Existem muitos filósofos, desde os primórdios de nossa sociedade, e psicólogos de diferentes teorias que se dedicaram a escrever e discutir sobre o sentido da vida. Eles sempre contribuíram com seus próprios pensamentos a partir de suas perspectivas, mas todos concordaram que o sentido da vida está em ter um propósito, em saber o porquê está vivendo. O sentido da vida também pode ter como significado uma direção, um caminho, ir para um lugar. Além da Filosofia e Psicologia, as diferentes religiões têm se preocupado com o sentido da vida, sendo as respostas dependentes de suas crenças e valores.
A psicóloga Tatjana Schnell (2009, citado por RETZBACH, 2018), da Universidade de Innsbruck na Áustria, descreve que o sentido da vida pode ser reconhecido por meio de quatro características:
1) Significado, ou seja, a sensação de que o que está sendo feito importa, que faz a diferença.
2) Pertencer é a sensação de que você tem um lugar no mundo.
3) Coerência, se o que acontece na vida é harmônico e congruente, e
4) A orientação, conhecendo os valores e objetivos que a definem (RETZBACH, 2018).
A pessoa que tem sentido de vida, reconhece essas características em sua vida e vive de forma congruente com suas percepções e valores pessoais. De qualquer forma, aqui vamos nos concentrar mais em uma compreensão psicológica do sentido da vida.
É necessário encontrar um sentido de vida?
Os seres humanos têm necessidades básicas de natureza e características diversas. O psiquiatra austríaco Viktor Frankl, autor do livro “Em busca de sentido”, defende que nem só de necessidades básicas vive o ser humano, ele chama de “vontade de sentido”, pela qual os humanos buscam, antes de qualquer coisa, estabelecer o real sentido da vida. Essa pergunta visa responder o motivo da existência, que por muitas vezes é desafiadora, portanto, se há um propósito de vida, as mazelas da vida ficam mais fáceis de serem superadas.
O sentido da vida nos proporciona uma vida mais plena: ela ativa nossas emoções, fortalece nossa autoestima, nos dá segurança, assim valorizamos mais o que fazemos, nos ajudando em nossa percepção de si. Sabendo quem nós somos, conseguimos olhar para outros e nos facilita o construir relacionamentos mais profundos. Complexo, não é mesmo?
Quando conseguimos visualizar o sentido da nossa vida, sentimos que valemos e que ocupamos um lugar importante no mundo. Não somos mais um no meio de uma multidão, mas somos alguém que veio cumprir essa missão ou propósito.
O sentido da vida nos dá uma direção, marca o caminho que se deseja percorrer, nos dá importância e nos fortalece. Permite-nos contactar com as nossas emoções mais profundas e relacionarmo-nos com os outros de uma forma autêntica.
Consequências de um viver sem sentido
O sentido da vida nos liberta de sentimentos de angústia e incerteza que podem nos adoecer. Não é que não se pode viver sem sentido, sempre há momentos em que você pode se sentir um pouco perdido, não há problema em se perder algumas vezes para se reencontrar, isso até faz parte do processo de amadurecimento. Nesse encontro novamente é onde entramos em contato com nossa autenticidade e nossa vitalidade retorna. O problema está em viver sem sentido, pois muitas vezes o vazio existencial impera a vida.
A ansiedade torna os caminhos mais estreitos, enquanto o significado nos abre, nos dá possibilidades de viver. É por todos esses aspectos que o sentido da vida é tão importante, pois se queremos uma vida completamente plena e saudável, não poderia deixar de ter sentido. Quando o sentido de vida não pode ser percebido, é a paralisação que nos guia, vivemos “empurrando com a barriga”. A vida perde o encanto de ser vivida, vira um peso e um pesar.
Estas são algumas consequências de viver uma vida sem sentido, que pode ser algo constante ao longo do tempo ou apenas um momento de crise no tempo:
Presença constante de sentimentos de vazio ou tristeza;
A pessoa não se reconhece, não sabe o que lhe caracteriza;
Presença da apatia: experiências antes prazerosas já não trazem bem-estar;
Distanciamento de outros: a falta de sentido faz com que a pessoa queira se recolher e evitar interações sociais.
Pesquisas demonstram que pessoas com um sentido de vida têm melhor saúde física, psicológica e emocional e são mais felizes. São seres mais sociáveis, otimistas e gerenciam melhor o estresse. O ter um sentido de vida abranda as consequências negativas do estresse. As pessoas que dão uma razão à sua existência sofrem menos doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais e demências. Aprender que a própria vida tem um significado especial ajuda a superar situações estressantes e cultivar hábitos benéficos para o desempenho cognitivo do cérebro. As pessoas que veem sua vida como significativa são mais orientadas para objetivos e resilientes (THIVISSEN, 2018).
As intervenções terapêuticas de saúde se tornam mais fácil para as pessoas encontrarem sentido na vida e contribuem para o tratamento de determinadas doenças. Os processos inflamatórios são menores para aqueles que conseguem realizar o sentido em suas vidas (RETZBACH, 2018; THIVISSEN, 2018). Percebam que refletir sobre isso se torna fundamental! Isso me fez pensar, e você? Como anda sua jornada existencial em busca de sentido?
Como encontrar o sentido da vida?
Muitas pessoas querem encontrar sentido em suas vidas obtendo algo material ou externo, quando na realidade a experiência e as teorias mostram o oposto. O sentido da vida é algo individual em cada ser humano. Dito isto, não há uma única maneira de encontrá-lo. Embora possamos dizer que nasce de dentro de nós e depois se expressa fora. Encontrá-lo não significa apegar-se a ele. Encontrá-lo significa que estamos vivendo em harmonia com nós mesmos, em busca da congruência entre sensações, sentimentos, percepções e ações congruentes.
O sentido da vida, além de singular, é subjetivo. Essas características deixam muitas pessoas ansiosas e angustiadas, mas há beleza na liberdade da construção de um sentido. Não se trata de encontrar o sentido da vida, mas de viver COM sentido a nossa própria vida. A palavra sentido traz pistas dele: o que lhe toca, o que lhe faz SENTIR? O que faz com que seu corpo se sinta bem? O que lhe traz um senso de conexão? Essas perguntas podem que ajudar a explorar novas escolhas com mais atenção.
Agora retomamos a questão de como buscar em nós mesmos o sentido da vida. Para que isso não fique em um lugar abstrato na mente, se faz necessário momento de introspecção para-se alcançar sentido.
Seguem algumas dicas de perguntas a serem exercitadas em seu cotidiano:
Faça perguntas a si, buscando se reconhecer em suas ações e insista, mesmo que não tenha uma resposta imediata.
Observe suas emoções e sentimentos, eles podem dar pistas preciosas na busca de sentido.
Faça exercícios de consciência corporal, como a meditação, se acessar é chave para encontrar o que lhe representa na vida.
Pesquise e estude sobre temas que genuinamente lhe interessam.
Pratique o uso de sua imaginação e criatividade.
Meditar pode ajudar a se conhecer e construir uma vida com mais propósito.
O significado de viver é dinâmico, ou seja, pode mudar ao longo de nossas vidas. Não temos que nos encaixar. O significado também não precisa ser único, talvez encontremos vários significados que nos fazem sentir bem em um momento específico. Não é simplesmente algo concreto, mas é o poder de fazer coisas. Como disse Erich Fromm: “o sentido da vida nada mais é do que o ato de viver em si mesmo” e Viktor Frankl, afirma que o poder de decidir, mesmo em circunstâncias de extremo sofrimento, dá liberdade ao ser humano, dá-lhe sentido. Isso significa que cada ser humano tem a oportunidade de percorrer, em qualquer circunstância, seu próprio caminho.
A vida é diferente se a vivermos com significado, dando valor a tudo o que nos vivemos, permitindo assim o crescimento pessoal e individual. É muito importante entender que o sentido da vida está em nós e não em algo que vem de fora. É por isso que cada pessoa deve encontrar seu caminho pessoal, pois o sentido da vida é individual em cada ser humano. Aí reside a sua complexidade. Procure conhecer mais e entender o que faz sentido para você.
Referências consultadas:
RETZBACH J. La felicidad se construyecon sentido, Revista de Psicología y Neurociencias, Mente y Cerebro, Mayo – Junio, Barcelona, 2018.
THIVISSEN P. La importanciadel sentido de la vida, Revista de Psicología y Neurociencias, Mente y Cerebro, Mayo – Junio, Barcelona, 2018.
No final do primeiro quarto, aos 25 anos, aproveitando ou não, deixamos para trás na vida, a verdadeira e real melhor idade. Após termos curtido uma feliz infância, sobrevivendo as turbulências da adolescência, galgamos a maioridade. Lançado nosso barco em alto mar, só nos restou navegar, pois já desperdiçamos nossas melhores oportunidades do nosso tempo, ou não, no primeiro quarto. O gato tem sete vidas, nós só temos quatro quartos. E no primeiro deixamos nossos brinquedos, nossa melhor bicicleta, nossa linda namorada, todas nossas maiores aventuras, nossas bolas de gude, todas aquelas alegres tardes no parque, nossas cafifas, nossas bolas, nossos skates e patins, nossos melhores tablets, quiçá, nossos melhores amigos.
No final do segundo quarto, aos 50 anos, já com filhos da idade do nosso primeiro quarto, ou mais, ofegantes de tanto trabalhar e saudosos do que perdemos de vitalidade, somos aconselhados a tomar suplementos energéticos, pois tudo já vai começar a despencar, daqui até a metade do quarto seguinte, ninguém mais nos segura.
No final do terceiro quarto, aos 75 já estamos bem desgastados, mas bem experientes e velhos, o suficiente, para sermos considerados sábios e bem pacientes, em todos os sentidos, pois é neste momento que descortinamos todo o universo, como se o mundo estivesse na palma de nossas mãos, já bem delicadas, mas compreendendo como tudo funciona, de verdade, sem crer mais em todas aquelas mentiras que, desde a tenra infância, fomos obrigados a acreditar e engolir, goela a baixo, sem sequer poder pestanejar.
Quarto quarto, bem, duvido que a maioria esteja viva neste último quarto, este foi reservado aos possuidores de juizo perfeito, que cuidaram da saúde desde a primeira infância, ou tiveram pais inteligentes ou geneticamente saudáveis e não jogaram esta parte da vida fora, quando iludidos foram por falsas curtições com bebidas, cigarros e alucinógenos mil, inclusive os que, suposta e prejudicialmente, lhes forneceriam asas, sobrevivendo talvez a algum naufrágio do passado. A esta altura do campeonato estaremos todos mortos e caminhando para o devido esquecimento do que, para a maioria, foi uma inútil e miserável vidinha, só nos restando dormir, para sempre, sem ir para lugar nenhum, muito menos lá em cima, uma vez que estaremos todos sem nossas lembranças, sem cérebro e coração, a energia pifou, restou nada para sonhar, melhor esquecer, inclusive dos impostos para pagar, ou não, quem sabe não vão nos cobrar no enterro pela rasa cova, já que nem um crematório público, decente, existe neste país, mas isto já fica para outros cuidarem, fechem a tampa que vamos todos dormir. Ave Caesar morituri te salutant.
Pastor coloca fogo em TV e proíbe fieis de assistirem Show da Fé
Todo pastor tem um pouco de piromaníaco… Os cara gosta de queimar cartinha, gosta de queimar hominho, gosta de queimar tazo e tudo aquilo q vem com o satanás dentro….
Mas aí queimar uma TV eu já acho um pouco demais…
NEM O SHOW DA FÉ PODE VER MAIS SR PASTOR?
Não vou lhe referenciar para não aumentar mais os dízimos, que, pelo visto, devem estar sobrando.
BRASIL, aqui reinam, dominam e manipulam o zé povão através da política, religião e mídias escrita, televisadas e escrita.
Sendo assim que assim seja como tu quiseres, e só me resta cantar!
Quem Nasce Para Tatu Morre Cavando - Falcão
Já que tudo foi dito amor só nos resta refletir se o açúcar é branco o sal é da mesma cor sem falar na farinha que também é muito natural que a loucura é um dom de quem se julga normal pois o que é cachorro não é raposa o que é rapariga não é esposa quem nasceu pra rockeffeler nunca será silva nem souza o que é cachorro não é raposa o que é rapariga não é esposa quem nasceu pra rock e vera nunca será silva nem souza pois tava escrito na lousa uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa estava escrito na lousa uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa já que tudo foi dito amor só nos resta refletir se o açúcar é branco o sal é da mesma cor sem falar na farinha que também é muito natural que a loucura é um dom de quem se julga normal pois o que é cachorro não é raposa o que é rapariga não é esposa quem nasceu pra rockeffeler nunca será silva nem souza o que é cachorro não é raposa o que é rapariga não é esposa quem nasceu pra rock e vera nunca será silva nem souza pois tava escrito na lousa uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa estava escrito na lousa uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa estava escrito na lousa uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa ----------------
Metabolismo acelerado faz homens sentirem mais calor do que mulheres.
Imagine esta situação: todos sentem frio e só você está sentindo calor e reclamando sobre ele? Nesse caso, o calor pode ser um sinal de estresse, causado tanto pela carga horária pesada quanto por problemas de relacionamento ou familiares. O jeito, nesse caso, é tentar se controlar e prestar atenção em sua pressão arterial, que pode estar alta. Na casa dos educadores físicos Mayra Fenner, 30, e Sandro Costa, 38, o verão é sempre motivo de briga: mesmo com a temperatura beirando a casa dos 30 graus, ela insiste em dormir com edredom, pijama comprido e janela fechada, enquanto ele não suporta o calor e tem de se contentar com o sofá da sala. "Sou superfriorenta, preciso ter o edredom na cama, mesmo que não me cubra completamente. Meu marido não aguenta o calor e vai dormir na sala. Isso já foi motivo de várias brigas", conta Mayra. Mayra Fenner e Sandro Costa nunca se entendem na hora de dormir; um sente muito calor e outro passa frio durante a noite. "O excesso de frio dela me incomoda. Para evitar discussão, pego meu travesseiro e vou para a sala. Durmo sem camisa, com as janelas abertas e o ventilador ligado. Meu filho [Théo, de dois anos] está seguindo o mesmo caminho. Vira e mexe ele aparece para dormir comigo na sala", diz Sandro. A história do casal é comum quando os termômetros sobem tanto e levanta a questão: será verdade que os homens sentem mais calor e toleram melhor o frio do que as mulheres? A resposta é: geralmente, sim. De acordo com o fisiologista Raul Santo de Oliveira, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o metabolismo do homem é naturalmente mais acelerado do que o da mulher, por causa da maior quantidade de massa muscular. Isso faz com que ele produza mais calor e, consequentemente, tanspire mais. "O calor é produzido dentro das células, principalmente nas células musculares, quando o corpo produz energia. Depois, ele sai da célula, vai para o sangue e para a pele, onde será eliminado pela transpiração.
Como a massa muscular do homem é maior do que a da mulher, naturalmente ele produzirá e sentirá mais calor", explica o fisiologista. Oliveira ressalta, entretanto, que, apesar da diferença de massa muscular, a capacidade de funcionamento do organismo do homem e da mulher é igualmente eficaz. "Isso não torna a mulher menos eficiente para controlar a temperatura." Além disso, é preciso lembrar que, se o homem for menor e mais magro do que a mulher, pode ter menos massa muscular e, com isso, sentir menos calor do que ela. Outra questão a ser levada em conta é que a mulher, quando passa pela menopausa, costuma sentir mais calor do que quando era mais jovem. A servidora pública Juliana Tolentino de Andrade, 31, e o empresário Ronaldo Ferreira, 46, também enfrentam o dilema frio x calor. "As brigas são sérias e a gente sempre dorme separado", diz ela.
Cora Coralina, por seu exemplo de vida, foi uma mulher à frente de seu tempo. Ela utilizou seus escritos para falar de assuntos cotidianos: a mulher, pobre, sofrida.
Vamos compartilhar alguns poemas da autora?
Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida.
O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes.
Se temos de esperar,que seja para colher a semente boaque lançamos hoje no solo da vida.Se for para semear,então que seja para produzirmilhões de sorrisos,de solidariedade e amizade.
Fiz a escalada da montanha da vidaremovendo pedras e plantando flores.
Todos estamos matriculadosna escola da vida,onde o mestre é o tempo.
Nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores.
Recria tua vida, sempre, sempre.Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Poeta, não é somente o que escreve.É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima à autenticidade de um verso.
Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos.
Coração é terra que ninguém vê.
A Verdadeira coragem é ir atrás de seus sonhos, mesmo quando todos dizem que ele é impossível.
Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma.
"Nas palmas de tuas mãos leio as linhas da minha vida."
Mais esperança nos meus passosdo que tristeza nos meus ombros.
"Feliz daquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina".
Não lamente o que podia ter e se perdeu por caminhos errados e nunca mais voltou.
Melhor do que a criatura,fez o criador a criação.A criatura é limitada.O tempo, o espaço,normas e costumes.Erros e acertos.A criação é ilimitada.Excede o tempo e o meio.Projeta-se no Cosmos.
Saiba tudo sobre esse transtorno psiquiátrico mais comum do que se imagina.
Quais os sinais que ele apresenta? Há remédio e como tratar?
Sintomas da esquizofrenia e o que é:
Manias de perseguição e teorias da conspiração são sinais típicos da esquizofrenia.
Os cientistas do final do século 19 foram buscar inspiração na língua grega arcaica para caracterizar um transtorno psiquiátrico que, até então, ficava jogado no limbo da loucura. Por meio da junção dos termos esquizo, “dividir” no idioma dos filósofos clássicos, e frenia, algo próximo de “mente”, eles deram um nome perfeito para a doença. A esquizofrenia, ou distúrbio da mente dividida, é marcada por surtos em que o mundo real acaba substituído por delírios e alucinações. O transtorno afeta 2 milhões de brasileiros, mas a falta de conhecimento sobre ele só reforça estigmas. Hora de saber tudo sobre a condição que afeta 1% da população no planeta, dos sintomas ao tratamento.
Os sintomas
Geralmente a esquizofrenia se inicia com uma simples apatia no final da adolescência e no começo da vida adulta, na faixa dos 18 aos 30 anos.
Aos poucos, o indivíduo abandona as atividades rotineiras e se isola. Suas reações ficam estranhas e desajustadas – ele não esboça os sentimentos esperados diante de fatos tristes ou felizes.
Do nada, surge uma sensação de que algo está errado e alguém prejudica a sua vida. O passo seguinte é a transformação dessa inquietação nas fantasias sensoriais e nas teorias da conspiração. São as alucinações e os delírios que mencionamos antes.
Fique atento a estes sinais:
Dificuldades no aprendizado desde a infância
Apatia
Pouca vontade de trabalhar, estudar ou interagir com os outros
Não reagir diante de situações felizes ou tristes
Vozes que surgem na cabeça e outras alterações nos órgãos dos sentidos
Mania de perseguição inexplicável
O que causa esquizofrenia e como diagnosticar?
Ela é investigada há décadas, mas segue cheia de mistérios. Ainda não se sabe, por exemplo, o que acontece no cérebro desses sujeitos.
“Estudos apontam que ocorre algum defeito na produção ou na ação de um neurotransmissor chamado dopamina”, conta o psiquiatra Ary Gadelha de Alencar, da Universidade Federal de São Paulo. O especialista participou de uma conferência sobre o tema no último Congresso Cérebro, Comportamento e Emoções (Brain 2018), realizado em junho na cidade gaúcha de Gramado.
Na busca por explicações mais certeiras para a doença, algumas pesquisas foram vasculhar o DNA dos pacientes à procura de mutações genéticas. Não acharam nada que fosse significativo. Levantamentos até mostraram uma relação entre infecções ao longo da gestação ou traumas no parto a um maior risco de desenvolver a esquizofrenia. Mas nenhum desses achados é considerado decisivo na gênese do problema.
Tamanha falta de informação é um dos fatores que contribuem para um terrível atraso no diagnóstico. “Há uma demora de sete anos entre os primeiros sinais e a detecção do transtorno”, calcula o psiquiatra Wagner Gattaz, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (IPq-HC).
Um flagra precoce leva a um tratamento mais efetivo e com um prognóstico favorável no longo prazo. Mas, infelizmente, essa não é a realidade na grande maioria dos casos. Ficar atento a algumas características, como uma repentina perda de vontade ou uma exagerada mania de perseguição, especialmente em jovens, é a melhor atitude para ir atrás da ajuda profissional, se necessário.
O tratamento
Os remédios que silenciam a paranoia existem desde os anos 1970 e evoluíram enormemente de lá para cá. Os antipsicóticos do passado causavam muitos efeitos colaterais. “Como mexem com a dopamina, esses fármacos estão relacionados a manifestações típicas do Parkinson, como tremor involuntário e rigidez muscular”, esclarece a geriatra Maira Tonidandel Barbosa, da Universidade Federal de Minas Gerais.
As medicações mais recentes, conhecidas genericamente como segunda geração, provocam menos eventos adversos graves – isso porque interferem em outras substâncias da química cerebral, como a serotonina, o que traria uma proteção neuronal extra. Por essa razão, o ideal é dar preferência a essas opções mais novas durante as primeiras incursões terapêuticas.
Caso a tentativa inicial não dê conta do recado, aí, sim, o médico parte para as drogas antigas (primeira geração). Se nem mesmo essas funcionarem, o plano C é a clozapina, a medicação pioneira no campo da esquizofrenia. Como ela pode afetar os glóbulos brancos, o protocolo de uso exige fazer um exame de sangue todas as semanas para ver se está tudo ok.
Uma boa-nova na luta contra a esquizofrenia foi a chegada das injeções de longa ação. Elas utilizam os mesmos princípios ativos dos comprimidos, que foram por muito tempo a única alternativa disponível na farmácia. Uma simples picada fornece uma dose que dura duas semanas ou até um mês, dependendo do tipo e do fabricante.
No exterior, já existe uma versão aprovada desses produtos que atua por 90 dias. Além delas, uma opção, que está na última fase de testes antes da liberação, fica no organismo ao longo de um semestre inteiro.
Por mais que a ideia de tomar agulhadas periódicas não seja lá muito agradável para alguns, a certeza de que o paciente recebeu o remédio e está devidamente medicado por um período mais prolongado é uma garantia contra a desistência do tratamento e futuras recaídas.
Inclusive, uma pesquisa assinada por especialistas do Instituto Karolinska, na Suécia, com apoio do laboratório Janssen, reuniu dados de 29 mil esquizofrênicos e concluiu que os fármacos injetáveis reduzem a mortalidade em 33% na comparação aos comprimidos tomados diariamente. “Seguir a terapia à risca ajuda a estabilizar o quadro e permite cuidar melhor de outros parâmetros de saúde, prevenindo a obesidade e as doenças cardiovasculares“, afirma Gattaz.
Quando pílulas ou injeções não foram capazes de equilibrar o cérebro, resta ainda a eletroconvulsoterapia, que envolve a aplicação de correntes elétricas em determinadas regiões da cabeça. O método mudou demais e não é mais aquele festival de choques do passado, que novelas e filmes teimam em repetir. Hoje em dia ela é segura, fica restrita a algumas áreas do crânio e produz muito menos traumas.
Outra ideia estudada em algumas universidades é o emprego da estimulação transcraniana, um aparelho emissor de ondas magnéticas que traria um efeito parecido. Mas ainda faltam evidências para comprovar que a proposta é realmente boa. Deve demorar mais alguns anos para que ela vire uma realidade.
A psicologia e os ajustes no estilo de vida
O contato com o psicólogo é outro pilar fundamental no controle e na recuperação da esquizofrenia. As sessões de terapia cognitivo-comportamental são indicadas para entender as emoções, ponderar os pensamentos e, principalmente, identificar os gatilhos que podem desencadear os surtos.
“O estresse e o uso de drogas como o álcool e a maconha são os dois dos principais disparadores dos novos episódios de paranoia”, aponta o psiquiatra Helio Elkis, coordenador do Programa de Esquizofrenia do IPq-HC.
Nesse contexto, não dá pra se esquecer do raciocínio desses indivíduos. Eles apresentam perda de memória e baixa concentração, o que dificulta a realização de tarefas ou o aprendizado de novas informações.
A psicóloga inglesa Til Wykes, do King”s College de Londres, criou um programa de computador que mira justamente essas funções prejudicadas. Ela veio ao Brain 2018 para compartilhar os resultados inéditos de seu experimento. “Vimos melhoras não só nas habilidades cognitivas mas nos próprios sintomas”, relata. Além dos treinamentos mentais regulares, a atividade física também é indicada por estimular a liberação de neurotransmissores benéficos.
Porém, de nada vai adiantar esse monte de estratégias se a sociedade, da qual eu e você fazemos parte, não se despir de preconceitos e passar a acolher e respeitar quem tem esquizofrenia. Imagine que eles descobrem a doença numa fase de formação universitária e entrada no mercado de trabalho. Sem essa base, fica difícil para qualquer um arranjar emprego e viver com as próprias pernas.
Por outro lado, se o distúrbio está bem controlado, é possível ter uma vida praticamente normal. O suporte da comunidade é a cereja no bolo do tratamento. É assim que a mente, antes dividida, volta a ser uma coisa só.
Visão Geral Sobre O que é Esquizofrenia:
A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico em que uma alteração cerebral dificulta o correto julgamento sobre a realidade, a produção de pensamentos simbólicos e abstratos e a elaboração de respostas emocionais complexas.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a esquizofrenia não é um distúrbio de múltiplas personalidades. É uma doença crônica, complexa e que exige tratamento por toda a vida.
A esquizofrenia é uma doença mental que acomete aproximadamente 1% da população mundial. Normalmente, o transtorno aparece entre o final da adolescência e começo da vida adulta.
O transtorno foi um termo cunhado pelo psiquiatra suíço E. Bleuler, no início do século XX e tem origem nas raízes gregas schizo (cindir, dividir) e phren (mente), no sentido de que as funções mentais se encontrariam divididas nesses pacientes.
Tipos
Existem alguns tipos de esquizofrenia:
Esquizofrenia paranoide: com predomínio de alucinações e delírios
Esquizofrenia desorganizada ou heberfrênica: com predominante pensamento e discurso desconexo
Esquizofrenia catatônica: em que o paciente apresente mais alterações posturais, com posições bizarras mantidas por longos períodos e resistência passiva e ativa a tentativas de mudar a posição do indivíduo
Esquizofrenia simples: em que a pessoa, sem ter delírios, alucinações ou outras alterações mais floridas, progressivamente ia perdendo sua afetividade, capacidade de interagir com pessoas, ocorrendo um progressivo prejuízo de seu desempenho social e ocupacional, por vezes levando os indivíduos afetados a uma vida de sem-teto e vagando pelas ruas.
Causas
Ainda não se conhecem todos os mecanismos cerebrais que promovem os sintomas relacionados à esquizofrenia, mas hoje sabe-se que se trata de uma doença química cerebral decorrente de alterações em vários sistemas bioquímicos (neurotransmissores) e vias neuronais cerebrais.
Esquizofrenia: entenda a doença que provoca delírios e alucinações
Vários genes em combinação são responsáveis por estas alterações cerebrais. O ambiente, ou seja, as relações vitais que a pessoa estabelece funcionam como fatores estressores que contribuem para que estes genes ligados se ativarem e a doença apareça. Não existem fatores psicológicos ou ambientais que causam a esquizofrenia, mas sim fatores de vida que são gatilhos para o início das alterações cerebrais da doença.
Várias substâncias químicas, denominadas de neurotransmissores, estão alteradas no cérebro do esquizofrênico, principalmente dopamina e glutamato. Estudos recentes mostram diferenças na estrutura do cérebro e do sistema nervoso central das pessoas com esquizofrenia em comparação aos de pessoas saudáveis.
Fatores de risco
Sabe-se que alguns fatores são gatilhos importantes para o início das alterações neuroquímicas cerebrais e para o posterior aparecimento dos sintomas da doença no comportamento do indivíduo:
História familiar de esquizofrenia: as chances são de 10% se tiver um irmão com esquizofrenia, 18% se tiver um irmão gêmeo não-idêntico com esquizofrenia, 50% se tiver um irmão gêmeo idêntico com esquizofrenia e 80% se os dois pais forem afetados por esquizofrenia.
Ser exposto a toxinas, vírus e à má nutrição dentro do útero da mãe, especialmente nos dois primeiros trimestres da gestação.
Problemas no parto como falta de oxigênio (hipóxia neonatal)
Ter um pai com idade mais avançada
Uso de maconha
Tabagismo.
Sintomas de Esquizofrenia
Os sintomas de esquizofrenia no sexo masculino costumam aparecer entre os 15 e 20 anos. Já em mulheres, os sinais da doença são mais comuns beirando os 30 anos de idade. Embora seja raro, também é possível o aparecimento da esquizofrenia em crianças e adultos com mais de 50 anos.
A esquizofrenia é a principal doença de um grupo de transtornos psiquiátricos denominados de transtornos psicóticos. Psicose é quando uma pessoa tem alterações na apreensão e no juízo sobre a realidade (delírios) e na sensopercepção (alucinações). Além da psicose, que geralmente ocorre no momento de crise da doença, é comum o paciente apresentar alterações comportamentais decorrentes das lesões cerebrais que este quadro agudo provocou como por exemplo distúrbios cognitivos (pensamento, atenção, tomada de decisão, raciocínio abstrato, linguagem, etc) e emocionais (apatia, falta de motivação, falta de prazer, depressão, etc).
Delírios
São alterações decorrentes da forma como o cérebro está captando a realidade e produzindo a crítica sobre a mesma. As alterações nestas áreas do cérebro produzem crenças convictas em fatos e percepções que não são compartilhadas pelas outras pessoas. Uma pessoa delirante tem certeza que está sendo prejudicada de alguma forma ou capta sinais em coisas que estão acontecendo à sua volta e chega a conclusões que não são racionais (por exemplo, achar que os sinais de trânsito estão vermelhos porque são um sinal de uma emboscada que está sendo armada para ele ou mesmo acreditar que mensagens subliminares estão sendo enviadas a ela através de apresentadores de TV a partir da forma como eles estão se comportando no programa).
A pessoa com esquizofrenia pode acreditar também que seu pensamento está sendo controlado por algo ou alguém que está distante ou que ela própria consiga controlar o pensamento das outras pessoas. Os delírios mais comuns são os de estarem sendo vigiados ou perseguidos por alguém, mas existem delírios de vários outros tipos como por exemplo: de estarem controlando os outros, de estarem sendo controlados, de terem criado fui inventado algo, de estarem sendo traídos, de serem culpados por alguma catástrofe ou de estarem sendo infestados por parasitas dentro do corpo.
Alucinações
São alterações na forma como o cérebro percebe os estímulos do meio e se caracterizam pela percepção de estímulos que não existem ou que não estão sendo percebidos pelas outras pessoas como por exemplo ver coisas que só ela vê ou ouvir coisas que apenas ela escuta. No entanto, para a pessoa com esquizofrenia, essas coisas têm toda a força e o impacto de uma experiência normal. As alucinações podem estar em qualquer um dos sentidos, mas ouvir vozes é a alucinação mais comum de todas. A pessoa pode também falar sozinha interagindo com vozes que esteja ouvindo ou com imagens ou pessoas que esteja vendo.
Pensamento desorganizado
Esse sintoma pode ser refletido na fala, que também sai desorganizada e com pouco ou nenhum nexo. A ideia de que pensamento desorganizado é um sintoma da esquizofrenia surgiu a partir do discurso desorganizado de alguns pacientes. Para os médicos, os problemas na fala só podem estar relacionadas à incapacidade de a pessoa formar uma linha de pensamento coerente. Neste sentido, a comunicação eficaz de uma pessoa portadora de esquizofrenia pode ser prejudicada por causa deste problema, e as respostas às perguntas feitas podem ser parcial ou completamente alheias e desconexas.
Habilidade motora desorganizada ou anormal
O comportamento de uma pessoa com esse tipo de disfunção não é focado em um objetivo, o que torna difícil para ela executar tarefas.
Comportamento motor anormal pode incluir resistência a instruções, postura inadequada e bizarra ou uma série de movimentos inúteis e excessivos.
Sintomas em adolescentes
Os sintomas de esquizofrenia nos adolescentes são semelhantes aos dos adultos, mas a condição pode ser mais difícil de reconhecer. Isso pode ser em parte porque alguns dos primeiros sintomas da esquizofrenia nos adolescentes são comuns para o desenvolvimento típico durante a adolescência, como:
Pouca socialização com amigos e familiares
Queda no desempenho na escola
Problemas para dormir
Irritabilidade ou humor deprimido
Falta de motivação.
Em comparação com sintomas de esquizofrenia em adultos, os adolescentes podem ser:
Menos propensos a ter delírios
Mais propensos a ter alucinações visuais.
Outros sintomas
Além dos sinais citados, outros parecem estar relacionados com a esquizofrenia. Uma pessoa com a doença pode:
Não aparentar emoções ou apresentar apatia emocional (indiferença afetiva)
Não alterar as expressões faciais
Ter fala monótona e sem adição de quaisquer movimentos que normalmente dão ênfase emocional ao discurso
Diminuição da fala e prejuízo da linguagem
Negligência na higiene pessoal
Perda de interesse em atividades cotidianas
Isolamento social
Incapacidade de conseguir sentir prazer.
Buscando ajuda médica
A pessoa com esquizofrenia em virtude dos sintomas da própria doença não apresentará crítica acerca do seu quadro, já que a principal característica da psicose é a apreensão incorreta da realidade. Neste caso, um familiar que identifique o problema deve saber que muitas vezes será difícil convencer a pessoa sobre os sintomas já que a própria natureza do quadro leva a pessoa a estar convicta de que o que está dizendo é a verdade sobre a realidade. Por isso, muitas vezes algum parente ou amigo próximo deve ser responsável por levar a pessoa doente a um especialista ou para a internação se for o caso.
Diagnóstico e Exames
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar a esquizofrenia são:
Clínico geral
Psiquiatra
Psicólogo.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
Quais são seus sintomas e quando você os notou pela primeira vez?
Alguém mais na sua família foi diagnosticado com esquizofrenia?
Os sintomas foram contínuos ou ocasionais?
Você já pensou em suicídio?
Você está comendo regularmente, indo ao trabalho ou à escola, tomando banho regularmente?
Você já foi diagnosticado com alguma outra condição médica?
Quais medicamentos você está tomando atualmente?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar.
Para gordura no fígado, algumas perguntas básicas incluem:
O que provavelmente está causando os sintomas?
Quais são outras possíveis causas para os sintomas?
Que tipos de testes são necessários?
Esta condição é provavelmente temporária ou vitalícia?
Qual o melhor tratamento?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico de Esquizofrenia
Não há exames médicos disponíveis capazes de diagnosticar a esquizofrenia. Para que o paciente seja diagnosticado com esquizofrenia, um psiquiatra deve examinar o paciente para confirmar se é um caso da doença ou não. O diagnóstico é feito com base em uma entrevista minuciosa com a pessoa e seus familiares e após descartar outras doenças que também podem cursar com os mesmos sintomas psicóticos da esquizofrenia, mas que decorrem de outras doenças que atingem o cérebro.
A esquizofrenia é diagnosticada quando a psicose ocorre por uma alteração no próprio cérebro e não por psicose decorrente de outras causas. Exames que avaliam a imagem do cérebro como tomografia ou ressonância magnética e exames de sangue podem ajudar a descartar outras doenças que podem também se apresentar com psicose como por exemplo:
1) Doença de Wilson: doença genética relacionada ao metabolismo do cobre (presença de sintomas psicóticos em 10-20% dos casos); 2) Consumo de álcool, maconha, cocaína, alucinógenos e outras; 3) Tumores cerebrais que atingem o lobo temporal (todo primeiro surto psicótico necessita de um exame como uma tomografia para afastar este tipo de causa de psicose); 4) Doença de Alzheimer (até 60% dos casos apresentam psicose); 5) Demência fronto-temporal; 6) Doença de Parkinson; 7) Doença de Huntington; 8) Esclerose múltipla; 9) Encefalite límbica (inflamação imunológica do cérebro); 10) Lúpus Eritematoso Sistêmico; 11) Síndrome do X-frágil; 12) Encefalite do HIV (inflamação do cérebro pelo vírus HIV); 13) Medicamentos como esteróides anabolizantes, corticóides e anfetaminas; 14) Epilepsia; 15) Acidente vascular cerebral (AVC) principalmente no lado direito do cérebro; 16) Traumatismo cranioencefálico (TCE).
Tratamento e Cuidados
Esquizofrenia requer tratamento durante toda a vida, mesmo após o desaparecimento de sintomas. O tratamento com medicamentos e terapia psicossocial podem ajudar a controlar a doença. Durante os períodos de crise ou tempos de agravamento dos sintomas, a hospitalização pode ser necessária para garantir a segurança, alimentação adequada, sono adequado e higiene básica do paciente.
O psiquiatra é o médico responsável pelo diagnóstico e pelo tratamento que é principalmente medicamentoso. A equipe multidisciplinar composta por psicólogo, assistente social e enfermeiro auxilia no manejo e nas abordagens psicossociais e psicoterápicas da doença.
O tratamento deve ser sempre medicamentoso (remédios antipsicóticos e outros medicamentos adjuvantes) e não medicamentoso (terapia comportamental e abordagens psicossociais de reintegração do indivíduo).
Medicamentos antipsicóticos
Medicamentos antipsicóticos são os medicamentos mais comumente prescritos para o tratamento da esquizofrenia. Eles são usados para controlar os sintomas, agindo diretamente sobre a desregulação dos neurotransmissores.
A escolha do medicamento ministrado ao paciente dependerá, também, da vontade do paciente em cooperar com o tratamento. Alguém que seja resistente a tomar a medicação, por exemplo, pode precisar de injeções, em vez de tomar um comprimido.
Psicoterapia
A terapia com um psicólogo pode ajudar o paciente a entender os fatores do dia a dia que desencadeiam a esquizofrenia, reduzir seus sintomas e trabalhar os eventos que o levaram a desenvolver este problema.
Hospitalização
Durante períodos de crise ou períodos de sintomas graves, a hospitalização pode ser necessária para garantir a segurança, alimentação adequada, sono adequado e higiene básica.
Terapia eletroconvulsiva
Para adultos com esquizofrenia que não respondem à terapia medicamentosa, a terapia eletroconvulsiva (ECT) pode ser considerada.
A ECT pode ser útil para alguém que também tenha depressão. Saiba mais sobre a técnica e por que ela não é do mal.
Como posso ajudar alguém que conheço com esquizofrenia?
Cuidar e apoiar um familiar com esquizofrenia pode ser difícil, especialmente por ter que responder a alguém que faz declarações estranhas ou claramente falsas. É importante entender que a esquizofrenia é uma doença biológica.
Aqui estão algumas coisas que você pode fazer para ajudar seu ente querido:
Incentive-os a permanecer em tratamento
Lembre-se de que suas crenças ou alucinações parecem muito reais para eles
Diga-lhes que você reconhece que todos têm o direito de ver as coisas de sua maneira
Seja respeitoso, solidário e gentil sem tolerar comportamento perigoso ou inadequado
Verifique se há algum grupo de suporte na sua área.
Medicamentos para Esquizofrenia
Os medicamentos mais usados para o tratamento de alguns sintomas da esquizofrenia são:
Anafranil
Aripiprazol
Bromazepam
Clomipramina
Clozapina
Equilid 50mg
Haldol
Haloperidol
Lexotan
Olanzapina
Risperidona
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Convivendo (prognóstico) - Esquizofrenia tem cura?
Os resultados para uma pessoa com esquizofrenia são muito difíceis de prever. Na maior parte do tempo, os sintomas melhoram com medicamento. Entretanto, outras pessoas podem apresentar dificuldade funcional e correm o risco de apresentar episódios repetidos, principalmente durante os estágios iniciais da doença.
As pessoas com esquizofrenia podem precisar de moradia assistida, treinamento profissional e outros programas de apoio social. Pessoas com as formas mais graves da doença podem ser incapazes de viver sozinhas. Podem ser necessárias casas coletivas ou outras moradias de longo prazo com a estrutura adequada.
Os sintomas retornarão se a pessoa com esquizofrenia não tomar sua medicação.
Complicações possíveis
Se não for tratada, a esquizofrenia pode resultar em problemas emocionais, comportamentais e de saúde graves, assim como problemas jurídicos e financeiros que afetam quase que totalmente a vida da pessoa. Complicações que a esquizofrenia pode causar incluem:
Suicídio
Qualquer tipo de autolesão
Ansiedade e fobias
Depressão
Consumo excessivo de álcool e abuso de drogas ou medicamentos de prescrição
Perda de dinheiro
Conflitos familiares
Improdutividade no trabalho e nos estudos
Isolamento social
Outros problemas de saúde, incluindo aqueles associados com medicamentos antipsicóticos e tabagismo
Ser vítima de comportamento agressivo
Agressividade. - Convivendo/ Prognóstico
A terapia de apoio pode ser útil para muitas pessoas com esquizofrenia.
Técnicas comportamentais, como o treinamento de habilidades sociais, podem ser usadas para melhorar as atividades sociais e profissionais.
Aulas de treinamento profissional e construção de relacionamentos são importantes.
Os familiares de uma pessoa com esquizofrenia devem ser informados sobre a doença e receber apoio. Os programas que destacam os serviços de apoio social para pessoas necessitadas podem ajudar aqueles que não recebem apoio da família ou de conhecidos.
Os familiares e cuidadores são frequentemente incentivados a ajudar as pessoas com esquizofrenia a continuar seguindo o tratamento.
É importante que a pessoa com esquizofrenia aprenda a:
Tomar os medicamentos corretamente e lidar com os efeitos colaterais
Reconhecer os sinais iniciais de uma recaída e saber como reagir se os sintomas retornarem.
Lidar com os sintomas que se manifestam mesmo com o uso de medicamentos. Um terapeuta pode ajudar a:
Administrar dinheiro
Usar o transporte público.
Prevenção
Não existe uma forma conhecida de prevenir a esquizofrenia.
Após o diagnóstico, os sintomas podem ser prevenidos por meio do uso correto da medicação. O paciente deve tomar os medicamentos prescritos exatamente como o médico recomendou. Os sintomas retornarão caso a medicação seja interrompido.
É importante que o paciente sempre converse com o médico, principalmente se estiver pensando em mudar ou interromper o uso dos medicamentos. Fazer visitas regulares ao médico e ao terapeuta são medidas essenciais para se prevenir a recorrência dos sintomas.
Aprofundando mais o conhecimento, sabe-se que a esquizofrenia é uma doença mental grave e incapacitante que afeta cerca de 1% da população.
Essa frase se tornou um início padrão para os artigos científicos sobre esquizofrenia e traduz a imagem negativa que predomina entre profissionais da saúde e na população em geral sobre a doença. No entanto, dados recentes têm demonstrado uma realidade diferente, em que parcelas crescentes de pessoas com esquizofrenia conseguem atingir melhoras significativas em termos de funcionamento e conquistas pessoais. Esse choque entre as expectativas dos profissionais da saúde mental e o real potencial de recuperação da doença, assim como a evidência de que as abordagens terapêuticas em uso são limitadas na promoção de uma vida plena para as pessoas com o transtorno, tem direcionado a busca de novos paradigmas tanto na pesquisa como na prática clínica.
No campo da prática clínica, novas metas de tratamento foram estabelecidas, incorporando outras dimensões de sintomas/prejuízos (p. ex., negativos ou cognitivos) como parâmetros de resposta ao tratamento e definindo conceitos de melhora que integrassem melhor a avaliação clínica à perspectiva funcional e de enfrentamento da doença.
Nesse sentido, tem sido proposto um conceito paralelo à recuperação clínica, no qual ganha centralidade o desenvolvimento pessoal e a esperança, tendo origem nas publicações de diversas narrativas em primeira pessoa por portadores de transtornos mentais graves, mostrando a possibilidade de desenvolver um papel além da doença mental.
Este conceito, chamado de superação (tradução proposta para o termo em inglês recovery), tem sido definido como um modo de viver uma vida satisfatória e esperançosa, com uma contribuição efetiva para a sociedade, mesmo convivendo com limitações causadas pela doença.
Uma atenção crescente vem sendo dada a esse conceito, o qual tem orientado a prática em saúde mental nas últimas décadas e recebido destaque nas políticas de saúde mental, principalmente em países de língua inglesa.
Um extensa revisão e síntese narrativa da literatura internacional sobre recovery revelou que esse fenômeno ocorre por meio do estabelecimento de cinco processos principais, reunidos no acrônimo em inglês CHIME: conexão com os outros (connectedness); esperança (hope); identidade positiva (identity); significado na vida (meaning in life); e empoderamento (empowerment). Nesse contexto, o clínico também ganha um novo papel, o de facilitador.
Dos processos que movem a pessoa para além da doença, deixando de focar apenas na redução dos sintomas e dos prejuízos funcionais. Para o desempenho desse papel, quatro tarefas principais têm sido propostas como facilitadoras do recovery pelos clínicos: o fomento da relação com o paciente, o oferecimento de tratamentos que potencializem os processos de recovery, a promoção da inclusão social e do bem-estar.
Desse modo, várias ferramentas que tenham como foco promover o bem-estar podem ser utilizadas na promoção do recovery, que traduz mais um processo do que uma metodologia específica.
Entre as possíveis ferramentas, têm sido destacados a terapia cognitivo-comportamental, a psicologia narrativa, a psicoterapia positiva e o mindfulness.
Entretanto, um dos principais obstáculos para a implantação do recovery na prática clínica é o estigma associado à doença. Levantamento recente demonstrou que os psiquiatras no Brasil tinham uma visão mais pessimista e estigmatizada da esquizofrenia quando comparados à população em geral.
Como a perspectiva do tratamento por parte do profissional tem impacto no desfecho clínico, esse dado é preocupante.
Essa visão negativa é derivada da evolução histórica do conceito clínico e do fenômeno da ilusão do clínico. Kraepelin, ao dar contornos mais próximos dos atuais às psicoses endógenas, propôs que uma das principais diferenças entre a dementia praecox e a insanidade maníaco-depressiva seria a evolução desfavorável inexorável da primeira.
Apesar de críticas de outros autores, como Eugen Bleuler, esse conceito passou a fazer parte da visão do clínico sobre esquizofrenia. No DSM-III, por exemplo, havia uma observação de que se esperava uma evolução pior para a maior parte dos pacientes.
Assim, o psiquiatra considera o paciente prototípico com esquizofrenia como um paciente grave e com poucas perspectivas de recuperação, pois a tendência será a de evolução com deterioração adicional.
Essa visão direciona o olhar do clínico, que busca essas características nos pacientes.
E as encontra, pois o treinamento psiquiátrico é feito em unidades de internação e instituições para casos graves que precisem de suporte intensivo. De modo geral, os pacientes em tratamento são os mais graves. Isso facilita a ocorrência do fenômeno chamado de ilusão do clínico, que formula sua visão da doença como um todo a partir de sua experiência com esses pacientes de maior gravidade.
Dados epidemiológicos e de neurociência recentes também têm sugerido interpretação diferente das perspectivas de superação em esquizofrenia. A revisão das estimativas de emprego tem demonstrado que uma parcela significativamente maior dos pacientes com esquizofrenia tem conseguido trabalho ou voltar a estudar. Estudos de imagem têm demonstrado que nem todos os pacientes apresentam perdas volumétricas e que a perda está associada ao número de crises e ao tempo total de psicose. Assim, aumenta-se a relevância do tratamento como um modificador da trajetória de doença. Explica-se também a visão kraepeliniana, uma vez que, na falta de tratamento efetivo, a tendência para a maioria dos pacientes seria a deterioração.
Chega-se então a um paradoxo. O tratamento modifica a evolução da doença, mas, para ser efetivo, depende, em grande parte, de um profissional que foi treinado a ter baixas expectativas em relação a pessoas com esquizofrenia. Como mudar esse cenário?
Estratégias de combate ao estigma enfatizam que conhecer pessoas com esquizofrenia é mais eficaz que basear-se somente em informações sobre o transtorno. Lançamos, então, um pedido a vários colegas: será que eles teriam histórias de boa evolução de pacientes com esquizofrenia? Fomos prontamente surpreendidos com os inúmeros relatos reunidos em alguns livros. Esperamos que isto ajude a formar uma nova visão da esquizofrenia, que reconhece a possibilidade de superação e sua busca ativa. Também esperamos, ao trazer diferentes experiências, identificar estratégias e práticas associadas a uma melhor evolução no tratamento do transtorno. É importante ressaltar que o foco na superação não se propõe a negar a dificuldade que representa ter o diagnóstico de esquizofrenia, mas a reforçar a importância de enfrentá-lo com uma atitude de esperança realista. Essa parece ser a atitude mais adequada para o desafio que nos é colocado como clínicos, bem como às pessoas com esquizofrenia e suas famílias.