ser adequado à etiologia da anormalidade, é grave erro, portanto, a medicação única, como é a da prisão, para todos os casos, mesmo porque, quando errada, agrava o estado do paciente, nada adiantando ao bem comum a simples vingança social, já que, mal administrada, leva o criminoso punido, custodiado, vestido e alimentado pelo pode público, simplesmente a esperar pela libertação para recomeçar a sua vida de criminoso, cometendo novos delitos e na maioria das vezes mais graves.
 
Há criminosos que nunca deveriam ser encarcerados e outros que nunca deveriam ser soltos.
 
A solução do problema da criminalidade não está no aumento e na maior severidade das leis repressivas, é preciso que isto fique bem claro, embora leigos em penalogia o reclamem, inclusive a pena de morte, para resolvê-la.
 
Quem estudou a história da punição através dos séculos sabe que tais métodos já foram usados largamente e que todos eles fracassaram completamente.
 
Precisamos de medidas novas e arejadas e não da repetição de experiências atrasadas de um presente e de um passado não tão distante.
 
A solução do problema da violência e da criminalidade na sociedade em que vivemos está tão somente no conhecimento do homem como personalidade integral, formada de corpo e alma.
 
É no homem que está o segredo de sua atuação social e é no seu preparo para a convivência pacífica que está a solução por todos procurada.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Brasil e os Perigos ocultos dos seus rios...


  • Fantástico 18.09.2016 - Domingos Montagner - O que realmente aconteceu! (Exclusivo)  

  • Respeitar a natureza é respeitar o próprio corpo”
Bom senso e medo natural são primordiais, já que as pessoas acabam se prendendo à beleza da natureza e esquecem de avaliar o risco do local.

Domingos Montagner, ator, sua morte chama a atenção sobre os perigos a que as pessoas se expõem ao entrar em rios para banho. .
 
O ator morreu na tarde de (15_09_16) por afogamento, ao nadar no Rio São Francisco, no município de Canindé de São Francisco, no sertão de Sergipe, em um local profundo e com forte correnteza. Seu corpo foi localizado preso às pedras a cerca de 30 metros de profundidade, perto da Usina de Xingó.
 
Esta é uma região com graves riscos, decorrentes da formação do fundo do rio. As pedras mudam a direção da erosão da água, com variações circulares, áreas de rotação e formação de correntes não definidas, e  isso acontece em todo local de pedras ao longo do São Francisco.
 
Nos limites de segurança, o banho no local pode ser tranquilo. “Quando se ultrapassa o limite, falta informação, você subestima o rio, bem como sua própria habilidade de natação, isso só faz potencializa os riscos.
 
Em entrevista ao Programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, o prefeito de Canindé do São Francisco, José Heleno da Silva, disse que existe uma obra na orla do local onde Montagner se afogou e que durante as construções o contrato dos dois salva-vidas que trabalhavam ali foi suspenso.
 
“É uma área de muito risco, onde poucos banhistas se arriscam, os pescadores e a população da região sabem disso”, disse Silva, explicando que ao final da obra será retomado o contrato dos salva-vidas. Também não há placas de sinalização no local.
 
O delegado de Canindé de São Francisco, Antônio Francisco Filho, também em entrevista ao Revista Brasil, disse que não houve responsabilidade criminal pela morte de Montagner.
  • Prevenção de afogamentos
A prevenção ainda é a melhor forma de evitar mortes por afogamento, segundo o capitão Oliveira, do Corpo de Bombeiros. Conhecer e se informar sobre o local onde vai entrar, manter a água abaixo da linha da cintura e usar um colete salva-vidas são algumas das orientações.
 
Mesmo assim, caso alguém caia no rio, a orientação é não lutar contra a correnteza e manter a flutuabilidade se direcionando para a margem ou aguardando o socorro. É importante também que as pessoas não treinadas evitem entrar na água para tentar socorrer uma vítima; elas podem jogar algum material para que o outro segure ou flutue e devem chamar o socorro imediatamente.
  • Alguns perigos ocultos dos rios do Brasil
Em 2009 estive na região da Amazônia e naveguei pelos afluentes do Rio Amazonas, onde acontecem vários acidentes.
 
Um que me lembro bem foi um acidente de arraia. Sim, lá tem muitas arraias nos rios e por mais que o animal só esteja tentando se defender, o estrago causado pode ser enorme!
 
O veneno de uma arraia não é fatal, mas provoca uma dor absurda! Nunca vi uma pessoa gritar tanto e uma das explicações de tamanha dor é que os vasos sanguíneos se contraem intensamente (vasoconstrição), daí a dor e na sequência a necrose (morte das células por falta de suprimento sanguíneo).
 
Porém a parte mais destrutiva do mecanismo do ferrão são mesmo as farpas. A ponta afiada penetra no corpo da pessoa facilmente, mas sua saída pode causar graves danos já que vem em direção contrária das farpas (o ferrão é retro-serrilhado) que saem rasgando os tecidos.
 
Dependendo da área atingida e da demora para a vítima receber os primeiros socorros, pode ser necessária até a amputação do membro afetado. Se o veneno penetrar no abdome ou no tórax, a necrose (morte de tecidos) causada pode ser fatal!
O que fazer nesses casos?
 
Se você pretender se aventurar principalmente pela região norte do país, tenha cautela ao caminhar dentro dos rios de água turva e arraste os pés no chão ao invés de andar os levantando. Isso vai fazer com que a arraia note sua presença antes de você pisar nela.
 
Mas caso o acidente ocorra mergulhe o local ferroado na água mais quente que puder por aproximadamente  2 horas. O calor causa uma dilatação dos vasos reduzindo a dor e limitando a quantidade de danos causados.
 
Uma dica prática é enterrar seu pé na areia, se a areia da praia estiver quente. Isso pode ajudar a aliviar a dor e reduzir o inchaço. Uma outra teoria diz que o veneno das arraias são compostos de uma proteína sensível ao calor, o que ajuda a desativar parte do veneno além da vasodilatação.
 
Mas sempre após esse tipo de acidente é recomendado procurar atendimento médico porque, frequentemente, nesses casos há infecção local, sendo necessário o tratamento com antibióticos e às vezes, até limpeza (cirúrgica) da ferida.
  • Saiba mais:
  • Os perigos que um mergulho no rio esconde, não perceptíveis a olho nu, correntezas fortes e pedras no fundo do leito podem transformar o lazer em algo traiçoeiro
http://oglobo.globo.com/rio/os-perigos-que-um-mergulho-no-rio-esconde-20124597
  •  Rio São Francisco é um imenso parque natural para práticas esportivas
 http://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/2016/03/rio-sao-francisco-e-um-imenso-parque-natural-para-praticas-esportivas.html
  • Domingos Montagner  Confira seu último registro
http://gshow.globo.com/programas/video-show/videos/t/programa/v/confira-o-ultimo-registro-de-domingos-montagner-nos-bastidores/5311435/
  • Equipe de 'Velho Chico' volta a gravar novela
http://gshow.globo.com/programas/video-show/videos/t/programa/v/equipe-de-velho-chico-volta-a-gravar-novela-na-proxima-quarta-feira-2109/5316777/

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Simplicidade vive numa simples cidade ...


Simplicidade é o dom de conhecer sua real posição no universo, convivendo em irmandade e harmonia com todos os seres viventes, inteligentes ou não. .
 

Ser bem mais simples do que sou é tudo que eu almejo ser um dia, ou quem sabe numa noite sem fim, após ter-me tornado um simples cadáver, pois nada mais sucinto,  breve, abreviado, conciso, curto, lacônico, resumido, sintético, essencial, preciso e sumário, do que a morte, quando cessa tudo que a musa canta, restando apenas o silêncio e a paz, sem terceiras invenções..
 

É o que quero para a minha vida. Ser, simplesmente, a pessoa mais simples do mundo, começando hoje, enquanto vivo.
 

Ser mais simples na minha maneira de pensar, em todo meu modo de agir e ser, nas minhas palavras, faladas, escritas e pensadas, pois elas podem, sem querer, escapar dos lábios, mesmo num simples sussurro.
 

Ser mais simples com os amigos, e bem mais simples, ainda, em todos os meus projetos.
 

Ser bem mais simples em todas as minhas atuações profissionais, tanto como chefe, quanto como subalterno.
Ser deveras bem mais simples, observando tudo, ao meu redor, pela ótica de uma simples cidade.
 

Na simples cidade há o belo, na simplicidade tudo é mais real, na simplicidade não há mais mentiras, na simples cidade há mais confraternizações, gerando progresso, pois unidos venceremos sempre, pois disto nasce a força. 
 

Simplicidade manda buscar a riqueza interior, onde ela estiver e com ela certamente virá a gentileza, pois simplicidade é alegria, simplicidade é leveza.
 

Tudo o que é complexo pela riqueza e estressante pela ganância, quero que fiquem bem longe de mim, bem acumulados numa mega-sena qualquer.
 

Mas como coisas diferentes acontecem todo o tempo, quero ter um poder humilde, para transformá-las em boas ou melhores, talvez bem mais positivas e, para sempre, simples, tal qual foi Cora Coralina, a simplicidade em versos.
  •  CIDADE DE GOIÁS - Bela Arte
A primeira capital do estado de Goiás é a Cidade de Goiás. A cidade também é conhecida como Goiás Velho ou simplesmente Goiás. Encanta muito a arquitetura barroca bem característica do município, um dos motivos que fizeram que ele fosse reconhecido pela Unesco como Patrimônio Histórico e Cultural Mundial. As tradições locais, culturais e seculares, e sua natureza, também estão abrangidas nesse reconhecimento.
 

A cidade tem uma aura diferente, com um ar bucólico e tranquilo. Sua arquitetura é bastante preservada. As ruas são de pedra e as casas de construções simples, muito harmônica. Algumas delas, tornaram-se museus. Na cidade, vários deles valem a pena ser visitado, como o Museu das Bandeiras, que funciona hoje na antiga Casa de Câmara e Cadeia, e tem em exposição acervo com peças e mobiliário do século XVIII.
 

Além deste, possuem acervos interessantes o Palácio Conde dos Arcos, com mobiliário de antigos governantes e o Museu de Arte Sacra da Igreja da Boa Morte, que abriga obras do escultor barroco Veiga Vale, de Pirenópolis; são mais de 100 peças e a igreja foi construída em 1779!
 

Uma outra grande atração da cidade é a Casa de Cora Coralina. Sua residência foi transformada num museu com seus pertences, objetos de uso doméstico. A visita vale cada minuto! Fora isso, existem alguns monumentos do século XVIII por toda a cidade, como o Chafariz de Cauda, localizado no Largo do Chafariz, numa construção padrão daquela época.
 

O passeio vale a pena também pelas comidinhas que se encontra na cidade. A culinária tipicamente goiana comanda os restaurantes. No mesmos sentido, as pousadas que a cidade abriga são todas muito receptivas. Essa é uma dica para o final de semana!

domingo, 27 de março de 2016

Paz com a dengosa zicagunha


  • A palavra de conforto é "entender".
Se só a fêmea pica, por que a picadura do mosquito doe desse tanto? Onde foi parar a pesquisa?
 

Você fica medindo, abaixado, só para ver se ele voa na altura de 1 metro, como foi divulgado, aí ele  tche pica no traseiro, barbaridade.
 

Então, só lhe restará uma baita e favorável resiliência no território do "comdor", a desconfortável cama, curtindo aquele velho refrão - tô com dor aqui, tô com dor ali.
 

Mas toca o barco e vamos que ficamos, cada vez mais doloridos, como soe acontecer, na terra do não é o que tinha que ser.
 

Brincadeiras, a parte, se a dengue não rendesse algo tão inexpressível  ao ponto de ser ignorado, por que cargas d´água os supostos lucradores mandariam trocar a água dos vasinhos e não eliminá-lo definitivamente. É sim, parar de plantar em vasinhos. Será o benedito?
 

Alguém morreria por causa dessa improvável peripécia?  ou seria mais uma ardilosa manobra para postergar, ou melhor, sazonar o ciclo dengoso da famigerada mosquita, uma vez que com aguinha suficiente e trocada, vez em quando, eles podem vir beber nesta tão inexorável fonte de prazer e, de quebra, botar uns ovinhos para posterior eclosão.
 

A propaganda correta e inteligente para acabar com uma das principais fontes caseiras dessa disseminação viral e maior foco, depois do reservatório traseiro de água, lá atrás da geladeira, seria colocar telas de voal em todos os ralos internos e externos, bem como em todas as portas e janelas da casa e, sobretudo, eliminar todas as inúteis plantinhas, ou pelo menos, os seus respectivos pratinhos, colocando os vasinhos sobre a terra, assim, estará resolvido, ou talvez, bem mais favorável a nós e não aos mosquitos.
 

Deveríamos continuar com as plantinhas, mas não dentro da varanda, só no quintal, ao contato direto com a terra. Isso vai ajudar e muito nessa luta insana e inglória.
 


A prevenção é a única arma contra a doença.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Tv e a cultura de massa - Influências da década de 1980


A década de 1980 é um divisor histórico contemporâneo. Essa época é marcada como a transição da Guerra Fria para uma nova ordem mundial, com os primeiros ensaios para uma economia neoliberal mais abrangente (vide o Consenso de Washington) e o término entre as tensões do mundo bilateral.
 

Um dos principais pontos sobre a compreensão desse período está na exacerbação midiática que veio se construindo (e se desconstruiu e reinventou após o boom da internet e da informatização). Desde a década de 1950 começou a se formar uma cultura de massa mais consolidada, quando surgiu a TV e a música passou a se tornar mais e mais globalizada. Kennedy foi eleito presidente com apoio da força da TV e nomes como Elvis Presley e Beatles extrapolaram as barreiras culturais ainda existentes e começaram a dar início a um processo verdadeiro de aglutinação cultural.
 

A própria cultura de massa já permitiu criar uma definição histórica e social desse período, como na moda, no cinema e em demais mídias. 

Porém, a década de 1980 contou com uma expansão nas relações de interação entre pessoas e mídia que levaram esse aspecto a um patamar um pouco mais elevado. E, obviamente, quando se fala em cultura de massa se fala majoritariamente de cultura dos Estados Unidos.
 

Entre as inovações tecnológicas que surgiram podemos destacar o videocassete, o computador pessoal e o vídeo game. Em uma questão estética, temos a elevação do videoclipe a um nível mais artístico e teatralizado e a cultura urbana, ou cultura de rua, entrando para os padrões de cultura de massa e até de uma cultura mais elitizada (caso de Basquiat).
 

Essas alterações de nível tecnológico e estético interagiram com questões políticas, econômicas e sociais. O processo de abertura política da União Soviética, a Revolução Islâmica, o novo mapa da geopolítica se desenhando ao se apontar o fim da Guerra Fria, a contraposição aos movimentos de afirmação das duas décadas anteriores (configurada na figura do yuppie a substituir o hippie), o fim das utopias e o predomínio do capitalismo e do consumismo são algumas das características desse período.
 

Um ponto interessante de se notar é a violência. A década de 1970 começou a registrar índices mais assustadores de violência e essa se tornou uma das características principais da pauta atual de políticas públicas (casos das FARCs, do tráfico no Brasil e a política de Tolerância Zero implantada por Rudolph Giuliani em Nova York). Seu impacto no dia a dia esteve presente nas mais variadas mídias.
 

A indústria de cinema e de TV tornou esse um de seus principais filões do período. Seriados de policiais pegando bandidos ganharam mais popularidade, com uma diferença, que é a perda da inocência. A figura do assaltante de banco ou do contrabandista cedeu espaço para um novo vilão, o traficante de drogas. O crime se tornou organizado, os bandidos tiveram acesso a armas mais pesadas e a figura do bom moço com valores nobres deu lugar a heróis cheios de falhas e dúvidas, que muitas vezes atropelam a bondade em prol de eliminar o mal. São alguns casos a série  Desejo de Matar, Robocop, As Cores da Violência, entre muitos outros.
 

Um clássico dessa época foi The Warriors — Os Selvagens da Noite. A premissa desse filme é uma gangue na cidade de Nova York sendo perseguida ao longo de uma noite, mostrando um aspecto do mundo pós-moderno, que é a identificação juvenil por determinados grupos sociais, com comportamento, gostos e vestimentas similares (vide nos tempos adiantes o hip hop, o surfista, o hipster e as identidade própria de cada estilo). Nesse filme, existe uma figura clássica em narrativas, que é a do excluído enquanto herói, a figura deslocada e perseguida, mas ainda assim com força e alguma nobreza, uma reminiscência de Jean Valjean.
 

No videoclipe, Michael Jackson levou essa configuração da violência a peças como Bad e Beat It. Mais uma vez, a figura do criminoso com uma vestimenta heroica em meio aos conflitos por território e identidades marcadas por cada grupo. O videogame, mídia que dava seus passos iniciais e se afirmava majoritariamente entre os jovens, sempre teve a violência como um de seus pilares. Alguns jogos de destaque foram Double Dragon, Vigilante e também Streets of Regae de maneira tardia (esse último é de 1990, mas toda sua roupagem é anos 80). Nesses três casos há uma mesma premissa, lutadores marciais em combate com gangues de rua que tomam conta da cidade, uma associação com a influência de Bruce Lee, no qual o herói usa apenas das próprias mãos para derrotar o vilão. E nessas obras se vê o visual urbano decadente, o beco, o ferro-velho, as calçadas com suas fachadas de lojas pichadas e tomadas pelos criminosos.
 

Nos quadrinhos, a exacerbação da violência foi um fator notável. Histórias como Demolidor e Watchmen começaram a mostrar o crime com maior crueza. O ambiente escuro, a figura do assassino em série, do traficante, tornaram-se chavões em suas narrativas. Sai aquele mero embate entre bem e mal e criam-se relações mais complexas de poder.
 

Em todos esses casos citados, a mídia retrata a relação entre espaços públicos tomados por bandidos organizados, guiados por uma figura de liderança a ser derrotada ao final. A falência do poder público em combater a violência também costuma abrir espaço a outra figura, a do justiceiro, a da pessoa que precisa recorrer aos próprios recursos para lidar com o crime, seja em um senso de heroísmo individual, seja para se livrar de uma ameaça contra si mesmo.
 

Em questões políticas, a cultura midiática da época foi um palco para o que estava em voga. Isso não é nenhuma novidade, pois em todos os tempos essa correlação existiu. Um dos pontos notórios foi a exacerbação do poderio militar dos Estados Unidos no cinema, em contrapartida com a geração anterior.
 

Durante os tempos da Guerra do Vietnã, boa parte da cultura de massa se posicionou de maneira contrária à ação militar e o escândalo de Watergate chegou a render o filme Todos os Homens do Presidente. Já na década de 1980, houve uma produção cinematográfica menos crítica e voltada mais ao entretenimento, tendo como enredo um militarismo favorável à política externa dos Estados Unidos.
 

Obras como Rambo, Braddock, Comando Delta e Top Gun são alguns dos exemplos mais óbvios. Nesses casos, é nítida a participação do poderio militar dos Estados Unidos em vários continentes, como América Latina, Oriente Média e Sudeste Asiático. O choque de alteridade novamente se percebe, como a figura do civilizado portador de valores a confrontar o vilão em um país bárbaro, normalmente libertando um povo sofrido e atrasado.
 

Na música da época a política não se fez tão presente, pelo menos não de maneira tão escancarada, exceto por uma ou outra voz. Esse é um contraponto interessante, pela alta participação da música ao abordar esse assunto nas décadas anteriores. Os videoclipes seguem a mesma lógica: é uma era de consumo, em que o individualismo se torna um valor mais importante. Apenas um movimento vai na direção contrária, que é o funk e a cultura do hip hop (apesar de igualmente influenciado pela ótica do consumo, expressa nos cordões, tênis e demais objetos).
 

Os videogames fizeram bom uso das questões políticas, principalmente no que diz respeito a guerras e a intervenções militares. São os ambientes típicos da terra do inimigo, como o deserto e a floresta tropical que aparecem em muitos desses jogos, atacados por soldados a pé, helicópteros e aviões, muitas vezes identificando a nação do herói como os Estados Unidos.
 

Os quadrinhos sempre mantiveram seu pé na política. Homem de Ferro teve sua participação na Guerra Fria, Super-Homem e Capitão América envergam as cores dos Estados Unidos em seus uniformes. Na década de 1980 a política foi tônica nessas histórias. No X-Men se acirrou a questão da perseguição aos mutantes com direito a um futuro distópico, Justiceiro enfrentou terroristas islâmicos, intervenções militares foram temas de várias histórias.
 

A política teve um papel complexo nessa época. A politização se tornou menor, mas a disputa de poder continua ocorrendo. Então a indústria de entretenimento se tornou mais próxima aos muitos interesses, se valendo de uma posição menos crítica por parte do público. Portanto exacerbou-se a relação entre diversão com algum grau de politização, geralmente alienada e tendenciosa.
 

Outro aspecto interessante está na maior relevância que grupos minoritários obtiveram após os conturbados anos 1960 e 1970. Tendo por destaque grupos negros e femininos, essas duas figuras tiveram uma dimensão bastante diferenciada nessa década.
 

No cinema, a presença dos dois grupos são um tanto quanto dúbias. Douglas Kellner, em seu livro A Cultura da Mídia, retrata que nessa década o cinema andou na contramão das conquistas existentes nas duas décadas anteriores. A figura da mulher se tornou reduzida diante da masculina, sendo limitada à mocinha salva pelo herói. Um destaque destoante é a figura adolescente nos filmes de John Hughes, que mostra suas personagens imersas em tantos dilemas como a questão da aparência, os estudos e a descoberta sexual.
 

A figura do negro no cinema segue a mesma ótica feminina. Alguns figuras de destaque surgiram, como Richard Pryor e Eddie Murphy, mas ainda assim foi uma presença limitada. Nos filmes de dupla policial, a relevância do policial negro fica aquém do branco. Outro destaque nessa época veio com Spike Lee, que iniciou uma quebra de paradigmas significativa quando lançou Faça a Coisa Certa.
 

Já na música a presença de mulheres e negros foi preponderante. Ícones como Madonna, Cyndi Lauper, Public Enemy e Run-D.M.C conseguiram ter uma presença própria, influenciando no comportamento geral. O impacto da cultura negra foi significativo e sua presença se nota até hoje. Mais do que meramente uma questão musical, a era do videoclipe influenciou também no comportamento.
 

Nessa inicial era de videogames a presença feminina se viu em algumas séries, como no caso de Metroid. Nesse caso, há a correlação com o cinema. No filme Alien — O oitavo Passageiro, Sigourney Weaver interpreta Ripley, uma militar em uma nave especial (há quem considere esse o primeiro filme feminista, por colocar uma mulher em um papel de liderança e em posição de superioridade aos homens). A personagem da série Metroid recebe daí alguma influência. Por outro lado, boa parte do enredo de jogos eletrônicos tinham a premissa do herói correndo para salvar a mocinha do vilão. Apenas na década seguinte surgiria uma gama mais vasta de mulheres em ação.
 

A figura do negro é igualmente escassa, apesar de existente. Uma aparição mais constante é como inimigo em jogos em que tenha a perspectiva de luta de rua, configurado como membro da gangue. Com papel de herói, pode-se citar Adam Hunter, em Street of Rage.
 

Já os quadrinhos viveram um terreno bem mais fértil. Na década de 1980 começaram a surgir vários personagens negros e femininos de destaque, muitos deles quebrando esteriótipos correntes. Sua presença já existia anteriormente e nesse período se tornou ainda maior.
 

Nesse aspecto, a questão midiática foi dúbia. Houve maior presença de negros e mulheres, em alguns aspectos atrelados a esteriótipos, em outros de maneira mais autorrepresentativa. Foi um primeiro passo para uma geração diferenciada, funcionando como meio termo. No caso do cinema a situação foi de maior retrocesso, não correspondendo a um padrão de mudanças que vinha se desenhando.
 

Por último, pensar também na questão de cultura urbana e moda. Talvez esses sejam aspectos que se tornam mais emblemáticos através da cultura de massa, influenciando no jeito de vestir e de se comportar. E a década de 1980 contou com alguns fatores que influenciaram muito os anos seguintes, como o hip hop, os ícones femininos, Basquiat.
 

O cinema dos anos 1980 possivelmente foi o que mais mostrou a diversidade cultural de seus tempos nas telonas. O adolescente revoltado, o nerd, o yuppie, o rapper, foram figuras bastante comuns (a Sessão da Tarde deixou isso muito marcado na mente dos brasileiros). E sua repercussão massiva foi bastante influente sobre a população, principalmente na juventude.
 

A mesma lógica se aplica aos videoclipes. Neles se estampam a nova cultura, mais moderna e urbana, até em contraponto ao desapego que o movimento hippie procurou promover. A música Girls Just Want To Have Fun mostrou bastante disso, desde a revolta juvenil e o empoderamento feminino até um hedonismo que deixava de lado a politização. Nos quadrinhos e nos jogos eletrônicos, a estética urbana se fez cada vez mais presente. Os traços retratam uma nova estética, um novo modo de se vestir e de se portar.
 

O impacto desse período foi muito extenso. Ele simbolizou uma reviravolta completa na geopolítica e essa relação se refletiu nas sociedades, juntamente à ascensão de grupos populares e sua inserção na grande mídia com um senso de alienação política e foco no consumo. Foi uma mudança de paradigma, do fim da utopia e do afastamento das questões públicas, ponto fundamente da construção do mundo atual. Os anos seguintes vieram como um reflexo seu: o nível de participação política não sofreu mudanças para melhor e as expressões agora contam com as redes sociais e a a grande mídia cada vez mais se influencia pelo baixo clero. A mesma dualidade se mantém, em um mundo ainda pautado pelo consumo, dessa vez mais assoberbado através das ferramentas de web 2.0.
  • Fonte - Guilherme Carvalhal - http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=4157&titulo=Influencias_da_decada_de_1980
Saiba mais um pouco:
 
  • Educação, TV e Hegemonia

sábado, 14 de novembro de 2015

Religião é fonte de guerras e males.

  •  A religião, a propriedade, a configuração política, tudo isso é fonte de guerras e males.
Quando era criança, minha mulher odiava a escola em que estudava e sonhava poder sair de lá. Tempos depois, quando tinha seus vinte e poucos anos, ela revelou sua infelicidade para os pais, e a mãe ficou horrorizada: "Mas, querida, por que você não nos contou?". A resposta de Lalla é minha leitura do dia: "Mas eu não sabia que podia".
Eu não sabia que podia.

  • DEUS UM DELÍRIO
Richard Dawkins
http://www.companhiadasletras.com.br/trecho.php?codigo=12248

  • O Peixe de Darwin
http://opeixededarwin.blogspot.com.br/2011_08_01_archive.html

Evolução - Influências da década de 1980


A década de 1980 é um divisor histórico contemporâneo. Essa época é marcada como a transição da Guerra Fria para uma nova ordem mundial, com os primeiros ensaios para uma economia neoliberal mais abrangente (vide o Consenso de Washington) e o término entre as tensões do mundo bilateral.

Um dos principais pontos sobre a compreensão desse período está na exacerbação midiática que veio se construindo (e se desconstruiu e reinventou após o boom da internet e da informatização). Desde a década de 1950 começou a se formar uma cultura de massa mais consolidada, quando surgiu a TV e a música passou a se tornar mais e mais globalizada. Kennedy foi eleito presidente com apoio da força da TV e nomes como Elvis Presley e Beatles extrapolaram as barreiras culturais ainda existentes e começaram a dar início a um processo verdadeiro de aglutinação cultural.
A própria cultura de massa já permitiu criar uma definição histórica e social desse período, como na moda, no cinema e em demais mídias. Porém, a década de 1980 contou com uma expansão nas relações de interação entre pessoas e mídia que levaram esse aspecto a um patamar um pouco mais elevado. E, obviamente, quando se fala em cultura de massa se fala majoritariamente de cultura dos Estados Unidos.
Entre as inovações tecnológicas que surgiram podemos destacar o videocassete, o computador pessoal e o vídeo game. Em uma questão estética, temos a elevação do videoclipe a um nível mais artístico e teatralizado e a cultura urbana, ou cultura de rua, entrando para os padrões de cultura de massa e até de uma cultura mais elitizada (caso de Basquiat).
Essas alterações de nível tecnológico e estético interagiram com questões políticas, econômicas e sociais. O processo de abertura política da União Soviética, a Revolução Islâmica, o novo mapa da geopolítica se desenhando ao se apontar o fim da Guerra Fria, a contraposição aos movimentos de afirmação das duas décadas anteriores (configurada na figura do yuppie a substituir o hippie), o fim das utopias e o predomínio do capitalismo e do consumismo são algumas das características desse período.
Um ponto interessante de se notar é a violência. A década de 1970 começou a registrar índices mais assustadores de violência e essa se tornou uma das características principais da pauta atual de políticas públicas (casos das FARCs, do tráfico no Brasil e a política de Tolerância Zero implantada por Rudolph Giuliani em Nova York). Seu impacto no dia a dia esteve presente nas mais variadas mídias.
A indústria de cinema e de TV tornou esse um de seus principais filões do período. Seriados de policiais pegando bandidos ganharam mais popularidade, com uma diferença, que é a perda da inocência. A figura do assaltante de banco ou do contrabandista cedeu espaço para um novo vilão, o traficante de drogas. O crime se tornou organizado, os bandidos tiveram acesso a armas mais pesadas e a figura do bom moço com valores nobres deu lugar a heróis cheios de falhas e dúvidas, que muitas vezes atropelam a bondade em prol de eliminar o mal. São alguns casos a série Desejo de Matar, Robocop, As Cores da Violência, entre muitos outros.
Um clássico dessa época foi The Warriors — Os Selvagens da Noite. A premissa desse filme é uma gangue na cidade de Nova York sendo perseguida ao longo de uma noite, mostrando um aspecto do mundo pós-moderno, que é a identificação juvenil por determinados grupos sociais, com comportamento, gostos e vestimentas similares (vide nos tempos adiantes o hip hop, o surfista, o hipster e as identidade própria de cada estilo). Nesse filme, existe uma figura clássica em narrativas, que é a do excluído enquanto herói, a figura deslocada e perseguida, mas ainda assim com força e alguma nobreza, uma reminiscência de Jean Valjean.
No videoclipe, Michal Jackson levou essa configuração da violência a peças como Bad e Beat It. Mais uma vez, a figura do criminoso com uma vestimenta heroica em meio aos conflitos por território e identidades marcadas por cada grupo. O videogame, mídia que dava seus passos iniciais e se afirmava majoritariamente entre os jovens, sempre teve a violência como um de seus pilares. Alguns jogos de destaque foram Double Dragon, Vigilante e também Streets of Rage de maneira tardia (esse último é de 1990, mas toda sua roupagem é anos 80). Nesses três casos há uma mesma premissa, lutadores marciais em combate com gangues de rua que tomam conta da cidade, uma associação com a influência de Bruce Lee, no qual o herói usa apenas das próprias mãos para derrotar o vilão. E nessas obras se vê o visual urbano decadente, o beco, o ferro-velho, as calçadas com suas fachadas de lojas pichadas e tomadas pelos criminosos.
Nos quadrinhos, a exacerbação da violência foi um fator notável. Histórias como Demolidor e Watchmen começaram a mostrar o crime com maior crueza. O ambiente escuro, a figura do assassino em série, do traficante, tornaram-se chavões em suas narrativas. Sai aquele mero embate entre bem e mal e criam-se relações mais complexas de poder.
Em todos esses casos citados, a mídia retrata a relação entre espaços públicos tomados por bandidos organizados, guiados por uma figura de liderança a ser derrotada ao final. A falência do poder público em combater a violência também costuma abrir espaço a outra figura, a do justiceiro, a da pessoa que precisa recorrer aos próprios recursos para lidar com o crime, seja em um senso de heroísmo individual, seja para se livrar de uma ameaça contra si mesmo.
Em questões políticas, a cultura midiática da época foi um palco para o que estava em voga. Isso não é nenhuma novidade, pois em todos os tempos essa correlação existiu. Um dos pontos notórios foi a exacerbação do poderio militar dos Estados Unidos no cinema, em contrapartida com a geração anterior.
Durante os tempos da Guerra do Vietnã, boa parte da cultura de massa se posicionou de maneira contrária à ação militar e o escândalo de Watergate chegou a render o filme Todos os Homens do Presidente. Já na década de 1980, houve uma produção cinematográfica menos crítica e voltada mais ao entretenimento, tendo como enredo um militarismo favorável à política externa dos Estados Unidos.
Obras como Rambo, Braddock, Comando Delta e Top Gun são alguns dos exemplos mais óbvios. Nesses casos, é nítida a participação do poderio militar dos Estados Unidos em vários continentes, como América Latina, Oriente Média e Sudeste Asiático. O choque de alteridade novamente se percebe, como a figura do civilizado portador de valores a confrontar o vilão em um país bárbaro, normalmente libertando um povo sofrido e atrasado.
Na música da época a política não se fez tão presente, pelo menos não de maneira tão escancarada, exceto por uma ou outra voz. Esse é um contraponto interessante, pela alta participação da música ao abordar esse assunto nas décadas anteriores. Os videoclipes seguem a mesma lógica: é uma era de consumo, em que o individualismo se torna um valor mais importante. Apenas um movimento vai na direção contrária, que é o funk e a cultura do hip hop (apesar de igualmente influenciado pela ótica do consumo, expressa nos cordões, tênis e demais objetos).
Os videogames fizeram bom uso das questões políticas, principalmente no que diz respeito a guerras e a intervenções militares. São os ambientes típicos da terra do inimigo, como o deserto e a floresta tropical que aparecem em muitos desses jogos, atacados por soldados a pé, helicópteros e aviões, muitas vezes identificando a nação do herói como os Estados Unidos.
Os quadrinhos sempre mantiveram seu pé na política. Homem de Ferro teve sua participação na Guerra Fria, Super-Homem e Capitão América envergam as cores dos Estados Unidos em seus uniformes. Na década de 1980 a política foi tônica nessas histórias. No X-Men se acirrou a questão da perseguição aos mutantes com direito a um futuro distópico, Justiceiro enfrentou terroristas islâmicos, intervenções militares foram temas de várias histórias.
A política teve um papel complexo nessa época. A politização se tornou menor, mas a disputa de poder continua ocorrendo. Então a indústria de entretenimento se tornou mais próxima aos muitos interesses, se valendo de uma posição menos crítica por parte do público. Portanto exacerbou-se a relação entre diversão com algum grau de politização, geralmente alienada e tendenciosa.
Outro aspecto interessante está na maior relevância que grupos minoritários obtiveram após os conturbados anos 1960 e 1970. Tendo por destaque grupos negros e femininos, essas duas figuras tiveram uma dimensão bastante diferenciada nessa década.
No cinema, a presença dos dois grupos são um tanto quanto dúbias. Douglas Kellner, em seu livro A Cultura da Mídia, retrata que nessa década o cinema andou na contramão das conquistas existentes nas duas décadas anteriores. A figura da mulher se tornou reduzida diante da masculina, sendo limitada à mocinha salva pelo herói. Um destaque destoante é a figura adolescente nos filmes de John Hughes, que mostra suas personagens imersas em tantos dilemas como a questão da aparência, os estudos e a descoberta sexual.
A figura do negro no cinema segue a mesma ótica feminina. Alguns figuras de destaque surgiram, como Richard Pryor e Eddie Murphy, mas ainda assim foi uma presença limitada. Nos filmes de dupla policial, a relevância do policial negro fica aquém do branco. Outro destaque nessa época veio com Spike Lee, que iniciou uma quebra de paradigmas significativa quando lançou Faça a Coisa Certa.
Já na música a presença de mulheres e negros foi preponderante. Ícones como Madonna, Cyndi Lauper, Public Enemy e Run-D.M.C conseguiram ter uma presença própria, influenciando no comportamento geral. O impacto da cultura negra foi significativo e sua presença se nota até hoje. Mais do que meramente uma questão musical, a era do videoclipe influenciou também no comportamento.
Nessa inicial era de videogames a presença feminina se viu em algumas séries, como no caso de Metroid. Nesse caso, há a correlação com o cinema. No filme Alien — O oitavo Passageiro, Sigourney Weaver interpreta Ripley, uma militar em uma nave especial (há quem considere esse o primeiro filme feminista, por colocar uma mulher em um papel de liderança e em posição de superioridade aos homens). A personagem da série Metroid recebe daí alguma influência. Por outro lado, boa parte do enredo de jogos eletrônicos tinham a premissa do herói correndo para salvar a mocinha do vilão. Apenas na década seguinte surgiria uma gama mais vasta de mulheres em ação.
A figura do negro é igualmente escassa, apesar de existente. Uma aparição mais constante é como inimigo em jogos em que tenha a perspectiva de luta de rua, configurado como membro da gangue. Com papel de herói, pode-se citar Adam Hunter, em Street of Rage.
Já os quadrinhos viveram um terreno bem mais fértil. Na década de 1980 começaram a surgir vários personagens negros e femininos de destaque, muitos deles quebrando estereótipos correntes. Sua presença já existia anteriormente e nesse período se tornou ainda maior.
Nesse aspecto, a questão midiática foi dúbia. Houve maior presença de negros e mulheres, em alguns aspectos atrelados a estereótipos, em outros de maneira mais auto-representativa. Foi um primeiro passo para uma geração diferenciada, funcionando como meio termo. No caso do cinema a situação foi de maior retrocesso, não correspondendo a um padrão de mudanças que vinha se desenhando.
Por último, pensar também na questão de cultura urbana e moda. Talvez esses sejam aspectos que se tornam mais emblemáticos através da cultura de massa, influenciando no jeito de vestir e de se comportar. E a década de 1980 contou com alguns fatores que influenciaram muito os anos seguintes, como o hip hop, os ícones femininos, Basquiat.
O cinema dos anos 1980 possivelmente foi o que mais mostrou a diversidade cultural de seus tempos nas telonas. O adolescente revoltado, o nerd, o yuppie, o rapper, foram figuras bastante comuns (a Sessão da Tarde deixou isso muito marcado na mente dos brasileiros). E sua repercussão massiva foi bastante influente sobre a população, principalmente na juventude.
A mesma lógica se aplica aos videoclipes. Neles se estampam a nova cultura, mais moderna e urbana, até em contraponto ao desapego que o movimento hippie procurou promover. A música Girls Just Want To Have Fun mostrou bastante disso, desde a revolta juvenil e o empoderamento feminino até um hedonismo que deixava de lado a politização. Nos quadrinhos e nos jogos eletrônicos, a estética urbana se fez cada vez mais presente. Os traço retratam uma nova estética, um novo modo de se vestir e de se portar.
O impacto desse período foi muito extenso. Ele simbolizou uma reviravolta completa na geopolítica e essa relação se refletiu nas sociedades, juntamente à ascensão de grupos populares e sua inserção na grande mídia com um senso de alienação política e foco no consumo. Foi uma mudança de paradigma, do fim da utopia e do afastamento das questões públicas, ponto fundamente da construção do mundo atual. Os anos seguintes vieram como um reflexo seu: o nível de participação política não sofreu mudanças para melhor e as expressões agora contam com as redes sociais e a a grande mídia cada vez mais se influencia pelo baixo clero. A mesma dualidade se mantém, em um mundo ainda pautado pelo consumo, dessa vez mais assoberbado através das ferramentas de web 2.0.

  • Guilherme Carvalhal
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=4157&titulo=Influencias_da_decada_de_1980