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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Fumo, não fumo. Sempre é bom parar de fumar!

  •  O que nós pensamos ou o que nós sabemos ou o que acreditamos, no final das contas, tem pouca importância. A única consequência é o que fazemos
  • Para os que não possuem muito dinheiro para gastar com doenças é melhor nem pensar em ficar doente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo a principal causa de morte evitável no mundo e estima que um terço da população adulta, cerca de 2 bilhões de pessoas, sejam fumantes. Estatísticas apontam que aproximadamente 47% de toda a população masculina mundial e 12% da feminina fumam. O tabagismo está relacionado a mais de 50 doenças, sendo responsável por cerca de 30% das mortes por câncer de boca, 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença do coração, 85% das mortes por bronquite e enfisema e 25% das mortes por derrame cerebral. Mas porque é tão difícil parar de fumar? Para responder essa e outras perguntas sobre o tema, a Dra. Maria Teresa Cruz Lourenço, Diretora do Núcleo de Psico-Oncologia e Coordenadora do Grupo de Apoio ao Tabagista (GAT) do A.C.Camargo Cancer Center, fala sobre questões comuns para quem quer largar o vício.
  • Confira a entrevista.
  • Atuação - Por que é tão difícil parar de fumar?
Dra. Maria Teresa - Porque o fumante é um dependente químico da nicotina, uma das 4.700 substâncias tóxicas presentes no cigarro. Após a primeira tragada, a nicotina é absorvida pelos pulmões e chega em segundos ao cérebro, atuando como qualquer outra droga no sistema nervoso central. Por essa razão, o ideal é nunca começar a fumar. Mas, para quem já é dependente, sempre vale a pena parar, porque o risco de desenvolver doenças associadas ao tabaco diminui gradativamente. Ou seja, nunca é tarde para largar o cigarro, e isso também vale para quem foi diagnosticado com câncer porque a nicotina pode interferir no tratamento.
  • Atuação - Quais são as principais doenças associadas ao tabagismo?
Dra. Maria Teresa - O tabaco é responsável por cerca de um terço de todos os tipos de câncer. É fator de risco para tumores na boca, laringe, língua, bexiga, esôfago e, principalmente, pulmão, entre outros. Além disso, pode provocar outros problemas de saúde, como derrame cerebral e infarto, além de doenças respiratórias, entre as quais estão enfisema pulmonar, bronquite e pneumonia. Considerando-se que a primeira causa de morte no mundo são as doenças cardiovasculares e a segunda é o câncer, pode-se afirmar que o tabagismo é um grande vilão da saúde. Portanto, boa parte dessas mortes poderia ser evitada se as pessoas deixassem de fumar.
  • Atuação - O que fazer para se livrar do cigarro?
Dra. Maria Teresa - Abandonar o vício é uma tarefa que exige muita força de vontade. Além disso, é importante buscar ajuda médica para tratar a dependência. Segundo dados da OMS, menos de 5% dos fumantes conseguem parar sem ajuda. O maior desafio é vencer a crise de abstinência.
  • Atuação - Como é o tratamento antitabagismo?
Dra. Maria Teresa - O tratamento é individualizado, de acordo com o grau de dependência do usuário. Entre os recursos utilizados estão medicamentos (que não contenham nicotina) e adesivos e gomas de nicotina, que ajudam a diminuir aos poucos a dependência da substância. O suporte psicológico também é uma importante ferramenta nesses casos.
  • Atuação - Há alguma iniciativa específica no A.C.Camargo direcionada às pessoas que desejam abandonar o tabagismo?
Dra. Maria Teresa - O A.C.Camargo criou em 1997 o Grupo de Apoio ao Tabagista (GAT), o primeiro serviço de prevenção e tratamento do tabagismo dentro de um centro oncológico no Brasil. O tratamento  começa com uma consulta com o médico psiquiatra que avaliará qual a melhor estratégia para cada caso. Entre as condutas terapêuticas, os pacientes podem ser direcionados às reuniões semanais de grupo para orientação cognitivo comportamental com psicólogo.
  • Atuação - Além de procurar ajuda médica, o que mais o fumante pode fazer para se livrar da dependência do cigarro?
Dra. Maria Teresa - Recomendo estabelecer um dia para largar o cigarro e levar a sério a decisão. É importante mudar hábitos associados ao fumo. Por exemplo, sair logo da mesa e procurar uma atividade caso esteja acostumado a encerrar as refeições fumando. A prática de atividades físicas também ajuda muito porque a pessoa passa a ficar menos ansiosa. É fundamental também estar consciente que possíveis recaídas fazem parte do processo, portanto, se você voltou a fumar depois de tentar parar, recomece. O trabalho anterior não está perdido.
  • Empresas contra o tabagismo
O tabagismo é reconhecido como um problema de saúde pública e no universo corporativo muitas organizações já abraçaram a causa contra esse mal que afeta os colaboradores e, consequentemente, os resultados dos negócios. Para empresas que desejam investir na conscientização de seus profissionais e ainda ajudá-los a abandonar o vício, o A.C.Camargo oferece palestras e workshops sobre o tema.
 
As ações são realizadas no ambiente empresarial pela equipe do A.C.Camargo e podem contar, por exemplo, com a exposição "O Caminho da Fumaça" - 17 painéis com ilustrações que revelam de forma lúdica como a fumaça do cigarro vai causando estragos na medida em que percorre o organismo. 
  • A polêmica do cigarro eletrônico
Se você já viu alguma vez aquele seriado "Pé na Cova" da Globo, deve ter reparado que a personagem da Marília Pêra fuma um cigarro de mentira que solta fumaça para se livrar do vício.Mas ele existe aqui no Brasil, é seguro? O que é esse cigarro eletrônico?
  • Cigarros eletrônicos e polêmicos
RIO - Leonardo di Caprio fuma. Os atores Robert Pattinson e Dennis Quaid também. No Brasil, mesmo com a comercialização proibida pela Anvisa desde 2009, os cigarros eletrônicos voltaram a aparecer. Por aqui usar pode, vender não. Mas na internet a oferta do produto é alta, variada e facilitada. E, sendo assim, o número de usuários vai aumentando, por razões que vão de curiosidade à tentativa de largar o cigarro, mesmo que os médicos especialistas em dependência de tabaco rejeitem esta possibilidade. Somente nos EUA, existem hoje 400 marcas diferentes de cigarros eletrônicos.
  • INFOGRÁFICO: Como funciona o cigarro eletrônico
— Experimentei para tentar parar de fumar, o gosto é bom e dá um certo prazer. Mas tem que fazer muita força para inalar, a bateria descarrega rápido, achei complicado e voltei para o cigarro — conta a vendedora Núbia Heckert, fumante há mais de 20 anos que já tentou usar o adesivo de nicotina mas teve taquicardia.
 
Às vezes, quando fica sem cigarro, ela volta a usar o dispositivo chinês, comprado na internet há seis meses.
 
A proibição da Anvisa, baseada na legislação sanitária que exige comprovação de segurança e eficácia do produto (seja na redução de dano, seja no tratamento do tabagismo), não serve para coibir a venda.
— Temos outras situações como esta, como a venda de complementos alimentares na internet em que atuamos em conjunto com a Polícia Federal, mas não há muito o que possamos fazer — afirma o diretor de monitoramento e controle sanitário da agência, Agenor Álvares.
 
Do ponto de vista médico não há recomendação. Segundo a pneumologista e psiquiatra Alessandra A. da Costa, do setor de drogas lícitas do departamento de psiquiatria da Uerj, os poucos estudos que existem sobre o tema apontam irritação na mucosa pulmonar causada pelo cigarro eletrônico. A FDA, agência americana que regulamenta alimentos e medicamentos, encontrou nos cartuchos, além da nicotina, as substâncias nitrosamina e dietileno glicol, cancerígenas e causadoras de dependência química.
 
— A primeira coisa que o médico que trata de dependentes de cigarro faz é quebrar o tripé de dependência: química, psicológica e o hábito — explica. — O e-cigarro não colabora com isso porque induz ao mesmo gestual comportamental. Além disso tem nicotina, mesmo que se reduza o nível, os cartuchos não são padronizados — diz a médica.
 
Para o cardiologista Marcelo Montera, coordenador do Centro de Insuficiência Cardíaca do hospital Procardíaco, só a proibição da Anvisa e a contraindicação do uso terapêutico recomendado pela FDA e Organização Mundial de Saúde sobre o produto seriam suficientes para encerrar a questão.
 
— Você tomaria uma coca-cola que não fosse testada? Pois é isso que as pessoas fazem com o cigarro eletrônico. Há indicadores de que o produto estimula o vício e não há literatura científica sobre a diminuição de casos de câncer ou dependência — adverte. Outro problema, segundo ele, é a falta de comprovação de segurança.
 
— Não é porque não tem alcatrão e outros elementos que o cigarro eletrônico é mais seguro; se o cigarro normal tem 60 elementos comprovadamente cancerígenos, este tem cinco potencialmente cancerígenos. As pessoas se enganam achando que podem consumir porque são as mesmas substâncias presentes em alimentos. Uma coisa é comer, a outra é inalar — diz.
 
  • Dra. Maria Teresa Duarte Pereira da Cruz - CRM 48076
Diretora do Núcleo de Psico-Oncologia - Especialista em Psiquiatria - RQE nº 23554
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