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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

VIDA - PAIS QUE CRIAM "BOAS" CRIANÇAS FAZEM ESTAS 5 COISAS

  • Nesta era de tecnologia, descobrimos que a educação dos filhos é um pouco diferente dos tempos antes do iPod, iPhone, computadores, Internet, e todos as outras modernidades incríveis que nos consomem.
As crianças brincavam nas ruas. Jogavam bola nos campos. Brincavam do lado de fora até que as luzes de rua se acendiam e elas sabiam que tinham que ir para dentro de casa. Nós estamos criando crianças muito diferentes agora do que há vinte ou trinta anos atrás. Mas, talvez seja hora de voltar ao básico.
Este é um mundo novo. As crianças nascidas nessa era automaticamente recebem aparelhos para entretê-las. Mas, onde estamos errando? Psicólogos da Universidade de Harvard vêm estudando o que torna uma criança bem criada nestes tempos de mudanças. Eles concluíram que existem vários elementos que ainda são essenciais.

Aqui estão 5 segredos para criar uma “boa” criança, de acordo com psicólogos de Harvard:

1 - Passe tempo com seus filhos

Passar o tempo com seus filhos significa deixar tudo de lado por um tempo, ler um livro, chutar uma bola, caminhar com ele, ou apenas jogar um jogo à moda antiga. Em termos mais simples, isso significa que você interage com sua criança. Estas são as coisas das quais elas vão se lembrar. Elas vão se esquecer do que você comprou. Só querem passar mais tempo com seus pais.

2 - Fale com eles em voz alta

De acordo com os pesquisadores de Harvard, “Mesmo que a maioria dos pais diga que o cuidado com seus filhos é uma prioridade de tempo, muitas vezes as crianças não estão ouvindo a mensagem.” Passe tempo com eles para descobrir o que está acontecendo em sua vida. Verifique com professores, treinadores. Descubra se há uma mudança em seu comportamento. Permita que seu filho se sinta confortável para conversar com você. Seu filho precisa saber que é a prioridade em sua vida. As crianças necessitam de confirmação através de palavras. As palavras são importantes. Converse com elas e compartilhe suas histórias sobre a escola, trabalhos de casa, amigos, e assim por diante.

3 - Mostre ao seu filho como resolver problemas sem estressar sobre o resultado

Um dos maiores presentes que você pode dar ao seu filho é a capacidade de analisar e resolver problemas. Deixe seu filho decidir por si mesmo o que ele quer. Você não pode resolver seus problemas o tempo todo. É saudável lhe permitir experimentar a vida através de suas próprias lentes. Conquistas são importantes e, ao lhe permitir determinar o que quer, você o está presenteando com a consciência. Você quer criar um adulto produtivo. Permita que ele venha até você e compartilhe seus problemas e o oriente a fazer as melhores escolhas possíveis. É difícil dar um passo atrás quando vir filho cometer um erro. Mas faz parte da aprendizagem e da evolução da nossa humanidade. Rick Weissbourd, que conduziu o estudo, diz: “Estamos muito focados na felicidade de nossos filhos. Estamos fazendo-os se concentrarem apenas em casos de sucesso?” A pressão para a realização pode ter muitos resultados negativos”, diz Weissbourd, que é codiretor do projeto.

4 - Mostre a sua gratidão a seu filho regularmente

Os pesquisadores dizem que “os estudos mostram que pessoas que praticam o hábito de expressar gratidão são mais propensas a serem úteis, generosas, compassivas, felizes, saudáveis e perdoarem com mais facilidade.” Os pais devem dar tarefas aos seus filhos e, em seguida, expressarem gratidão por suas realizações. É importante que as crianças vejam que a gratidão é um dom notável. Sempre que fizerem algo, honre-as e as reconheça pelo seu desempenho. Como pais, é nosso devem ensinar nossos filhos a serem compreensivos e compassivos para com os outros. As crianças aprendem pelo exemplo. Leve-as a um abrigo. Permita-lhes testemunharem como têm sorte de terem uma casa. Ajudar seus filhos é não apenas dar-lhes uma chance de serem adultos surpreendentes, mas também remover o preconceito da intolerância e diferença. Tudo começa em casa.

5 - Ensine seus filhos a expandirem a sua visão

Isso remonta à mostrar-lhes gratidão. Deixe seu filho experimentar o mundo através de sua compaixão. Os pesquisadores dizem que “quase todas as crianças empatizam e se preocupam com seu pequeno círculo de familiares e amigos.” Ensine seu filho a ser um bom ouvinte, a interagir sem o uso de tecnologia, ser compreensivo com outras pessoas fora de sua família, e não julgar qualquer pessoa com base em sua religião ou nacionalidade. Estamos em tempos cruciais da evolução humana, e esta nova geração tem a capacidade de mudar o nosso mundo. Expor seu filho a diferentes culturas ajuda a desenvolver uma pessoa amorosa, gentil e feliz. Você é responsável por criar almas amorosas. Ajude-as a navegarem neste mundo através da compaixão, amor e bondade.

“Criar uma criança respeitosa, carinhosa e ética sempre pode parecer um trabalho árduo. Mas é algo que todos nós podemos fazer. E nenhum trabalho é mais importante ou mais gratificante.”

  • – Fonte: Power of Positivity - Traduzido pela equipe de O Segredo



segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Deus existiu a partir do momento que o homem o inventou.


  • DESDE OS SEUS PRIMÓRDIOS, ENCURRALADOS EM ESCURAS E TENEBROSAS CAVERNAS, ONDE TENTAVAM SE PROTEGER DE TODOS OS SEUS MENORES MEDOS, PRINCIPALMENTE O DAS ATERRORIZANTES TEMPESTADES, SURGIU UMA IMAGEM PATERNA, PODEROSA E PATERNAL, QUE PODERIA NOS PROTEGER E CONFORTAR TODAS AS NOSSAS ANGÚSTIAS, POR MENORES QUE FOSSEM, MESMO QUE NO ÂMBITO VIRTUAL E IMAGINATIVO, AQUELE MESMO QUE EMBALA E ALIMENTA O DOM CRIATIVO DE QUALQUER CRIANÇA AMEDRONTADA, QUE PASSA A VIVER EM UM MUNDO LÚDICO COM AMIGUINHOS IMAGINÁRIOS, PARA ASSIM PODER CONVERSAR E COMPARTILHAR SUAS ANGÚSTIAS PUERIS.
  • FOI JUSTAMENTE AÍ, NESTE EXATO MOMENTO QUE TIVEMOS A GRANDE IDEIA, ALIÁS, A MAIOR E MAIS LUCRATIVA DE TODAS, QUE, APADRINHADA POR CONSTANTINO, TORNAR-SE-IA A GALINHA DOS OVOS DE OURO, QUE ENRIQUECE, ANOS APÓS ANOS, OS MAIS OUSADOS, ASTUTOS E BEM FALANTES MAUS PASTORES OU OS MAIS LOUCOS FANÁTICOS RELIGIOSOS.
  • O UNIVERSO EM ETERNA EXPANSÃO CONSTITUIU OS PLANETAS DE MATÉRIAS ORGÂNICAS DIVERSAS, ONDE A FÍSICA, A BIOLOGIA E A QUÍMICA IMPERAM. SEM UM PONTO DE APOIO NÃO SE PODE FAZER FORÇA OU ALAVANCAR ALGO. SEM A TRANSFORMAÇÃO DOS  ÁTOMOS, MOLÉCULAS E CÉLULAS NADA PODE EXISTIR. LOGO, A EXISTÊNCIA DE COISAS INVISÍVEIS SÃO MERAMENTE FANTASIOSAS E PRODUTO DA CRIAÇÃO DO NOSSO SUPER CÉREBRO QUE NESSES BILHÕES DE ANOS DE PLENA EVOLUÇÃO CONSEGUIU  EVOLUIR TANTO,  PARA O BEM E PARA O MAL, UM NUNCA VIVERÁ SEM O OUTRO, TAL QUAL O AMOR E O ÓDIO. ISTO FAZ PARTE DA NATUREZA HUMANA. É NECESSÁRIO PARA A SOBREVIVÊNCIA DAS ESPÉCIES, PORTANTO  TOTALMENTE NATURAL, COMO NA VIDA DA MÃE NATUREZA, COM  SEUS ANIMAIS, SUAS PLANTAS E SEUS ARTRÓPODES.
  • COMO O HOMEM CRIOU SEU DEUS
Como o homem criou deus? Por que o mundo todo se tornou religioso? O homem criou deus ao tentar explicar o animal imaginário que sempre assustou os animais. A religiosidade no mundo inteiro decorre de o homem ter criado deuses muito antes de se espalhar pelos continentes.

Ao ouvir um rugido nas savanas africanas, todos os animais sabem que há um leão nas proximidades.  Mas, se for solto um leão na caatinga ou no serrado brasileiro, aos ouvir seu rugido, os outros animais ficarão assustados, deduzindo que há um animal estranho nas proximidades, podendo ser perigoso, mas não saberão como é ele enquanto ele não estiver em ponto visível.

Semelhantemente, ao ouvir um trovão, os animas devem imaginar existir por perto um animal descomunal. Devem passar a vida temendo que um dia ele apareça para atacá-los. Aí deve estar a origem dos deuses, entre eles esse deus único em que judeus, cristãos e muçulmanos acreditam.
Não acho que a origem das religiões seja a simples intenção humana de manipular os povos.  Serviu e sempre serve para isso; mas os deus devem ter origem em imaginação sincera.  Os primatas que se tornaram homo sapiens e criaram a fala só tentaram explicar a autoria dos fenômenos da natureza e idealizaram esses seres sobrenaturais.

As análises arqueológicas nos informam que os mais remotos ancestrais da espécie homo tinham concepções religiosas. Isso se deve ao fato de, antes de evoluir para nosso espécie, os nossos ascendentes já terem na mente a existência de seres sobrenaturais, que imaginavam serem os autores dos fenômenos da natureza. O vento deveria ser o sopro de um ser invisível, o trovão seria a sua voz, e assim por diante. É bem provável que os raios expliquem a suposta existência dos dragões que expeliam fogo pela boca.

Enquanto os outros animais continuaram simplesmente temendo o animal invisível, o homem tentou torná-lo um pouco amigável, criando sacrifícios de vidas para aplacar a sua ira e conseguir a sua proteção.  É por isso que muitos povos primitivos, em todos os continentes, criaram o ritual de sacrificar até os próprios filhos em honra a diversos deuses.  Como a concepção divina foi mudando de forma diversa no espaço ao logo da história, em cada parte da Terra encontramos as mais variadas explicações sobre as divindades e a origem da Terra, do homem e dos outros seres vivos.

Hoje, não convivemos com aquele abominável banho de sangue primitivo, porque o conhecimento levou o homem perceber que um ser justo com dizem ser deus não poderia consentir com tamanho absurdo.  Todavia, muitos absurdos ainda persistem, mesmo entre as religiões mais civilizadas. 

O Cristianismo libertou a maior parte do mundo dessa ideia imbecil de que derramar sangue e queimar animais é algo necessário para se conseguir o favor desse ser imaginário, graças ao mito de que o deus todo-poderoso deu o seu próprio filho em sacrifício pelos pecados da humanidade.  Esse hábito de pagar pelos próprios erros com as vidas de animais inocentes ainda subsiste no Judaísmo e no Islamismo.  Mas não é menos grotesco do que um deus que pode tudo tenha dado seu próprio filho em sacrifício.

O pior mal da religião, no entanto, não é queimar cordeiros, bodes, bezerros e aves, uma vez que todos eles tende a morrer despedaçados por outros animais.  O mais nocivo procedimento religioso, que sobreviveu ao avanço civilizatório do Século XXI, é a crença que leva aos mais cruéis massacres humanos em nome da vontade desse ser imaginário, que estamos presenciando, não só nos atrasados meios africanos e indianos, mas até infiltrado entre os povos mais desenvolvidos do planeta.  Isso é que é o mais danoso e preocupante, que exige a reação violenta do mundo inteligente antes que sejamos submetidos pelo poder da barbárie.

O homem primitivo não viu nenhum deus.  Mas não foi por desonestidade e interesse de manipulação, mas por ignorância, que o ser inteligente criou essa coisa estúpida. Imaginando um ser ou vários seres autores dos fenômenos naturais, é que o homem criou esse monstro que absurdamente continua sendo adorado e provocando tantas barbaridades até os nossos dias.
  • Fonte: www.nossopensamento.com.br
  •  RELIGIÃO E SUA ORIGEM
http://www.nossopensamento.com.br/indice-sistematico-sobre-religiao#religiao
  • ÍNDICE SISTEMÁTICO SOBRE RELIGIÃO
http://www.nossopensamento.com.br/indice-sistematico-sobre-religiao
  •   COMO O HOMEM CRIOU DEUS
http://www.nossopensamento.com.br/como-o-homem-criou-deus
  • Em busca de soluções, o homem inventou Deus - Ferreira Gullar
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2016/07/1796840-em-busca-de-solucoes-o-homem-inventou-deus.shtml 
  •  Homem é o criador de deus, afirma Morgan Freeman
http://www.paulopes.com.br/2014/05/homem-e-o-criador-de-deus-afirma-morgan.html#.V_s-rPT9txA 
  • O HOMEM CRIOU DEUS À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA 
http://www.anticristo.net.br/homem-criou-deus-a-sua-imagem.htm 
  • Por que o homem criou Deus?
http://lanyy.jusbrasil.com.br/artigos/245910674/por-que-o-homem-criou-deus 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Sementes - Pensamentos de semeadura ...



“O presente é o resultado dos pensamentos do passado, e o futuro será moldado pelos pensamentos no presente. Se pensarmos corretamente, falaremos e agiremos corretamente. A palavra e a ação apenas acompanham os pensamentos.” (Swami Sivananda)
  • Como Plantar Violetas
 A violeta é proveniente das montanhas de Tânger (na África do Norte), onde alcança um tamanho entre 15 e 20 cm. São inúmeras as variedades encontradas atualmente e novas continuam sendo pesquisadas e desenvolvidas.
 
É uma planta de clima quente com ciclo de produção de aproximadamente 32 semanas (20 semanas para formação da muda e mais 12 semanas para florescer).
 
Não tolera raios solares diretos. O índice de luz varia de acordo com a variedade, mas em geral com cerca de 10.000 a 15.000 lux consegue-se bons resultados.
 
Para as variedades que produzem folhas grandes, de cor verde intenso e hastes compridas, há necessidade de mais luz para o bom desenvolvimento, sendo que para as variedades de folhas claras, a necessidade é menor.
  •  Vamos descobrir a partir de agora como plantar violetas.
 Características Gerais

    Solo: rico em nutrientes minerais
    Clima: entre 16 e 28 graus célsius
    Área mínima: vasos de 12 centímetros de altura
    Produção: o ano todo
    Custo: R$ 0,65 para a formação de cada muda


Violetas são fáceis de comprar, pois há muitos exemplares em diferentes pontos de venda.
 
Porém, com o uso de técnicas de hibridização, viveiristas possuem, em geral, ampla variedade de oferta.
 
Contudo, sempre é bom ter referências dos produtores para garantir a qualidade das flores.
  • Propagação
Para reproduzir as violetas, o método mais prático é por meio do enraizamento das folhas, a partir de 5 centímetros de comprimento. Retire as folhas da segunda ou terceira carreira, contando de fora para dentro.
 
Corte o pecíolo – o pequeno cabo na base da folha -, deixando-o com um centímetro, pois, quanto mais longo ficar, mais tempo demorará a formação da muda.
 
Em um substrato preparado com casca de arroz queimada e vermiculita de textura grossa, encontrada em lojas de produtos agropecuários, fixe as folhas separadas, de forma que elas recebam boa luminosidade.
 
A temperatura recomendada do local de reprodução é de 21 graus célsius.
Transplante
 
São realizados dois transplantes na produção de violetas. Entre oito e 12 semanas, as mudas estão prontas para o primeiro deles. De três a quatro brotos mais desenvolvidos são colocados em copos de plástico de 6 centímetros de diâmetro por 6 centímetros de altura ou em bandejas coletivas com substrato leve, de boa drenagem e rico em matéria orgânica.
 
Terra ou areia deve fazer parte da mistura. Aplique pequena concentração de fertilizantes químicos.
 
Após dois ou três meses, a planta já conta com folhas maiores e com o início dos botões florais, fase que indica estar pronta para o transplante definitivo em local rico em nutrientes minerais.
  • Vasos
Em geral, as violetas são plantadas em vasos de plástico ou de barro de 12 centímetros de altura. Os vasos de barro apresentam melhor absorção da umidade.
 
No entanto, os modelos de plástico são mais procurados por ser mais leves e limpos, mesmo precisando de mais cuidados para impedir que haja encharcamento.
 
Cerca de 10 a 12 semanas após o plantio em vasos, as violetas estão prontas para a comercialização.
  • Ambiente
O ciclo do cultivo de violetas deve ser realizado em ambiente fechado. Disponibilize uma estrutura como uma estufa. Coloque os vasos de violeta em bancadas de telhas de amianto, ripa de madeira ou grade de ferro, com 80 a 90 centímetros de altura do solo.
 
Temperaturas noturnas elevadas e diurnas mais baixas são adequadas para o desenvolvimento das violetas, desde que não ultrapasse o limite de 14 e 28 graus célsius, respectivamente. Evite a incidência do sol diretamente nas plantas com o uso de telas de sombreamento.
  • Irrigação
Não pode ser excessiva para evitar que as raízes sejam atacadas por fungos e apodreçam. Na produção de mudas e no primeiro transplante, a recomendação é irrigação manual por aspersão.
 
Nos vasos, evite molhar as folhas e as flores. Prefira fazer regas nas horas mais frescas do dia.
  • Cuidados
As violetas são suscetíveis a pragas e doenças. Ácaros podem ser combatidos com acaricidas à base de dicofol, clorobenzilato ou propargite; tripes, cochonilhas e pulgões, controlados com inseticidas sistêmicos.
 
A principal causa das enfermidades é a incidência de fungos que surgem quando há muita umidade. Faça pasteurização preventiva do substrato antes do plantio das mudas.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Sabedoria, Esperteza ou Inteligência?

  • Sabedoria é não usar de esperteza; e esperteza é não ter sabedoria, mas ser inteligente.
  • O que é Inteligência:
Inteligência é um conjunto que forma todas as características intelectuais de um indivíduo, ou seja, a faculdade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar.
 

A inteligência é uma das principais distinções entre o ser humano e os outros animais.
 

Etimologicamente, a palavra "inteligência" se originou a partir do latim intelligentia​, oriundo de intelligere, em que o prefixo inter significa "entre", e legere quer dizer "escolha". Assim sendo, o significado original deste termo faz referência a capacidade de escolha de um indivíduo entre as várias possibilidades ou opções que lhe são apresentadas.
 

Para a escolha da melhor e mais adequada oportunidade, entre as várias opções, uma pessoa precisa avaliar ao máximo todas as vantagens e desvantagens das hipóteses, necessitando para isso da capacidade de raciocinar, pensar e compreender, ou seja, a base do que forma a inteligência.
 

Entre as faculdades que constituem a inteligência, também está o funcionamento e uso da memória, do juízo, da abstração, da imaginação e da concepção.
 

Os conceitos e definições da inteligência variam de acordo com o grupo a que se referem. Por exemplo, na psicologia, a chamada "inteligência psicológica" é a capacidade de aprender e relacionar, ou seja, a cognição de um indivíduo; enquanto que no ramo da biologia, a "inteligência biológica" seria a capacidade de se adaptar a novos habitats ou situações.
  • Teste de inteligência
Os testes de inteligência surgiram entre os séculos XIX e XX, na tentativa de "medir" o tamanho da inteligência dos indivíduos.
 

O primeiro teste desenvolvido para medir a capacidade intelectual foi criado pelo psicólogo francês Alfred Binet (1859-1911), que era aplicado nas escolas francesas para identificar os alunos com dificuldades de aprendizado.
 

Alguns anos mais tarde, o psicólogo alemão William Stern (1871-1938) criou a expressão Quociente de Inteligência, conhecido pela sigla QI (Intelligenz-Quotient, em alemão), introduzindo os termos "IM (Idade Mental)" e "IC (Idade Cronológica)", para relacionar a capacidade intelectual de uma pessoa e a sua idade. 

A Evolução do Conceito de Inteligência

  • Tipos de inteligência
No entanto, o conceito empregado pelo Quociente de Inteligência começou a ficar desacreditado quando foram observados indivíduos com QI baixo, mas com grande sucesso na vida profissional, enquanto que pessoas consideradas "mais inteligentes", apresentavam situações inferiores.
 

O psicólogo Howard Gardner apresentou a Teoria das Inteligências Múltiplas, que alegar ser a inteligência um conjunto de no mínimo 8 processos mentais diferentes existentes dentro do cérebro.
 

De acordo com esta teoria, cada ser humano possui um pouco de cada uma dessas "inteligências", sendo que, em algumas pessoas, sempre há um tipo de processo específico que pode ser mais desenvolvido do que em outras, fazendo com que de destaque em determinadas campos ou áreas de atividade.
  • Inteligência linguística:
Pessoas com facilidade em se expressar, oralmente e através da escrita. Pessoas com este tipo de inteligência mais desenvolvido têm tendência a aprender outros idiomas com mais facilidade, além de possuir um alto grau de atenção.
  • Inteligência lógica:
Pessoas com facilidade em trabalhar com a lógica em geral, como operações matemáticas ou trabalhos científicos, por exemplo. Normalmente, possuem uma boa memória e conseguem solucionar problemas complexos facilmente. Podem ainda ser consideradas mais organizadas e disciplinadas.
  • Inteligência espacial:
Pessoas com facilidade em entender e manipular o mundo visual, como imagens em 2D ou 3D. São bem desenvolvidos por arquitetos e profissionais ligados à arte gráfica.
  • Inteligência motora:
Pessoas que conseguem realizar movimentos complexos com o próprio corpo, tendo para isso uma espantosa noção de espaço, distância e profundidade dos ambientes.
  • Inteligência musical:
Pessoas com facilidade em identificar e reproduzir diferentes tipos de padrões sonoros, além de criar músicas ou harmonias inéditas. Este é um dos tipos raros de inteligência presentes entre as pessoas.
  • Inteligência interpessoal:
Pessoas com facilidade de liderar, a partir do entendimento do ponto de vista e intenções dos outros. São considerados indivíduos muito ativos, que gostam de responsabilidades e que têm facilidade em conseguir convencer os demais a fazer aquilo que desejam.
  • Inteligência intrapessoal:
Pessoas com facilidade em observar, analisar e compreender a si próprias. Também podem exercer influência sobre as pessoas, mas de maneira mais subjetiva, utilizando ideias e não ações.
  •  Inteligência naturalista:
São as pessoas com facilidade de identificar e diferenciar diferentes padrões presentes na natureza.
  • Inteligência emocional
O conceito de inteligência emocional está presente dentro da psicologia e foi criado pelo psicólogo estadunidense Daniel Goleman.
 

Um indivíduo considerado emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar as suas emoções, motivando a si mesmo a persistir em situações de frustração, por exemplo.
 

Entre as outras características da inteligência emocional está a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas, motivar as pessoas, praticar a gratidão, entre outras qualidades que podem ajudar a encorajar os outros.
  • Inteligência artificial
A inteligência artificial ou I.A é um ramo de estudo da ciência da computação que se ocupa em desenvolver mecanismos e dispositivos tecnológicos que consigam simular o sistema de raciocínio dos seres humanos, ou seja, a sua inteligência.
 

As pesquisas relacionadas a inteligência artificial são lentas, mas já mostraram significativos resultados de como aparelhos podem interpretar e sintetizar a voz ou os movimentos humanos, por exemplo. Mas, ainda falta muito para que máquinas atinjam o conceito mais próximo possível do que seria a inteligência humana.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

BRASIL INFANTIL - ETERNA ALIANÇA - O Sapo que virou Príncipe


Era uma vez uma bondosa princesa muito bonita, que vivia num reino muito distante.
 

Um dia, sem querer, a princesa deixou cair uma bola dentro de um lago. 

Pensando que a bola estivesse perdida, começou a chorar.
 

— Princesa, não chore. Vou devolver a bola para você. — disse um sapo. — Pode fazer isso? – perguntou a princesa. — Claro, mas, só farei em troca de um beijo. A princesa concordou....
 

Então, o sapo apanhou a bola, levou-a até os pés da princesa e ficou esperando o beijo. Mas, a princesa pegou a bola e correu para o castelo. O sapo gritou: — Princesa, deve cumprir a sua palavra! O sapo passou a perseguir a princesa em todo lugar. Quando ia comer, lá estava o sapo pedindo a sua comida. O rei, vendo sua filha emagrecer, ordenou que pegassem o sapo e o levassem de volta ao lago.
 

Antes que o pegassem, o sapo disse ao rei: — Ó, Rei, só estou cobrando
uma promessa. — Do que está falando, sapo? Disse o rei, bravo.
 

— A  princesa prometeu dar-me um beijo depois que eu recuperasse uma bola perdida no lago. O rei, então, mandou chamar a filha. O rei falou à filha que uma promessa real deveria ser cumprida. Arrependida, a princesa começou a chorar e disse que ia cumprir a palavra dada ao sapo.
 

A princesa fechou os olhos e deu um beijo no sapo, que logo pulou ao chão. Diante dos olhos de todos, o sapo se transformou em um belo rapaz com roupas de príncipe. Ele contou que uma bruxa o havia transformado em sapo e somente o beijo de uma donzela acabaria com o feitiço. 

Assim, ele se apaixonou pela princesa e a pediu em casamento. A princesa aceitou. Fizeram uma grande festa de casamento, que durou uma semana inteira. A princesa e o príncipe juntaram dois reinos e foram felizes para sempre.
 

  • 10 coisas que você não sabia sobre a relação entre o PT e o PSDB
PT e PSDB são os irmãos Karamazov da política nacional. Nas últimas décadas, ambos os partidos travaram duelos apaixonados e transformaram o debate público brasileiro num imenso caldeirão, um Fla-Flu. De um lado os azuis, do outro os vermelhos. De um lado o tucano, do outro a estrela. De um lado o professor, do outro o operário.
 

O que poucas pessoas sabem é que há mais coisas em comum entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido da Social Democracia Brasileira do que julga nossa vã filosofia. PT e PSDB nasceram no mesmo lugar, no coração da esquerda paulistana, com concepções políticas e econômicas muito parecidas, e com duas figuras históricas – Lula e Fernando Henrique Cardoso – que não teriam ascendido sem o outro. E tudo isso nunca foi negado por seus criadores. Pelo contrário.

    “Nós estamos que nem dois jogadores de futebol, somos amigos, somos até irmãos e estamos jogando em times diferentes”, já disse Lula sobre a relação entre os partidos.


    “Nossas diferenças com o PT são muito mais em relação à disputa de poder do que sobre ideologia”, já assumiu Fernando Henrique Cardoso.
De fato, é muito difícil desassociar a história de ambos. O sociólogo francês Alain Touraine, de esquerda, ex-professor e amigo pessoal de Fernando Henrique, chegou a afirmar que o futuro do Brasil seria a união dos partidos. Em 2004, Touraine disse que os governos de FHC e Lula faziam parte de um mesmo projeto. E tal cenário é assumido por seu pupilo. Para FHC, há uma massa política atrasada no país e a polarização entre PT e PSDB serve para tirá-lo desse atraso.


    “Os dois partidos que têm capacidade de liderança para mudar isso são o PT e o PSDB. Em aliança com outros partidos. No fundo, nós disputamos quem é que comanda o atraso”, disse.
Aqui, 10 coisas que você não sabia sobre a relação entre os dois partidos que mais pediram o seu voto nos últimos tempos.
Foi em 1978.
 

Fernando Henrique Cardoso era o príncipe dos sociólogos, um membro ativo da comunidade acadêmica paulistana que havia deixado a universidade para abraçar a vida pública. Era sua estreia de gala, o candidato de esquerda na corrida ao Senado pelo maior estado do país, a nova aposta do MDB.
 

Lula era o sapo dos operários, um líder do movimento sindical que tinha “ojeriza” à política partidária. Convencido por alguns amigos, abriu uma exceção para a candidatura do sociólogo do Morumbi. Pediu em troca sua adesão às bandeiras econômicas dos sindicatos, prontamente atendidas. Tal qual FH, era sua primeira vez nas corridas eleitorais. E a meta era clara: somar o máximo de votos possíveis para Fernando Henrique Cardoso.
  

Como conta o próprio Lula: “Acontece que em 78, primeiro ano das greves do ABC, o MDB estava lançando sua chapa de senadores. Algumas pessoas, alguns jornalistas cujos nomes não vou dizer, queriam que a gente apoiasse Cláudio Lembo, da Arena. Fui apresentado a Fernando Henrique Cardoso. Aí fomos para a campanha. Fui representar Fernando Henrique Cardoso em vários comícios.”
 

Lula levou FHC às portas de fábrica e rodou com ele pelo interior do estado. 

Era o príncipe e o sapo unidos em torno da criação do mesmo reino – a maior figura daquilo que viria a ser o PSDB com a maior figura daquilo que viria a ser o PT. Num palanque do MDB, com artistas e figuras ilustres da esquerda paulistana, o líder operário irritou-se com a festividade. Virou-se para Ulysses Guimarães e esbravejou: “O trato é que iria pedir votos só para o Fernando Henrique Cardoso. Todo mundo sabe que sou o principal cabo eleitoral do Fernando Henrique Cardoso. Agora querem que eu peça votos também pro Montoro. Eu não vou pedir. Se não me deixarem fazer o que eu quero, eu desço e levo o palanque todo comigo, e vamos fazer o comício em outro lugar.”
 

Era o início de tudo. Fernando Henrique acabaria eleito primeiro suplente do senador Franco Montoro e, quatro anos depois, quando Montoro virou governador, assumiu a vaga, dando princípio à carreira política que o levaria ao cume do poder nacional. Sem o apoio de Lula em seus primeiros passos, nada disso seria possível.
 

Na década de setenta, Fernando Henrique Cardoso tinha uma casa de praia em Picinguaba, Ubatuba, litoral norte de São Paulo. Em 1976, entre as indas e vindas de sua vida acadêmica dentro e fora do país, deixou o imóvel nas mãos de um amigo de longa data que conhecia desde os tempos de garoto – um sujeito chamado Eduardo Matarazzo Suplicy. “Em 1976, aluguei uma casa em Paraty e fui conhecer Picinguaba. O Fernando Henrique Cardoso tinha uma casa lá, que acabou me emprestando por seis meses quando ele foi para a França. O filho da caseira me mostrou um terreno, onde acabei construindo minha casa, dois anos depois”, conta Suplicy.
 

Um ano depois, o fundador do PSDB abriria as portas para o fundador do PT e sua esposa – Lula e Marisa – passarem um final de semana no imóvel. Lula ficou extasiado com a paisagem. Só reclamou dos mosquitos.
 

No final da década de 1970, Fernando Henrique e Lula participaram de uma reunião no ABC paulista, com intelectuais e dirigentes sindicais, para discutir o que fazer diante da iminente redemocratização no país. Nesse espaço, discutiram a criação de um partido socialista. Mas a ideia não foi pra frente. Como conta o sociólogo Francisco Weffort, fundador do PT e posteriormente ministro do governo FHC: “Apesar das muitas afinidades, prevaleceu a divergência. Daquele grupo, uns saíram para criar o PT e outros, anos depois, o PSDB.”
Segundo Eduardo Suplicy, que reuniu Lula e Fernando Henrique diversas vezes em sua casa para discutir o futuro do país e a possível criação de uma nova legenda, ela só não nasceu pelo conflito de liderança entre os dois: “Cada um avaliava que seria o líder maior da organização que se formasse. Tinham dificuldade de aceitar a liderança um do outro, e ficava muito difícil para ambos ficar no mesmo partido”, conta.
 

Por muito pouco, PT e PSDB não se tornaram um único partido.
 

A história dos principais caciques tucanos se confunde com a história dos principais caciques petistas. Juntos, ajudaram a construir a esquerda brasileira.
 

Fernando Henrique Cardoso sempre foi um estudioso do marxismo, por influência de Florestan Fernandes. Na década de 50, auxiliava a edição da revista “Fundamentos”, do Partido Comunista Brasileiro. Também integrava um grupo de estudos dedicado à leitura e discussão da obra O Capital, de Marx. Em 1981, ao lado de Eduardo Suplicy, ingressou numa lista da Polícia Federal. Era tratado como comunista pela ditadura.
 

O economista José Serra foi uma das principais lideranças estudantis de seu tempo, presidente da UNE e um dos fundadores da Ação Popular, grupo de esquerda que revelaria os petistas Plínio de Arruda Sampaio e Cristovam Buarque. Serra é amigo pessoal e conviveu por anos no exílio com a economista petista Maria da Conceição Tavares, uma das principais influências intelectuais do Partido dos Trabalhadores e referência particular de Dilma.
 

O tucano Aloysio Nunes, vice de Aécio Neves na última eleição, foi membro da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira liderada por Carlos Marighella – era seu motorista e guarda-costa. Aloysio realizou inúmeros assaltos à mão armada em nome da revolução socialista.
 

José Aníbal, uma das figuras mais proeminentes do PSDB paulista, foi amigo de adolescência de Dilma Rousseff, com quem estudava matemática depois das aulas, e seu parceiro na Organização Revolucionária Marxista Política Operária, também conhecida como POLOP. Aníbal foi um dos fundadores do PT, antes de ser presidente do PSDB.
 

Juntos, eles fundariam os dois partidos políticos mais relevantes do país.
O recém formado PSDB, criado por dissidentes de esquerda do MDB, lançou o senador Mario Covas candidato à presidência em 1989. Covas alcançou pouco mais de 7 milhões de votos no primeiro turno e terminou a corrida na quarta colocação. O que pouca gente se lembra é que o PSDB apoiou Lula no segundo turno – o PMDB, de Ulysses Guimarães, tentou seguir o mesmo caminho, mas acabou rejeitado pelo Partido dos Trabalhadores. Os tucanos, por outro lado, foram acolhidos. Em almoço com o prefeito de Belo Horizonte eleito pelo PSDB, Pimenta da Veiga, Lula ouviu do tucano: “Eu tenho também a alegria de saber que, pela primeira vez, aqui se reúnem representantes de todas as forças progressistas do país, nesta tarde, neste almoço. Eu estou certo que isso terá desdobramentos. E acho que deve ser assim, porque o Brasil deseja mudanças em profundidade. E só essas forças progressistas podem fazer essas mudanças.”
 

Lula perderia a eleição para Collor em poucas semanas.
 

Em 1993, o Brasil passou por um plebiscito sobre a forma e o sistema de governo do país. De um lado, o PT articulava a formação de uma Frente Presidencialista. De outro, o PSDB defendia a implementação do parlamentarismo. Numa conversa informal, Lula e FHC chegaram a conversar sobre um plano em que o operário se tornaria presidente e o sociólogo primeiro-ministro.
 

Em 1998, como revela numa conversa com o ex-senador petista Cristovam Buarque, FHC recebeu Lula no Palácio do Alvorada e arriscou uma nova previsão. “Cristovam Buarque: Em novembro de 1998, acompanhei o Lula para visitá-lo. Quando o senhor abriu a porta do apartamento residencial no Alvorada, disse: “Lula, venha conhecer a casa onde você um dia vai morar”. Foi generosidade ou previsão? 

Fernando Henrique Cardoso: Não creio que tenha sido uma previsão, mas sempre achei uma possibilidade. E também um gesto de simpatia. Eu disse ao Lula naquele dia: “Temos uma relação de amizade há tantos anos, não tem cabimento que o chefe do governo não possa falar com o chefe da oposição”. Era uma época muito difícil para o Brasil. Eu disse lá, não sei se você se lembra: “Algum dia nós podemos ter de estar juntos”. Eu pensava numa crise. E disse ao Lula: “Não quero nada de você. Só conversar. É para você ter realmente essa noção de que num país, você não pode alienar uma força”. Lula conversou comigo no dia da posse. E foi bonita aquela posse… Na hora de ir embora, o Lula levou a mim e a Ruth até o elevador. E aí ele grudou o rosto em mim, chorando. E disse: “Você deixa aqui um amigo”. Foi sincero, não é?”
 

Em 1999, Fernando Henrique relatou o quanto respeitava Lula. Numa conversa com Eduardo Suplicy, revelou que quando Lula aparecia na televisão falando mal dele, simplesmente desligava o aparelho. “Fico triste, perco até o humor. Para vocês terem uma ideia do quanto eu gosto e admiro o Lula. Você sabe, Eduardo, o que eu fiz com Lula quando ele esteve comigo no Alvorada, mostrei a ele o meu quarto e disse: “Um dia isso aqui vai ser os seus aposentos”. A gente faz isso com adversário, nem com todos os amigos a gente faz isso. Pois eu mostrei a Lula as dependências da residência oficial em que moro. Mostrei o meu quarto.”
 

Em três anos, Lula viraria presidente. A profecia tucana se cumpriu.
 

Nas eleições de 2002, FHC retaliou José Serra, candidato pelo PSDB à sucessão presidencial, por ataques feitos a Lula durante a campanha. Fernando Henrique disse também, em conversas reservadas, que foi um erro o ataque direto ao presidente do PT, o então deputado federal José Dirceu. Dirceu era o petista mais próximo de seu governo e a ordem era que se suspendesse imediatamente as críticas a ele. Seu puxão de orelha foi transmitido ao comando do marketing da campanha de Serra.
 

Com Lula eleito, FHC iniciou uma campanha secreta em sua defesa. A história é narrada no livro ”18 Dias — Quando Lula e FHC se uniram para conquistar o apoio de Bush”, escrito por Matias Spektor, doutor em relações internacionais pela Universidade de Oxford e colunista da Folha de São Paulo. Como conta Spektor: “Lula despachou José Dirceu [que viria a ser o chefe de sua Casa Civil] para os Estados Unidos e acionou grupos de mídia e banqueiros brasileiros que tinham negócios com a família Bush. Disciplinou as mensagens de sua tropa e abriu um canal reservado com a embaixada americana em Brasília. Lula não fez isso sozinho. Operando junto a ele estava o presidente brasileiro em função – Fernando Henrique Cardoso. FHC enviou seu ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, em missão à Casa Branca para avalizar o futuro governo petista. O presidente também instruiu seu ministro da Fazenda, Pedro Malan, a construir uma mensagem comum junto ao homem forte de Lula, Antonio Palocci.

Eles fizeram uma dobradinha para dialogar com o Tesouro dos Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional e Wall Street. Fernando Henrique ainda orientou Rubens Barbosa, seu embaixador nos Estados Unidos, a prestar todo o apoio a Lula.”
 

Sem esse apoio, Lula certamente não conseguira a estabilidade internacional que teve. Não fosse FHC, sua história teria tomado outros rumos. E a do Brasil também.
 

No início dos anos 2000, Henrique Meirelles deixou de lado uma vida bem sucedida como executivo do setor financeiro para candidatar-se a deputado federal por Goiás. Recebeu 183 mil votos e se tornou o deputado mais votado do estado. Seu partido era o PSDB. Com o sucesso eleitoral e o respeito do mercado financeiro, foi convidado por Lula para ser o primeiro presidente do Banco Central de seu governo, cargo que ocuparia por longos 7 anos. Meirelles ainda receberia as bençãos de FHC, antes de se desfiliar do PSDB e deixar o cargo que havia sido eleito. Lula telefonou para Fernando Henrique para avisar a escolha.
 

Em 2003, Marcos Lisboa, outro homem forte da economia do primeiro governo Lula, declarou que a equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso merecia uma “estátua em praça pública” por ter promovido os acordos com os governos estaduais e municipais na negociação da dívida e também por ter criado a Lei de Responsabilidade Fiscal.
 

Anos mais tarde, Fernando Henrique revelou comemorar as conquistas do governo Lula. “Eu também comemoro a melhoria na distribuição de renda. A política dele é a minha”, disse.
 

Durante todo governo Lula, duas figuras construíram uma ponte entre o presidente operário e o ex-presidente sociólogo: os então ministros Antonio Palocci, da Fazenda, e Márcio Thomaz Bastos, da Justiça. Os encontros foram confirmados por ambos – Palocci confirmou que esteve pessoalmente com FHC “pelo menos cinco vezes”; Bastos disse ter conversado pessoalmente com o ex-presidente apenas uma vez, em junho de 2005, mas confirmou que os contatos por telefone eram muito frequentes. Lula sempre soube das conversas e, mais de uma vez, em momentos difíceis, sugeria a Palocci: “Vai conversar com Fernando Henrique”.
 

Em 2005, no auge do escândalo do Mensalão e com a pressão por impeachment, Lula orientou seus dois homens fortes para pedirem a FHC que aplacasse os ânimos da oposição. O tucano aceitou de prontidão. Na conversa com Thomaz Bastos, FHC concordou que um impeachment de Lula, à época uma ameaça real, “tornaria o país ingovernável”. Fernando Henrique dizia que não queria criar “uma cisão no Brasil”. Os tucanos acataram a ordem e a história do impeachment perdeu força.
 

PT e PSDB são tratados como antagonista no cenário político nacional, mas a verdade é que em pelo menos 999 cidades (o correspondente a 18% das 5.569 cidades brasileiras), os partidos fizeram parte da mesma coligação nas últimas eleições municipais. Só no estado de São Paulo, esse número foi de 54 municípios.
 

Em Schroeder, Santa Catarina, por exemplo, o prefeito eleito foi o tucano Osvaldo Jurck; seu vice foi o petista Moacir Zamboni. Em 149 casos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as chapas que contaram com o PT foram encabeçadas por candidatos a prefeito pelo PSDB.
 

Tudo como se fossem feitos um para o outro.
  • EM DEFESA DA DEMOCRACIA
Este texto deve, por certo, desagradar algumas pessoas, mas como não me importa agradar e sim alertar, vou correr esse risco.
Assusta-me ver pessoas marchando pelas ruas empunhando cartazes pedindo uma intervenção militar, a maioria agindo inocentemente, convencida de que a ditadura em nosso país foi um período maravilhoso e que era necessária para salvar-nos da eterna “ameaça comunista”.  Vejo algumas pessoas mais maduras seguirem esse mesmo embalo, talvez porque fizessem parte daquela minoria bem nascida que nunca teve problemas para comprar o que bem quisesse, ou talvez porque foram formados nas escolas infestadas da bactéria do militarismo e não se preocuparam em conhecer a história quando a ditadura enfim acabou.
 
Os mais jovens por certo não viveram esse período, no qual tive a oportunidade de passar minha infância adolescência e até mesmo o início de minha vida adulta. Nunca estive envolvido com a luta armada e nem tinha uma visão política da realidade, como boa parte dos brasileiros que procurava sobreviver e levar sua vida.  Na verdade éramos uma sociedade submetida a uma verdadeira lavagem cerebral, obrigados a saber na ponta da língua todos os hinos marciais, com a desculpa de aprendermos música, e a idolatrar todos os heróis militares que nos pudessem empurra goela abaixo.
 
A imprensa era impedida de noticiar qualquer coisa negativa sobre o regime (bem diferente de hoje em dia) e os “inocentes” álbuns de figurinhas eram cheios de palavras de ordem e propaganda militarista. Foi a época áurea de Don e Ravel, que só fizeram sucesso nessa época, cantando loas ufanistas ao Brasil. Foi também a época áurea da EXPOEX- Exposição do Exército que pretendia incutir nos jovens o desejo de tornar-se soldado. As escolas montavam excursões para ir até elas.
 
A ditadura foi combatida em várias frentes, desde a luta armada até à resistência pacífica e cultural, bem como por vários exilados políticos que a combatiam de fora do país.
 
É claro que me causa horror ver alguns “artistas” de hoje, conscientemente ou não, reproduzirem o discurso do medo que ecoou nos idos dos anos 60. Claro que me causa espanto ver pessoas anônimas de bem, caírem no conto da ditadura branda.
 
Pior do que isso me causa náuseas, ver pessoas usarem de uma liberdade de expressão para justamente dizerem que não temos liberdade de expressão. É muita ignorância ou preguiça de pensar. Afinal, se estivéssemos impedidos de nos expressarmos, em qualquer grau de censura, essas mesmas pessoas já estariam presas há muito tempo. Queria ver essas pessoas, que tem horror à democracia, falarem um centésimo do que dizem sobre o governo atual, se fosse algum general que lá estivesse. 

Por certo a sua valentia acabaria em segundos.
 
Pior do que isso é ver as mesmas forças “de direita” usarem os mesmos argumentos que levaram Getúlio Vargas ao suicídio, para tentar nos enfiar goela abaixo uma nova ditadura.
 
Pior ainda é ver partidos políticos, emitirem notinhas sem sentido, fingindo não concordar com o caos que se está instalando, simplesmente porque pretendem levar vantagem com isso.
 
Mas, um partido político que abriga em seu cerne, descendentes de ministros da ditadura e de famílias tradicionais, acostumados a mandar e desmandar sem serem contrariados, só pode mesmo fingir-se de inocente neste momento.
 
Para alguns desses senhores um golpe militar apenas serviria para garantir seus direitos de propriedade e riqueza, não conquistados pela meritocracia que tanto apregoam, mas por herança.
 
Não, não estou pregando nenhuma guerra de classes, esse é outro discurso batido e sem sentido, estou apenas dizendo que para “meia dúzia” de políticos fracassados, um novo golpe militar seria uma redenção, uma volta às capitanias hereditárias das quais não querem abrir mão.
 
As pessoas vivem repetindo frases do tipo: Mostre-me um país onde o comunismo de certo!
 
Pois bem, eu faço outra pergunta: Em que país um regime militar deu certo?
 
O mais incrível é que, em tempos de internet, onde se pode facilmente tomar conhecimento do que ocorreu na ditadura militar, as pessoas se neguem o direito de pesquisar e conhecer a história deste país.  Parece-me inconcebível que educadores não procurem conhecer a história de Paulo Freire e Anísio Teixeira. Que estudantes de jornalismo não se importem em conhecer sobre a morte de Vladimir Herzog...
 
Enfim: Um povo que não conhece sua história está fadado a repetir os mesmos erros do passado. - Jorge Linhaça

  • REFERÊNCIAS:

  • Patriotismo ou Ilusionismo?

sexta-feira, 24 de julho de 2015

RELIGIÕES - A Ética É Mais Importante Que a Religião

  • Ética É Mais Importante Que a Religião
Sua Santidade o Dalai Lama, que faz 80 anos no dia 6 de julho, é um dos principais líderes religiosos do mundo. No entanto, diz que a ética é mais importante que a religião.
USA SANDÁLIAS COMUNS, e o sorriso que lhe ilumina o rosto é prazenteiro. Tenzin Gyatso, o 14.º Dalai Lama, e eu já nos encontramos mais de 30 vezes nos últimos 33 anos, e raramente entrevistei alguém tão empático. Ninguém ri mais do que ele. Segundo inquéritos, é a pessoa do mundo de quem mais gente gosta. A notícia não surpreende. «Não conheço nenhum inimigo», disse-me há mais de 20 anos. «Mas há pessoas que não conheço ainda.»
Apesar de a ocupação chinesa o ter for­çado a viver fora do Tibete desde 1959, não sente ódio pela China nem pelos seus líderes. Pelo contrário. «Claro que rezo pelos líderes comunistas em Pe­quim», afirma. Apesar da sua idade, o Dalai Lama acredita que ainda viverá o bastante para ver a resolução do con­flito que opõe a China ao seu Tibete natal.
Nos últimos anos, o Dalai Lama tem apelado cada vez mais insistentemente a uma ética que transcende a religião. Hoje, aos 80 anos, proclama uma visão que é seguramente original para um líder religioso: «A ética é mais importante do que a religião», afirma. «Não chegamos a este mundo como mem­bros desta ou daquela religião. Mas a ética é inata.»
Uma das suas principais certezas é a de que todos os seres humanos são iguais no que respeita à busca pela fe­licidade e ao desejo de evitar o sofri­mento.
Franz Alt: Depois do ataque terrorista em Paris, disse: «Há dias em que creio que seria melhor não existirem religi­ões!» O que pretendia dizer com isto?
Dalai Lama: É claro que o conheci­mento e a prática da religião tem sido muito útil, mas atualmente já não basta, como mostram com cada vez maior clareza vários exemplos em todo o mundo. Isto é verdade para todas as religiões, incluindo o cristianismo e o budismo. Já se travaram guerras em nome da religião, inclusivamente «guerras santas». As religiões foram e continuam a ser intolerantes. É por isso que digo que no século XXI pre­cisamos de uma nova ética que trans­cenda as religiões. Mais importante do que a religião é a nossa espiritua­lidade humana elementar. É a predis­posição para o amor, para a bondade e para o afeto que todos possuímos, independentemente da religião que professamos. No meu ponto de vista, as pessoas podem viver sem religião, mas não conseguem viver sem valores, sem ética.
O que o leva a pensar que aquilo de que precisamos é de mais espiritua­lidade do que a que as religiões ditas tradicionais têm para oferecer?
Vivo há 56 anos no exílio, na Índia. É uma sociedade secular que vive se­gundo uma ética secular. Mahatma Gandhi era profundamente religioso, mas também possuía um espírito secu­lar. Tinha uma enorme admiração por Jesus e pelo pacifismo do Sermão da Montanha. É ele o meu modelo, por­que personificou a tolerância religiosa. Esta tolerância está profundamente enraizada na Índia. Com muito poucas exceções encontramos ali não apenas hindus, muçulmanos, cristãos e siques a viver em paz, mas também jainistas, budistas, judeus, agnósticos e ateus.
Sei que têm existido casos reiterados de violência pontual. Mas é errado fa­zer generalizações. No seu todo, a so­ciedade indiana é pacífica e harmo­niosa. Todas as confissões religiosas defendem o princípio indiano antigo da não violência, ahimsa, com o qual Gandhi teve tanto êxito político. É o alicerce da coexistência pacífica. Essa é uma ética prática secular que trans­cende todas as religiões. O mundo de hoje faria bem em imitá-lo
Entre os seis mil milhões de «crentes» no mundo, são muitos os que não le­vam a sério a sua própria religião.
Infelizmente, entre esses seis mil mi­lhões estão muitas pessoas corruptas, que apenas perseguem os seus pró­prios interesses. Mas só existirá mais paz externa na Terra quando existir mais paz interna. E isto é verdade para todos os conflitos de hoje – na Ucrâ­nia, no Médio Oriente, no Afeganistão, na Nigéria. Em quase toda a parte, o fundamentalismo religioso é uma das causas da guerra. Sabemos muito bem que arriscar uma guerra nuclear seria comparável a um suicídio coletivo. Só isto mostra o quanto estamos depen­dentes uns dos outros.
A mais moderna investigação neu­robiológica recente sugere veemente­mente que os comportamentos altruís­tas são mais gratificantes que os egoís­tas. As pessoas não têm de ser egoístas: podem com a mesma facilidade ser altruístas e orientar as suas atividades para o bem-estar dos outros. O altruísmo faz-nos mais felizes!
A felicidade não é apenas uma coin­cidência: é uma capacidade que todo e qualquer indivíduo tem à sua dispo­sição. Toda a gente pode ser ou tornar­-se feliz. A investigação moderna diz­-nos quais os fatores que influenciam a felicidade. Passo a passo, podemos transformar os fatores que militam contra a felicidade. Isto é verdade para a totalidade da sociedade. O objetivo de uma ética secular é libertar-nos do sofrimento imediato e a longo prazo e desenvolver a capacidade de apoiar os outros na busca da felicidade. Um dos aspectos da compaixão é a vontade es­pontânea de agir em prol do bem-estar dos outros.
Atribui uma grande importância à moderna investigação sobre o cérebro. Porquê?
O nosso cérebro é um órgão de apren­dizagem. A neuropsicologia diz-nos que podemos treinar o cérebro como treinamos os músculos. Desta forma, podemos ser destinatários conscientes do bom e do bem e, com isso, influen­ciar positivamente o nosso cérebro e ultrapassar o que é negativo. Com a ajuda da mente e do espírito, podemos mudar o nosso cérebro para melhor. Isto é um progresso revolucionário.
Graças a este progresso estamos agora mais seguros de que a ética, a compaixão e o comportamento social são coisas com as quais nascemos, enquanto a religião é algo que nos é incutido. A conclusão é que a ética é mais profunda e mais natural do que a religião.
Que perguntas devemos fazer-nos para desenvolver ainda mais a nossa capacidade de compaixão?
Temos uma mente aberta ou fechada? Estamos a considerar a situação como um todo, ou a ver apenas um aspecto? Estamos a pensar e a agir holistica­mente? Olhamos genuinamente para as coisas com uma perspetiva de longo prazo, ou apenas de curto prazo? As nossas ações são verdadeiramente mo­tivadas por uma compaixão sincera? A nossa compaixão limita-se à família e aos amigos, porque nos conseguimos identificar com eles?
Precisamos de refletir, refletir, refle­tir. E de investigar, investigar, investi­gar. A ética tem principalmente que ver com a nossa condição espiritual, e não com a adesão formal a uma comu­nidade religiosa. Temos de ultrapassar as restrições autoimpostas e aprender a compreender as perspectivas dos ou­tros. No atual conflito da Ucrânia, isto significa que a Europa Oriental precisa da Europa Ocidental, e que a Europa Ocidental precisa da Europa Orien­tal. Por isso, falem uns com os outros! Percebam que vivemos numa época de globalização. O novo lema tem de ser: «Os vossos interesses são os nos­sos interesses.» O fundamentalismo é sempre prejudicial. As ideias de ontem não nos levam a lado nenhum. Espe­cialmente para as crianças, os adultos de amanhã, a ética é mais importante do que a religião.
As mudanças climáticas são outra coisa que apenas poderemos enfren­tar globalmente. Espero e rezo para que na próxima cimeira em Paris, da­qui a uns meses, esta verdade inegável produza finalmente resultados con­cretos. Egoísmo, nacionalismo e vio­lência são o caminho errado. A ques­tão mais importante para um mundo melhor é: «Como é que podemos aju­dar-nos uns aos outros?»
A cada dia fazemos desaparecer 150 espécies de plantas e animais, atira­mos para o ar 150 milhões de tone­ladas de gases com efeito de estufa. O que é que uma ética secular pode fazer para parar isto?
Consciência, educação, respeito, tole­rância, preocupação e não violência. No último século fizemos enormes progressos em termos materiais. Tudo considerado, foi uma coisa boa. Mas este progresso também levou ao mal atroz que estamos a fazer ao ambiente. No século XXI temos de aprender, cul­tivar e aplicar valores interiores a todos os níveis.
Independentemente de acredi­tarmos ou não numa religião, todos temos em nós esta fonte de ética pri­mitiva, elementar, humana. Temos de cultivar esta fundação ética. Ajudar­-nos-á a preservar o ambiente. Isto é religião prática e ética prática.
Há duas formas de olhar para a na­tureza humana. Uma delas diz que, por natureza, os seres humanos são violentos, implacáveis e agressivos. A outra forma de ver é que somos na­turalmente sintonizados para a gene­rosidade, harmonia e viver em paz. Esta segunda forma é a minha. Desse modo, não considero a ética uma co­leção de mandamentos e proibições a que devamos aderir, mas um impulso natural interior, que nos inspira a pro­curar a felicidade e a satisfação para nós e para os outros. O desejo simples que me inspira é contribuir para o bem da humanidade e do mundo vivo.
A ética educacional, a partir de cerca dos 14 anos, é mais importante do que a religião. A educação muda tudo. As pessoas são capazes de aprender. Na Alemanha podemos ver isto pela queda do Muro de Berlim. Testemu­nhar aquilo foi para mim uma experiência inesquecível. Outro caso é o das políticas da União Europeia depois da Segunda Guerra Mundial. Hoje, an­tigos inimigos trabalham juntos para construir e partilhar uma Europa pa­cífica. Por esse facto, a União Europeia até recebeu o Prêmio Nobel da Paz. E muito bem!
O que pode cada um de nós fazer para tornar o mundo um lugar mais pací­fico e melhor?
Se queremos fazer do mundo um lugar melhor, então também nós próprios temos de nos tornar melhores. Não há um caminho fácil. Primeiro que tudo temos de ver os nossos inimigos como seres humanos. No Sermão da Montanha, Jesus chama a isto «amar o teu inimigo». No nosso melhor in­teresse, devemos fazer tudo o que nos for possível para garantir que todos os seres vivos podem prosperar. Para isso, precisamos de ensinar o espírito e de educar o coração.
Depois de 1945, a União Europeia escolheu o caminho certo e garantiu a cooperação entre antigos inimigos. As­sim, os inimigos tornaram-se amigos. Isto só foi possível porque milhões de pessoas conscientemente deixaram de trilhar aquele caminho.
O verdadeiro inimigo é o inimigo interior, não o exterior. As inimizades externas nunca duram, e a inimizade entre China e Tibete não é exceção. Se respeitarmos os nossos inimigos, um dia eles poderão tornar-se nossos amigos.
É por isto que a minha adesão à não violência é inabalável. Essa é uma forma inteligente de amarmos os nos­sos inimigos. A meditação intensa diz­-nos que os inimigos podem tornar­-se os nossos melhores amigos. Desta forma, podemos atingir maior sereni­dade, maior compaixão e maior pers­picácia. Então teremos uma verdadeira hipótese de fazer do século XXI um sé­culo de paz, um século de diálogo e um século de humanidade responsável, preocupada e compassiva.
É nisto que tenho esperança, é para isto que rezo.