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quinta-feira, 13 de junho de 2019

Racismo e Preconceitos Baseiam-se, Solidamente, na Omissa Educação.

Percy Lavon Julian

 

Em seu centenário, em 1999, Percy Julian foi homenageado na Academia Nacional de Ciências americana como um dos maiores químicos de todos os tempos.


Percy Lavon Julian (11 de abril de 1899 - 19 de abril de 1975) era um pesquisador em química afro-americano e um pioneiro na síntese química de medicamentos a partir de plantas. Ele foi o primeiro a sintetizar o produto natural fisostigmina, e foi um dos pioneiros na síntese química industrial em larga escala dos hormônios humanos, esteróides, progesterona e testosterona, a partir de esteróides vegetais, tais como estigmasterol e sitosterol. Seu trabalho serviu como base para a produção da indústria de medicamentos esteróides de cortisona, outros corticosteróides, e da pílula anticoncepcional. Mais tarde, ele começou sua própria companhia de sintetizar esteróides intermediários do inhame selvagem mexicano. Seu trabalho ajudou a reduzir o custo de esteróides intermediários de grandes empresas farmacêuticas multinacionais.

Suas descobertas serviram como base para a produção de remédios para asma, anemia, artrites, hemorróidas, eczema, alergias, doenças pulmonares crônicas, câncer, glaucoma, prevenção de aborto, tratamentos hormonais, pílulas anticoncepcionais e fortificantes musculares.

Em 1954, Julian estabeleceu um laboratório próprio (Julian Laboratory) que se especializou na produção de seu cortisona sintética. Durante sua vida ele obteve mais de 130 patentes de produtos químicos. Julian foi um dos primeiros afro-americanos a receber um doutorado em química. Ele foi o primeiro químico Afro-Americano empossado na Academia Nacional das Ciências, e o segundo cientista Afro-Americano a obter pós-doutorado em qualquer área. Ele defendeu o direito dos negros de entrar em universidades até sua morte por câncer em 1975.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

TIRIRICA chora e fala de propinas em entrevista exclusiva



  • À velha política, brindemos com FEL:
Tiririca bradou que havia desistido das urnas, disse que a “vida boa” dos políticos causava “uma vergonha muito grande” tanto nele quanto em seus eleitores. Foi ouvido e timidamente aplaudido por uma dúzia de parlamentares, que respiraram aliviados quando o desapontado cearense afirmou que “não falaria mal de ninguém”.

“Cansado dos abusos cometidos nesta Casa”, ele disse que desistiu da política. 


Ao falar sobre a busca por um pai que nunca conheceu, o entrevistado chorou e desabafou sobre sua vontade de encontrar a própria essência.


No Conexão Repórter deste domingo (03-12-17), Roberto Cabrini foi ao encontro de Tiririca para uma entrevista exclusiva e reveladora. Em busca da história do palhaço que chegou a Brasília, o jornalista encontrou Francisco Everardo Oliveira Silva e trouxe de volta suas memórias sobre a infância humilde, a dura vida no circo e a união com Nana Magalhães, mostrando como ele ultrapassou divisas, virou retirante, chegou à metrópole do sul e conquistou o país. 


Como deputado federal, Tiririca tem orgulho de ser o mais assíduo em sete anos como congressista. Prestes a se despedir da política, ele revelou que se sentia inseguro e que apresentou dezenas de projetos de lei relacionados à cultura e ao circo, conseguindo a aprovação de apenas um, que inclui artes e atividades circenses na Lei Rouanet. O deputado revelou ainda, que recebia convites para jantares secretos e falou sobre as propostas de propina em troca de voto.


Pelé sabia melhor que qualquer um quando já dizia em 1970: brasileiro não sabe votar. Vemos melhor este resultado nas eleições dos últimos 15 anos, até os dias atuais. Este tal de - não tem tu, vai tu mesmo, não deveria funcionar em se tratando de política. Brincadeira tem hora e custa muito caro aos bolsos daquela minoria inteligente que nunca terá número suficiente de adeptos para que suas escolhas não sejam, pela maioria dos sem noção, invalidadas com péssimas escolhas, como tem acontecido nestes últimos períodos eleitorais.



sábado, 29 de julho de 2017

BRASIL LINDO DE SE VER - PRAIA DE ITAPOÃ

  • O Brasil é um dos países mais lindos do mundo e possui paisagens diversificadas com florestas, praias, cachoeiras, ilhas, e muito mais, encantando brasileiros e estrangeiros. 

  • Itapuã - Bahia - Qual é a melhor praia de Itapuã?
 O verão está chegando e com ele as inúmeras opções de lazer oferecidas pelo bairro. E tem coisa melhor do que aproveitar uma bela praia? A orla de Itapuã merece destaque no cenário turístico baiano. Acompanhe agora a lista das mais deliciosas praias de salvador.
  • Praia de Piatã
A praia de Piatã possui águas tranquilas e sem a presença de recifes rochosos, a não ser no limite com a praia de Placaford. O trecho oferece um ambiente tranquilo com uma grande faixa e areia na maré baixa. A bela vista da orla é complementada pelo extenso coqueiral ao fundo da praia. Entre as praias de Piatã e Jaguaribe é comum ver praticantes de de windsurf, kitesurf, standard paddle, além de surfistas em sua águas.
  • Praia de Placaford
Esta praia ganhou este nome devido a presença, há muitos anos, de uma grande placa promocional da empresa automobilística “Ford”, em frente à praia que foi moda durante os anos 60. Suas águas está repleta de corais e rochedos que abriga uma exuberante vida marinha. Além disso, as rochas mais distantes criam um extenso quebra mar, deixando suas águas tranquilas para o mergulho, a pesca e a natação. Logo no início da praia existe uma formação rochosa conhecido popularmente como “pocinha”. O trecho é ideal para crianças, para os pescadores casuais e para os namoradores dos finais de tarde.
  • Praia da Sereia
Acredito que é a mais conhecida entre os banhistas. A praia da Sereia está protegida pela Rainha do Mar bem ali no encontro da Avenida da Dorival Caymmi com a Otávio Mangabeira. A praia carrega o ar das tardes poéticas evidentes na bela paisagem, nas colônias de pescadores e do monumento de Mário Cravo. Suas areias, extensas na maré baixa, é muito utilizada para jogar bola. Além disso, os corais e os rochedos formam diversas piscinas naturais bastante rasas, ideais para a diversão das crianças.
  • Praia do Canal
Com águas limpas e sem ondas, o canal de Itapuã é um trecho ideal para um belo banho de mar. Ali ficam atracados as pequenas embarcações utilizadas pelos pescadores. Junto a bela paisagem, podemos ver gente pescando nos recifes e crianças se divertindo subindo nos barcos e pulando na água.
  • Praia das bolas
A praia possui esculturas artísticas em forma de bolas, dando a ela um ar mais que poético às tardes itapuãzeiras. Ela fica localizada próximo a Rua K e o Canal de Itapuã e a sua paisagem lhe confere uma visão dos recifes, dos barcos e de boa parte da orla de Salvador.
  • Praia da Rua K
A saída da Rua k é reduto de uma antiga colônia de pescadores, que por sí só vale a visita. As praias deste trecho estão voltadas para o poente e oferece uma das paisagens mais exuberantes de Salvador. De lá dá pra ver quase toda a extensão da orla, desde Itapuã até os coqueirais do Jardim de Alah. Apesar de curtas, a praia possui recifes que se misturam a paisagem local, assim como os barcos a beira-mar e os seus pescadores.
  • Praia do Farol
A praia é famosa por conta do principal atrativo turístico de Itapuã. As suas águas são barradas pela grande quantidade de rochedos que compõe o local. O trecho recebe forte brisas do mar que se misturam ao silêncio quebrado apenas pelas ondas. Assim como a praia da Rua K, a praia do farol oferece uma vista exuberante de toda orla da cidade. Além disso, lá é o berçário de tartarugas marinhas que põe seus ovos nas areias fofas da praia, por isso mesmo o trecho vem sendo monitorado pelo projeto Tamar.
  • Praia de Pedra do Sal
Localizada na divisa entre Itapuã e Stella Mares, a praia de Pedra do Sal é considerada um paraíso dos surfistas. O trecho está situado em uma das áreas nobres do bairro. É uma praia bastante tranquila e não é muito frequentada quanto as demais praias do bairro.

  • PRAIAS DE ITAPUÃ

domingo, 28 de maio de 2017

Internet está lenta - O que fazer ...

  • O que fazer quando a Internet está lenta?
Com grande parte das funções e atividades do computador vinculadas à Internet, desde atualizações de recursos até o funcionamento de games e ferramentas de trabalho, o desempenho de tarefas no PC está cada vez mais vinculado à velocidade e à estabilidade da conexão com esta rede mundial.
O que é HTTPS e como ele pode proteger a sua navegação na Internet
Neste tutorial, o TechTudo irá apresentar uma série de procedimentos práticos e simples, que irão lhe ajudar a diminuir interferências em sua conexão e aumentar a velocidade de sua Internet.
 

Passo 1. Verifique a velocidade real de sua navegação utilizando Velocímetro do TechTudo. Esta ferramenta online irá identificar a performance de download e upload de sua conexão, permitindo que você verifique se a velocidade está de acordo com o plano de sua operadora;
Meça a velocidade real de sua Internet e verifique se corresponde ao plano de sua operadora (Foto: Reprodução/Daniel Ribeiro)
 

Passo 2. Evite abrir várias abas de navegação em seu browser. Quanto mais janelas estiverem carregando dados pela Internet, maior será a taxa de processamento na transferências de informações e menor o desempenho da velocidade de sua conexão;
Utilize seu browser com um número razoável de abas de navegação (Foto: Reprodução/Daniel Ribeiro)
 

Passo 3. Limpe o seu navegador em suas opções de configuração ou através de aplicativos como o CCleaner ou o Washing Machine. Através destes procedimentos você eliminará cookies, históricos, arquivos temporários e outros dados armazenados em seu PC, evitando que sua navegação torne-se lenta ou sobrecarregada;
 Elimine informações desnecessárias de seu browser através de métodos internos ou com aplicativos específicos (Foto: Reprodução/Daniel Ribeiro)
 

Passo 4. Instale um acelerador de navegação como o Ashampoo Internet Accelerator para aperfeiçoar a conexão de sua Internet, alterando configurações de acesso de seu computador e acelerando a velocidade no carregamento de sites pelos browsers;
 Utilize o Ashampoo Internet Accelerator para tornar sua navegação mais rápida (Foto: Reprodução/Daniel Ribeiro)
 

Passo 5. Utilize gerenciadores de downloads, como o Leech, Speed Download, FlashGet ou Free Download Manager para administrar melhor o recebimento de arquivos baixados, através de complexos e seguros sistemas de fragmentação de dados;
 Instale um gerenciador de download para controlar melhor o tráfego de dados dos arquivos baixados (Foto: Reprodução/Daniel Ribeiro)
 

Passo 6. Se você possui problemas para carregar vídeos e transmissões via streaming, utilize aplicativos especificamente desenvolvidos para acelerar o download de sites de vídeos, como o Bywifi Video Streaming Downloader e SpeedBit Video Accelerator;
Use aceleradores de sites de vídeos para carregar mais rápido a transmissão de seus conteúdos (Foto: Reprodução/Daniel Ribeiro)
 

Passo 7. Utilizando a Internet, verifique se o firmware dos componentes de seu computador está atualizado, principalmente da placa de rede, do modem e do roteador. O upgrade das partes de seu PC poderá influenciar bastante no desempenho da velocidade da Internet;
Mantenha o firmware dos componentes de seu PC atualizados (Foto: Reprodução/Daniel Ribeiro)
 

Passo 8. Evite utilizar vários programas simultaneamente, pois a sobrecarga da memória RAM do PC não influencia apenas a velocidade do processamento do computador, mas também de sua conexão com a web;
Não sobrecarregue a memória RAM de seu computador utilizando vários aplicativos ao mesmo tempo (Foto: Reprodução/Daniel Ribeiro)
 

Passo 9. Mantenha o disco rígido de seu computador desfragmentando, utilizando as ferramentas nativas do sistema operacional ou programas como AVG Antivirus, Defraggler, Stellar Drive Defrag ou EaseUS CleanGenius. Quanto menos fragmentados estiverem os dados em seu PC, mais rápido será a performance de seu processamento, e também a sua conexão;
 

Desfragmente seu HD para melhorar o processamento de dados e o desempenho da Internet (Foto: Reprodução/Daniel Ribeiro)
 

Passo 10. Prefira conectar-se à Internet diretamente pelo cabo ao invés de fazer o acesso via wireless. Desta forma é possível evitar grande parte dos problemas na transmissão do sinal de dados que influenciam na velocidade da rede;
 

Evite possíveis interferências de redes via Wi-Fi optando por conexões com o cabo (Foto: Reprodução/Daniel Ribeiro)
 

Passo 11. Caso você utilize conexões via Wi-Fi, procure diminuir a distância entre o PC e o roteador sem fio, uma vez que paredes e materiais como ferro e água poderão influenciar bastante na qualidade da conexão. 

Procure acessar a Internet o mais próximo possível do roteador e faça o teste de velocidade do velocímetro do TechTudo, indicado no passo 1, para avaliar a perda de sinal via wireless em acessos mais distantes.

Procure manter o roteador em áreas centrais, evitando possíveis interferências no sinal da rede.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Inveja é uma Merda...



  • A inveja é definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual. Sentimento inferior que não faz sentido para quem valoriza as pessoas e coisas que lhe cercam.
Quem tem amor à própria vida e às próprias conquistas, por menores que lhe pareçam, não sente inveja frequentemente e, se sente, é como a vontade, dá e passa.

Devemos comemorar nossas vitórias e ter orgulho delas. Seja uma pequenina glória no dia a dia como vencer o cansaço, um medo que pode parecer idiota para os outros mas, que te assombra, o modo como você desperta alegria em alguém que estava triste, o fato de ter aprendido algo, mesmo que tenha sido uma nova receita, falar em público ou mexer no seu computador.

Seus sucessos profissionais, pessoais, não importa o tamanho que tenham na visão alheia, são importantes. Você se esforçou, se superou. Alegre-se!
As pessoas que sorriem para si mesmas não costumam sofrer com este mal.

Esta chaga da humanidade que nos faz monstros angustiados ao olhar ao redor, pois sempre tem alguém melhor em tudo. Se esta pessoa é melhor, porque não aprender com ela e assim desenvolver ainda mais qualidades?
Mas não, os zoiudos de plantão se corroem, fazem bico, pirraça, boicotam, são desagradáveis e ainda acham que isso tudo passa desapercebido.

Não seus bobos! Qualquer pessoa é capaz de notar que você está mordido, tirando as calças pela cabeça de ódio e frustração.

Da próxima vez que quiser fazer mal a alguém pelo simples fato de que esta pessoa te irrita por ser tão melhor do que você, controle-se. É patético vê-lo(a) neste estado. Tenha dignidade.

Ame sua vida, cuide bem dela e se esforce para torná-la melhor. Garanto que você vai ficar tão ocupado(a) que, quando se deparar com alguém que te supera, vai querer saber o que está sendo feito, tomar como exemplo e continuar seu caminho feliz, alegrando-se também com o sucesso alheio.

Nunca será tarde para mudar, boa sorte.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

ÁGUA - Pegada , você tem ou não! Veja como é a Grande Pegada Hídrica...

  •   Sustentabilidade e saúde
Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações, ou seja, sem esgotar os recursos para o futuro.
 

Lembre-se dos 5R: Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Preciclar, Reeducar e Replanejar.
 

Forme e/ou participe de associações comunitárias voltadas ao meio ambiente. Desta forma você exerce seus deveres e direitos de cidadania e contribui para uma melhor qualidade de vida.
  • Ações que favorecem a sustentabilidade no dia-a-dia:
Reduza o seu consumo ao mínimo necessário, assim você gasta menos água, energia e matéria prima e, por consequência, gera menos esgoto, calor, poluição, desmatamentos e outros problemas ambientais.
 

Desenvolva o hábito de reutilizar materiais, desta forma você ajuda a reduzir a produção de lixo.
 

Sempre que encontrar locais onde a coleta seletiva estiver implantada, colabore: separe o lixo nos respectivos coletores e faça sua parte ajudando na reciclagem.
 

Informe-se sobre a legislação ambiental e ajude a defender nossos direitos. Saiba mais através dos sites: www.ibama.gov.br e www.mma.gov.br.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

I. RENDA P. FÍSICA - DAI - Declaração Anual de Isento

  • Receita Federal confirmou o fim da declaração de isento a partir do ano de 2008.
  • DAI - Declaração Anual de Isento
Assessoria de Comunicação Social — publicado 26/02/2016 10h54, última modificação 26/02/2016 

Informamos que a Declaração Anual de Isento (DAI) da Secretaria da Receita Federal do Brasil foi instituída com o objetivo de manter atualizado o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).

Com a edição da Instrução Normativa RFB nº 864/2008, de 25 de julho de 2008 , deixou de existir a Declaração Anual de Isento, a partir do ano de 2008.

A isenção poderá ser comprovada mediante declaração escrita e assinada pelo próprio interessado, conforme previsto na Lei 7.115/83 .
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7115.htm
  •  Verifique se seu CPF está regular
  •  Regularização da situação cadastral
  • Receita Federal confirmou o fim da declaração de isento a partir do ano de 2008.
  • Por meio desta declaração, que era anual, contribuinte 'renovava' seu CPF.
A partir de 25 de julho de 2008, somente os declarantes do IR poderão ter CPF pendente de regularização.

A Receita Federal confirmou nesta sexta-feira (1º) que a declaração de isento, que era exigida anualmente dos contribuintes que não tinham renda suficiente para declarar Imposto de Renda, como forma de manter o seu CPF ativo, não existirá mais. Com isso, as pessoas físicas com renda baixa deixarão de ter a obrigação anual de renovar o seu CPF. No caso dos contribuintes com renda para declarar IR, o CPF poderá ser suspenso caso o documento não seja entregue, informou a Receita Federal.
  • "Não tem que fazer mais nada [quem não tem renda pra declarar IR].
Exceto se estiverem hoje com o CPF irregular. Quem não se enquadra nas regras [de declaração do IR] pode ficar tranquilo. Só terá o CPF tornado irregular se descobrir, em seus cruzamentos de informação, que ele não é isento", disse o supervisor nacional do IR do órgão, Joaquim Adir.

Inicialmente, foi informado que a nova secretária da Receita Federal, Lina Vieira, falaria com a imprensa sobre o assunto. Após quase uma hora de espera, a assessoria da Receita Federal informou que ela não compareceria por conta de problemas de agenda.

Segundo ele, o objetivo da medida é desonerar 66 milhões de pessoas, que fizeram a declaração de isento em 2007, de obrigações. "[São pessoas] que gastam não só R$ 1 na lotérica [pra renovar o CPF]. Gastam também com o transporte e, muitas vezes, não têm a informação [de que era necessário fazer a declaração]. E, com isso, têm o seu CPF suspenso. 

Ele chega em uma loja pra fazer a compra e fica impedido. Ele tem um desgaste neste momento. Representa tirar essa obrigação de 66 milhões de pessoas", declarou Adir.
  • Nova forma de controle
Segundo Adir, da Receita Federal, o fim da declaração de isento não significa que o órgão deixará de ter controle sobre os contribuintes que não têm renda para declarar IR, que somam mais de 60 milhões de pessoas.

De acordo com o supervisor do IR, há outros instrumentos para checar a renda dos contribuintes, como o cruzamento de informações da Dirf (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte), entregue pelas empresas, com as declarações prestadas por empresas do setor imobiliário. No futuro, disse Adir, a intenção é agregar neste cruzamento informações sobre gastos com cartões de crédito e sobre a movimentação financeira dos contribuintes.

"A Receita Federal tem os mecanismos para identificar as pessoas de interesse fiscal. Tem um universo muito grande de informações sobre rendimentos, capacidade financeira e sobre os bens dos contribuintes. Com isso, identifica as pessoas que deveriam entregar a declaração do Imposto de Renda e não fizeram" , informou Adir, da Receita Federal.
  • Documentos suspensos ou pendentes de regularização
Segundo dados do órgão, atualmente existem 38 milhões de CPF's suspensos no Brasil, pelo fato de os contribuintes não terem apresentado a declaração de isento nos últimos dois anos, e mais 10 milhões em situação "pendente de regularização", por não terem feito a declaração em 2007. Será feito ainda, segundo informou Adir, da Receita, um cruzamento com o banco de dados do INSS para saber quais contribuintes já estão falecidos.

Com o documento suspenso, o contribuinte isento fica impedido de abrir crediários, renovar o passaporte, pedir empréstimos ou efetuar qualquer tipo de contrato bancário, e ainda de participar de concurso público e retirar prêmio de loterias.

Nesta base de 48 milhões de pessoas físicas com CPF's suspensos, ou pendentes de regularização, também estão os contribuintes que não apresentaram declaração do IR nos últimos anos - mesmo tendo renda para tal. Essas pessoas, segundo informou Adir, continuarão com os documentos nesta condição até que a sua situação seja regularizada junto ao Fisco (por meio da ida a uma unidade da Receita Federal, ou via retificação da declaração do IR).

Pelas regras, foram obrigados a entregar a declaração anual de Imposto de Renda neste ano aqueles com renda superior a R$ 15,7 mil em 2007. Esse limite está sendo corrigido ano a ano. Em 2008, foram entregues 24 milhões de declarações do IR, ao mesmo tempo em que a Receita recebeu, no ano passado, 66,3 milhões de declarações de isentos. Deste modo, o número de CPF's ativos no Brasil está em cerca de 90 milhões de documentos.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

FILME - O Homem Que Virou Suco (1981) - José Dumont



  • Sinopse e detalhes
Deraldo (José Dumont) é um poeta popular recém-chegado do Nordeste a São Paulo, que sobrevive de suas poesias e folhetos. Ele é confundido com o operário de uma multinacional que matou o patrão, na festa em que recebia o título de operário símbolo. Deraldo, então, recorre ao verdadeiro assassino, a única pessoa que pode provar sua inocência.


Data de lançamento: julho de 1981 (mundial)
Direção: João Batista de Andrade
Roteiro: João Batista de Andrade
Edição: Alain Fresnot
Produtora: Embrafilme
Elenco: José Dumont

O homem que virou suco é um filme brasileiro de 1981 com José Dumont e dirigido por João Batista de Andrade.
 

"É a história de todo nordestino, o cara que chega em São Paulo, trabalha, luta, e acaba passando fome e vira suco de laranja."
 

Tem tanta gente por ai que diz que não gosta de cinema nacional, que não gosta de literatura nacional, entre tantas outras artes, só porque é nacional. Como costumo dizer, o que falta a essas pessoas é conhecerem boas obras.
 

No cinema nacional, o filme "O Homem que virou suco" de João Batista de Andrade, é daqueles que mudam sua opinião sobre arte e sobre a vida.
 

O filme conta a história de Deraldo, imigrante nordestino que luta para sobreviver na metropolis paulista com sua poesia e seus cordéis. A trama começa quando em outro extremo da capital, Deraldo, um operário de uma multinacional, mata seu patrão na festa em que recebe o titulo de operário símbolo.
 

Deraldo e Severino são idênticos, e como o nordestino não tem documentos, passa a ser procurado pela policia pelo assassinado do empresário norte americano. A partir dai a história se desdobra em uma epopeia que conta a luta de Deraldo para fugir da policia e sobreviver diante de tantas dificuldades e preconceitos sobre sua pessoa.
 

O filme é uma homenagem e uma denuncia a todo preconceito velado sobre o povo nordestino, povo esse que construiu São Paulo sobre seu suor e que tem que lutar constantemente contra o preconceito da cidade grande, onde ser pobre, preto e nordestino é motivo de chacota e de violência. O filme mostra a dureza desse povo, que mesmo diante de tanta dificuldade, resiste, que mesmo diante de tanta opressão, luta para manter suas memórias e suas raízes.
 

Em meio a poesia, lágrimas e suor, Deraldo resiste, e sua história é uma homenagem a todos aqueles que sofreram e que ainda sofrem na luta por uma vida digna
 

Na abertura do filme "O homem que virou suco", de João Batista de Andrade, as gravuras iniciais, sob o extenso letreiro, mostram em tons pastéis, a cidade grande, de prédios em cima de prédios, rodeados pe favela de barracos em cima de barracos, pintada em quadro, ainda como algo abstrato, cuja realidade perversa ganha tons acinzentados na derradeira cena do filme, com imagens aéreas da cidade de São Paulo e seus concretos, que agora vão da favela, passando pelas fábricas até o centro; imagens essas que marcam as cenas pelas quais diariamente os personagens reais ilustrados no filme percorrem, da casa ao trabalho, do trabalho às suas casas; e do caminho obscuro, ainda pouco nítido, que nossa compreensão trilha do inicio do filme até o fim, onde nos é introduzida, aos poucos, a crítica à realidade dos fins da década de 1970 e inicio de 1980 na cidade de São Paulo.
 

Nesse contexto temporal é notável o crescimento dos fluxos migratórios internos, das regiões nordestinas para o sudeste, da nova noção de espacialidade que é construída como consequência e, portanto, de um novo espaço de sociabilidade, um período de acúmulo de pessoas e investimentos industriais na capital paulista, nosso cenário fílmico, cujas primeiras cenas mostram já a contradição, a favela sobrevoada pela tecnologia.
 

Assim a narrativa de João Batista de Andrade se torna um documento importante na visualização da problemática da migração nordestina, da luta dos retirantes para sobreviver e das suas dificuldades que vão desde a sua adaptação à nova geografia, à busca de sua identidade, de um emprego e moradia; perpassando ainda os temas relativos ao Trabalho e sua esfera vezes degradante.
 

Não se trata somente do homem que virou suco, mas do homem que constata esse contínuo esmagar de pessoas, essa cidade grande que, como um turbilhão, faz desaparecer o que há de mais humano nos homens, sua capacidade de pensar, construir-se e compartilhar suas expressões, coisificando-os e homogeneizando seus pensamentos. Daí a beleza do personagem Deraldo, contraditório e turbulento; representante dos migrantes na capital, ele induz à questão da identidade e de ser cidadão, principalmente em um período de movimentos grevistas e crise do proletariado (1979). Deraldo representa a busca por condições melhores de vida nas quais indivíduos que vivem sob leis idênticas deveriam ter direitos idênticos.
 

É antes a história de um homem que não quer virar suco, que se opõe à pasteurização de sua vida, que luta contra a constante opressão sofrida desde a escolha de seu trabalho que não é considerado trabalho por aqueles que lhe parecem seus iguais em desgraça, até a violência da cidade que não nota sua presença, não distingue sua diferença, e o marginaliza, condenando-o a ator de um crime que nunca cometera, ele seria mais um “Severino de vida Severina ” que não faria falta em meio à sociedade massificadora.
 

A questão da inadequação do personagem à forma de trabalho que lhe é imposta é tema central de grande parte das cenas do filme. A distância entre poesia e trabalho braçal é mostrada no filme, não somente sobre o aspecto de suas diferenças óbvias, mas refletindo um pensamento ideológico presente na sociedade, na qual a arte ou o trabalho livre não tem grande valor, são desconsiderados como “trabalho sério”, até mesmo a questão do trabalho intelectual como a produção de poemas entra em conflito com a idéia de estabilidade conseguida em um emprego com salário regular, com horário de entrada e saída.
 

Deraldo não se identifica com os operários, o auto-reconhecimento de seu trabalho, seu esforço, sua produção, vai de encontro à idéia de sobrevivência que é alienante. O trabalho é concebido como socialmente necessário, mesmo não sendo individualmente satisfatório, se torna um trabalho alienado, desvinculado do prazer. Não o faz por obrigatoriedade, antes que seja necessário para viver, mas pelo apreço. Através do seu trabalho como poeta objetiva sua vida e constrói sua subjetividade crítica, sendo porta-voz da experiência de vida de milhares de outros migrantes. 

Notamos que um dos livrinhos que produz nos primeiros capítulos do filme, recebe em seu título uma crítica explícita ao estado extremo em que vivem as pessoas, de extrema pobreza provinda de extrema ganância, é intitulado como: "O homem que trocou duas pernas por um pão".
 

As cenas seguintes à fuga de Deraldo mostram um retrato da periferia de São Paulo, as faces das crianças, mulheres e trabalhadores iluminadas pelas lanternas da polícia e seus barracos, suas vidas sofridas, as luzes revelam a realidade da população marginalizada. O personagem segue sua busca por uma resposta à situação a qual se encontrava, sem casa, sem documentos, comida e fugitivo da polícia; passa então a enfrentar suas inadequações, já que nunca esteve inserido na produção como outros operários e nunca obteve qualificação para outro trabalho senão o de ser poeta de cordéis. É obrigado a tentar se adaptar ao sistema que o molestou diretamente, dando inicio à metáfora do operariado oprimido, onde a fábrica que espreme a todos, retirando seu sumo e sua capacidade de diferenciação, expropria seu suco e cospe o bagaço.
 

É nesse recorte do filme que encontramos o conflito entre os migrantes e suas expectativas em torno da fuga para o coração econômico do Brasil, das suas frustrações e esgotamentos. Deraldo caminhará pelos subempregos reservados para essa massa, desde a construção civil como guincheiro, setores secundários, metrô, trabalhos de mão-de-obra não-qualificadas e barata. Nota-se a experiência de vida do proletariado urbano-industrial e dos migrantes nordestinos, super-explorados diante do excedente de mão-de-obra e da escassez de emprego não-qualificado.
 

A construção do metrô é fato importante na exibição da complexa rede urbana que São Paulo vai se tornando, com suas modernizações viárias e das comunicações, refletindo a pressão gerada pelo fluxo de pessoas nas décadas de 70 a meados de 80. O conceito de urbanização está diretamente ligado ao de concentração, tanto nos investimentos de capital, quanto na aglomeração espacial que os pólos de atração demográfica formam; Como consequência nota-se o aumento das periferias, dos residenciais de baixa-renda sob o impulso da especulação imobiliária, o aumento da violência, a difusão da pobreza, de problemas de saneamento e redes de circulação, dentre outros tantos. Todos esses fatores sobrecarregam a vida do trabalhador que não encontra espaço para respirar, oprimido pela cidade que lhe impõe sua velocidade e que cresce expulsando-os para os cantos ao mesmo tempo em que lhe atrai por sua grandeza, inovação e sonhos de melhoria das condições.
 

Mas é enquanto guincheiro que Deraldo vivencia a precariedade das condições de trabalho de forma mais clara, em meio à construção do edifício os trabalhadores muitas vezes sem capacetes e luvas, pois tem que pagar pelo material obrigatório, colocam em risco suas vidas pela necessidade de sobrevivência. Nota-se nesse mesmo ambiente dos operários da construção civil, a problemática do analfabetismo, da baixa escolaridade, condição da maior parte dos migrantes; além da questão das famílias e vidas deixadas para trás, muitos nordestinos tentam ganhar a vida na Cidade Grande para poder retornar para suas terras natais e ajudar seus familiares conseguindo trazê-los com eles. Deraldo, agora considerado o “recruta que sabe de leitura” passa a ler e escrever para os operários da obra. A leitura da carta de Pedro Barbosa, colega de obras, é cheia de sentimentos de saudade, mas, sobretudo, de indignação com a forma como a terra perde o significado de produção de mercadorias para o sustento da família para se tornar uma mercadoria ela própria e ser vendida para os grandes latifundiários e como, dessa forma, a vida de quem vivia da terra também acaba por perder seu sentido. Aqui um dos motivos para as migrações é oferecido aos expectadores: a problemática da concentração fundiária, da mecanização agrícola em busca de maior produtividade no campo, consequenciando no êxodo rural.
 

Após a leitura da carta um momento de emoção comove todos os operários, que talvez relembrem suas próprias histórias a partir da história de “Pedrão”. A busca por uma identidade situa-se no tocante ao encontrar-se, a tentativa de não ser somente mais um, de ter algo para se agarrar, para se identificar, em meio a uma estrutura homogeneizadora e “amorfizante” que os faz esquecer quem são, de onde vem, o que os individualiza, suas construções subjetivas. A problemática da identidade presente no filme no âmbito dos nordestinos migrantes e trabalhadores desqualificados ainda se confronta com a busca por uma identidade regional, daí surge o aumento da intolerância com a diferença, a qual aqui é transformada em desigualdade, nesse sentido o trabalhador paulistano também oprimido não vê os migrantes nordestinos como diferentes, mas sim como inferiores e portanto desiguais.
 

No decorrer do filme apreendemos diversas significações colocadas de forma pejorativa para designar os nordestinos, retratando de forma mais clara essa inferiorização, tais quais: “pau-de-arara”, “ceará”,”norte”, “cabeça de guaiamu”, “paraíba” ou “cabeça chata”. Indo além dessas expressões naturalizadas, em "O homem que virou suco", encontramos ainda nas cenas da sala de audiovisual na seleção de trabalhadores para a construção do metrô a ênfase dada ao perfil estereotipado do nordestino enquanto um “cabra-macho” sem instrução e capaz de tudo para demonstrar sua bruteza e virilidade, a ilustração do cangaceiro remete cada operário a uma mesma identidade, naturalidade, memória histórica, esquecendo sua diversidade e manipulando seus inconscientes enquanto lhes imputa características de subempregados, subordinados, inferiores; É a partir dessa identidade criada para todos os que vem da linha acima das fronteiras do Sudeste, que legitimam qualquer tipo de maus tratos e subjugamentos, o que leva à intensificação do preconceito e estimula a marginalização desses trabalhadores migrantes.
 

O próximo emprego de Deraldo é como empregado em uma casa de Madame, que com a visita de um coronel da Paraíba nos coloca frente às disparidades vividas no Nordeste, dos privilegiados e dos sofridos, e também o contraste da vida levada pela classe média alta em São Paulo, com suas mansões, onde seus animais domésticos se alimentam melhor do que a maior parte da população.
 

O anti-herói aparece aqui, mais uma vez sendo despedido, Deraldo não vive em um estado de unidimensionalidade, de conformação e não-crítica. 

Através da malandragem e das ofensas verbais poéticas, encontra uma forma de contestar e se manifestar contra a ignorância confortável das classes altas. Rouba o bife feito para o Xaxá, cachorrinho da Madame e dá para um vira-lata faminto enquanto entra na favela, passando a noite de baixo do viaduto.
 

Cansado e faminto, Deraldo vai até a recrutação de trabalhadores para as obras da construção do Metrô, onde os empregados são preparados para o trabalho designado através de intercomunicações audiovisuais; Nesse momento há uma demonstração da nova forma de apropriação do operariado através da sua subjetividade, formas provindas com os moldes do inicio do modelo de Reestruturação na produção que era iniciado e que ganharia forças nas décadas de 90. "O homem que virou suco" apreende a síntese da reestruturação do trabalho nas cenas de Severino em meio aos processos de competição entre os funcionários, encorajados pelos industriais através de prêmios, títulos, criando um perfil de um trabalhador perfeito, símbolo, a ser seguido. Nessas cenas vemos incorporados alguns modelos de contingência de trabalhadores com os caracteres do fordismo-taylorismo de 70 e 80 até a preparação para o toyotismo, nos fins da década de 80.
 

As cenas de diálogos entre o empresário estrangeiro e Severino mostram alguns aspectos toyotistas, mas ainda apegados aos laços da luta de classes e de formações que visam experiências coletivistas de luta política dentro dos espaços das fábricas o operariado reage a essas manipulações se unindo e se rebelando com a única forma de protesto que possuem a greve, a diminuição da produtividade por meio de manobras políticas dos sindicatos, como a operação Tartaruga.
 

Outro ponto interessante presente no filme é a comparação de Deraldo e os outros trabalhadores com animais, quando, no momento em que o personagem percebe que o cachorrinho de sua patroa se alimenta melhor do que ele; ou, ao julgar efusivamente no refeitório do trabalho no metrô que comida com baratas não deveria ser considerada como “comida de gente”. A entrada para tal refeitório se dava através de uma passagem de um corredor de madeira, semelhante aos que os bois devem ultrapassar pra chegar até a comida, a desumanização de Deraldo no momento em que se sente totalmente inferiorizado e ridicularizado é clara na cena em que começa a emitir sons como mugidos de boi, expressando assim seu cansaço sua degradação. Deraldo é o homem-boi. Além disso, já no inicio do filme, temos a cena em que Deraldo se levanta para mais um dia de trabalho, colocando seu único par de sapatos e limpando seu rosto, tal momento aparenta como sendo o processo inverso do citado acima -aqui Deraldo tenta sair da condição precária e desumana na qual se encontra e “se humaniza” ao pentear o cabelo e limpar o nariz, gestos sutis de grande relevância para a conduta moral. Esses movimentos alternados entre humanização e desumanização no decorrer do filme refletem a realidade da subjetividade vivida pelos indivíduos em suas condições extremas de sofrimento e luta pela sobrevivência, no qual se sentem perdidos sozinhos, impotentes, sem condições psicológicas e materiais para se manter. 

Deraldo, ao ter a ideia de escrever a história do operário que matou seu patrão, sai em busca de José Severino da Silva na perspectiva de também solucionar o seu problema com a justiça. A metáfora do operário oprimido não é nada mais que toda a experiência laboral que Deraldo foi obrigado a vivenciar após a entrada indireta de Severino em sua vida, a confusão de identidade acaba sendo consequência das formalidades burocráticas as quais todos os indivíduos têm que passar; a obtenção obrigatória de documentos que os identifiquem e distingam, enquanto que a realidade externa burla esses processos de diferenciação e individualização tornando-nos uma massa homogênea de consumidores e produtores alienados, a realidade legislativa paradoxalmente nos condiciona a status de cidadão com direitos e deveres, normas de conduta e de existência morais e éticas, que muitas vezes são extorquidas dessas pessoas, já que não possuem condições de vida coerentes com a ética pregada.
 

Durante suas trajetórias pela metrópole, Severino e Deraldo, respectivamente, um cearense pai de três filhos e outro um trabalhador livre paraibano, se chocam com o sistema no qual estão mergulhados e que os impulsiona a encontrar soluções para manter-se, fugindo do destino de ser massa liquefeita. Cada um representa uma fase da opressão do sistema desumanizante, um com o peso do sustento de sua família em suas costas tenta fazer o possível para melhorar suas condições, tentando trabalhar e se adaptar ao modelo criado de trabalhador esforçado, batalhador que no fim muda de vida através de seu suor, mas não consegue escapar da realidade da máquina esmagadora e enlouquece, vivendo como um animal amedrontado, frustrado; Outro luta com todas as suas forças contra essa coisificação da gente, essa transformação em bagaço sem desfruto do suco, sendo um resquício dentro da sociedade de homens com ideais, história e perspectivas de futuro. São dois ângulos de uma mesma vida severina.
 

Para finalizar, queremos salientar a música final do filme, composta por Vital, "Mourão Voltado"(*) , que é a verdadeira síntese do filme e de seus eixos temáticos: 

  • "Mourão Voltado"
Pra que serve o Nordeste?
Pra exportar nordestino
E qual é o seu destino?
é de ser cabra da peste
De Norte, Sul, Leste, Oeste
Na indústria ou construção
O diabo amassou o pão
E ficou bem amassado
Isso é que é mourão voltado
Isso é que é voltar mourão

Para que serve a cidade?
Pra viver no corre-corre
E depois que a gente morre
Se acaba toda a vaidade
Pra que a necessidade?
Pra se mendigar o pão
Pra que serve o patrão?
Pra dar parte ao delegado
Isso é que é mourão voltado
Isso é que é voltar mourão

Pra que serve o operário?
Pra construir edifício
Pra que tanto sacrifício
Pra ganhar pouco salário
Mas quem faz esse inventário?
Só pode ser o patrão
E quem ganha com a produção
O fato está consumado
Isso é que é mourão voltado
Isso é que é voltar mourão

Pra que serve a natureza?
Pra criar tudo na terra
E pra que serve a guerra?
Pra se conquistar grandeza
Pra que serve a riqueza?
Pra má distribuição
Onde está o erro então?
Na quantia acumulada
Isso é que é mourão voltado
Isso é que é voltar mourão


(*) "Mourão" são estacas de madeira fincadas ao chão que servem como cerca para os bois não fugirem, assim uma possível interpretação da letra da canção seria a de uma comparação desses grilhões para bois como a metáfora da vida dos trabalhadores nordestinos, que como os bois se vêem cercados; o contingente exportado do Nordeste, entretanto, continua tendo suas asas cortadas na cidade, o mourão volta a assombrar suas vidas na indústria ou construção. O segundo trecho da música constata a generalização que a morte impõe, e se pergunta para que serve essa correria e essa vaidade (que os levam a mendigar o pão) se o fim é a morte em igual. Revela o trabalho árduo do operário em troca da má distribuição, as desigualdades e ilogismos da vida.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Brasil - Esta é a Hora De Recriar o Brasil !

  • Nos anos 90, enquanto eu estudava no Center for Creative Leadership, tive a surpresa de encontrar um estudo sobre o Jeitinho Brasileiro.
O autor da obra era Robert Burnside, consultor especialista em inovação que havia trabalhado no Brasil, e, como a maioria dos americanos, adorou a nossa gente, mas observou vários problemas quando a questão era produtividade.
 

A definição de Jeitinho Brasileiro me pareceu bastante interessante: "Criatividade Adaptadora voltada para um Benefício Pessoal e de Curto Prazo, ou seja, um enorme potencial... mal direcionado.
 

De lá para cá, o que houve com o nosso potencial? Quando bem direcionados, arrasamos: em alta tecnologia, criamos sistemas de integração bancária e de votação eletrônica de deixar pessoas de outros países de queixo caído. Estamos nos projetando cada vez mais na moda, publicidade e design. A maior parte de nossas indústrias tem muito do que se orgulhar.
 

Por outro lado...
 

É verdade que o mau direcionamento do nosso potencial deixa a maioria dos brasileiros chocados e desanimados: o jeitinho brasileiro no seu pior sentido se expõe desavergonhadamente nas CPIs e outras denúncias de corrupção que chegam até nós.
 

Será que mais uma vez vamos nos deixar vencer pelo desânimo e permitir que a crise desencadeada pelas denúncias de corrupção sirva apenas para atrasar a nossa evolução? Será que todas as nossas conquistas serão mais uma vez ofuscadas pelo desfile de aberrações ideológicas que assistimos na TV?
 

E se analisarmos um pouco mais o nosso potencial, será que daria para virar a mesa?
 

Abaixo vai uma reflexão minha sobre aspectos da criatividade brasileira que nos influenciam. Vejamos:
 

JOGO DE CINTURA - Qualquer executivo brasileiro pode se considerar PhD em administração de surpresas. Essa nossa flexibilidade - em termos macro e micro - já é tão reconhecida que alguns americanos andam dizendo que Brazilian rima com resilient, que significa flexível, maleável. Nem por isso deixamos de planejar. A segurança de saber improvisar não faz de nós pessoas irresponsáveis.
 

PREOCUPAÇÃO COM OS OUTROS - Gostamos de agradar, de estar bem com todos. Às vezes exageramos, deixando de expor nossos pontos de vista ou de lutar por uma causa com medo de desagradar. É o famoso deixa quieto. Por outro lado, desenvolvemos uma sensibilidade específica, que nos ajuda a perceber o outro.
 

CONVIVÊNCIA COM A MAGIA - Não somos uma cultura cartesiana. Aceitamos as religiões afro-brasileiras e respeitamos nossa intuição. A criatividade precisa desse componente: por definição, quando somos criativos, nunca sabemos aonde vamos chegar. E só criamos quando acreditamos que chegaremos a um bom resultado.
 

SINCRETISMO - Não somos uma cultura que divide, compartimentaliza ou rotula. Religiões, pratos de comida, raças, tudo se mistura em nossa cultura. Não é assim que a Criatividade funciona? Sei bem que nem só de criatividade vive o homem, ou seja, a criatividade não é a única competência necessária para mudar um país.
 

Sei também que uma cultura não muda fácil nem rapidamente; Mas acredito na velha história de que toda crise é também uma oportunidade. Não poderíamos dar uma virada agora, recriar um Brasil que canaliza seu potencial a favor do seu crescimento? Já vi empresas que, ao darem foco aos seus colaboradores fizeram com que eles aliassem jogo de cintura à visão de longo prazo, já vi nossas habilidades interpessoais serem decisivas em concorrências internacionais, e vejo nosso sincretismo como um poderoso instrumento para a propagada administração da diversidade, fundamental num mundo globalizado. 

Quem sabe agora não seja a hora de praticarmos uma Criatividade Inovadora, Voltada para um Benefício Coletivo e de Longo Prazo?
  • http://www.giselakassoy.com.br/

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Black Friday de brasileiros é em março no Dia Mundial do Consumidor

  • A Black Friday é uma das datas mais aguardadas do ano para o varejo online brasileiro.
Para os consumidores, ter a ajuda de alguns sites para monitorar preços é sempre bom para não se arrepender e fazer compras precipitadas. Alguns web apps podem ajudar no monitoramento de preços, comparar promoções, ver reputações das lojas e identificar os temas mais populares nas redes sociais.
 

Black Friday de brasileiros é em março após cessarem todas as altas de preços do fim de ano. Brasil terá 'Black Friday' em março. O brasileiro terá mais uma data especial para comprar produtos pela internet com desconto. É o Dia do Consumidor Brasil, inventado pela Buscapé Company para aquecer as vendas no começo do primeiro semestre.
 

Neste ano o acontecimento será realizado em 19 de março, mas a ideia é que ele sempre ocorra em quartas-feiras próximas ao dia 15, reconhecido pela ONU como Dia Mundial do Consumidor.
 

Assim como a Black Friday, a data trará inúmeras promoções em lojas online, com descontos expressivos, ajudando a alavancar as vendas no começo do primeiro semestre, período tradicional de retração do consumo, explica, em nota, o CEO do Buscapé, Rodrigo Borer.
 

A empresa investiu R$ 15 milhões na iniciativa, que conta com participantes como Americanas.com, Casas Bahia, Centauro, Dell, Extra, Magazine Luiza, Marisa, Netshoes, Pontofrio, Ricardo Eletro, Saraiva, Shoptime, Submarino e Walmart.com.
 

De acordo com o Buscapé, a ideia tem apoio da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) e da Associação Comercial de São Paulo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Miguel Falabella chega a BH nos dias 07 e 09 de Outubro com o espetáculo "GOD", - um ato de Deus', no Cine Theatro Brasil.




  • God, o Rei do Universo está vindo para BH.  Do vencedor do Emmy Award David Javerbaum, o espetáculo tem versão brasileira adaptada e estrelada por Miguel Falabella.
 
God foi aclamada pela crítica e premiada pela escolha do público como a melhor comédia da Broadway em 2016. Na versão americana já encarnaram o “todo poderoso” os atores Jim Parsons - conhecido pelo personagem Sheldon, do seriado “The Big Bang Theory” - e Sean Hayes, que interpretou Jack McFarland em “Will & Grace”.
 

Na versão brasileira de “God”, Deus toma forma através do ator Miguel Falabella, que junto de seus arcanjos Gabriel e Miguel – interpretados por Magnon Bandarz e Elder Gattely - responde a algumas das questões mais profundas que têm atormentado a humanidade desde a Criação.
 

De uma forma muito particular, o Deus de Miguel Falabella vem para arrancar muitas risadas do público e esclarecer os maiores segredos do universo, ou pelo menos, do Brasil. Afinal, Deus não é brasileiro?
Ficha Técnica: Texto de David Javerbaunm.Versão Brasileira: Miguel Falabella. Cenário e Figurino: Marco Pacheco. Iluminação: Adriana Ortiz. Trilha Sonora: Leandro Lapagesse. Realização: Aveia Cômica e Chaim Produções.



O Espetáculo "GOD" chegará em Curitiba nos Dias 15 e 16 de Outubro, sábado às 21h e domingo às 19h.
  •  Ideias de Canário - Machado de Assis
https://leiturasredigidas.blogspot.com.br/2016/08/ideias-de-canario-machado-de-assis.html