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sábado, 10 de junho de 2017

FAMILIARIEDADE - 100 segredos das famílias felizes - David Niven

  • Os 100 segredos das famílias felizes
David Niven
Tradução - Márcia Almeida
Título original: The 100 Simple Secrets of Happy Families
1. Família — Aspectos psicológicos.
2. Família — Saúde mental.
I. Título.
Sumário
Nota do editor ................................................................................. 8
Introdução ....................................................................................... 9
1. Seja um bom amigo .................................................................... 11
2. A família faz de você uma nova pessoa ....................................... 12
3. Fortaleça-se com a definição de seus objetivos ........................... 13
4. Existem segundas chances ........................................................... 14
5. Procure uma comunidade adequada à sua família........................ 14
6. Acredite que você é capaz de ajudar a sua família ........................15
7. Não dizer nada já é dizer algo........................................................ 16
8. Somos nós que construímos o sucesso da nossa família ................ 17
9. A dedicação é mais importante do que a ocupação ....................... 18
10. Não se preocupe por estar certo quando todos estão errados...... 20
11. Mantenha seus objetivos de vida ................................................. 21
12. Conte a história da sua família ................................................. 22
13. Não esconda nada da sua família.............................................. 23
14. Você cria seus filhos a cada dia ................................................ 24
15. Escute sem julgar................................................................... 25
16. A proximidade não pode ser medida num mapa ......................... 26
17. Viva de acordo com as suas opiniões ........................................ 26
18. Os pais são alicerces, não muros.............................................. 27
19. Faça com que dever e querer sejam a mesma coisa.................... 28
20. Os ajustes nunca terminam..................................................... 30
21. Demonstre seu amor .............................................................. 31
22. O lado positivo brilha no meio da escuridão ............................... 31
23. Perdão é mais do que um pedido de desculpa ............................ 32
24. O cansaço é um inimigo da família ........................................... 33
25. O ciúme é automático ............................................................. 34
26. Estimule a persistência, não o desespero................................... 36
27. É melhor ser justo do que estar certo ....................................... 37
28. Cada número tem seus desafios ............................................... 38
29. Pense na sua família mesmo quando não precisar dela ............... 39
30. Não deixe a negatividade crescer ............................................. 40
31. Aceite o estresse prazeroso ..................................................... 41
32. A vida familiar não tem preço .................................................. 42
33. Atitudes tranquilas são mais eficazes ........................................ 43
34. A vida familiar nos ensina a conviver ........................................ 44
35. O que você vê nem sempre corresponde à verdade .................... 45
36. Não entre em competição com as outras gerações...................... 46
37. A expectativa deve corresponder ao que a pessoa é ................... 47
38. A ordem de nascimento dos filhos não tem influência ................. 48
39. Seja pontual .......................................................................... 49
40. A comunicação nos aproxima................................................... 50
41. Cada pessoa está numa relação diferente.................................. 51
42. A satisfação depende de onde se procura .................................. 52
43. Não se trata de um concurso de popularidade............................ 53
44. Alimente as tradições.............................................................. 54
45. Estabeleça suas próprias condições .......................................... 55
46. Estimule, mas não imponha atividades...................................... 56
47. Cuidar de alguém é uma questão afetiva................................... 57
48. Você não pode ser o supervisor da família ................................. 58
49. Não importa quem fatura mais................................................. 59
50. Nem toda conversa é igual ...................................................... 60
51. O que mandamos para fora retorna para nós ............................. 61
52. Cada geração faz sua história .................................................. 62
53. Compartilhe as suas lutas........................................................ 63
54. Cuidado com desastres no figurino ........................................... 64
55. A competição gera perdas ....................................................... 65
56. Faça uma coisa de cada vez..................................................... 67
57. Cada um vê as coisas a seu modo ............................................ 68
58. O rigor pode durar a vida toda ................................................. 69
59. Os parentes do cônjuge não são inimigos .................................. 70
60. Divida as tarefas domésticas.................................................... 71
61. Anote seus pensamentos......................................................... 72
62. Animais fazem parte da família ................................................ 73
63. As rotinas dão conforto ........................................................... 74
64. Controle a raiva ..................................................................... 75
65. Doenças podem fazer muitas vítimas ........................................ 76
66. Nem todas as peças se encaixam ............................................. 77
67. Use a comida positivamente .................................................... 78
68. A falta de confiança amplia os problemas familiares.................... 79
69. As crianças precisam de outras pessoas além dos pais ................ 80
70. A rigidez isola ........................................................................ 81
71. Quanto mais você dá, mais acredita em si mesmo...................... 82
72. Não fiquem juntos a qualquer preço ......................................... 83
73. Proteção demais é uma ameaça ............................................... 84
74. A experiência dos outros ajuda, mas confie na sua intuição ......... 85
75. Expectativas baixas não são a solução ...................................... 86
76. Emoções duram mais do que aquilo que as causou..................... 87
77. Até os dependentes precisam de independência ......................... 88
78. Opiniões diferentes são reforço, não enfraquecimento................. 89
79. O aborrecimento é contagiante ................................................ 90
80. A família influencia todos os aspectos da nossa vida ................... 91
81. As novas gerações nos fazem sentir jovens ............................... 93
82. Todos devem colaborar no trabalho doméstico ........................... 94
83. Seja você mesmo................................................................... 95
84. Jovens e velhos querem a mesma coisa .................................... 96
85. A família sofre influência do mundo .......................................... 98
86. O amor é a maior herança....................................................... 99
87. Discorde do outro, não contra o outro......................................100
88. Não façam tudo sempre juntos ...............................................101
89. Cuidado com os extremos mostrados na TV..............................102
90. Veja a situação como um todo ................................................103
91. Entregue-se — nada mais importa...........................................105
92. Um lugar entre o fácil e o impossível .......................................106
93. Tudo é relativo......................................................................107
94. Transforme o real no ideal......................................................108
95. É sempre uma questão de escolha...........................................109
96. Iguais, mas diferentes ...........................................................110
97. Persistir ...............................................................................111
98. Todos buscamos calor humano ...............................................113
99. Você pode fazer isso? Pergunte a si mesmo ..............................114
100. É você quem faz a sua própria família ...................................115
 

Cada um dos 100 capítulos apresentados aqui é baseado nas conclusões de pesquisas conduzidas por cientistas que estudaram a vida familiar. Em todos eles você vai encontrar uma pequena história ilustrativa e um conselho para ajudá-lo a construir uma vida familiar feliz e harmoniosa. Os leitores que desejarem mais informações sobre os temas abordados poderão recorrer às referências apresentadas ao final de cada capítulo.
Introdução
 

Steve Burkett é um sociólogo aposentado, pai e avô, que gosta de falar sobre famílias — a dele, a sua, as famílias em geral. "Pare e pense nas mensagens que você recebe todos os dias", diz ele. "Lemos que as pessoas estão trabalhando mais e Ficando menos tempo com suas famílias. Ouvimos que os índices de divórcio só aumentam. Tornam-se raras as grandes famílias formadas por avós, tios e primos, e os parentes mais velhos são postos inteiramente de lado. Enquanto isso, perdeu-se o controle sobre as crianças, e elas têm atitudes espantosas, deixando os que as cercam completamente aturdidos. Essas mensagens se encontram nos jornais, nos noticiários, nos espetáculos e nos filmes a que assistimos."
 

Steve prossegue, defendendo sua tese: "Sem as nossas famílias, não estaríamos aqui. Literalmente. Entretanto, a mensagem que recebemos do mundo exterior é: Aja como um avestruz e fuja dos seus problemas.' A ênfase é colocada nos aspectos negativos do casamento, das relações entre irmãos, no que há de mais nocivo na forma como pais e filhos se tratam. Como é possível agir como um avestruz nesses casos? Acabo de ver um estudo feito por especialistas sobre pessoas de vinte e poucos anos que estão prolongando a adolescência. Na mesma pesquisa, a adolescência é vista como uma extensão da primeira infância. Ou seja, pessoas de 20 anos estão se comportando como crianças de 2 anos!"
 

"A estrutura familiar é tão velha quanto o tempo", diz Steve. "Mas aqui estamos nós, tendo avançado teoricamente em tantos aspectos, mas ouvindo falar da vida familiar como se fosse um tipo de esporte perigoso, semelhante a mergulhar de um despenhadeiro na água. O pior é que muita gente acredita piamente nessa visão. Muitos acham que perderam o controle sobre a própria vida familiar ou que ela é, simplesmente, insatisfatória."
 

Pesquisas confirmam que as preocupações de Steve têm fundamento e fazem parte do cotidiano de muitas famílias. Em entrevistas para estudos, quando perguntadas se achavam que os princípios morais estão mais sólidos ou enfraquecidos, oito entre dez pessoas responderam que eles estão enfraquecidos. Indagadas sobre o porquê, as respostas mais frequentes foram a instabilidade do casamento e problemas familiares.
 

Ante essa realidade, os jovens ficam confusos. É ainda Steve quem acrescenta: "Podemos até ter mais liberdade do que em qualquer outro período da história, ser mais capazes de escolher o caminho a seguir, mas nossa vida familiar está andando para trás. E tudo isso num momento em que as famílias são mais importantes do que nunca."
 

Steve participou da elaboração de um workshop destinado a pais inexperientes para ajudá-los a lidar com as novas responsabilidades e com os problemas enfrentados na educação dos filhos. Sua primeira recomendação é que as pessoas encarem a realidade de frente: "Precisamos de uma grande dose de realidade. Não de uma música dizendo que a família é perfeita, porque isso não é verdade. Mas também não podemos ir para o extremo oposto, afirmando que a família é perigosa e terrível."
 

Ao coordenar a pesquisa para o livro Os 100 segredos das famílias felizes, li estudos sobre hábitos, práticas e atitudes que contribuem para uma vida familiar bem-sucedida, e procurei sempre me orientar pelos ensinamentos de Steve. Este é um livro sobre famílias reais, suas lutas e alegrias, e o que pode ser feito para construir uma vida familiar mais satisfatória. Ele será capaz de ajudar em todos os tipos de situações por que passam pessoas que vivem sob um mesmo teto, desde criar os filhos até se dar bem com os sogros. Cada capítulo de Os 100 segredos das famílias felizes traz conclusões de psicólogos e cientistas que estudaram diversos aspectos do dia-a-dia da vida familiar. A partir daí, especialistas elaboraram conselhos básicos para as famílias, todos eles ilustrados com um exemplo real. Os 100 segredos das famílias felizes vai ajudá-lo a observar com mais atenção e entender melhor os hábitos e atitudes cotidianas. Tenho certeza de que ele pode ser uma força positiva para cada pessoa e para a família como um todo. Como diz Steve, "constituir uma família é a maior realização que a maioria das pessoas terá na sua vida".
  • 1. Seja um bom amigo
Quando olhadas de longe, as tramas familiares podem parecer infinitamente complexas. Mas, quando chegamos mais perto, verificamos que elas não passam de uma série de relacionamentos iguais a todos os que estabelecemos ao longo da vida. Trate então as pessoas da sua família como você trata seus amigos — como se tivesse escolhido conviver com elas e se alegrasse por também ter sido escolhido. Esse é o passo fundamental para fazer de sua vida familiar uma experiência gratificante.
  
Quando pensa em sua adolescência, Claire se lembra da sensação desconfortável de não pertencer ao grupo de colegas. "Eu não queria me meter em encrencas, mas as pessoas não respeitavam minha escolha. Eu me negava a fazer coisas só para atender às expectativas dos outros, e por causa disso eu era posta de lado, o que me causava bastante sofrimento."
 

No entanto, a mãe de Claire sempre a apoiou e confortou. "Eu achava que não ia sobreviver à rejeição, mas minha mãe fez da nossa casa um verdadeiro santuário onde eu sempre podia falar dos meus problemas. Ela me ouvia com o maior interesse. A confiança que ela depositou em mim me deu muita segurança para acreditar nas minhas escolhas."
 

Mas o principal foi o laço de amizade que a mãe estabeleceu com a filha. "Ela foi uma amiga fundamental! Estava sempre disponível, e eu sabia que podia contar incondicionalmente com ela. Minha mãe deixou que eu fosse eu mesma, sempre me estimulando a seguir o meu desejo e tomar minhas decisões."
 

Isso fez de Claire uma pessoa segura, afetuosa e capaz de fazer amigos. Hoje, não se cansa de dar crédito à mãe. "Ela fez do mundo um lugar melhor para muita gente. Espero poder fazer o mesmo."
  
Pesquisas com pessoas capazes de manter laços estreitos e profundos em sua vida familiar e em suas relações de amizade revelaram que o segredo é o forte desejo de estar na companhia dos outros e de valorizá-los. Os estudos também demonstraram que qualquer pessoa pode estabelecer vínculos familiares e de amizade gratificantes. Basta querer e se empenhar para isso.
  • 2. A família faz de você uma nova pessoa
Temos um nome, uma autoimagem, a nossa própria identidade. O que acontece com tudo isso quando nos casamos ou temos filhos? É claro que você não deixará de ser quem é nem precisará abrir mão da sua personalidade. Mas você não é mais uma pessoa isolada — sua família passa a fazer parte da sua pessoa, o que traz mudanças em sua identidade. Então, se você deseja ser feliz na vida familiar, é preciso entender e aceitar essa nova realidade.
  
O ator Richard Gere ouviu muitos relatos sobre a revolução causada na vida das pessoas com a chegada de um filho., Mesmo assim, surpreendeu-se com a sensação que experimentou ao tornar-se pai.
 

"Todos nós ouvimos clichês sobre o que vamos sentir e viver ao ter filhos", diz ele. "O inesperado é que realmente cada um desses chavões é verdadeiro. No entanto, são mais intensos, profundos, amplos e maravilhosos do que qualquer lugar-comum é capaz de exprimir. Trata-se de uma sensação indescritível e deliciosa. E o melhor é que essa sensação acaba se refletindo em todos os outros aspectos da nossa vida."
 

A paternidade afetou a vida do ator nos menores detalhes. "Quando estou com meu filho, digo um 'sim' constante para todas as necessidades dele: 'Sim', 'sim', 'sim'."
Além de ter assistido ao filme preferido do garoto mais de cem vezes, Richard Gere constata a mudança na forma como se via e a transformação na sua relação com o trabalho.
 

"Tudo se torna mais intenso quando se tem um filho e se pode manifestar um amor infinito e sentir o desejo intenso de proteger alguém. Este tipo de emoção extraordinariamente humana nos torna pessoas mais sensíveis, mais próximas de todos os outros seres humanos. Eu me considero um ser humano melhor, mais pleno e solidário."

Homens e mulheres que consideram os filhos como parte da sua identidade tornam-se muito mais atentos às necessidades das crianças e desenvolvem um grande afeto por elas. Correm muito menos risco de ser pais rudes ou indiferentes. 
     

segunda-feira, 10 de abril de 2017

MUSEU DO AMANHÃ (RJ)

  • O Museu do Amanhã é uma iniciativa da Prefeitura do Rio
Concebido e realizado em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo, tendo o Banco Santander como Patrocinador Master e a Shell como mantenedora. Conta ainda com a Engie, IBM e IRB Brasil Resseguros como Patrocinadores, Grupo Globo como parceiro estratégico e o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Ambiente, e do Governo Federal, por intermédio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A instituição faz parte da rede de museus da Secretaria Municipal de Cultura. O Instituto de Desenvolvimento de Gestão (IDG) é responsável pela gestão do Museu.
  • O Museu do Amanhã venceu o prêmio Internacional MIPIM
O Museu do Amanhã venceu, nesta quinta-feira, dia 16 de março, o prêmio internacional MIPIM, na categoria “Construção Verde Mais Inovadora”. Marco da revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro, o Museu tem, entre seus diferenciais, a tecnologia empregada na captação da energia solar e o uso das águas geladas do fundo da Baía de Guanabara no sistema de ar condicionado. Os vencedores da edição 2017 da premiação foram anunciados em cerimônia em Cannes, na França.

“Arquitetura e conteúdo, localização no espaço urbano e integração com meio ambiente, tudo neste museu converge para um despertar de consciência sobre como as escolhas feitas hoje, por cada um de nós, impactam num Amanhã comum. Receber esse reconhecimento é motivo de muito orgulho para nós, da Fundação Roberto Marinho, e também os nossos parceiros que conosco criaram e cuidam deste museu”, comemora José Roberto Marinho, presidente da Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo e responsável pela concepção do Museu do Amanhã.

Em 2016, as diretrizes sustentáveis do Museu do Amanhã também foram reconhecidas com o selo Ouro da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design ou Liderança em Energia e Projeto Ambiental, em português), concedida pelo Green Building Council – principal instituição americana na chancela de edificações verdes. Foi o primeiro museu do país a obter este reconhecimento no segundo mais alto nível de classificação – são quatro: certificado, prata, ouro e platina.

“Difundir as práticas da construção verde é uma das diretrizes da Fundação Roberto Marinho. Depois de termos conquistado, em 2016, o selo ouro na certificação Leed, este é mais um reconhecimento desse trabalho feito a muitas mãos, que fortalece no país a cultura de práticas sustentáveis de construção. Agradeço a todos que participaram dessa conquista, e especialmente à Casa do Futuro, pela busca pela excelência na sustentabilidade. E, especialmente, a cada visitante do Museu do Amanhã que, ao viver a experiência deste museu, tem nos ajudado a projetar uma ponte da cidade com o mundo, e do mundo com seu próprio amanhã”, comenta Hugo Barreto, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho.

“Estamos muito felizes por mais este reconhecimento que recebemos. A premiação coroa um esforço constante do Museu do Amanhã em aliar inovação e sustentabilidade. Além de incentivar a discussão sobre assuntos como utilização da energia solar e a recuperação da Baía de Guanabara no nosso dia a dia, a intenção desde o início era incorporar esses temas ao próprio edifício. E o resultado anunciado hoje mostra que estamos no caminho certo“, comemora Ricardo Piquet, diretor-presidente do Museu do Amanhã.

Com mais de dez reconhecimentos internacionais, o Museu do Amanhã vem conquistando notoriedade global. Em 2016, o “Oscar dos Museus”, prêmio britânico Leading Culture Destinations Awards, elegeu a instituição carioca como o “Melhor Novo Museu do Ano”. O Amanhã também subiu ao pódio com uma medalha de ouro e duas de bronze no International Design & Communication Awards (IDCA), no Canadá.
  • Prêmio MIPIM
Criado em 1991, o Prêmio MIPIM é uma competição internacional que seleciona os mais notáveis projetos já construídos ou em fase de construção em todo o mundo. A premiação é realizada durante a feira MIPIM, maior evento do mercado imobiliário do mundo. O Museu do Amanhã concorreu com a sede da Siemens, em Munique; o edifício residencial 119 Ebury Street, em Londres; e a fábrica da Värtan Bioenergy, em Estocolmo.
  • Museu do Amanhã
A construção do Museu está incluída no conjunto de obras da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro realizadas pelo Consórcio Porto Novo, através da maior Parceria Público-Privada (PPP) do país.  O Museu do Amanhã é uma iniciativa da Prefeitura do Rio, concebido e realizado em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo, tendo o Banco Santander como Patrocinador Master e a Shell como mantenedora. 

Conta ainda com a Engie, IBM e IRB Brasil Resseguros como Patrocinadores, o Grupo Globo como parceiro estratégico e o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Ambiente, e do Governo Federal, por intermédio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A instituição faz parte da rede de museus da Secretaria Municipal de Cultura. O Instituto de Desenvolvimento de Gestão (IDG) é responsável pela gestão do Museu.

quarta-feira, 8 de março de 2017

PARADIGMAS E PRECONCEITOS: Quebre-os e recomece a viver !

  • PARADIGMAS E PRECONCEITOS: 
Uma frase atribuída a Albert Einstein agiganta um dos maiores desafios da evolução humana: o preconceito. A frase é: "é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito". O preconceito, segundo o dicionário, é conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados; opinião desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. A própria definição já indica o equívoco de sua existência e danosas consequências.
O preconceito é responsável pela manutenção de paradigmas que têm atravancado o progresso humano. A palavra paradigma não tem uma conceituação que indique dificuldades ou males, mas como ela significa modelo, padrão, protótipo, está sujeita, em ações concretas e nos relacionamentos humanos, à ação do nefasto preconceito e suas manifestações.
  • QUEBRA DE PARADIGMAS:
Ao longo da nossa história houve velhos paradigmas que foram quebrados, tais como:
... o mundo era plano;
... o sol girava em torno da terra;
... as mulheres não podiam votar;
... os negros eram inferiores;
... cabelos grandes e brincos eram somente para mulheres;
  • Como nasce um paradigma…
Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro havia uma escada e sobre ela, um cacho de bananas.
Cada vez que um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os pesquisadores lançavam um forte jato de água fria sobre os que estavam no chão. Não custou muito para que cada vez que um macaco ameaçava subir a escada, os demais o enchessem de pancadas.
Em pouco tempo nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Os cientistas substituíram então um dos cinco macacos.
A primeira coisa que o novo macaco fez foi tentar subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada.
Um segundo macaco foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo da surra ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato.
Um quarto e, finalmente o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas ficaram então, com um grupo de cinco macacos que, nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: “Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..”
  • Já dizia Albert Einstein: “É mais fácil desintegrar um átomo do que eliminar um preconceito”.
**********
Simplesmente, algumas idéias estão arraigadas em nossa mente desde que nascemos e passamos a viver em sociedade, por sofrermos a influência dos demais… Mister é livrar-se das (ideias) que não nos levam a nada, senão a uma eterna mantença de uma sociedade hipócrita, conservadora e preconceituosa. Portanto, abaixo o preconceito (de cor, raça, etnia, sexo), o falso conservadorismo, os falsos pudores, a hipocrisia…
Estou falando sobre isso, porque assisti no programa do Jô, uma mulher, especialista e presidenta da associação paulista de orquidólogos (corrijam-me se eu estiver equivocado quanto ao correto termo a ser usado para designar as pessoas especialistas em orquídeas), falar que, respondendo a uma pergunta do Jô sobre qual seria a orquídea mais rara, é aquela diferente das outras; aquela que entre 100 iguais, por exemplo, vermelhas, nasce uma branca…
Então, lembrei-me de um comercial que mostrava uma criança portadora da síndrome de down, deficiente mental, pois, cantar, dançar, fazer tudo que uma criança “normal” faz… Com o slogan mais ou menos (quem souber ao certo, favor me comunicar para eu colocar aqui, pois não me recordo) de que o normal é ser diferente. Justamente! Aquela orquídea era rara, porque guardava diferença para com as demais…
Assim, resolvi procurar algo sobre ser diferente e achei um site que mostrava a entrevista com uma pessoa, escritora, jornalista, integrante do instituto de pesquisa internacional em sobre síndrome de down. Estou falando mais de síndrome de down por ser o caso do comercial que deu a ideia para o post, mas é bom frisar que sou contra qualquer tipo de preconceito, vez que fere o princípio da dignidade da pessoa humana ser discriminada pejorativamente (e aí não estou falando do princípio da igualdade que, segundo o eminente jurista, seria tratar os iguais de maneira igual e os desiguais de maneira desigual na proporção de suas desigualdades), sem falar na total deselegância, em que pese estarmos vivendo em pleno século XXI, na modernidade, era da liberdade. O tema da entrevista é perfeitamente pertinente, qual seja: Está na hora de aprender que o normal é ser diferente. Concordo plenamente com a jornalista Cláudia Werneck.
No fundo, todos somos diferentes uns dos outros, com virtudes e defeitos, erros e acertos, cada um com uma personalidade distinta… É por isso que tenho como maior filosofia o “respeito acima de tudo”. Cada um no seu cada um… Que sirva de alerta social… (Por Cirilo Veloso Moraes)


PARADIGMAS - LEMBRAS COMO SE FORMA UM PARADIGMA?


  • RELACIONADO:
“Pensei em me matar”, diz vítima de trote violento em faculdade de medicina 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Brasil - Esta é a Hora De Recriar o Brasil !

  • Nos anos 90, enquanto eu estudava no Center for Creative Leadership, tive a surpresa de encontrar um estudo sobre o Jeitinho Brasileiro.
O autor da obra era Robert Burnside, consultor especialista em inovação que havia trabalhado no Brasil, e, como a maioria dos americanos, adorou a nossa gente, mas observou vários problemas quando a questão era produtividade.
 

A definição de Jeitinho Brasileiro me pareceu bastante interessante: "Criatividade Adaptadora voltada para um Benefício Pessoal e de Curto Prazo, ou seja, um enorme potencial... mal direcionado.
 

De lá para cá, o que houve com o nosso potencial? Quando bem direcionados, arrasamos: em alta tecnologia, criamos sistemas de integração bancária e de votação eletrônica de deixar pessoas de outros países de queixo caído. Estamos nos projetando cada vez mais na moda, publicidade e design. A maior parte de nossas indústrias tem muito do que se orgulhar.
 

Por outro lado...
 

É verdade que o mau direcionamento do nosso potencial deixa a maioria dos brasileiros chocados e desanimados: o jeitinho brasileiro no seu pior sentido se expõe desavergonhadamente nas CPIs e outras denúncias de corrupção que chegam até nós.
 

Será que mais uma vez vamos nos deixar vencer pelo desânimo e permitir que a crise desencadeada pelas denúncias de corrupção sirva apenas para atrasar a nossa evolução? Será que todas as nossas conquistas serão mais uma vez ofuscadas pelo desfile de aberrações ideológicas que assistimos na TV?
 

E se analisarmos um pouco mais o nosso potencial, será que daria para virar a mesa?
 

Abaixo vai uma reflexão minha sobre aspectos da criatividade brasileira que nos influenciam. Vejamos:
 

JOGO DE CINTURA - Qualquer executivo brasileiro pode se considerar PhD em administração de surpresas. Essa nossa flexibilidade - em termos macro e micro - já é tão reconhecida que alguns americanos andam dizendo que Brazilian rima com resilient, que significa flexível, maleável. Nem por isso deixamos de planejar. A segurança de saber improvisar não faz de nós pessoas irresponsáveis.
 

PREOCUPAÇÃO COM OS OUTROS - Gostamos de agradar, de estar bem com todos. Às vezes exageramos, deixando de expor nossos pontos de vista ou de lutar por uma causa com medo de desagradar. É o famoso deixa quieto. Por outro lado, desenvolvemos uma sensibilidade específica, que nos ajuda a perceber o outro.
 

CONVIVÊNCIA COM A MAGIA - Não somos uma cultura cartesiana. Aceitamos as religiões afro-brasileiras e respeitamos nossa intuição. A criatividade precisa desse componente: por definição, quando somos criativos, nunca sabemos aonde vamos chegar. E só criamos quando acreditamos que chegaremos a um bom resultado.
 

SINCRETISMO - Não somos uma cultura que divide, compartimentaliza ou rotula. Religiões, pratos de comida, raças, tudo se mistura em nossa cultura. Não é assim que a Criatividade funciona? Sei bem que nem só de criatividade vive o homem, ou seja, a criatividade não é a única competência necessária para mudar um país.
 

Sei também que uma cultura não muda fácil nem rapidamente; Mas acredito na velha história de que toda crise é também uma oportunidade. Não poderíamos dar uma virada agora, recriar um Brasil que canaliza seu potencial a favor do seu crescimento? Já vi empresas que, ao darem foco aos seus colaboradores fizeram com que eles aliassem jogo de cintura à visão de longo prazo, já vi nossas habilidades interpessoais serem decisivas em concorrências internacionais, e vejo nosso sincretismo como um poderoso instrumento para a propagada administração da diversidade, fundamental num mundo globalizado. 

Quem sabe agora não seja a hora de praticarmos uma Criatividade Inovadora, Voltada para um Benefício Coletivo e de Longo Prazo?
  • http://www.giselakassoy.com.br/

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Miguel Falabella chega a BH nos dias 07 e 09 de Outubro com o espetáculo "GOD", - um ato de Deus', no Cine Theatro Brasil.




  • God, o Rei do Universo está vindo para BH.  Do vencedor do Emmy Award David Javerbaum, o espetáculo tem versão brasileira adaptada e estrelada por Miguel Falabella.
 
God foi aclamada pela crítica e premiada pela escolha do público como a melhor comédia da Broadway em 2016. Na versão americana já encarnaram o “todo poderoso” os atores Jim Parsons - conhecido pelo personagem Sheldon, do seriado “The Big Bang Theory” - e Sean Hayes, que interpretou Jack McFarland em “Will & Grace”.
 

Na versão brasileira de “God”, Deus toma forma através do ator Miguel Falabella, que junto de seus arcanjos Gabriel e Miguel – interpretados por Magnon Bandarz e Elder Gattely - responde a algumas das questões mais profundas que têm atormentado a humanidade desde a Criação.
 

De uma forma muito particular, o Deus de Miguel Falabella vem para arrancar muitas risadas do público e esclarecer os maiores segredos do universo, ou pelo menos, do Brasil. Afinal, Deus não é brasileiro?
Ficha Técnica: Texto de David Javerbaunm.Versão Brasileira: Miguel Falabella. Cenário e Figurino: Marco Pacheco. Iluminação: Adriana Ortiz. Trilha Sonora: Leandro Lapagesse. Realização: Aveia Cômica e Chaim Produções.



O Espetáculo "GOD" chegará em Curitiba nos Dias 15 e 16 de Outubro, sábado às 21h e domingo às 19h.
  •  Ideias de Canário - Machado de Assis
https://leiturasredigidas.blogspot.com.br/2016/08/ideias-de-canario-machado-de-assis.html

sábado, 10 de setembro de 2016

Amor a Vida - História de superação - Nobre Diferença


  • Conheça o homem que juntou dinheiro por 10 anos para comprar ambulância e salvar animais abandonados.
Balu e sua esposa passam o dia levando cães e gatos de rua para serem tratados em veterinários.
 

Muitas pessoas passam anos economizando para realizar aquele sonho de criança e comprar um carro. O indiano Balu teve uma história bem semelhante, mas com uma nobre diferença: no lugar de um possante para passear por aí, ele juntou moeda por moeda para adquirir uma van e transformá-la em ambulância de animais.
 

Desde então, ele se dedica a melhorar a vida dos bichinhos abandonados: o rapaz e sua esposa passam o dia recolhendo cães e gatos e os entregando para veterinários.
 

Para bancar as viagens, ele cobra 16 rúpias, o equivalente a 94 centavos de real, por quilômetro rodado. Quem paga essa quantia é o tutor: a pessoa que entra em contato para indicar um animal que precisa de ajuda.
 

Quando não há vagas em ONG's ou clínicas, nada de devolvê-los para a rua. Balu os acolhe em casa - também pedindo uma colaboração financeira, de 300 rúpias ou R$17,64 por dia. Por lá, ele trata de ferimentos, dá comida e remédios.
 

Segundo o cuidador, em entrevista ao Open Road India, alguns vizinhos se incomodam. Já ele, não liga para as críticas. "Essa é minha vida agora e não posso deixá-los para trás. Vou continuar fazendo isso para sempre", finaliza.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

BRASIL INFANTIL - ETERNA ALIANÇA - O Sapo que virou Príncipe


Era uma vez uma bondosa princesa muito bonita, que vivia num reino muito distante.
 

Um dia, sem querer, a princesa deixou cair uma bola dentro de um lago. 

Pensando que a bola estivesse perdida, começou a chorar.
 

— Princesa, não chore. Vou devolver a bola para você. — disse um sapo. — Pode fazer isso? – perguntou a princesa. — Claro, mas, só farei em troca de um beijo. A princesa concordou....
 

Então, o sapo apanhou a bola, levou-a até os pés da princesa e ficou esperando o beijo. Mas, a princesa pegou a bola e correu para o castelo. O sapo gritou: — Princesa, deve cumprir a sua palavra! O sapo passou a perseguir a princesa em todo lugar. Quando ia comer, lá estava o sapo pedindo a sua comida. O rei, vendo sua filha emagrecer, ordenou que pegassem o sapo e o levassem de volta ao lago.
 

Antes que o pegassem, o sapo disse ao rei: — Ó, Rei, só estou cobrando
uma promessa. — Do que está falando, sapo? Disse o rei, bravo.
 

— A  princesa prometeu dar-me um beijo depois que eu recuperasse uma bola perdida no lago. O rei, então, mandou chamar a filha. O rei falou à filha que uma promessa real deveria ser cumprida. Arrependida, a princesa começou a chorar e disse que ia cumprir a palavra dada ao sapo.
 

A princesa fechou os olhos e deu um beijo no sapo, que logo pulou ao chão. Diante dos olhos de todos, o sapo se transformou em um belo rapaz com roupas de príncipe. Ele contou que uma bruxa o havia transformado em sapo e somente o beijo de uma donzela acabaria com o feitiço. 

Assim, ele se apaixonou pela princesa e a pediu em casamento. A princesa aceitou. Fizeram uma grande festa de casamento, que durou uma semana inteira. A princesa e o príncipe juntaram dois reinos e foram felizes para sempre.
 

  • 10 coisas que você não sabia sobre a relação entre o PT e o PSDB
PT e PSDB são os irmãos Karamazov da política nacional. Nas últimas décadas, ambos os partidos travaram duelos apaixonados e transformaram o debate público brasileiro num imenso caldeirão, um Fla-Flu. De um lado os azuis, do outro os vermelhos. De um lado o tucano, do outro a estrela. De um lado o professor, do outro o operário.
 

O que poucas pessoas sabem é que há mais coisas em comum entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido da Social Democracia Brasileira do que julga nossa vã filosofia. PT e PSDB nasceram no mesmo lugar, no coração da esquerda paulistana, com concepções políticas e econômicas muito parecidas, e com duas figuras históricas – Lula e Fernando Henrique Cardoso – que não teriam ascendido sem o outro. E tudo isso nunca foi negado por seus criadores. Pelo contrário.

    “Nós estamos que nem dois jogadores de futebol, somos amigos, somos até irmãos e estamos jogando em times diferentes”, já disse Lula sobre a relação entre os partidos.


    “Nossas diferenças com o PT são muito mais em relação à disputa de poder do que sobre ideologia”, já assumiu Fernando Henrique Cardoso.
De fato, é muito difícil desassociar a história de ambos. O sociólogo francês Alain Touraine, de esquerda, ex-professor e amigo pessoal de Fernando Henrique, chegou a afirmar que o futuro do Brasil seria a união dos partidos. Em 2004, Touraine disse que os governos de FHC e Lula faziam parte de um mesmo projeto. E tal cenário é assumido por seu pupilo. Para FHC, há uma massa política atrasada no país e a polarização entre PT e PSDB serve para tirá-lo desse atraso.


    “Os dois partidos que têm capacidade de liderança para mudar isso são o PT e o PSDB. Em aliança com outros partidos. No fundo, nós disputamos quem é que comanda o atraso”, disse.
Aqui, 10 coisas que você não sabia sobre a relação entre os dois partidos que mais pediram o seu voto nos últimos tempos.
Foi em 1978.
 

Fernando Henrique Cardoso era o príncipe dos sociólogos, um membro ativo da comunidade acadêmica paulistana que havia deixado a universidade para abraçar a vida pública. Era sua estreia de gala, o candidato de esquerda na corrida ao Senado pelo maior estado do país, a nova aposta do MDB.
 

Lula era o sapo dos operários, um líder do movimento sindical que tinha “ojeriza” à política partidária. Convencido por alguns amigos, abriu uma exceção para a candidatura do sociólogo do Morumbi. Pediu em troca sua adesão às bandeiras econômicas dos sindicatos, prontamente atendidas. Tal qual FH, era sua primeira vez nas corridas eleitorais. E a meta era clara: somar o máximo de votos possíveis para Fernando Henrique Cardoso.
  

Como conta o próprio Lula: “Acontece que em 78, primeiro ano das greves do ABC, o MDB estava lançando sua chapa de senadores. Algumas pessoas, alguns jornalistas cujos nomes não vou dizer, queriam que a gente apoiasse Cláudio Lembo, da Arena. Fui apresentado a Fernando Henrique Cardoso. Aí fomos para a campanha. Fui representar Fernando Henrique Cardoso em vários comícios.”
 

Lula levou FHC às portas de fábrica e rodou com ele pelo interior do estado. 

Era o príncipe e o sapo unidos em torno da criação do mesmo reino – a maior figura daquilo que viria a ser o PSDB com a maior figura daquilo que viria a ser o PT. Num palanque do MDB, com artistas e figuras ilustres da esquerda paulistana, o líder operário irritou-se com a festividade. Virou-se para Ulysses Guimarães e esbravejou: “O trato é que iria pedir votos só para o Fernando Henrique Cardoso. Todo mundo sabe que sou o principal cabo eleitoral do Fernando Henrique Cardoso. Agora querem que eu peça votos também pro Montoro. Eu não vou pedir. Se não me deixarem fazer o que eu quero, eu desço e levo o palanque todo comigo, e vamos fazer o comício em outro lugar.”
 

Era o início de tudo. Fernando Henrique acabaria eleito primeiro suplente do senador Franco Montoro e, quatro anos depois, quando Montoro virou governador, assumiu a vaga, dando princípio à carreira política que o levaria ao cume do poder nacional. Sem o apoio de Lula em seus primeiros passos, nada disso seria possível.
 

Na década de setenta, Fernando Henrique Cardoso tinha uma casa de praia em Picinguaba, Ubatuba, litoral norte de São Paulo. Em 1976, entre as indas e vindas de sua vida acadêmica dentro e fora do país, deixou o imóvel nas mãos de um amigo de longa data que conhecia desde os tempos de garoto – um sujeito chamado Eduardo Matarazzo Suplicy. “Em 1976, aluguei uma casa em Paraty e fui conhecer Picinguaba. O Fernando Henrique Cardoso tinha uma casa lá, que acabou me emprestando por seis meses quando ele foi para a França. O filho da caseira me mostrou um terreno, onde acabei construindo minha casa, dois anos depois”, conta Suplicy.
 

Um ano depois, o fundador do PSDB abriria as portas para o fundador do PT e sua esposa – Lula e Marisa – passarem um final de semana no imóvel. Lula ficou extasiado com a paisagem. Só reclamou dos mosquitos.
 

No final da década de 1970, Fernando Henrique e Lula participaram de uma reunião no ABC paulista, com intelectuais e dirigentes sindicais, para discutir o que fazer diante da iminente redemocratização no país. Nesse espaço, discutiram a criação de um partido socialista. Mas a ideia não foi pra frente. Como conta o sociólogo Francisco Weffort, fundador do PT e posteriormente ministro do governo FHC: “Apesar das muitas afinidades, prevaleceu a divergência. Daquele grupo, uns saíram para criar o PT e outros, anos depois, o PSDB.”
Segundo Eduardo Suplicy, que reuniu Lula e Fernando Henrique diversas vezes em sua casa para discutir o futuro do país e a possível criação de uma nova legenda, ela só não nasceu pelo conflito de liderança entre os dois: “Cada um avaliava que seria o líder maior da organização que se formasse. Tinham dificuldade de aceitar a liderança um do outro, e ficava muito difícil para ambos ficar no mesmo partido”, conta.
 

Por muito pouco, PT e PSDB não se tornaram um único partido.
 

A história dos principais caciques tucanos se confunde com a história dos principais caciques petistas. Juntos, ajudaram a construir a esquerda brasileira.
 

Fernando Henrique Cardoso sempre foi um estudioso do marxismo, por influência de Florestan Fernandes. Na década de 50, auxiliava a edição da revista “Fundamentos”, do Partido Comunista Brasileiro. Também integrava um grupo de estudos dedicado à leitura e discussão da obra O Capital, de Marx. Em 1981, ao lado de Eduardo Suplicy, ingressou numa lista da Polícia Federal. Era tratado como comunista pela ditadura.
 

O economista José Serra foi uma das principais lideranças estudantis de seu tempo, presidente da UNE e um dos fundadores da Ação Popular, grupo de esquerda que revelaria os petistas Plínio de Arruda Sampaio e Cristovam Buarque. Serra é amigo pessoal e conviveu por anos no exílio com a economista petista Maria da Conceição Tavares, uma das principais influências intelectuais do Partido dos Trabalhadores e referência particular de Dilma.
 

O tucano Aloysio Nunes, vice de Aécio Neves na última eleição, foi membro da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira liderada por Carlos Marighella – era seu motorista e guarda-costa. Aloysio realizou inúmeros assaltos à mão armada em nome da revolução socialista.
 

José Aníbal, uma das figuras mais proeminentes do PSDB paulista, foi amigo de adolescência de Dilma Rousseff, com quem estudava matemática depois das aulas, e seu parceiro na Organização Revolucionária Marxista Política Operária, também conhecida como POLOP. Aníbal foi um dos fundadores do PT, antes de ser presidente do PSDB.
 

Juntos, eles fundariam os dois partidos políticos mais relevantes do país.
O recém formado PSDB, criado por dissidentes de esquerda do MDB, lançou o senador Mario Covas candidato à presidência em 1989. Covas alcançou pouco mais de 7 milhões de votos no primeiro turno e terminou a corrida na quarta colocação. O que pouca gente se lembra é que o PSDB apoiou Lula no segundo turno – o PMDB, de Ulysses Guimarães, tentou seguir o mesmo caminho, mas acabou rejeitado pelo Partido dos Trabalhadores. Os tucanos, por outro lado, foram acolhidos. Em almoço com o prefeito de Belo Horizonte eleito pelo PSDB, Pimenta da Veiga, Lula ouviu do tucano: “Eu tenho também a alegria de saber que, pela primeira vez, aqui se reúnem representantes de todas as forças progressistas do país, nesta tarde, neste almoço. Eu estou certo que isso terá desdobramentos. E acho que deve ser assim, porque o Brasil deseja mudanças em profundidade. E só essas forças progressistas podem fazer essas mudanças.”
 

Lula perderia a eleição para Collor em poucas semanas.
 

Em 1993, o Brasil passou por um plebiscito sobre a forma e o sistema de governo do país. De um lado, o PT articulava a formação de uma Frente Presidencialista. De outro, o PSDB defendia a implementação do parlamentarismo. Numa conversa informal, Lula e FHC chegaram a conversar sobre um plano em que o operário se tornaria presidente e o sociólogo primeiro-ministro.
 

Em 1998, como revela numa conversa com o ex-senador petista Cristovam Buarque, FHC recebeu Lula no Palácio do Alvorada e arriscou uma nova previsão. “Cristovam Buarque: Em novembro de 1998, acompanhei o Lula para visitá-lo. Quando o senhor abriu a porta do apartamento residencial no Alvorada, disse: “Lula, venha conhecer a casa onde você um dia vai morar”. Foi generosidade ou previsão? 

Fernando Henrique Cardoso: Não creio que tenha sido uma previsão, mas sempre achei uma possibilidade. E também um gesto de simpatia. Eu disse ao Lula naquele dia: “Temos uma relação de amizade há tantos anos, não tem cabimento que o chefe do governo não possa falar com o chefe da oposição”. Era uma época muito difícil para o Brasil. Eu disse lá, não sei se você se lembra: “Algum dia nós podemos ter de estar juntos”. Eu pensava numa crise. E disse ao Lula: “Não quero nada de você. Só conversar. É para você ter realmente essa noção de que num país, você não pode alienar uma força”. Lula conversou comigo no dia da posse. E foi bonita aquela posse… Na hora de ir embora, o Lula levou a mim e a Ruth até o elevador. E aí ele grudou o rosto em mim, chorando. E disse: “Você deixa aqui um amigo”. Foi sincero, não é?”
 

Em 1999, Fernando Henrique relatou o quanto respeitava Lula. Numa conversa com Eduardo Suplicy, revelou que quando Lula aparecia na televisão falando mal dele, simplesmente desligava o aparelho. “Fico triste, perco até o humor. Para vocês terem uma ideia do quanto eu gosto e admiro o Lula. Você sabe, Eduardo, o que eu fiz com Lula quando ele esteve comigo no Alvorada, mostrei a ele o meu quarto e disse: “Um dia isso aqui vai ser os seus aposentos”. A gente faz isso com adversário, nem com todos os amigos a gente faz isso. Pois eu mostrei a Lula as dependências da residência oficial em que moro. Mostrei o meu quarto.”
 

Em três anos, Lula viraria presidente. A profecia tucana se cumpriu.
 

Nas eleições de 2002, FHC retaliou José Serra, candidato pelo PSDB à sucessão presidencial, por ataques feitos a Lula durante a campanha. Fernando Henrique disse também, em conversas reservadas, que foi um erro o ataque direto ao presidente do PT, o então deputado federal José Dirceu. Dirceu era o petista mais próximo de seu governo e a ordem era que se suspendesse imediatamente as críticas a ele. Seu puxão de orelha foi transmitido ao comando do marketing da campanha de Serra.
 

Com Lula eleito, FHC iniciou uma campanha secreta em sua defesa. A história é narrada no livro ”18 Dias — Quando Lula e FHC se uniram para conquistar o apoio de Bush”, escrito por Matias Spektor, doutor em relações internacionais pela Universidade de Oxford e colunista da Folha de São Paulo. Como conta Spektor: “Lula despachou José Dirceu [que viria a ser o chefe de sua Casa Civil] para os Estados Unidos e acionou grupos de mídia e banqueiros brasileiros que tinham negócios com a família Bush. Disciplinou as mensagens de sua tropa e abriu um canal reservado com a embaixada americana em Brasília. Lula não fez isso sozinho. Operando junto a ele estava o presidente brasileiro em função – Fernando Henrique Cardoso. FHC enviou seu ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, em missão à Casa Branca para avalizar o futuro governo petista. O presidente também instruiu seu ministro da Fazenda, Pedro Malan, a construir uma mensagem comum junto ao homem forte de Lula, Antonio Palocci.

Eles fizeram uma dobradinha para dialogar com o Tesouro dos Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional e Wall Street. Fernando Henrique ainda orientou Rubens Barbosa, seu embaixador nos Estados Unidos, a prestar todo o apoio a Lula.”
 

Sem esse apoio, Lula certamente não conseguira a estabilidade internacional que teve. Não fosse FHC, sua história teria tomado outros rumos. E a do Brasil também.
 

No início dos anos 2000, Henrique Meirelles deixou de lado uma vida bem sucedida como executivo do setor financeiro para candidatar-se a deputado federal por Goiás. Recebeu 183 mil votos e se tornou o deputado mais votado do estado. Seu partido era o PSDB. Com o sucesso eleitoral e o respeito do mercado financeiro, foi convidado por Lula para ser o primeiro presidente do Banco Central de seu governo, cargo que ocuparia por longos 7 anos. Meirelles ainda receberia as bençãos de FHC, antes de se desfiliar do PSDB e deixar o cargo que havia sido eleito. Lula telefonou para Fernando Henrique para avisar a escolha.
 

Em 2003, Marcos Lisboa, outro homem forte da economia do primeiro governo Lula, declarou que a equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso merecia uma “estátua em praça pública” por ter promovido os acordos com os governos estaduais e municipais na negociação da dívida e também por ter criado a Lei de Responsabilidade Fiscal.
 

Anos mais tarde, Fernando Henrique revelou comemorar as conquistas do governo Lula. “Eu também comemoro a melhoria na distribuição de renda. A política dele é a minha”, disse.
 

Durante todo governo Lula, duas figuras construíram uma ponte entre o presidente operário e o ex-presidente sociólogo: os então ministros Antonio Palocci, da Fazenda, e Márcio Thomaz Bastos, da Justiça. Os encontros foram confirmados por ambos – Palocci confirmou que esteve pessoalmente com FHC “pelo menos cinco vezes”; Bastos disse ter conversado pessoalmente com o ex-presidente apenas uma vez, em junho de 2005, mas confirmou que os contatos por telefone eram muito frequentes. Lula sempre soube das conversas e, mais de uma vez, em momentos difíceis, sugeria a Palocci: “Vai conversar com Fernando Henrique”.
 

Em 2005, no auge do escândalo do Mensalão e com a pressão por impeachment, Lula orientou seus dois homens fortes para pedirem a FHC que aplacasse os ânimos da oposição. O tucano aceitou de prontidão. Na conversa com Thomaz Bastos, FHC concordou que um impeachment de Lula, à época uma ameaça real, “tornaria o país ingovernável”. Fernando Henrique dizia que não queria criar “uma cisão no Brasil”. Os tucanos acataram a ordem e a história do impeachment perdeu força.
 

PT e PSDB são tratados como antagonista no cenário político nacional, mas a verdade é que em pelo menos 999 cidades (o correspondente a 18% das 5.569 cidades brasileiras), os partidos fizeram parte da mesma coligação nas últimas eleições municipais. Só no estado de São Paulo, esse número foi de 54 municípios.
 

Em Schroeder, Santa Catarina, por exemplo, o prefeito eleito foi o tucano Osvaldo Jurck; seu vice foi o petista Moacir Zamboni. Em 149 casos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as chapas que contaram com o PT foram encabeçadas por candidatos a prefeito pelo PSDB.
 

Tudo como se fossem feitos um para o outro.
  • EM DEFESA DA DEMOCRACIA
Este texto deve, por certo, desagradar algumas pessoas, mas como não me importa agradar e sim alertar, vou correr esse risco.
Assusta-me ver pessoas marchando pelas ruas empunhando cartazes pedindo uma intervenção militar, a maioria agindo inocentemente, convencida de que a ditadura em nosso país foi um período maravilhoso e que era necessária para salvar-nos da eterna “ameaça comunista”.  Vejo algumas pessoas mais maduras seguirem esse mesmo embalo, talvez porque fizessem parte daquela minoria bem nascida que nunca teve problemas para comprar o que bem quisesse, ou talvez porque foram formados nas escolas infestadas da bactéria do militarismo e não se preocuparam em conhecer a história quando a ditadura enfim acabou.
 
Os mais jovens por certo não viveram esse período, no qual tive a oportunidade de passar minha infância adolescência e até mesmo o início de minha vida adulta. Nunca estive envolvido com a luta armada e nem tinha uma visão política da realidade, como boa parte dos brasileiros que procurava sobreviver e levar sua vida.  Na verdade éramos uma sociedade submetida a uma verdadeira lavagem cerebral, obrigados a saber na ponta da língua todos os hinos marciais, com a desculpa de aprendermos música, e a idolatrar todos os heróis militares que nos pudessem empurra goela abaixo.
 
A imprensa era impedida de noticiar qualquer coisa negativa sobre o regime (bem diferente de hoje em dia) e os “inocentes” álbuns de figurinhas eram cheios de palavras de ordem e propaganda militarista. Foi a época áurea de Don e Ravel, que só fizeram sucesso nessa época, cantando loas ufanistas ao Brasil. Foi também a época áurea da EXPOEX- Exposição do Exército que pretendia incutir nos jovens o desejo de tornar-se soldado. As escolas montavam excursões para ir até elas.
 
A ditadura foi combatida em várias frentes, desde a luta armada até à resistência pacífica e cultural, bem como por vários exilados políticos que a combatiam de fora do país.
 
É claro que me causa horror ver alguns “artistas” de hoje, conscientemente ou não, reproduzirem o discurso do medo que ecoou nos idos dos anos 60. Claro que me causa espanto ver pessoas anônimas de bem, caírem no conto da ditadura branda.
 
Pior do que isso me causa náuseas, ver pessoas usarem de uma liberdade de expressão para justamente dizerem que não temos liberdade de expressão. É muita ignorância ou preguiça de pensar. Afinal, se estivéssemos impedidos de nos expressarmos, em qualquer grau de censura, essas mesmas pessoas já estariam presas há muito tempo. Queria ver essas pessoas, que tem horror à democracia, falarem um centésimo do que dizem sobre o governo atual, se fosse algum general que lá estivesse. 

Por certo a sua valentia acabaria em segundos.
 
Pior do que isso é ver as mesmas forças “de direita” usarem os mesmos argumentos que levaram Getúlio Vargas ao suicídio, para tentar nos enfiar goela abaixo uma nova ditadura.
 
Pior ainda é ver partidos políticos, emitirem notinhas sem sentido, fingindo não concordar com o caos que se está instalando, simplesmente porque pretendem levar vantagem com isso.
 
Mas, um partido político que abriga em seu cerne, descendentes de ministros da ditadura e de famílias tradicionais, acostumados a mandar e desmandar sem serem contrariados, só pode mesmo fingir-se de inocente neste momento.
 
Para alguns desses senhores um golpe militar apenas serviria para garantir seus direitos de propriedade e riqueza, não conquistados pela meritocracia que tanto apregoam, mas por herança.
 
Não, não estou pregando nenhuma guerra de classes, esse é outro discurso batido e sem sentido, estou apenas dizendo que para “meia dúzia” de políticos fracassados, um novo golpe militar seria uma redenção, uma volta às capitanias hereditárias das quais não querem abrir mão.
 
As pessoas vivem repetindo frases do tipo: Mostre-me um país onde o comunismo de certo!
 
Pois bem, eu faço outra pergunta: Em que país um regime militar deu certo?
 
O mais incrível é que, em tempos de internet, onde se pode facilmente tomar conhecimento do que ocorreu na ditadura militar, as pessoas se neguem o direito de pesquisar e conhecer a história deste país.  Parece-me inconcebível que educadores não procurem conhecer a história de Paulo Freire e Anísio Teixeira. Que estudantes de jornalismo não se importem em conhecer sobre a morte de Vladimir Herzog...
 
Enfim: Um povo que não conhece sua história está fadado a repetir os mesmos erros do passado. - Jorge Linhaça

  • REFERÊNCIAS:

  • Patriotismo ou Ilusionismo?

domingo, 20 de março de 2016

TECNOLOGIA - INTERNET deu voz aos imbecis

  • Estamos nos levando a sério demais na internet. Os imbecis nunca receberam tanta atenção.

Não é preciso ser nenhum gênio para notar esse fato social curioso que está em curso, após a grande difusão da internet na última década. 

Idiotas que nunca poderiam ser levados a sério na “vida real” ganharam grande importância em suas opiniões, e todos podem e opinam sobre qualquer assunto e pessoa em seus perfis sociais na rede, que são compartilhados com o público.
 

A internet é parte desse processo de globalização arrojado em que vive a terra desde o fim do chamado Mundo Bipolar, ela trata de conferir uma espécie de sensação democrática em que um indivíduo pode tornar a sua voz audível a um número imenso de outros indivíduos. Isso tudo é de certa forma maravilhoso, porque facilitou e modificou variados tipos de relações independentemente da distância entre as pessoas.
 

No Brasil, o fenômeno tem sido uma experiência sociológica curiosa, porque tem dado a cada um imensa importância em suas opiniões. Quem nunca fez a experiência de ler os comentários publicados no facebook, nas publicações dos perfis de notícias, ou nas discussões de grupos, fóruns e mesmo na seção específica de comentários das páginas, talvez não tenha percebido quão deficiente é a formação educacional e cultural dos brasileiros.
 

Os blogs e vlogs – espaços em redes sociais em que pessoas postam vídeos com opiniões etc. – basicamente são os formadores de opinião de uma grande massa de pessoas que utilizam a internet. Discute-se política, economia, religião, sexualidade etc., a partir de frases ou pequenos textos e vídeos contendo meia dúzia de argumentos, às vezes completamente equivocados do ponto de vista técnico e dissociados da realidade. Some-se a isso a quantidade de opiniões vazias de qualquer inteligência que lotam os comentários desses espaços.
 

Uma relação muito simples que podemos fazer para compreender o desdobramento completamente vazio de significado da maioria de nossas discussões na internet é trazermos a situação para uma grande praça onde alguém está fazendo um discurso ou apenas gritando frases racistas ou homofóbicas, neste momento ninguém traz consigo um gravador ou câmera para registrar aquilo e depois sair mostrando aos amigos, fazendo campanhas para demonstrar o quão determinada pessoa é retrógrada ou racista, e ainda que neste exemplo alguém gravasse com o seu celular a divulgação seria por meio de alguma rede que utiliza a internet.
 

Há um excesso de prints de comentários de políticos, religiosos e até mesmo de pessoas comuns afirmando coisas completamente inadmissíveis do ponto de vista da sensatez, todavia damos público e palcos para aqueles que sequer mereciam a nossa atenção se estivessem dizendo aquelas coisas, que estão sendo compartilhadas por nós, em uma praça pública.
 

Se a internet se tornou a Ágora do nosso tempo, vivemos em uma democracia completamente imbecilizada pela falta de conteúdo e de raciocínio crítico daquilo que se deve ou não levar realmente em consideração. Falta, de outro lado, um incentivo à retomada da razão crítica, porque, ainda que algum conteúdo pudesse efetivamente ser usado nas discussões em rede, a ausência de capacidade cognitiva da grande maioria dos leitores e espectadores dessas discussões não consegue compreender completamente o que é dito para além do senso comum.
 

Em verdade, nossa sociedade vive o fenômeno da especialização em termos de conhecimento, mas contrariamente a isso, na internet, qualquer pessoa pode refutar o que disse um médico ou jurista, e sempre haverá público para dar atenção a ela, não obstante quão grosseiramente imbecil seja o que ela está dizendo. Além disso, difícil é encontrar uma discussão capaz de se prender a um objeto e trabalhar em cima dele, por isso, geralmente, no final dessas discussões de internet todos estão falando de coisas diferentes e ninguém convencerá ninguém de nada, apenas servirá para estragar a amizade entre aquelas pessoas, se houver.
 

Os livros e o estudo – no sentido clássico do termo – são facilmente trocados por essa espécie de cultura online em que as coisas podem ser ditas em 140 caracteres, vídeos de 15 minutos ou textos no facebook (que serão comumente chamados de textões!). E isso se torna mais dramático quando pensamos que se todos gastássemos as horas que gastamos na internet – sendo o Brasil o país que mais fica horas online – lendo um livro ou se debruçando sobre algum estudo avançaríamos muito como nação, o que melhoraria a nossa política, economia etc.
 

Escrevendo sobre este tema, não posso deixar de lembrar a reação do Chico Buarque ao tomar conhecimento de como funcionava as opiniões das pessoas na internet, vamos nos inspirar nele:
(HAHAAHAHAHAHAHA)

  •  Redes sociais deram voz a legião de imbecis, diz Umberto Eco
Crítico do papel das novas tecnologias no processo de disseminação de informação, o escritor e filólogo italiano Umberto Eco afirmou que as redes sociais dão o direito à palavra a uma “legião de imbecis” que antes falavam apenas “em um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”.
A declaração foi dada nesta quarta-feira (10), durante o evento em que ele recebeu o título de doutor honoris causa em comunicação e cultura na Universidade de Turim, norte da Itália.
“Normalmente, eles [os imbecis] eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel”, disse o intelectual.
Segundo Eco, a TV já havia colocado o “idiota da aldeia” em um patamar no qual ele se sentia superior. “O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”, acrescentou.
O escritor ainda aconselhou os jornais a filtrarem com uma “equipe de especialistas” as informações da web porque ninguém é capaz de saber se um site é “confiável ou não”.



Redes socialmente lotadas de juízes
 

Idiotas, eram assim designados pelos gregos, aqueles que não votavam