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domingo, 19 de novembro de 2017

Trabalho em Sua Vida - Como Conciliar com Sua Vida Familiar

  • O malabarismo do dia-a-dia entre nossa vida profissional e nossa vida pessoal é um peso que parece não deixar nossas costas, sendo uma das principais fontes de estresse entre as pessoas.
A sociedade de hoje encontra dificuldades de equilibrar com sucesso suas carreiras e suas famílias, acabando por priorizar um ou outro. Esta questão tem gerado  uma série de resultados disfuncionais – tensão nas relações familiares tensas e distantes, a ineficiência no trabalho e problemas na saúde física e mental.

Encontrar uma forma de contrabalançar o nosso trabalho e nossa vida familiar é imprescindível ao mesmo tempo que parece ser uma tarefa muito difícil, mas várias pessoas já conseguiram encontrar seu ponto de equilíbrio, então não deve haver qualquer razão para você não tentar fazer o mesmo.

Confira alguns segredinho que poderão ajudá-lo a tirar maior proveito destes dois mundos tão importantes em nossas vidas e que, juntos, fazem de nós quem somos. 

- Deixe Suas Manhãs Mais Fáceis

Evite começar o dia na correria organizado o que precisa na noite anterior. Lancheira e roupas das crianças, separe também a sua roupa para o dia seguinte. Faça uma lista de tarefas para o dia seguinte e divida o cronograma, determinando se será o pai ou a mãe que irá vestir as crianças, comprar mantimentos necessários, e cozinhar as refeições. Este também é um bom momento para discutir qualquer alteração no cronograma da família. Sabendo que muitas das tarefas já foram concluídas anteriormente permitirá que você gaste alguns minutos tomando café da manhã com as crianças sem apressar todo mundo para fora da casa.

- Organize um Calendário para a Família

Todos nós nos organizamos melhor quando temos uma agenda e um calendário. Por que correr o risco de esquecer uma data importante para seu parceiro, ou seus filhos ou até mesmo o vencimento de uma conta? Isso só gererá descontentamento e estresse ou até brigas familiares. Anotem tudo no calendário, só não esqueçam de conferir e manter sempre atualizado.

- Estabeleça Limites Entre Trabalho e Família

É importante criarmos limites entre o trabalho e a família. Isto significa determinar quais ações são aceitáveis e inaceitáveis. Fronteiras ajudam manter a a proteger o seu trabalho das distrações da família, bem como proteger o seu envolvimento familiar das obrigações no trabalho. Com limites claros, será mais fácil para você identificar quando sua ação não está sendo a favor de um aspecto de sua vida.

- Foco Para Não Desperdiçar Tempo

Defina horários para verificar e-mails ou fazer telefonemas, coisas que você pode fazer quando as crianças estiverem dormindo. Reduza o tempo de assistir TV para maximizar o tempo com seu parceiro durante a noite. Quando passar tempo com seus filhos, evite multitarefa e foque neles. No seu local de trabalho, para tentar evitar o desperdício de tempo. Você precisa sim ter um relacionamento com seus colegas de trabalho, mas evite o excesso de distração. Concentre-se em suas tarefas no trabalho e converse com seus colegas durante os intervalos do café ou almoço.

- Atividades Especiais em Família

Dedicar tempo para os seus filhos é crucial, tanto nos fins de semana quanto durante a semana, para fortalecer sua família e permitir que todos possam se relacionar melhor. Se você está apertado em tempo, tenha um café da manhã em família ou reserve uma noite em família com jogos de tabuleiro ou filmes. Quando você tem passeios em família, evite falar de trabalho ou verificar o seus e-mails. Concentre-se nos interesses de seus filhos, como amigos, classes e hobbies. Com crianças mais velhas, peça suas sugestões de atividades e tente atender suas sugestões.

- Nunca Se Esqueça da Pessoa Que Está Sempre ao Seu Lado

Lembre-se de alimentar o seu relacionamento com seu parceiro, esta pessoa está sempre ao seu lado, mas muitas vezes por estar ocupado com trabalho e pela correria do dia-a-dia, a negligenciamos. Comece por agendar encontros a dois, mesmo que uma vez ao mês, para terem momentos a sós. Vocês se sentirão mais conectados, envolvidos e poderão desfrutar a companhia um do outro.

- Seja Maleável Pois o Desequilíbrio É As Vezes Inevitável

Em sua luta para atingir o equilíbrio perfeito entre trabalho e família, você irá perceber que sempre haverá momentos em que terá que deixar o trabalho ou a família ter prioridade. Seria impossível para equilibrar perfeitamente tudo em sua vida em todos os momentos. Por exemplo, quando um membro da família está doente, você pode precisar cancelar um evento no trabalho; ou quando um prazo importante deve ser cumprido, talvez você precise perder o jantar em casa e ficar trabalhando no escritório até mais tarde.

O dilema de equilibrar família e trabalho não tem solução fácil. Não há uma regra única. Cada pessoa da família deve encontrar soluções específicas para seus problemas, dependendo de suas próprias preferências e necessidades. Mas é sim possível encontrar um equilíbrio que funcionará bem para você e deixará sua vida profissional e familiar mais saudável.
  • pt.wix.com

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Magnésio é a luz da vida ...

  • No centro da molécula de clorofila, presente em todas as plantas, está um mineral essencial para a vida, o magnésio. 
É ele que captura a luz solar e a transforma em energia num processo conhecido como fotossíntese. É interessante notar que a clorofila é quase idêntica à hemoglobina, uma molécula presente no nosso sangue e responsável pela oxigenação dos tecidos – a diferença entre estas duas moléculas é que o átomo central da hemoglobina é o ferro, e o coração da clorofila é o magnésio.
Nas plantas é o magnésio que vai transformar a luz em alimento. Deste fato depende toda a vida na face da Terra. Se as plantas não tiverem magnésio, elas não são capazes de se nutrir através dos raios solares. Quando o magnésio está deficiente a planta definha, perde o viço e começa a morrer. Nós somos assim também – não poderíamos respirar, mover os músculos ou usar nosso cérebro sem magnésio suficiente em nossas células.

  • Enzimas e energia
A função principal do magnésio é a ativação enzimática – este mineral está envolvido em mais de 350 reações enzimáticas essenciais à vida, abrangendo todos os aspectos da fisiologia humana. Também tem ação direta na produção de ATP, a molécula de energia do nosso corpo, no funcionamento do músculo cardíaco, na formação de ossos e dentes, no relaxamento de vasos sanguíneos, na função intestinal, e em muitos outros órgãos e tecidos. A ciência moderna e a medicina ignoram o magnésio. Milhares de dólares e euros são gastos em pesquisas de ponta para descobrir novos medicamentos, e o que é simples e eficaz é desprezado. Os médicos na sua quase totalidade não prescrevem magnésio e desconhecem o seu real potencial na cura e prevenção de inúmeras doenças e sintomas.
  • Magnésio no corpo
Aproximadamente 60% do magnésio estão armazenados nos ossos, 26% nos músculos, e os 14% restantes estão distribuídos pelos outros tecidos e fluidos corporais. Há uma alta concentração de magnésio nos órgãos metabolicamente mais ativos, como cérebro, coração, fígado e rins. O magnésio é tão precioso para o corpo que fica quase todo guardado dentro das células, no compartimento intracelular. Somente 1% do nosso magnésio total circula pelo sangue.
Por esta razão quando o médico solicita a dosagem de magnésio no sangue, ele vai ter uma ideia errônea da situação real. Quase sempre o magnésio se encontra dentro dos níveis de referência considerados normais. Se o magnésio presente no sangue estiver baixo, isto significa que a situação está crítica e há uma deficiência crônica e perigosa. Na verdade a deficiência de magnésio deve ser medida pelos sinais e sintomas que o indivíduo apresenta, e as estimativas são de que 80% da população têm carência de magnésio.

  • Pesquisas
No PubMed, um site que publica pesquisas médicas indexadas, pode-se encontrar alguns milhares de estudos científicos sobre os benefícios de vários compostos de magnésio na saúde humana, abrangendo enxaquecas, depressão, ansiedade, insônia, dor, memória, hipertensão arterial, e muitos outros mais, demonstrando a impressionante versatilidade deste mineral curativo.
  • Sinais e sintomas
A deficiência de magnésio pode ser detectada a partir de queixas, desconfortos e diversas doenças presentes no indivíduo:
    dores musculares
    espasmos musculares
    fraqueza muscular
    dores articulares
    artrite
    dor lombar
    osteoporose
    stress
    insônia
    ansiedade
    pânico
    depressão
    nervosismo
    hiperatividade
    desordem de atenção
    doença cardíaca
    trombose
    hipertensão arterial
    batimentos irregulares
    doença hepática
    doença renal
    cálculos
    cistites de repetição
    síndrome metabólica
    diabetes
    hipoglicemia
    fadiga crônica
    doenças intestinais   
    constipação
    soluços
    asma
    pré-eclâmpsia
    eclâmpsia
    tensão pré-menstrual
    infertilidade
    cólica menstrual
    cárie dental
    câimbras
    enxaquecas
    envelhecimento precoce

  • Tipos de magnésio
O magnésio é um sal mineral e está presente na natureza sempre associado a outras moléculas orgânicas ou inorgânicas, como minerais e aminoácidos. 
  • Alguns exemplos:
    cloreto de magnésio
    aspartato de magnésio
    carbonato de magnésio
    sulfato de magnésio
    citrato de magnésio
    óxido de magnésio
    orotato de magnésio
    gluconato de magnésio
Por que cloreto de magnésio?
Tanto o magnésio quanto o cloro tem grande importância na manutenção da saúde e vitalidade. O cloro é necessário para a produção de grandes quantidades diárias de suco gástrico, usado para digerir os alimentos que ingerimos, e ativa enzimas responsáveis pela pré-digestão dos amidos. O magnésio, além de tudo o que foi dito acima, também age no rejuvenescimento ao prevenir a calcificação dos nossos vasos, órgãos e tecidos, um processo característico da degeneração corporal ligada ao envelhecimento.
Se optarmos por outros sais de magnésio, o corpo vai despender energia extra para convertê-los em cloreto de magnésio. Para absorver o óxido ou carbonato de magnésio o corpo vai precisar produzir uma quantidade extra de ácido clorídrico. Em indivíduos idosos, especialmente com doenças crônicas ou em uso de medicamentos que controlam a acidez estomacal, a produção de ácido clorídrico é insuficiente, o que dificulta a absorção destes outros sais de magnésio. Neste caso os íons de cloro são absolutamente necessários para permitir a assimilação do magnésio.

  • Mais benefícios
Além disso, o cloreto de magnésio tem uma ação no combate de infecções, tanto via oral como tópica. Em 1915, um cirurgião francês, Pierre Delbet, descobriu que a aplicação de uma solução de cloreto de magnésio em feridas externas tinha um efeito estimulante na atividade leucocitária e na fagocitose, o que acelerava a cicatrização e prevenia a infecção do ferimento.
Seu interesse foi tão grande que ele começou a pesquisar outros usos e descobriu sua ação imunoestimulante e tonificante geral quando tomado por via oral. Muitos outros pesquisadores, anos depois, chegaram às mesmas conclusões.
Concluindo, o tratamento com cloreto de magnésio visa a suprir deficiências nutricionais sistêmicas, a melhorar o funcionamento de nossas células e do sistema imunológico, além de proteger as células do dano oxidativo.

  • Os “milagres científicos” da Medicina
Apesar de toda a fortuna investida pelos grandes laboratórios na busca de medicamentos fabulosos e mirabolantes, no século 21 a humanidade continua sendo vitimada por doenças crônicas e degenerativas cuja incidência aumenta cada vez mais. Diabetes, doença cardíaca, câncer, obesidade, doenças neurológicas, depressão, osteoporose – estas pragas modernas explodem e fogem do controle de autoridades médicas, sanitárias e governamentais, e o pior é que eles estão perdidos e confusos sobre fatos básicos ligados à saúde.
  • A simplicidade do magnésio
Se estes pesquisadores abrissem um pouco os olhos veriam que a base da verdade científica na medicina está no magnésio, pois ele está no centro exato da vida biológica, assim como o ar e a água. Simples assim.
Sem o magnésio nosso corpo colapsa, entra em pane, perde a energia, não consegue efetuar reparos aos danos sofridos. O cloreto de magnésio pode ser considerado como uma solução médica milagrosa para a humanidade. Quando os níveis celulares baixos são corrigidos é isso que parece, que um milagre ocorreu. Inúmeras queixas se vão sem nenhum dos remédios modernos, que intoxicam e não cumprem o papel de curar. Na minha clínica diária vejo isso acontecer diariamente.

  • Coração e magnésio
Durante e logo após um infarte acontecem alguns eventos, a saber:
- aumento do dano ao coração devido à concentração de íons de cálcio no músculo cardíaco,
- formação de coágulos que podem bloquear os vasos coronários,
- redução do fluxo de sangue porque os vasos sanguíneos entram em espasmo,
- arritmia devido ao dano ocorrido no músculo cardíaco, produzindo contrações defeituosas.

  • Ação do magnésio:
- dilata os vasos sanguíneos,
- neutraliza a ação do cálcio, prevenindo o vaso espasmo,
- ajuda a dissolver os coágulos,
- reduz dramaticamente o tamanho do dano cardíaco e previne a arritmia,
- age como um antioxidante contra a ação dos radicais livres no local afetado pelo infarte.
Atenção: quando se usa medicamentos para o coração, principalmente diuréticos para reduzir a pressão arterial, ocorre uma depleção de magnésio, que é eliminado junto com o potássio. O magnésio é essencial para estabilizar a atividade do músculo cardíaco.

  • Insulina e magnésio
O magnésio é necessário para a produção de insulina pelo pâncreas, e também ajuda na sua função de metabolizar a glicose sanguínea. Há uma interação entre o mineral e o hormônio – é a insulina que transporta o magnésio para o interior das células.
Em um estudo feito no Gonda Diabetes Center, na Califórnia, 16 voluntários saudáveis foram colocados numa dieta deficiente em magnésio, e a sua insulina tornou-se menos eficiente em mover a glicose do sangue para as células, onde ela é utilizada como fonte de energia ou armazenada para uso futuro.
Por outro lado, quando ocorre a resistência insulínica, primeiro passo no caminho do diabetes tipo 2, ou quando nosso corpo já não produz insulina suficiente, nós não conseguimos estocar o magnésio dentro das células, que é onde ele deve estar, e os rins simplesmente excretam o magnésio circulante no sangue.
Esta relação íntima entre magnésio e insulina determina o status de nossa saúde. Magnésio e insulina precisam um do outro, e nós precisamos dos dois. Níveis baixos de magnésio intracelular e no sangue estão associados com a resistência insulínica, com intolerância à glicose, e com a redução da secreção de insulina pelo pâncreas.
Diabetes, doença cardíaca e magnésio
O magnésio intracelular ajuda a relaxar os músculos, e se nós não conseguimos estocar magnésio, ele vai ser eliminado via urina, o que vai fazer com que os vasos sanguíneos fiquem contraídos, aumentando a pressão arterial e reduzindo o nosso nível de energia. Assim podemos perceber claramente a intima relação entre o diabetes e a doença cardiovascular.

  • Ansiedade, depressão, stress e magnésio
É cada vez mais comum e mais banalizado o uso de drogas psiquiátricas contra a depressão, ansiedade, stress e outros sintomas mentais, como o pânico, a compulsão alimentar, as dependências de álcool e tabaco, e fobias diversas. Drogas pesadas com inúmeros efeitos colaterais, causadoras de dependência e que não curam o problema. Estes sintomas podem estar ligados a uma deficiência de magnésio.
As pessoas não apresentam depressão ou ansiedade porque o corpo tem deficiência de diazepam ou fluoxetina, ou outros medicamentos semelhantes. Estas drogas não são usadas pelo nosso corpo nos importantes processos metabólicos, ao contrário do magnésio, cuja deficiência pode levar ao aparecimento de sintomas na esfera psicológica.
O magnésio relaxa o sistema nervoso por diversos mecanismos. Além de agir na musculatura contraída, ele também é bloqueador natural de um receptor cerebral chamado NMDA. Este receptor é estimulado pelo cálcio levando a uma hiperexcitação do cérebro, com irritabilidade, ansiedade, depressão e stress. O magnésio age como antagonista, impedindo esta hiperexcitação, ajudando a acalmar o sistema nervoso.

  • Osteoporose e magnésio
Existem aproximadamente 18 nutrientes essenciais para ossos fortes e saudáveis, incluindo o magnésio. É um grande erro suplementar somente o cálcio quando se quer tratar ou prevenir a redução da densidade óssea. O cálcio domina soberano no tratamento da osteoporose, e os médicos receitam este mineral sem ter a mínima idéia das consequências bioquímicas do desequilíbrio que estão ajudando a causar.
Se houver deficiência de magnésio, este cálcio, em vez de se fixar no osso, vai se depositar em tecidos moles como as juntas, causando artrite, ou nos rins, contribuindo para a formação de cálculos renais, ou ainda nos vasos do coração, levando ao entupimento das coronárias e enfarte. O magnésio tem múltiplas funções no metabolismo ósseo:
- níveis adequados de magnésio são essenciais para a absorção e utilização do cálcio.
- o magnésio estimula a produção de calcitonina, um hormônio que ajuda a preservar a estrutura óssea e retira o cálcio excedente da circulação sanguínea e dos tecidos moles, fixando-o no osso.
- também suprime a ação de outro hormônio ligado ao metabolismo ósseo, o paratormônio, reduzindo a reabsorção óssea.
- o magnésio é necessário para converter a vitamina D inativa na sua forma ativa, o que ajuda a aumentar a absorção de cálcio.
- as reações enzimáticas necessárias para formação de osso novo são magnésio dependentes.

  • Equilibrando cálcio e magnésio 
Pesquisadores finlandeses associaram uma altíssima incidência de casos de infarte e osteoporose no país a uma dieta em que a proporção entre cálcio e magnésio é de 4 para 1. Isto ocorre também nos Estados Unidos, onde a proporção é de 5 partes de cálcio para 1 parte de magnésio. A conclusão é que a nossa alimentação tem grande ênfase no cálcio sem o cuidado de equilibrar o magnésio. A preocupação com a osteoporose e a suplementação errônea de pílulas de cálcio aumenta ainda mais este desequilíbrio entre os dois minerais.
O correto seria manter a proporção em no máximo 2 partes de cálcio para 1 parte de magnésio. Na dieta do homem paleolítico esta proporção era de 1 para 1. Mesmo uma pequena deficiência de magnésio torna-se um grande fator de risco para o desenvolvimento da osteoporose. Se existe muito cálcio no corpo, especialmente proveniente da suplementação do cálcio, há uma grande redução na absorção do magnésio, o que só piora o quadro da osteoporose. Este cálcio que não se fixa no osso é chamado de cálcio patológico, e vai se depositar nos tecidos moles causando diversas doenças, já citadas acima.

  • Comendo magnésio
Como melhorar a alimentação para obter mais magnésio? O teor de magnésio de todas as folhas verdes, nozes e sementes, grãos e leguminosas, é dependente da qualidade do solo. Seria muito importante que este solo fosse rico em magnésio, o que não ocorre de modo geral, porque os fertilizantes utilizados são à base de nitrogênio, fósforo e potássio, que fazem a planta crescer muito e parecer saudável, mas a depleção crônica de minerais essenciais no solo empobrece os nossos alimentos. E por isso vivemos num estado carencial crônico, cujas consequências são mais evidentes à medida que envelhecemos.
Suplementando magnésio
Se 80% da população é deficiente em magnésio, está na hora de suplementar o magnésio. E o cloreto de magnésio é uma forma barata, segura e eficaz de se obter ou recuperar a boa saúde. Quem mais precisa deste mineral:
    idosos
    diabéticos e pré-diabéticos
    pessoas em dietas restritivas
    uso crônico de bebidas alcoólicas
    usuários de medicamentos para o coração
    usuários de antiácidos
    praticantes de atividade física intensa
    hipertensos
    portadores de osteoporose
    portadores de doenças cardíacas
    indivíduos com grande stress mental

  • Quanto magnésio tomar?
O cloreto de magnésio em pó deve ser diluído em água filtrada ou mineral. Para 1 litro de água coloque 2 colheres de sopa rasas, o equivalente a 30 gramas de cloreto de magnésio. Misture até dissolver e guarde na geladeira. A dose básica a ser tomada é 50 ml (1 xícara pequena de café) 1 a 2 vezes por dia. Para o tratamento de deficiências mais sérias esta dose pode ser aumentada para 3 a 4 vezes por dia. Se houver qualquer reação adversa, como diarreia, náusea ou sonolência, reduza a dose.
Para a limpeza de feridas a proporção é de 1 colher de sopa rasa em 1 litro de água filtrada ou fervida. Além do efeito bactericida, esta solução de cloreto de magnésio estimula a imunidade local, o que ajuda a acelerar a cicatrização.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Vida - A importância do conhecimento total

  • Tenho tanta saudade de livros antigos como tenho da máquina de escrever antiga. 
Jovens, não leiam só notícias curtas, leiam, principalmente, conteúdos relevantes, aprendendo, sobretudo a filtrar e entender se o conteúdo vale a pena ser lido ou ignorado. Declinem de ensinamentos políticos e religiosos que só tenham por objetivo te encantar para então te explorar, te fazendo perder teu precioso tempo com coisas realmente inúteis. Ame e respeite o outro, pois, em sua origem celular, ele é igual a você. Respeite a ordem, as leis, o direito alheio e os bons costumes. Isto é necessário para que a vida flua favoravelmente para todos, para assim podermos gozar de melhor bem estar coletivo social, e estarmos todos em perfeita harmonia e paz.
  • Teoria do Conhecimento
A teoria do conhecimento tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento, da faculdade de conhecer. Às vezes o termo é usado ainda como sinônimo  de epistemologia, o que não é exato, pois a mesma é mais ampla, abrangendo todo tipo de conhecimento, enquanto que a epistemologia limita-se ao estudo sistemático do conhecimento científico, sendo por isso mesmo chamada de filosofia da ciência.

A necessidade de procurar explicar o mundo dando-lhe um sentido e descobrindo-lhe as leis ocultas é tão antiga como o próprio Homem, que tem recorrido para isso quer ao auxílio da magia, do mito e da religião, quer, mais recentemente, à contribuição da ciência e da tecnologia.

Mas é sobretudo nos últimos séculos da nossa História, que se tem dado a importância crescente aos domínios do conhecimento e da ciência. E se é certo que a preocupação com este tipo de questões remonta já à Grécia antiga, é porém a partir do séc. XVIII que a palavra ciência adquire um sentido mais preciso e mais próximo daquele que hoje lhe damos.

É também sobretudo a partir desta época que as implicações da atividade científica na nossa vida quotidiana se têm tornado tão evidentes, que não lhe podemos ficar indiferentes. O que é o conhecimento científico, como se adquire, o que temos implícito quando dizemos que conhecemos determinado assunto, em que consiste a prática científica, que relação existe entre o conhecimento científico e o mundo real, quais as consequências práticas e éticas das descobertas científicas, são alguns dos problemas com que nos deparamos frequentemente.

Diante desses questionamentos, este trabalho pretende fazer um apanhado geral acerca da Teoria do Conhecimento, suas correntes e representantes, de modo que se torne mais fácil a sua compreensão.
  • Conceito
A teoria do conhecimento, se interessa pela investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético?

Essas questões são, implicitamente, tão velhas quanto a filosofia. Mas, primordialmente na era moderna, a partir do século XVII em diante – como resultado do trabalho de Descartes (1596-1650) e Jonh Locke (1632-1704) em associação com a emergência da ciência moderna – é que ela tem ocupado um plano central na filosofia.

Basicamente é conceituada como o estudo de assuntos que outras ciências não conseguem responder e se divide em quatro partes, sendo que três delas possuem correntes que tentam explica-las: I – O conhecimento como problema, II – Origem do Conhecimento e III – Essência do Conhecimento e IV – Possibilidade do Conhecimento.
  • Veja abaixo as principais correntes e seus representantes:
A) O Conhecimento Quanto à Origem

A polêmica racionalismo-empirismo tem sido uma das mais persistentes ao longo da história da filosofia, e encontra eco ainda hoje em diversas posições de epistemólogos ou filósofos da ciência. Abundam, ao longo da linha constituída nos seus extremos pelo racionalismo e pelo empirismo radicais, as posições intermédias, as tentativas de conciliação e de superação, como veremos a seguir.

• Empirismo

“O empirismo pode ser definido como a asserção de que todo conhecimento sintético é baseado na experiência.” (Bertrand Russell).
Conceitua-se empirismo, como a corrente de pensamento que sustenta que a experiência sensorial é a origem única ou fundamental do conhecimento.

Originário da Grécia Antiga, o empirismo foi reformulado através do tempo na Idade Média e Moderna, assumindo várias manifestações e atitudes, tornando-se notável as distinções e divergências existentes. Porém, é notório que existem características fundamentais, sem as quais se perde a essência do empirismo e a qual, todos os autores conservam, que é a tese de que todo e qualquer conhecimento sintético haure sua origem na experiência e só é válido quando verificado por fatos metodicamente observados, ou se reduz a verdades já fundadas no processo de pesquisa dos dados do real, embora, sua validade lógica possa transcender o plano dos fatos observados.

Como já foi dito anteriormente, existe no empirismo divergência de pensamentos, e é exatamente esse aspecto que abordaremos a seguir. São três, as linhas empíricas, sendo elas: a integral, a moderada e a científica.

O empirismo integral reduz todos os conhecimentos – inclusive os matemáticos – à fonte empírica, àquilo que é produto de contato direto e imediato com a experiência. Quando a redução é feita à mera experiência sensível, temos o sensismo (ou sensualismo). É o caso de John Stuart Mill, que na obra Sistema da Lógica diz que todos os conhecimentos científicos resultam de processos indutivos, não constituindo exceção as verdades matemáticas, que seriam resultado de generalizações a partir de dados da experiência. Ele apresenta a indução como único método científico e afirma que nela resolvem-se tanto o silogismo quanto os axiomas matemáticos.

O empirismo moderado, também denominado genético-psicológico, explica que a origem temporal dos conhecimentos parte da experiência, mas não reduz a ela a validez do conhecimento, o qual pode ser não-empiricamente valido (como nos casos dos juízos analíticos). Uma das obras baseadas nessa linha é a de John Locke (Ensaios sobre o Entendimento Humano), na qual ele explica que as sensações são ponto de partida de tudo aquilo que se conhece. Todas as idéias são elaborações de elementos que os sentidos recebem em contato com a realidade.

Como já foi dito, para os moderados há verdades universalmente validas, como as matemáticas, cuja validez não assenta na experiência, e sim no pensamento. Na doutrina de Locke, existe a admissão de uma esfera de validade lógica a priori e, portanto não empírica, no que concerne aos juízos matemáticos.

Por fim, há o empirismo científico, que admite como válido, o conhecimento oriundo da experiência ou verificado experimentalmente, atribuindo aos juízos analíticos significações de ordem formal enquadradas no domínio das fórmulas lógicas. Esta tendência está longe de alcançar a almejada “unanimidade cientifica”.

• Racionalismo

É a corrente que assevera o papel preponderante da razão no processo cognoscitivo, pois, os fatos não são fontes de todos os conhecimentos e não nos oferecem condições de “certeza”.

Um dos grandes representantes do racionalismo, Gottfried Leibniz, afirma em sua obra Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano, que nem todas as verdades são verdades de fato; ao lado delas, existem as verdades de razão, que são aquelas inerentes ao próprio pensamento humano e dotadas de universalidade e certeza (como por exemplo, os princípios de identidade e de razão suficiente), enquanto as verdades de fato são contingentes e particulares, implicando sempre a possibilidade de correção, sendo válidas dentro de limites determinados.

Ainda retratando o pensamento racionalista, encontramos Reneé Descartes, adepto do inatismo, que afirma que somos todos possuidores, enquanto seres pensantes, de uma série de princípios evidentes, ideias natas, que servem de fundamento lógico a todos os elementos com que nos enriquecem a percepção e a representação, ou seja, para ele, o racionalismo se preocupa com a idéia fundante que a razão por si mesma logra atingir.

Esses dois pensadores podem ser classificados como representantes do racionalismo ontológico, que consiste em entender a realidade como racional, ou em racionalizar o real, de maneira que a explicação conceitual mais simples, se tenha em conta da mais simples e segura explicação da realidade.

Existe também uma outra linha racionalista, originada de Aristóteles, denominada intelectualismo, que reconhece a existência de “verdades de razão” e, além disso, atribui à inteligência função positiva no ato de conhecer, ou seja, a razão não contém em si mesma, verdades universais como idéias natas, mas as atinge à vista dos fatos particulares que o intelecto coordena. Concluindo: o intelecto extrai os conceitos ínsitos no real, operando sobre as imagens que o real oferece.

Hessen, um dos adeptos do intelectualismo, lembra que há nele uma concepção metafísica da realidade como condição de sua gnoseologia, que é conceber a realidade como algo de racional, contendo no particularismo contingente de seus elementos, as verdades universais que o intelecto “lê” e “extrai”, realizando-se uma adequação plena entre o entendimento e a realidade, no que esta tem de essencial.

Por fim, devemos citar uma ramificação do racionalismo que alguns autores consideram autônoma, que é o Criticismo.

O criticismo é o estudo metódico prévio do ato de conhecer e dos modos de conhecimento, ou seja, uma disposição metódica do espírito no sentido de situar, preliminarmente o problema do conhecimento em função da relação “sujeito-objeto”, indagando as suas condições e pressupostos. Ele aceita e recusa certas afirmações do empirismo e racionalismo, por isso, muitos autores acreditam em sua autonomia. Entretanto, devemos entender tal posição como uma análise crítica e profunda dos pressupostos do conhecimento.

Seu maior representante, Immanuel Kant, tem como marca a determinação a priori das condições lógicas das ciências. Ele declara que o conhecimento não pode prescindir da experiência, a qual fornece o material cognoscível e nesse ponto coincide com o empirismo. Porém, sustenta também que o conhecimento de base empírica não pode prescindir de elementos racionais, tanto que só adquire validade universal quando os dados sensoriais são ordenados pela razão. Segundo palavras do próprio autor, “os conceitos sem as intuições são vazios; as intuições sem os conceitos são cegas”.

Para ele, o conhecimento é sempre uma subordinação do real à medida do humano.

Conclui-se então, que pela ótica do criticismo, o conhecimento implica sempre numa contribuição positiva e construtora por parte do sujeito cognoscente em razão de algo que está no espírito, anteriormente à experiência do ponto de vista gnosiológico.

B) O Conhecimento Quanto à Essência

Nessa parte do estudo, analisaremos o ponto da Teoria do Conhecimento em que há mais divergências, sendo estas fundamentais pra o pleno conhecimento do assunto, que é o realismo e o idealismo.

• Realismo

Sabendo que a palavra realismo vem do latim res (coisa), podemos conceituar essa corrente como a orientação ou atitude espiritual que implica uma preeminência do objeto, dada a sua afirmação fundamental de que nós conhecemos coisas. Em outras palavras, é a independência ontológica da realidade, ou seja, o sujeito em função do objeto.

O realismo é subdividido em três espécies. O realismo ingênuo, o tradicional e o crítico.

O realismo ingênuo, também conhecido como pré-filosófico, é aquele em que o homem aceita a identidade de seu conhecimento com as coisas que sua mente menciona, sem formular qualquer questionamento a respeito de tal coisa. É a atitude do homem comum, que conhece as coisas e as concebem tais e quais aparecem.

Já o realismo tradicional é aquele em que há uma indagação a respeito dos fundamentos, há uma procura em demonstrar se as teses são verdadeiras, surgindo uma atitude propriamente filosófica, seguindo a linha aristotélica.

Por último, podemos citar o realismo cientifico, que é a linha do realismo que acentua a verificação de seus pressupostos concluindo pela funcionalidade sujeito-objeto e distinguindo as camadas conhecíveis do real como a participação – não apenas criadora –  do espírito no processo gnosiológico. Para os seguidores desse pensamento, conhecer é sempre conhecer algo posto fora de nós, mas que, se há conhecimento de algo, não nos é possível verificar se o objeto – que nossa subjetividade compreende – corresponde ou não ao objeto tal qual é em si mesmo.

Há portanto, no realismo, uma tese ou doutrina fundamental de que existe uma correlação ou uma adequação da inteligência a “algo” como objeto do conhecimento, de maneira que nós conhecemos quando a nossa sensibilidade e inteligência se conformam a algo de exterior a nós. De acordo com o modo de compreender-se essa “referibilidade a algo”, bifurca-se o realismo em tradicional e o crítico, que são as duas linhas pertinentes à filosofia.
• Idealismo

Surgiu na Grécia Antiga com Platão, denominado de idealismo transcendente, onde as idéias ou arquétipos ideais representam a realidade verdadeira, da qual seriam as realidades sensíveis, meras copias imperfeitas, sem validade em si mesmas, mas sim enquanto participam do ser essencial. O idealismo de Platão reduz o real ao ideal, resolvendo o ser em idéia, pois como ele já dizia, as idéias são o sol que ilumina e torna visíveis as coisas.

Alguns autores entendem que a doutrina platônica poderia ser vista como uma forma de realismo, pois para eles, o idealismo “verdadeiro” é aquele desenvolvido a partir de Descartes.

O que interessa à Teoria do Conhecimento, é o idealismo imanentista, que afirma que as coisas não existem por si mesmas, mas na medida e enquanto são representadas ou pensadas, de maneira que só se conhece aquilo que se insere no domínio de nosso espírito e não as coisas como tais, ou seja, há uma tendência a subordinar tudo à formas espirituais ou esquemas. No idealismo, que é a compreensão do real como idealidade (o que equivale dizer a realidade como espírito), o homem cria um objeto com os elementos de sua subjetividade, sem que algo preexista ao objeto (no sentindo gnosiológico).

Sintetizando, o idealismo é a doutrina ou corrente de pensamento que subordina ou reduz o conhecimento à representação ou ao processo do pensamento mesmo, por entender que a verdade das coisas está menos nelas do que em nós, em nossa consciência ou em nossa mente, no fato de serem “percebidas” ou “pensadas”.

Dentro dessa concepção existem duas orientações idealistas. Uma é a do idealismo psicológico ou conscienciológico, onde o que se conhece não são as coisas e sim a imagem delas. Podemos conceituá-lo como aquele em que a realidade é cognoscível se e enquanto se projeta no plano da consciência, revelando-se como momento ou conteúdo de nossa vida interior. Também chamado de idealismo subjetivo, este diz que o homem não conhece as coisas, e sim a representação que a nossa consciência forma em razão delas. Seus representantes são Hume, Locke e Berkeley.

A outra é a orientação idealista de natureza lógica, que parte da afirmação de que só conhecemos o que se converte em pensamento, ou é conteúdo de pensamento. Ou seja, o ser não é outra coisa senão ideia.

Seu maior representante, Hegel, diz em uma de suas obras que nós só conhecemos aquilo que elevamos ao plano do pensamento, de maneira que só há realidade como realidade espiritual.
  • Resumindo: na atitude psicológica, ser é ser percebido e na atitude lógica, ser é ser pensado.
C) Possibilidade do Conhecimento

Essa parte da teoria do conhecimento é responsável por solucionar a seguinte questão: qual a possibilidade do conhecimento?

Para que seja possível respondê-la, muitos autores recorrem a duas importantes posições: o dogmatismo e o ceticismo, os quais veremos abaixo.

• Dogmatismo

É a corrente que se julga em condições de afirmar a possibilidade de conhecer verdades universais quanto ao ser, à existência e à conduta, transcendendo o campo das puras relações fenomenais e sem limites impostos a priori à razão.
  • Existem duas espécies de dogmatismo: o total e o parcial.
O primeiro é aquele em que a afirmação da possibilidade de se alcançar a verdade ultima é feita tanto no plano da especulação, quanto no da vida pratica ou da Ética. Esse dogmatismo intransigente, quase não é adotado, devido à rigorosidade de adequação do pensamento. Porém, encontramos em Hegel a expressão máxima desse tipo de dogmatismo, pois, existe em suas obras uma identificação absoluta entre pensamento e realidade. 

Como o próprio autor diz “o pensamento, na medida em que é, é a coisa em si, e a coisa em si, na medida em que é, é o pensamento puro”.

Já o parcial, adotado em maior extensão, tem um sentido mais atenuado, na intenção de afirmar-se a possibilidade de se atingir o absoluto em dadas circunstâncias e modos quando não sob certo prisma. Ou seja, é a crença no poder da razão ou da intuição como instrumentos de acesso ao real em si.

Alguns dogmáticos parciais se julgam aptos para afirmar a verdade absoluta no plano da ação. Entretanto, outros somente admitem tais verdades no plano especulativo. Daí origina-se a distinção entre dogmatismo teórico e dogmatismo ético.

O dogmatismo ético tem como adeptos Hume e Kant, que duvidavam da possibilidade de atingir as verdades últimas enquanto sujeito pensante (homo theoreticus) e afirmavam as razões primordiais de agir, estabelecendo as bases de sua Ética ou de sua Moral.

Por conseguinte, temos como adepto do dogmatismo teórico, Blaise Pascal, que não duvidava de seus cálculos matemáticos e da exatidão das ciências enquanto ciências, mas era assaltado por duvidas no plano do agir ou da conduta humana.

• Ceticismo

Consiste numa atitude dubitativa ou uma provisoriedade constante, mesmo a respeito de opiniões emitidas no âmbito das relações empíricas. 

Essa atitude nunca é abandonada pelo ceticismo, mesmo quando são enunciados juízos sobre algo de maneira provisória, sujeitos a refutação à luz de sucessivos testes.

Ou seja, o ceticismo se distingue das outras correntes por causa de sua posição de reserva e de desconfiança em relação às coisas.
Há no ceticismo – assim como no dogmatismo – uma distinção entre absoluto e parcial, ressaltando que este último não será discutido nesse trabalho.

O ceticismo absoluto é oriundo da Grécia e também denominado pirronismo. Prega a necessidade da suspensão do juízo, dada a impossibilidade de qualquer conhecimento certo. Ele envolve tanto as verdades metafísicas (da realidade em si mesma), quanto as relativas ao fundo dos fenômenos. Segundo essa corrente, o homem não pode pretender nenhum conhecimento por não haver adequação possível entre o sujeito cognoscente e o objeto conhecido. Ou seja, para os céticos absolutos, não há outra solução para o homem senão a atitude de não formular problemas, dada a equivalência fatal de todas as respostas.

Um dos representantes do ceticismo de maior destaque na filosofia moderna é Augusto Comte.
  • Resumo dos principais problemas da Teoria do Conhecimento
A questão do conhecimento: Para compreender a si mesmo e o mundo os homens querem entender a sua própria capacidade de entender.
    
Sujeito e objeto: Os dois elementos do processo de conhecimento – Conhecer é representar cuidadosamente o que é exterior à mente. Para que exista conhecimento, sempre será necessária a relação entre dois elementos básicos: Um sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) e um objeto conhecido (a realidade, o mundo, os inúmeros fenômenos).
    
As possibilidades do conhecimento: O ceticismo prega a impossibilidade de conhecermos a verdade. O dogmatismo defende a possibilidade de conhecermos a verdade.
    
Ceticismo absoluto: Tudo é ilusório e passageiro. Consiste em negar de forma total nossa possibilidade de conhecer a verdade. Assim, o homem nada pode afirmar, pois nada pode conhecer. Ao dizer que nada é verdadeiro, o ceticismo absoluto anula a si próprio, pois diz que nada é verdadeiro, mas acaba afirmando que pelo menos existe algo de verdadeiro.
    
O ceticismo relativo: Nega apenas parcialmente nossa capacidade de conhecer a verdade.
    
Dogmatismo: É uma doutrina que defende a possibilidade de conhecermos a verdade. Dogmatismo ingênuo: Consiste em acreditar plenamente nas possibilidades do nosso conhecimento.
    
Dogmatismo crítico: Acredita em nossa capacidade de conhecer a verdade mediante um esforço conjugado de nossos sentidos e nossa inteligência.
    
Empirismo: Defende que todas  as nossas  ideias são provenientes de nossas percepções sensoriais (visão, audição, tato, olfato e paladar).
    
Racionalismo crítico e materialismo dialético: A experiência e o trabalho da razão depositam total e exclusiva confiança na razão humana como instrumento capaz de conhecer a verdade.

Se há conhecimento humano, existe a verdade, porque esta nada mais é do que a adequação da inteligência com a coisa.  Com a experiência da verdade, há consequentemente  a existência da certeza, que é passar a inteligência à verdade conhecida. A inteligência humana tende a fixar-se na verdade conhecida. Metodologicamente, há primeiro o conhecimento, depois a verdade, e finalmente a certeza. Tal tomada de posição perante o primeiro problema da critica é chamado dogmatismo. Sendo defendida por filósofos realistas, como por exemplo: Aristóteles e Tomás de Aquino.

Se, ao contrário, se sustentar que a inteligência permanece, em tudo e sempre, sem nada afirmar e sem nada negar, sem admitir nenhuma verdade e nenhuma certeza, sendo a dúvida universal e permanente o resultado normal da inteligência humana, está se defendendo o ceticismo.

O problema crítico representa um passo além do dogmatismo e do ceticismo. Uma vez que admite-se a existência da verdade (valor do conhecimento), e da certeza, pergunta-se então: Onde estão as coisas: Só na inteligência? Só na matéria? No intelecto humano e na matéria? Ou só na razão? (como dizem os grandes filósofos – idealistas, racionalistas e realistas).
Para o idealismo o ente transcendental compõe-se somente de ideias. Para o materialismo, somente matéria. Para o realismo, idéias e matéria. Para o racionalismo, é razão. A crítica é a base necessária de todo o saber cientifico e filosófico, inclusive da própria ontologia.
  • Conclusão
Esse trabalho buscou de forma concisa reunir informações gerais acerca da Teoria do Conhecimento, baseando-se na visão de Miguel Reale, reunindo conceitos e origem de algumas correntes, seus objetivos e representantes. (coladaweb.com)

- Bibliografia
Reale, Miguel, Introdução à filosofia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 65-76;85-89; 119-123.
  • Veja também:
     https://leiturasredigidas.blogspot.com.br/

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Homem animal, capitalista e matador selvagem

  • Desde os primórdios, até hoje em dia, as pessoas tentam encontrar a melhor maneira de conviver em sociedade.
Ajustam-se uns aos outros para que possa existir uma harmonia entre a grande diversidade que há em todo tipo de gente.
 

Essa condição de seres civilizados, nos obriga a abrir mão de uma série de vontades e desejos que temos naturalmente. Não estou falando de instintos - mesmo por que não acredito que o ser humano tenha este tipo de condição - mas sim de pulsões.
 

As pulsões criam energia psíquica que se acumula na mente e precisa ser descarregada de alguma forma. Quando ferem o moralismo ou a ética, essas pulsões são reprimidas pela sociedade  e, por isso - já dizia Freud - são o que causam o "mal-estar na civilização"¹. Assim, dão lugar a tipos de loucuras e, principalmente, agressividades, pois elas simplesmente arranjam um jeitinho de escapar, seja em palavras ou atitudes, seja singular ou coletivamente.
 

Até mesmo o nosso tempo, é totalmente condicionado para que possamos combinar o nosso dia com as pessoas ao nosso redor. Ok, agora vamos acordar, tomamos café da manhã, entre tal e tal horário é o nosso almoço e, depois do trabalho jantamos e vamos dormir praticamente na mesma hora. Já nos esquecemos que, se deixássemos acontecer naturalmente, comeríamos um pouco a cada tanto tempo durante o dia inteiro, e o mesmo aconteceria com o nosso sono.
 

Depois da explosão do capitalismo isto ficou ainda mais regrado. Há um bom tempo, as pessoas têm outro fator pra se preocuparem: o lucro. É mais fácil pensar que nossos dias e tudo que fazemos é regrado por esse atual desejo geral das nações e que ele acaba bagunçando tudo aquilo que tínhamos como essencial.

  • Haja psicólogo!
Fica aí uma frase do mestre, para pensar:

    "A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas." 

¹ Freud, Sigmund. "O Mal-Estar na Civilização". 1930.
  • peacecologia.blogspot.com.br
Porque o homem mata um semelhante? Por que o homem furta, rouba, agride, mata? Por razões biológicas? Mesológicas? Sociológicas?

O homem é um animal, como outro qualquer, sujeito às mesmas leis que regem todos os seres vivos, no destino da sobrevivência e a perpetuação da espécie.
Leis biológicas, referente à vida; leis mesológicas, referente ao meio ambiente; leis sociológicas,  convivência social.

O homem está em permanente luta com o meio ambiente e com os seus semelhantes, procurando sobrepuja-los.

Nesse embate, surge no espírito do homem todos os maus sentimentos: a soberba, a ira, a luxúria, a ganância, a ânsia de poder.
  • Selvagem e egoísta, todo homem é um criminoso em potencial.
O homem, geralmente, não furta, não rouba, não agride, não mata porque, não sendo doente precisando de tratamento, está condicionado a auto determinar-se de acordo com a educação que recebeu.
  • O homem de amanhã é o recém-nascido de hoje.
Quanto melhor educado é o homem, mais pacífica é a sociedade da qual ele faz parte.
 
A criminologia constata o aumento da criminalidade, a consequente perturbação da vida social, a má conduta humana, e verifica ainda que o índice da criminalidade aumenta de acordo com a crise educacional, ou econômica, de cada região, de cada país, de cada continente.
 
Outra espécie de criminalidade, trazida ao mundo pelo progresso industrial e comercial (globalização), é a praticada pelos homens de “colarinho branco”, isto é, por empresários protegidos por altas organizações, de atraentes fachadas, e que apenas visam lucros, ainda que esta finalidade material, aparentemente normal, prejudique milhares de pessoas.
 
Segundo pesquisa do Instituto de Criminologia da Universidade Hebraica, de Jerusalém, 85% da população considerada ordeira e respeitável cometem algum tipo de delito que não chega ao conhecimento de ninguém, uns porque ficam dentro do âmbito íntimo do lar ou do escritório, outros porque são encobertos, diante da situação política, ou econômica, ou social dos agentes.
 
Por tal motivo as estatísticas não revelam, realmente, a cifra exata dos crimes praticados em determinadas regiões, só aparecendo aqueles praticados por pessoas sem proteção especial.
 
Além dos crimes relatados acima, há muitos outros que também fazem parte desta mesma pesquisa: como mortes violentas em algumas delegacias de polícia, por pancadas e pontapés em suspeitos (falar = do filme tropa de elite); como aqueles praticados por médicos, esquecidos de seus juramentos (exames de laboratório desnecessários, invenções de doenças, cirurgias sem motivo, operações simuladas); crimes praticados por engenheiros empregando material de segunda qualidade na construção de pontes e viadutos que ficam inseguros (falar=caso da linha amarela do metrô de sp); crimes praticados por advogados sem escrúpulos contra os seus clientes simplórios; as numerosas agressões e mesmo mortes, culposas e dolosas, de crianças, pelo desleixo de pais desalmados, pela desnutrição propositada, etc..
 
O tratamento de cada criminoso deve ser adequado à etiologia da anormalidade, é grave erro, portanto, a medicação única, como é a da prisão, para todos os casos, mesmo porque, quando errada, agrava o estado do paciente, nada adiantando ao bem comum a simples vingança social, já que, mal administrada, leva o criminoso punido, custodiado, vestido e alimentado pelo pode público, simplesmente a esperar pela libertação para recomeçar a sua vida de criminoso, cometendo novos delitos e na maioria das vezes mais graves.
 
Há criminosos que nunca deveriam ser encarcerados e outros que nunca deveriam ser soltos.
 
A solução do problema da criminalidade não está no aumento e na maior severidade das leis repressivas, é preciso que isto fique bem claro, embora leigos em penalogia o reclamem, inclusive a pena de morte, para resolvê-la.
 
Quem estudou a história da punição através dos séculos sabe que tais métodos já foram usados largamente e que todos eles fracassaram completamente.
 
Precisamos de medidas novas e arejadas e não da repetição de experiências atrasadas de um presente e de um passado não tão distante.
 
A solução do problema da violência e da criminalidade na sociedade em que vivemos está tão somente no conhecimento do homem como personalidade integral, formada de corpo e alma.
 
É no homem que está o segredo de sua atuação social e é no seu preparo para a convivência pacífica que está a solução por todos procurada.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

SONO - Mulheres precisam de mais horas de sono do que homens

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  • Por que mulheres precisam de mais horas de sono do que homens?

A explicação do estudo americano é mais clara do que a gente imagina: o esforço para manter equilibradas as cargas hormonais é muito maior quando não somos agraciadas com uma noite tranquila de sono.
 
Uma pesquisa realizada por acadêmicos da Universidade de Duke, na Califórnia do Norte constatou que mulheres insones, ou que possuem alguma dificuldade para dormir, ficam mais zangadas pela manhã, quando comparadas com homens que descansam a mesma carga horária. O estudo analisou os hábitos noturnos de uma amostragem de 210 pessoas e a explicação para a descoberta é mais clara do que a gente imagina: isso se deve a diferença hormonal entre ambos os sexos, o que implica numa necessidade de mais horas de repouso para elas. O esforço para manter equilibradas as cargas hormonais é muito maior quando nós não somos agraciadas com uma noite tranquila de sono, segundo os estudiosos.
 
Um cochilo mal tirado pode ainda ser medido segundo a persistência de três fatores-chave: pela quantidade de horas de repouso, vezes em que despertamos e o tempo estimado para adormecer. As consequências também são mais graves para a saúde feminina, podendo deixá-las mais aflitas, hostis, depressivas e irritadas. Também temos uma tendência maior a desenvolver complicações cardíacas, quadros depressivos e distúrbios psíquicos, caso não coloquemos tranquilamente, ao longo da vida, a cabeça no travesseiro.
 
Acho que agora vocês poderiam reavaliar o pedido de suas companheiras para ficar mais quinze minutinhos na cama, não é mesmo?
  • FASES E CICLOS QUE GARANTEM O SONO SAUDÁVEL

O seu corpo em uma noite de sono. O sono é dividido em duas fases. A fase não REM e o fase REM. A sigla REM quer dizer Rapid Eye Movement, traduzindo para o português seria Movimento Rápido do Olho. É na fase REM que os sonhos acontecem. Para facilitar o entendimento deste artigo, vamos simplificar e usar a palavra sonho quando for referida a fase REM. 

Podemos ter vários sonhos durante uma noite. Ao longo de uma noite de verdadeiro descanso, a fase dos sonhos se repete por volta de 4 a 6 vezes, com intervalos que varia entre uma e duas horas (fase não REM), promovendo o repouso adequado à atividade cerebral e muscular. Os primeiros 90 minutos de sono, compõe a fase Não REM (sem sonhos) que é dividida em quatro estágios:
 
• O primeiro estágio desta fase é a do adormecimento, que ocupa de 5 a 8% do sono. Essa fase pode durar de um até dez minutos e funciona como uma espécie de zona intermediária entre estar acordado e dormindo. A tensão muscular diminui e o cérebro produz ondas irregulares e rápidas. A respiração começa a se tornar suave, mas se a pessoa for acordada nessa fase ela reagirá rapidamente negando que estava dormindo.
 
• O estágio 2 costuma durar de 10 a 25 minutos. A temperatura corporal e os ritmos cardíacos diminuem, assim como as ondas cerebrais. Essa fase ocupa de 45% a 55% do sono. A pessoa cruza o limite entre o estar acordado e agora já está dormindo. Os olhos não respondem mais a estímulos externos como, por exemplo, de alguém levantando suavemente sua pálpebra.
 
• O estágio 3 é de curta duração e serve apenas de transição para o estágio 4. Compreende de 3 a 8% do período de sono. Durante todos estes estágios, o corpo, progressivamente vai relaxando, assim como diminuindo a atividade cerebral, a frequência cardíaca e respiratória, além da pressão arterial. Para conseguir acordar a pessoa neste estágio, os estímulos já precisam ser mais fortes.
 
• O estágio 4 costuma durar de 20 a 40 minutos. É o sono mais profundo de todos os estágios citados e o de mais difícil interrupção. É nesta fase que a pessoa se recupera do cansaço diário. É nela também, que ocorre a liberação de hormônios ligados ao crescimento e a recuperação do equilíbrio de células e órgãos.
 
• Após este período ocorre um retorno aos estágios menos profundos. Isto é, uma passagem rápida pelo estágio 3, seguidos de 5 a 10 minutos no estágio 2, quando o corpo passa agora por um processo inverso, retornando aos poucos o nível da atividade cerebral, pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória do estágio 1. Nesta altura já é possível observar os possíveis movimentos corporais (Fase REM), que indicam o primeiro episódio de SONHO, que pode durar de 1 até 5 minutos.
 
Estes ciclos de estágios se repetem por mais 4 a 6 vezes durante a noite de sono. O tempo dos sonhos tende a tornar-se mais longo durante o decorrer da noite, enquanto que o sono caracterizado pelos estágios 3 e 4 tendem a encurtar na mesma medida, podendo, inclusive, desaparecer nos últimos ciclos, predominando o estágio 2 nesses casos. Normalmente, 20% do tempo que permanecemos dormindo, estamos sonhando. Nos estágios de sono mais leve é quando acontece os “pequenos despertares” onde se arruma as cobertas, muda-se de posição na cama, apesar da memória não registrar estes fatos ao acordarmos pela manhã.  Todas as fases e estágios que citamos neste artigo é a que ocorre nos adultos porque o sono é variável em função da idade. A duração total do sono e a quantidade de sono da fase 4 tendem a diminuir com o avanço da idade, o que justifica que as pessoas mais velhas, despertem com mais facilidade.
 
E por que nos lembramos de alguns sonhos e outros não? Os sonhos que conseguimos lembrar são apenas quando despertamos na fase REM (fase dos sonhos) ou na primeira fase subsequente. A memória só consegue registrar os sonhos ocorridos antes dos primeiros 10 minutos do despertar. 

domingo, 20 de março de 2016

TECNOLOGIA - INTERNET deu voz aos imbecis

  • Estamos nos levando a sério demais na internet. Os imbecis nunca receberam tanta atenção.

Não é preciso ser nenhum gênio para notar esse fato social curioso que está em curso, após a grande difusão da internet na última década. 

Idiotas que nunca poderiam ser levados a sério na “vida real” ganharam grande importância em suas opiniões, e todos podem e opinam sobre qualquer assunto e pessoa em seus perfis sociais na rede, que são compartilhados com o público.
 

A internet é parte desse processo de globalização arrojado em que vive a terra desde o fim do chamado Mundo Bipolar, ela trata de conferir uma espécie de sensação democrática em que um indivíduo pode tornar a sua voz audível a um número imenso de outros indivíduos. Isso tudo é de certa forma maravilhoso, porque facilitou e modificou variados tipos de relações independentemente da distância entre as pessoas.
 

No Brasil, o fenômeno tem sido uma experiência sociológica curiosa, porque tem dado a cada um imensa importância em suas opiniões. Quem nunca fez a experiência de ler os comentários publicados no facebook, nas publicações dos perfis de notícias, ou nas discussões de grupos, fóruns e mesmo na seção específica de comentários das páginas, talvez não tenha percebido quão deficiente é a formação educacional e cultural dos brasileiros.
 

Os blogs e vlogs – espaços em redes sociais em que pessoas postam vídeos com opiniões etc. – basicamente são os formadores de opinião de uma grande massa de pessoas que utilizam a internet. Discute-se política, economia, religião, sexualidade etc., a partir de frases ou pequenos textos e vídeos contendo meia dúzia de argumentos, às vezes completamente equivocados do ponto de vista técnico e dissociados da realidade. Some-se a isso a quantidade de opiniões vazias de qualquer inteligência que lotam os comentários desses espaços.
 

Uma relação muito simples que podemos fazer para compreender o desdobramento completamente vazio de significado da maioria de nossas discussões na internet é trazermos a situação para uma grande praça onde alguém está fazendo um discurso ou apenas gritando frases racistas ou homofóbicas, neste momento ninguém traz consigo um gravador ou câmera para registrar aquilo e depois sair mostrando aos amigos, fazendo campanhas para demonstrar o quão determinada pessoa é retrógrada ou racista, e ainda que neste exemplo alguém gravasse com o seu celular a divulgação seria por meio de alguma rede que utiliza a internet.
 

Há um excesso de prints de comentários de políticos, religiosos e até mesmo de pessoas comuns afirmando coisas completamente inadmissíveis do ponto de vista da sensatez, todavia damos público e palcos para aqueles que sequer mereciam a nossa atenção se estivessem dizendo aquelas coisas, que estão sendo compartilhadas por nós, em uma praça pública.
 

Se a internet se tornou a Ágora do nosso tempo, vivemos em uma democracia completamente imbecilizada pela falta de conteúdo e de raciocínio crítico daquilo que se deve ou não levar realmente em consideração. Falta, de outro lado, um incentivo à retomada da razão crítica, porque, ainda que algum conteúdo pudesse efetivamente ser usado nas discussões em rede, a ausência de capacidade cognitiva da grande maioria dos leitores e espectadores dessas discussões não consegue compreender completamente o que é dito para além do senso comum.
 

Em verdade, nossa sociedade vive o fenômeno da especialização em termos de conhecimento, mas contrariamente a isso, na internet, qualquer pessoa pode refutar o que disse um médico ou jurista, e sempre haverá público para dar atenção a ela, não obstante quão grosseiramente imbecil seja o que ela está dizendo. Além disso, difícil é encontrar uma discussão capaz de se prender a um objeto e trabalhar em cima dele, por isso, geralmente, no final dessas discussões de internet todos estão falando de coisas diferentes e ninguém convencerá ninguém de nada, apenas servirá para estragar a amizade entre aquelas pessoas, se houver.
 

Os livros e o estudo – no sentido clássico do termo – são facilmente trocados por essa espécie de cultura online em que as coisas podem ser ditas em 140 caracteres, vídeos de 15 minutos ou textos no facebook (que serão comumente chamados de textões!). E isso se torna mais dramático quando pensamos que se todos gastássemos as horas que gastamos na internet – sendo o Brasil o país que mais fica horas online – lendo um livro ou se debruçando sobre algum estudo avançaríamos muito como nação, o que melhoraria a nossa política, economia etc.
 

Escrevendo sobre este tema, não posso deixar de lembrar a reação do Chico Buarque ao tomar conhecimento de como funcionava as opiniões das pessoas na internet, vamos nos inspirar nele:
(HAHAAHAHAHAHAHA)

  •  Redes sociais deram voz a legião de imbecis, diz Umberto Eco
Crítico do papel das novas tecnologias no processo de disseminação de informação, o escritor e filólogo italiano Umberto Eco afirmou que as redes sociais dão o direito à palavra a uma “legião de imbecis” que antes falavam apenas “em um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”.
A declaração foi dada nesta quarta-feira (10), durante o evento em que ele recebeu o título de doutor honoris causa em comunicação e cultura na Universidade de Turim, norte da Itália.
“Normalmente, eles [os imbecis] eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel”, disse o intelectual.
Segundo Eco, a TV já havia colocado o “idiota da aldeia” em um patamar no qual ele se sentia superior. “O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”, acrescentou.
O escritor ainda aconselhou os jornais a filtrarem com uma “equipe de especialistas” as informações da web porque ninguém é capaz de saber se um site é “confiável ou não”.



Redes socialmente lotadas de juízes
 

Idiotas, eram assim designados pelos gregos, aqueles que não votavam