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quinta-feira, 1 de junho de 2017

Vida - Voe na direção certa, cuidado com os prazeres da vida

  • Exemplos e histórias são as melhores fontes de aprendizado prático para viver com mais sabedoria.
  • A LAGARTA
“Será que a lagarta nasce sabendo que irá  voar?
 

E que para isso ela só precisa dela mesma?
 

Tudo o que ela tem de fazer é parar…
 

Esquecer um pouco o que está do lado de fora…
 

E se concentrar nela mesma…
 

Unindo todas as suas células em apenas uma.
 

Só do lado de dentro ela consegue encontrar o seu ponto de transformação.
 

E sabe o que é mais interessante?
 

E que nesse ponto, a gente se parece bastante com a BORBOLETA.
 

Antes de começar ou recomeçar algo, entenda o que está dentro de você e voe na direção certa para realizar seus objetivos, seus sonhos e a sua felicidade!”
  • A borboleta e a chama
Durante uma festa, ao ar livre, a chama de uma linda vela brilhava na quase escuridão do jardim, esperando o momento de cantar os parabéns.
 

Um colorida borboleta que estava voando por perto viu, ao longe, a luz da chama. Imediatamente voou naquela direção e ao se aproximar da chama, girou em volta dela, olhando-a maravilhada. Como era bonita!
 

Não satisfeita em admirá-la, a borboleta resolveu fazer o mesmo que fazia com as flores perfumadas. Afastou-se e em seguida voou em direção à chama e passou rente a ela.
 

Subitamente caiu, estonteada pela luz e muito surpresa ao verificar que as pontas de suas asas estavam chamuscadas.
 

– Que aconteceu comigo? – pensou ela.
 

Não conseguiu entender. Era impossível crer que uma coisa tão bonita quanto a chama pudesse causar-lhe algum mal. E assim, depois de renovar suas forças, sacudindo as asas, levantou voo novamente.
 

Rodou em círculo e mais uma vez dirigiu-se à chama, pretendendo pousar sobre ela. E imediatamente caiu, com as asas queimadas, pela chama e pela cera derretida da pequenina chama.
 

– Maldita luz – murmurou a borboleta agonizante – pensei que ia encontrar em você a felicidade e em vez disso encontrei a morte. Cega pela sua beleza, vi tarde demais o quanto você é perigosa.
 

Às vezes somos como a borboleta,  atraídos pelos prazeres da vida, ignorando os perigos.  Então, quando percebemos o que perdemos, já é tarde demais.
 

Pense nisso e viva melhor! 
 Autor: Leonardo da Vinci – 1452-1519

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Viver bem devagar - A Filosofia da Tartaruga

  • Tartarugas conhecem as estradas melhor do que as lebres

Viver com pressa e desatenção não é viver: isso é correr atrás do tempo. Aproveite sua viagem, conheça todo o seu caminho, aprecie tudo e todos em sua volta, inclusive as estrelas e as amizades.
 
“Vês aquele pássaro? É um…” Enumera uma série de nomes inventados, em diversas línguas. E conclui: “Podes dizer o nome em todas as línguas do mundo, quando acabares, continuas não sabendo nada sobre o pássaro, apenas sabes como as pessoas lhe chamam. Por isso, vamos lá olhar para o pássaro e ver o que ele está fazendo. Isto é o que conta.”  Richard Feynman (Nobel da Física em 1965)
  • A Lebre e a Tartaruga
A Lebre costumava fazer troça da Tartaruga por ela ser tão lenta. — Tu alguma vez chegas ao teu destino? — perguntou-lhe um dia zombando dela. — Sim — replicou a Tartaruga—, e chego mais depressa do que pensas. Vamos fazer uma corrida e provar-te-ei.  A Lebre achou graça ao desafio da Tartaruga, e, para se divertir, resolveu aceitar. A Raposa, designada como júri, estabeleceu a distância, alinhou os corredores e deu o sinal de partida.
 
Em breve, a Lebre ficou longe da vista, e, para demonstrar o ridículo do desafio, deitou-se para dormir uma sesta até que a Tartaruga a alcançasse. Entretanto, lenta mas persistentemente, a Tartaruga ultrapassou o local onde a Lebre dormia profundamente e foi-se aproximando da linha de chegada. Quando acordou, a Lebre viu que a Tartaruga estava já muito perto da meta e começou a correr o mais depressa que pôde, tentando ainda ultrapassá-la, mas não conseguiu.
 
A ciência da administração do tempo é um dos maiores desafios de hoje. As pressões externas são tantas e tão insistentes, que tiram de muita gente a capacidade de viver em paz.
 
Isso pode ser ilustrado pela história de uma tartaruga, adaptada da cultura árabe. Aliás, há seres humanos que têm forte admiração por estes animais, e aprendem com eles. Uma tartaruga pode viver mais de um século. Nos Estados Unidos, um indivíduo da espécie viveu 135 anos. Sua idade média oscila entre 80 e 100 anos, e pode ser calculada pelo número de anéis do casco.
 
Conta a história que, um dia, os animais se reuniram em assembleia geral, e começaram a falar das coisas que os seres humanos tiravam deles.
– “Eles pegam o meu leite”, reclamou a vaca, com uma calma resignação na voz. “Quando não me matam”.
– “Colocam minha carne na panela para fazer canja”, disse uma galinha, nervosa.
– “Usam minha carne para fazer toucinho”, alegou o porco.
– “Querem caçar-me para ficar com o óleo”, testemunhou a baleia.
– “Estão destruindo as matas nativas em que eu vivo”, afirmou o macaco.
Os testemunhos e constatações prosseguiam. Até que por último veio a tartaruga, e disse:
– “Eu também tenho algo que eles certamente tirariam de mim, se pudessem. É algo que eles necessitam acima de todas as coisas, mas também algo que desperdiçam e jogam fora. Eu tenho tempo: esta é minha grande riqueza.”
De fato, a tartaruga não tem pressa nem para respirar. Respira lentamente, apenas três vezes por minuto, como se fosse algum grande mestre de ioga. Por isso ela vive em paz. Não está preocupada com nenhuma das superficialidades urgentes que preenchem a vida cotidiana de muitos cidadãos modernos.
 
No folclore indígena brasileiro, segundo registra Rodolpho von Ihering, a tartaruga e o jabuti são símbolos de sabedoria, e por isso a tartaruga ganhou algumas corridas realmente lendárias.
 
Na tradição oral do folclore indígena brasileiro, o jabuti joga corrida com o veado, o bicho mais veloz da floresta, e coloca seus parentes nos diferentes pontos do trajeto. Durante a corrida, cada vez que o veado perguntava pelo adversário, um jabuti diferente respondia: “Estou aqui!” O veado correu, surpreso, até cair morto.
 
Na famosa fábula de La Fontaine, a tartaruga aposta corrida com a lebre, mas esta subestima o adversário e vai descansar. Descansando, dorme. O sono simboliza a falta de atenção diante da vida e do tempo que passa. Na fábula, a lebre só acorda quando a lenta, mas tenaz e atenta tartaruga já garantiu a vitória.
 
Frases como “devagar se vai ao longe” e “a pressa é inimiga da perfeição” bem poderiam ter sido inspiradas em alguma tartaruga, ou ditas por ela.
 
A lição básica da tartaruga para os seres humanos consiste em levantar uma questão que deve ser examinada com calma:
  • É bom viver perseguidos pelo sentimento de pressa? Vale a pena?
Conta-se que um dia um pescador estava sentado tranquilamente no seu barco a remo, nas águas do Rio dos Sinos, segurando uma linha com anzol. Apreciava aquela paisagem bonita, quando um poderoso industrial estacionou ali o seu carro importado e veio falar com ele.
– “Por que você não dá um jeito de pescar com rede?”, perguntou o homem, que ignorava a proibição do uso de redes no rio.
– “Porque pescando desse jeito eu tenho o suficiente para viver”, respondeu o pescador, com um jeito simples de homem do povo.
– “E por que você não quer jogar redes no rio e pescar mais peixes?”
– “O que eu faria com eles?”
– “Ora, você poderia ganhar dinheiro, vendendo-os”, tentou explicar o industrial. “Este trecho dos Sinos não está poluído ainda. Assim você teria mais peixes e mais dinheiro. Poderia comprar outro barco. E seria um homem rico, como eu”.
– “E o que eu faria então?”
– “Ora, então poderia realmente gozar a vida”.
– “E o que você acha que eu estou fazendo agora?” – perguntou o pescador, olhando para o voo elegante de uma garça branca.

 
O diálogo acima reproduz, em outro contexto, o mesmo desafio paradoxal da pressa e da lentidão, ou da lebre e do veado, que perdem a corrida para a tartaruga.
 
Às vezes, é fazendo as coisas devagar que você alcança melhor resultado, e é fazendo menos coisas, bem feitas, que você atinge sua meta.
 
Quando uma pessoa, ou uma sociedade inteira, se agitam demais, é porque não estão sabendo enfrentar as questões que realmente interessam.

“Ontem foi história, amanhã é um mistério, mas hoje, hoje é uma dádiva. Por isso é que chamamos de Presente!”. Por que não dá-lo a você mesmo?  - Quem melhor mereceria se lhe perguntassem? Então, receba-o de tí mesmo e viva seu tempo melhor: hoje.