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sábado, 16 de novembro de 2019

Inteligência - Os 7 Tipos de Inteligência e Personalidades

Inteligência - Os 7 Tipos de Inteligência e Personalidades
  • Os 7 tipos de inteligência são:
  • Inteligência Linguistica
As pessoas que possuem este tipo de inteligência tem grande facilidade de se expressar tanto oralmente quanto na forma escrita. Elas além de terem uma grande expressividade, também tem um alto grau de atenção e uma alta sensibilidade para entender pontos de vista alheios. É uma inteligência fortemente relacionada ao lado esquerdo do cérebro é uma das inteligências mais comuns.
  • Inteligência Lógica
Pessoas com esse perfil de inteligência tem uma alta capacidade de memória e um grande talento para lidar com matemática e lógica em geral. Elas tem facilidade para encontrar solução de problemas complexos, tendo a capacidade de dividir estes problemas em problemas menores e ir os resolvendo até chegar a resposta final. São pessoas organizadas e disciplinadas. É uma inteligência fortemente relacionada ao lado direito do cérebro.
  • Inteligência Motora
Pessoas com este tipo de inteligência possuem um grande talento em expressão corporal e tem uma noção espantosa de espaço, distancia e profundidade. Tem um controle sobre o corpo maior que o normal, sendo capazes de realizar movimentos complexos, graciosos ou então fortes com enorme precisão e facilidade. É uma inteligência relacionada ao cerebelo que é a porção do cérebro que controla os movimentos voluntários do corpo. Presente em esportistas olímpicos e de alta performance. É um dos tipos de inteligência diretamente relacionado a coordenação e capacidade motora.
  • Inteligência Espacial
Pessoas com este perfil de inteligência, tem uma enorme facilidade para criar, imaginar e desenhar imagens 2D e 3D. Elas tem uma grande capacidade de criação em geral mas principalmente tem um enorme talento para a arte gráfica. Pessoas com este perfil de inteligência tem como principais características a criatividade e a sensibilidade, sendo capazes de imaginar, criar e enxergar coisas que quem não tem este tipo de inteligência desenvolvido, em geral, não consegue.
  • Inteligência Musical
É um dos tipo raros de inteligência. Pessoas com este perfil tem uma grande facilidade para escutar músicas ou sons em geral e identificar diferentes padrões e notas músicais. Eles conseguem ouvir e processar sons além do que a maioria das pessoas consegue, sendo capazes também de criar novas músicas e harmonias inéditas. Pessoas com este perfil é como se conseguissem “enxergar” através dos sons. Algumas pessoas tem esta inteligência tão evoluida que são capazes de aprender a tocar instrumentos musicais sozinhas. Assim como a inteligência espacial, este é um dos tipos de inteligência fortemente relacionados a criatividade.
  • Inteligência Interpessoal
Inteligência interpessoal é um tipo de inteligência ligada a capacidade natural de liderança. Pessoas com este perfil de inteligência são extremamente ativas e em geral causam uma grande admiração nas outras pessoas. São os lideres práticos, aqueles que chamam a responsabilidade para sí. Eles são calmos, diretos e tem uma enorme capacidade para convencer as pessoas a fazer tudo o que ele achar conveniente. São capazes também de identificar as qualidades das pessoas e extrair o melhor delas organizando equipes e coordenando trabalho em conjunto.
  • Inteligência Intrapessoal
É um tipo raro de inteligência, também relacionado a liderança. Quem desenvolve a inteligência interpessoal tem uma enorme facilidade em entender o que as pessoas pensam, sentem e desejam. Ao contrário dos lideres interpessoais que são ativos, os lideres intra-pessoais são mais reservados, exercendo a liderança de um modo mais indireto, através do carisma e influenciando as pessoas através de ideias e não de ações. Entre os tipos de inteligência, este é considerado o mais raro.
  • Tipos de Personalidade: Descubra o seu
Descobrir o seu tipo de personalidade poderá ajudá-lo em diversas áreas da sua vida.
Confira os principais tipos de personalidade e se conheça melhor:
  • Carl Jung, Freud, Psicologia e os Tipos de Personalidade
  • Tipos de Personalidade: Você conhece a sí mesmo
Carl Gustav Jung nasceu em Kesswill, na Áustria, em 1875.
Ele foi um psiquiatra que viveu aproximadamente na mesma época de Sigmund Freud. Jung começou a sua carreira estudando Medicina na Áustria e só passa a se interessar pela psiquiatria após a leitura ocasional de um livro sobre esse assunto durante a faculdade. Ele começa a ler dezenas obras sobre o assunto e, pouco tempo depois, passou ele mesmo a escrever algumas teorias.
Entre esses esboços, inclusive, estavam as suas primeiras ideias sobre os diversos tipos de personalidade.
No ano de 1900, Jung abandona de vez a carreira de médico e passa a atuar como psiquiatra em uma clínica em Zurique, na Suíça.
Após adquirir alguma experiência na área, Jung decide se mudar para uma cidade maior e vai trabalhar como psiquiatra em Paris, nesta época o grande centro econômico e intelectual da Europa continental.
Em 1907, Jung tem o prazer de conhecer pessoalmente Sigmund Freud, que estava de passagem por Paris.
A partir de então, inicia-se uma longa amizade entre os dois que começam a discutir as suas teorias. Jung apresentando a Freud a sua teoria dos tipos de personalidade e Freud apresentando a Jung suas teorias sobre psicologia.
Embora tenham trocado dezenas de cartas de início, a amizade entre eles não durou muito já que ambos começaram a trilhar por caminhos diferentes.
Enquanto Jung estava se tornando cada vez mais esotérico, estudando astrologia, telepatia e espiritismo, Freud se tornava cada vez mais científico, estudando psicologia, análise e comportamento. Os dois seguem por caminhos totalmente opostos e, a partir dos anos 30, nunca mais entram em contato.
Carl Jung foi casado com Emma Jung, com quem teve 5 filhos. Morreu no ano de 1961 na cidade de Kusnacht, na Suíça.
  • O aperfeiçoamento da Teoria dos Tipos de Personalidade por Katherine e Isabel Myers
Segundo a teoria original de Carl Jung, o comportamento humano não é aleatório. Ele pode ser medido, previsto e classificado através dos tipos de personalidade. Em seu livro “Tipos Psicológicos”, lançado no ano de 1927 na Europa, Jung afirmava que a personalidade humana pode ser composta por diversos fatores e a combinação destes fatores leva aos tipos de personalidade.
Já na década de 50, após a Segunda Guerra Mundial, Katherine Briggs Myers e sua filha Isabel Briggs Myers, que eram diretoras de uma pequena fábrica nos Estados Unidos, entraram em contato com a obra de Jung (que estava meio esquecida) e resolveram aplicar as suas teorias para poder contratar uma melhor mão de obra para a sua fábrica. O que de início era mais uma brincadeira, foi se tornando sério e elas começaram a observar minuciosamente as pessoas que iam contratar.
A partir desta observação prática, conversando com dezenas de candidatos ao emprego, notaram que, apesar de ser muito bem escrita, a obra de Jung deixava algumas lacunas. Havia mais fatores em jogo para determinar os tipos de personalidade. A partir dos critérios originais de Jung (que eram dois), elas adicionaram mais dois critérios para uma melhor determinação dos tipos de personalidade.
Embora nunca tenham chegado a escrever um livro formal, como fez Jung, elas criaram um indicador: o  Myers Briggs Type Indicator (Indicador Myers Briggs dos Tipos de Personalidade). Até hoje essa é a principal obra utilizada por psicólogos e psiquiatras do mundo inteiro para determinar os tipos de personalidade.
  • Classificação dos Tipos de Personalidade
Segundo o Indicador Myers Briggs dos Tipos de Personalidade, a classificação do seu tipo de personalidade se dá pela combinação de 4 critérios.
Estes critérios são opostos e excludentes. Por exemplo, se você for extrovertido, não pode ser introvertido. Para que uma personalidade seja formada, é preciso escolher um quesito de cada critério. No final, a combinação dos quatro critérios escolhidos dá o tipo de personalidade, por exemplo: ENTP ou INFJ.
  • Confira abaixo as siglas e os quatro critérios de classificação:
Tipos de Personalidade: Extrovertidos ou Introvertidos
A primeira classificação dos tipos de personalidade está relacionada com a maneira como interagimos com o mundo. Com relação a esse quesito podemos ser: Extrovertidos (E) ou Introvertidos (I):
  • Tipos de Personalidade: Introvertido ou Extrovertido
    Extrovertidos (E): Quem tem este tipo de personalidade é extremamente sociável e gosta de conversar e interagir com outras pessoas. Não tem medo de expor suas opiniões e é muito comunicativo. Concentra a sua energia no mundo real.
    Introvertidos (I): Em geral são pessoas que se sentem melhor sozinhas, são menos sociáveis e interagem com menos pessoas. Em geral, não se abrem facilmente. Concentram a sua energia no mundo dos pensamentos.
  • Tipos de Personalidade: Sensoriais ou Intuitivos
A segunda classificação dos tipos de personalidade está relacionada com maneira como observamos e absorvemos as informações do mundo. Com relação a este critério podemos ser: Sensoriais (S) ou Intuitivos (N):
  • Tipos de Personalidade: Sensorial ou Intuitivo
    Sensoriais (S): Corresponde ao tipo de personalidade mais materialista, obtém a informação através da observação de fatos e detalhes concretos. São pessoas realistas e práticas.
    Intuitivos (N): São as pessoas que têm um perfil mais imaginativo. Em vez de obter a informação através de fatos concretos, preferem observar e tirar as conclusões finais a partir dos seus próprios pensamentos e crenças. São as pessoas mais criativas e complexas.
  • Tipos de Personalidade: Pensadores ou Sentimentais
A terceira classificação dos tipos de personalidade diz respeito ao modo como julgamos as ações das outras pessoas e também o modo como tomamos decisões. Com relação a este critério podemos ser: Pensadores (T) ou Sentimentais (F):
  • Tipos de Personalidade: Pensadores ou Sentimentais
    Pensadores (T): Tomam as decisões e julgam as pessoas sempre com base na lógica, em geral pesando os prós e contras da situação. São objetivos e justos, raramente deixam os sentimentos influenciarem suas decisões. Valorizam a lógica, a justiça e a igualdade entre as pessoas.
    Sentimentais (F): Pessoas com este tipo de personalidade julgam as pessoas e tomam as suas decisões guiados pelos seus instintos e também pelos sentimentos (decidem com base no que estiverem se sentindo no momento). Valorizam a harmonia, a empatia não seguem regras rígidas, aceitam bem as exceções.
  • Tipos de Personalidade: Julgadores ou Perceptivos
A quarta classificação dos tipos de personalidade está relacionada com o modo como preferimos viver, se preferimos agir de forma espontânea ou se preferimos pensar bem antes de agir. Com relação a este critério podemos ser: Julgadores (J) ou Perceptivos (P):
  • Tipos de Personalidades: Julgadores ou Perceptivos
    Julgadores (J): Quem tem o tipo de personalidade julgador fica satisfeito depois que as decisões foram tomadas, toma decisões rapidamente, fica angustiado ao deixar os problemas se acumularem. Em geral, não pensa muito antes de agir, prefere se arrepender depois.
    Perceptivos (P): Ficam mais satisfeitos em tomar decisões bem pensadas e mais acertadas, demoram para agir. Os perceptivos ficam angustiados se precisarem tomar uma decisão rapidamente. Em geral pensam bastante antes de agir, pois têm medo de se arrepender.
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sexta-feira, 15 de julho de 2016

PODER DA ARTE NA EDUCAÇÃO, DOS HOMENS ...


  • O poder da arte
A arte é uma mentira
que nos faz perceber a verdade.
 Ela é perigosa; sim,
e nunca pode ser casta; se é casta,
não é arte.  (Pablo Picasso)

Esta é uma série sobre a força, a necessidade, a paixão da Arte. . . o poder da arte.
 
O apresentador Simon Schama nos apresenta sua escolha de artistas e obras de arte e nos conta porque a arte é tão importante.
 
O poder da grande arte, é o poder de nos levar à revelação e nos resgatar do nosso modo padrão de ver. Depois de um encontro com tal força, não olhamos para um rosto, uma cor, um céu, um corpo, mais da mesma maneira. Somos ajustados ao novo olhar: Uma visão.
 
Visões da beleza ou um estremecer de prazer são parte desse processo, mas assim também podem ser o choque, a dor, o desejo, a piedade ou até mesmo a repugnância.
 
Esse tipo de arte parece revolver os nossos sentidos e passamos a entender o mundo de maneira diferente.

  • Caravaggio   
a  pintura ganha corpo
  • Bernini  
o  criador de milagres
  • RemBrandt  
o  tosco na sala dos ricos
  • David   
registrando a revolução
  • Turner   
tempestade como tema
  • Vangogh   
pintura que vem de dentro
  • Picasso   
a  arte moderna se torna política
  • Rothko
a  música do além na cidade do glamour
 
A grande arte tem péssimos modos. A silenciosa reverência da galeria pode levar você a acreditar, enganosamente, que as obras-primas são delicadas, acalmam, encantam, distraem — mas na verdade elas são truculentas. Impiedosas e astutas, as maiores pinturas lhe aplicam uma chave de cabeça, acabam com sua compostura e, ato contínuo, põem-se a reorganizar seu senso da realidade.
 
Não foi para isso que você entrou, foi? Ali está você, plantado no museu, domingo à tarde, pronto para receber uma dose exata de beleza — um tempo inocentemente passado com a magia de ilusões bidimensionais. Será que você não poderia simplesmente comer os morangos daquela travessa de prata? Sentir o aroma dos pinheiros naquela dourada encosta provençal? Ouvir o arroto daqueles beberrões holandeses? Tocar aquele chamalote? Afagar o flanco reluzente daquele corcel? Não, você não poderia. Mas seria errado imaginar, regalar-se com tais delícias, entregar-se à fantasia? Você entra na rotina, deixa a cor se aproximar, corre os olhos pelo desenho. Talvez siga as instruções dos fones de ouvido: um passo para o lado, olhar, escutar, andar; um passo para o lado, olhar, escutar, andar, a atenção conduzida pela voz confortantemente autoritária, uma voz de homem num terno caro, as informações enunciadas com certo pedantismo e racionadas com cuidado para você não se cansar tanto que deixe de visitar a loja de suvenires.
 
Mas então, por algum motivo, você sai do rumo, deixa a zona dos fones — e acontece: o estranho momento. Não há algo de incomodamente errado com a fruteira de Cézanne, assim torta sobre a mesa? Aliás, o tampo da mesa parece inclinado, em vez de horizontal, convidando a uma queda vertiginosa — um movimento que nunca se inicia realmente, mas também nunca para realmente. O que é que está havendo? Ou aqueles olhos de Rembrandt, num rosto que lembra um pudim desmoronado, fitando você? É um clichê, uma piada batida, uma projeção sentimental: o observador observado. Mesmo assim, você não consegue parar de olhar, sentindo-se acuado, incriminado, como se a culpa fosse sua. Desculpe, Rembrandt. As pessoas desaparecem. A parede da galeria desaparece. Você está nas mãos de um hipnotizador barato. Você se esforça para se safar, continua andando e dá uma espiada — por que não? — naquele nu de Ticiano, deitado diante de ondulosas colinas, e — epa — alguma coisa começa a acontecer, e não só em seus olhos. Ou então você se detém diante de uma colagem cubista, o tipo de coisa que você nunca entendeu bem e ainda não consegue entender, pelo menos do ponto de vista do prazer — mas o que importa? Você tenta e, sem perceber, uma parte de seu cérebro se põe a dançar ao dedilhado daquela guitarra, e fragmentos de jornal, cachimbos, bordas e planos meio difusos começam a mudar de lugar sem sequer pedir licença, entrando e saindo do foco, e você descobre que gosta disso. Você foi pego de novo, está perplexo. A vida acabou de se ajustar.
 
O poder da arte é o poder da surpresa perturbadora. Mesmo quando parece imitativa, a arte não reproduz o que há de conhecido no mundo visível, mas o substitui por uma realidade que é toda dela. Além de representar o belo, cabe-lhe destruir o banal. Seu método operacional envolve o processamento da informação pela retina, mas em seguida ela aciona um comando e gera um tipo alternativo de visão: um modo dramatizado de ver. O que nós sabemos ou lembramos a respeito de crepúsculos e girassóis e a forma que eles assumem nos quadros de Turner ou de Van Gogh aparentemente se situam em universos paralelos — e não é fácil dizer qual é o mais vívido, o mais real. É como se nosso aparelho sensorial tivesse passado por uma regulagem. Assim, não surpreende que, às vezes, fiquemos zonzos.
 
Mas a televisão não gosta de imprevistos. Filmar requer planejamento cuidadoso. Cada programa abordava uma crise na vida e na carreira de um artista, um momento problemático na criação de um quadro ou de uma escultura. Mas, enquanto nos encaminhávamos para esse momento crucial, contemplávamos outras obras, e isso geralmente me desestabilizava por completo. Visto ao vivo, e não numa pálida reprodução impressa ou numa vaga lembrança, um quadro que até então eu considerava um exercício de aquecimento para o grande número de repente ameaçava se tornar a atração principal. Corrigido o erro, eu fazia um escândalo, queria mudar o programa inteiro para encaixar a descoberta. Os diretores me ouviam até o fim e tentavam não torcer o nariz. Às vezes abriam espaço para o intruso; às vezes, não.
 
Houve o caso, por exemplo, de Raízes e troncos de árvore, que Van Gogh pintou em suas últimas semanas de vida, no verão de 1890 . Focalizados desde a perspectiva de um rato, a vegetação emaranhada, os troncos retorcidos, o verde sufocante criam, visualmente, tamanha sensação de enclausuramento que nos veda qualquer possibilidade de paisagem. Em termos espaciais e psicológicos, não há nenhum respiro, até porque as raízes — algumas semelhantes a garras e esqueléticas, outras metálicas e mecânicas — foram monstruosamente amplificadas, enquanto árvores miniaturizadas estão presas entre elas. Em cima é embaixo e embaixo é em cima; longe é perto e perto é longe. O que realmente vemos é, pois, uma imagem premeditada de desorientação, os gânglios do pintor precipitando-se pelo espaço.
 
Nunca algo parecido ousara, até então, apresentar-se como pintura. Mas no museu Van Gogh, em Amsterdam, entre as íris e os girassóis de sucesso, ninguém lhe dá muita atenção. O cartão-postal com a reprodução dessa tela tem pouca saída, e só quem pretende estrangular alguém há de querer comprar uma echarpe de seda com essa estampa.
 
Então, justamente quando eu pensava que tinha visto tudo, surpreendi-me com Turner. Numa tarde nublosa de fins do outono, estávamos gravando na Petworth House, em Sussex, onde vivia o conde de Egremont, um dos mais hospitaleiros clientes de Turner. No último andar da casa, encontra-se a biblioteca (com a porta trancada) que o pintor usava como ateliê. O guarda foi muito generoso em me deixar entrar e contemplar as paredes forradas de livros, tais como Turner as via — ou melhor, não via — enquanto trabalhava, e o cavalete a postos, em seu local predileto. Acompanhava a névoa de novembro o sussurro de seu fantasma, e talvez tenha sido por isso que num pequeno quadro da extensa galeria, no andar de baixo, vi algo mais que a Vista do canal Chichester , título pelo qual os vitorianos o conheciam. Essa é uma das quatro vistas de Petworth e arredores que Turner pintou como painéis decorativos, mas não se trata de mera topografia. Uma claridade feérica ilumina o parque, e cervos, com as galhas enredadas, lutam como uma encarnação mítica de guerreiros enfeitiçados.
 
A igreja no horizonte nos indica que estamos perto de Chichester ou, talvez, em outro lugar, totalmente distinto — na própria ideia, romanticamente fatalista, que o pintor maduro tinha da viagem da vida, por exemplo? Banha a cena uma luz tão estranha que a suspeita de que o canal seja algo mais que uma eficiente rota de madeira ou pregos se torna irresistível. No pequeno barco está um homenzinho de casaco preto e chapéu surrado, como os que o pintor costumava usar. Assim, talvez esse quadro não seja um Turner, mas o próprio Turner. Em 1827- 8 , quando elaborou essa obra, Turner atingira a meia-idade. Em ângulos retos com relação ao plano do quadro — a janela imaginária pela qual espiamos —, um navio fantasma desce o canal em nossa direção, misteriosamente impulsionado, já que as velas estão recolhidas e não há sinal de remos. Se esse navio é um veleiro comum, o Pequod  do capitão Ahab é uma fábrica de bolhas. Mastros negros refletidos na água, o navio desliza em nossa direção, ominoso e inevitável. Assim, Canal Chichester  se revela um autorretrato alegórico que, disfarçado de paisagem, se introduziu na galeria do cliente mais poderoso de Turner; um gesto atrevido e comovente.
 
E depois, mais inquietante que tudo, a aparição em Valletta, Malta. No fundo de uma sala comprida, o oratório dos Cavaleiros da Ordem de São João, numa catedral onde as paredes parecem se retorcer sob tantos entalhes de madeira e guerreiros barbudos jazem em túmulos revestidos de reluzentes mosaicos de madrepérola, Caravaggio, então um assassino condenado, pintou (como penhor de sua liberdade) a decapitação do já morto são João Batista. As figuras, em tamanho natural, estão retratadas com uma clareza tão assustadora que parecem incontidas em qualquer espécie de moldura. Temos a impressão de que podemos ir a seu encontro, no fundo da sala, e escalar seu espaço, no alto do oratório. A composição do quadro é assimétrica. À esquerda, formando um semicírculo, está um grupo de figuras que, em sua maioria, personificam as virtudes tradicionais da arte: beleza heroica, gravidade, autoridade. Não obstante, estão prestes a participar de uma carniçaria, degolando um cadáver. À direita, apenas uma corda pende na desolada penumbra do pátio e dois presos espicham o pescoço para olhar por entre as grades da janela. Um deles se parece com o pintor criminoso, porém Caravaggio está presente de maneira mais enfática no sangue que escorre do pescoço do mártir e forma sua assinatura; essa é uma das duas únicas obras que ele assinou. Portanto, o quadro perpetua o horror; o artista assina como réu; nós, seus cativos, arriscamos uma espiadela, assustados e, ao mesmo tempo, estupefatos, divididos entre consternação e admiração.
 
Essas três obras-primas não só registram a presença de seus autores, como se nos convidassem — ou nos desafiassem — a estabelecer uma relação direta com eles, mas também mostram os próprios artistas no interior de um drama criador: Van Gogh, o pintor fascinado com a natureza vicejante, sufocado pelas próprias criações; Turner, o poeta meditativo do vaivém da vida; Caravaggio, o cristão devoto e criminoso, que entende a redenção pelo sangue porque vivenciou seu derramamento. O poder da arte  focaliza oito desses momentos de autodramatização, em que o artista, sob enorme pressão, empreende um trabalho extremamente ambicioso, no qual se incorporam suas crenças mais profundas. Todas essas obras são depoimentos pessoais; todas se propõem ultrapassar em muito o princípio do prazer. São obras que procuram mudar o mundo.
 
Elas não constituem a norma. Há muitas criações excelentes de artistas que preferiram o recato à heroica autodramatização e estabeleceram objetivos mais modestos para seu trabalho: imitar a natureza, representar o belo, ou ambos ao mesmo tempo. Contudo, a partir do Renascimento os artistas mais ambiciosos queriam ser mais que artesãos-copistas esforçados e engenhosos. A seus próprios olhos, eram fazedores, não imitadores. E ansiavam por se livrar de clientes desdenhosos que os viam como pouco mais que decoradores competentes. “Ele pensa que é o dono do mundo”, disse ao papa a mãe de Gianlorenzo Bernini. E para criadores tão pretensiosos, que julgavam possuir uma centelha de divindade, era importante que se reconhecesse sua arte como nobre; análoga à filosofia, à poesia ou à religião: uma necessidade humana, e não um luxo opcional. Essa apaixonada convicção os levou a afirmar a autoridade e o poder da arte perante a fatuidade dos detentores do poder institucional: papas, aristocratas, burocratas, nobres endinheirados e seus críticos submissos. Assim, a maneira como se desenvolveu o drama de sua vida criadora (escrito por eles mesmos ou por seus biógrafos) foi tipicamente combativa: um conflito com clientes obtusos ou seus lacaios, os críticos covardes e presunçosos. Os atos dessa peça são apresentados como provações que, com sua clarividência, o fazedor de arte, resoluto porém sangrando, podia superar, ainda que ele mesmo soçobrasse.
 
São esses momentos de alta tensão no drama da criatividade que O poder da arte  pretende captar: obras-primas elaboradas sob forte tensão. E é um tique profissional do historiador da arte descartar esses dramas do momento da criação como um remanejamento trivial das fantasias românticas sobre o artista atormentado; a história mais batida do livro da musa; uma platitude moderna sobre o temperamento artístico que os velhos mestres não reconheceriam. E, naturalmente, é bem verdade que para cada Van Gogh existe um imperturbável Cézanne; para cada Jackson Pollock, um Matisse; para cada pintor impelido pelas fúrias, incontáveis pintores que trabalharam e viveram num estado de disciplinada serenidade. No entanto, a história do artista macambúzio, que desdenha as convenções, tem consciência de seus poderes divinos, é presa da melancolia, ofende-se facilmente, vive às turras com clientes tacanhos ou vaidosos e está cercado de rivais cuja mediocridade só se compara à própria malícia, começa séculos antes dos românticos oitocentistas. Na verdade, começa praticamente com dois textos sobre artistas do Renascimento: a autobiografia do ourives e escultor Benvenuto Cellini e a biografia de Michelangelo escrita por seu contemporâneo Giorgio Vasari.
 
Com relação aos poderes divinos de seu biografado Vasari não deixa dúvidas. O próprio Deus enviou Michelangelo à terra para exemplificar a perfeição em todas as formas de arte: pintura, escultura, arquitetura. Ao ver um de seus cartões, os operários o proclamam mais divino que humano. Michelangelo discute com papas e duques; realiza trabalhos hercúleos no alto de seu famoso andaime, pintando os afrescos da capela Sistina. E Vasari sugere que ele tinha consciência de seus poderes sobre-humanos, pois durante os meses que passou nas pedreiras de mármore, em Carrara, pensava em emular os antigos, esculpindo nas montanhas uma imagem colossal de si mesmo.
 
Com efeito, foram a estupenda versatilidade e a proeza excepcional de Michelangelo que incitaram Cellini a escrever sua extravagante autobiografia, Vita  ( 1558- 66 ). Sua obra-prima, o bronze Perseu e a cabeça da Medusa  ( 1545- 54 ), foi criada para um espaço na Loggia dei Lanzi, em Florença, onde a cabeça cortada e gotejante da górgona (uma façanha técnica de tamanha dificuldade, como Cellini se empenha em assinalar, que seus contemporâneos a consideravam irrealizável) deliberadamente confronta o Davi  ( 1504 ) de Michelangelo. Sempre que possível, Cellini invoca o elogio de Michelangelo à própria obra, para que, quando pensasse no maior mestre do Renascimento, a posteridade pensasse também no ourives. A imortalidade se transmitiria.
 
Há uma diferença, porém. Vasari apresenta Michelangelo como um austero homem-deus em seu andaime, soberbamente distante das falhas das pessoas comuns. Já Cellini apresenta a si mesmo como uma criatura bem humana: uma diabólica encarnação de apetites carnais, o primeiro de uma linhagem de artistas que, por seu dom, se imaginavam além das convenções que governam a maioria dos mortais. Uma de suas primeiras lembranças de si mesmo é de um bebê segurando um escorpião pelas pinças e balançando-o alegremente diante de um avô horrorizado. Nunca saberemos se o fato é verdadeiro ou não, mas desde o início percebemos que Cellini quer ser visto como alguém que ri dos temores dos medíocres e dos pusilânimes. Portanto, não há nada que ele não faça ou não possa fazer. Além de ourives e escultor, é músico, poeta, soldado, espadachim, artilheiro. Dizer que sexo e violência correm à solta em suas páginas é atenuar a verdade. Cellini é um orgiasta impenitente e bizarro, consumindo homens, meninos, mulheres, moças, prostitutas, esposas — praticamente tudo que se move. Com algumas mulheres é brutal, até mesmo sádico. Catarina, uma de suas amantes, comete a temeridade de se casar, e Cellini executa uma tríplice vingança: faz a jovem cornear o marido, obriga-a a posar durante horas numa posição dolorosamente incômoda e a espanca. Quanto a seus homicídios e seus ataques violentos, não se mostra arrependido e até se compraz claramente em relatar suas façanhas com detalhes. Ofende-se facilmente quando acha que sua honra é questionada e não hesita em mandar às favas papas e príncipes quando bem entende.
 
Domina esse relato estarrecedor sua convicção de que seus apetites e impulsos são inseparáveis. O Benvenuto que esfaqueia pessoas e arrasta garotos para a cama é o mesmo Benvenuto que tem o necessário para fazer coisas inimagináveis em bronze. Ou pelo menos quer que acreditemos nisso. Afinal, gaba-se de que preferiria matar seus inimigos pela arte a matar pela espada — porém o instinto de aniquilar os que duvidam e os que zombam era o mesmo. Assim, sua vida se desenrola como uma série de luvas atiradas que ele apanha e joga na cara dos rivais com demoníaca energia. E aqueles triunfos hercúleos, obtidos em circunstâncias impossíveis, começam com a façanha de escrever sua autobiografia em prisão domiciliar, à qual, já cinquentão, foi condenado por atos de sodomia. Como lhe negam material de escrita, utiliza, segundo nos diz, o que tem à mão: transforma pó de tijolo em tinta e lascas da porta em penas. Assim, pode se iniciar a história do herói sanguinário, extremamente confiante nos próprios poderes e supinamente indiferente aos mortais tacanhos que cruzam seu caminho.
 
O famoso clímax do relato ocorre quando o escultor está prestes a fundir a estátua de Perseu e adoece tão gravemente que se julga moribundo. Acredita, porém, que pelo menos sua obra sobreviverá e será reconhecida como equivalente ao Davi  de Michelangelo. No entanto, algo dá errado: o bronze liquefeito “talha”, a base da liga coagula. Um homem curvado como um “S” se apresenta ao mestre febril em seu leito de enfermo e anuncia a ruína de seu grande projeto. Cellini reage à diabólica aparição, levantando-se da cama para salvar do desastre o trabalho de nove anos. A cena se torna operística. Uma fornalha explode; uma tempestade desaba sobre a oficina. Duzentos pratos de estanho e panelas são jogados no fogo para que o metal derretido adquira a consistência adequada. Em meio a essa loucura, o superartista se mantém calmo e, naturalmente, Perseu  é salvo, perfeito — a Vita  garante que quem viu nunca esquecerá o modo sobre-humano como foi criado.
 
Nem todas as histórias que se seguem apresentam um grau tão elevado de megalomania. Mas todas se inserem numa tradição de artistas — de Caravaggio a Mark Rothko — que deliberadamente se posicionaram como heroicos paladinos do poder conversivo da arte. Cada história focaliza uma obra elaborada sob forte tensão — exercida por clientes (Rembrandt), decorrente da conjuntura política (David, Turner, Picasso), provocada por uma necessidade de reabilitação (Caravaggio, Bernini) e resultante de uma rigorosa concepção do que a arte deve ser e fazer (Van Gogh, Rothko). Cada um desses momentos pôs à prova a capacidade do artista de não só cumprir os termos da encomenda como de transcendê-la.
 
Ao dar conta do recado, cada um desses homens acabou virando uma nova página na história da arte para produzir algo sem precedentes. Alguns, como Rembrandt, Turner e Picasso, criaram momentosas pinturas históricas que constituem uma resposta tão completa aos desafios do momento que nem eles mesmos (e muito menos seus imitadores) conseguiriam repeti-las.
 
Assim, os dramas que formam O poder da arte  são histórias pessoais e também histórias da arte (às vezes eu não percebia a diferença). O sucesso ou o fracasso de seus protagonistas envolvia elementos cruciais de nossa existência individual e coletiva: salvação, liberdade, mortalidade, transgressão, o mundo, nossas almas. Em seus vários e incomensuráveis aspectos, todas as obras aqui focalizadas são incrivelmente belas e nada têm de vergonhoso ou trivial. No entanto, a busca do efeito estético não foi o que fundamentalmente norteou sua criação — inclusive, ou sobretudo, no caso do abstrato Rothko. Picasso (que não era alérgico ao belo) expressou isso de modo mais incisivo quando afirmou que “os quadros não são feitos para decorar apartamentos; são armas de guerra”. O fato de grande parte de sua carreira, depois de Guernica, resumir-se em criações que funcionam perfeitamente bem como decoração interior indica que são atípicos esses dramáticos episódios de consumada vocação pública. Mas, quando ocorrem, em momentos iluminados, resultam em obras que nos dizem alguma coisa sobre o mundo, sobre estar na própria pele, que não encontramos em nenhuma fonte mais prosaica de sabedoria. E com isso respondem, de maneira irrefutável e majestosa, à persistente pergunta de todo relutante recruta da arte (tenha ele nove ou 59  anos) que, arrastado museu adentro, suspira profundamente, louco para saber os resultados do futebol ou para aproveitar uma liquidação de roupas: “Tudo bem, mas para que serve a arte realmente?”.
  •  O PODER DA ARTE (1-8) - Caravaggio (Partes)
1 - O Poder da Arte - Caravaggio
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O Poder da Arte - Caravaggio
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O Poder da Arte - Caravaggio 

quinta-feira, 9 de junho de 2016

TEMPO É O MAIOR INIMIGO DAS BOAS OPORTUNIDADES.

  •  "Se eu tivesse uma nova vida pra viver, eu tentaria cometer mais erros. 
  • Relaxaria. Iria a mais lugares. Subiria mais montanhas e nadaria em mais rios. Tomaria mais sorvete. Brincaria mais no carrossel.
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  • Eu dançaria mais. Andaria descalço no começo da primavera e assim ficaria até o fim do outono. Teria mais problemas reais e menos problemas imaginários. 
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  • Com os mestres, aprendi a colher margaridas mesmo nos caminhos mais cinzentos da vida",  Don Herold
"Se eu pudesse viver minha vida novamente, eu iria falar menos e ouvir mais.Eu teria acendido a vela cor-de-rosa, em forma de rosa, antes dela se desmanchar. Eu teria me sentado no chão com meus filhos, sem me preocupar em me sujar. Quando os meus filhos me beijassem compulsivamente, eu jamais diria,“Mais tarde.  Agora vamos lavar as mãos para jantar”. Haveria mais “Te amo”…mais “Me desculpe”. Mas, mais do que tudo, se eu pudesse viver minha vida novamente, eu aproveitaria cada minuto… Olharia para ela e realmente a veria.  A viveria e nunca a abandonaria."
 
Se não vai haver mais outra, com certeza, por que viver ensaiando e representando, fingindo e roubando? Apenas viva e deixe viver, esta é a única chance que a mãe natureza, que lhe fez, aleatoriamente, lhe ofereceu. Então pare de esquentar esta mufinha e apenas viva, driblando tudo que possa atrapalhar sua felicidade, até o tchau final quando feliz dirás, fui, valeu!
 
VIVA INTENSAMENTE E COM HONESTIDADE, CADA MINUTO DE SEU TEMPO. Quanto aos sorvetes industrializados, evite-os, caso queiras ter uma vida mais saudável.

sábado, 14 de maio de 2016

Estresse ou Evolução? Quem se exime de culpa tem menos estresse, mas evolui menos

  • A Consistência é Superior À Motivação
A consistência é melhor do que a motivação. A motivação é uma ideia ou um pensamento passageiro. A motivação não dá para quantificar. A motivação não é real.
 

A consistência é real e pode ser quantificada. É o conjunto de ações que você fez no dia anterior e em todos os dias da última semana e mês. A consistência cria e aperfeiçoa hábitos que se tornam em dedicação.
 

A consistência é um historial que garante um presente e um futuro. Já aconteceu e é real. Vai continuar a acontecer e a ser real.
 

  • Quem se cobra pouco e tem menos chance de desenvolver distúrbios como o estresse.
Você deve conhecer várias pessoas assim, ou talvez seja uma delas, que estão sempre se eximindo de todas as responsabilidades. Em outras palavras, têm resistência a assumir sua parcela de culpa em qualquer situação. Quem se cobra pouco tem menos chance de desenvolver distúrbios como o estresse, mas pode ter menos chances de evoluir na carreira e na vida pessoal.
 

O psicólogo Max Saadia, com formação em Hipnoterapia Ericksoniana e Programação Neurolinguística (PNL), analisa que a autocondescendência se refere a um conjunto de características pessoais e, portanto, não necessariamente seria um defeito ou uma qualidade por si só. "Da mesma forma que a tolerância, a intolerância pode nos ajudar ou atrapalhar em vários momentos da vida."
 

Os problemas passam a existir de acordo com a intensidade e a abrangência desse tipo de postura e consequentes comportamentos. "Ou seja, quando o indivíduo passa a ter dificuldades de se relacionar consigo ou com o mundo em função desse modo de ser, ou quanto isso gera algum sofrimento ou empecilho para sua existência."
  • Indulgência é exagerada
Importante lembrar também que as pessoas podem se manter autotolerantes em alguns aspectos, mas não em todos. "O excesso de tolerância ou intolerância é, sem dúvida, causa de muitas ações e desempenhos que definem nossa forma de encarar a vida e nossa personalidade. Trabalhar com esses comportamentos é essencial para reequilibrar nossa autoimagem", analisa Saadia.
 

E se a fuga de responsabilidades for um sintoma de praticamente toda a sociedade? É o que acredita o terapeuta de base analítica Evandro Vieira Ouriques, que atende no Neurofocus Psicoterapias e supervisor de pesquisas de pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
 

"A lógica da cultura dominante tem como base exatamente a irresponsabilidade sistêmica, seja em não ser solidário com o outro, seja em relação à natureza. Assim, a autocondescendência está expressa, na nossa cultura, pela tendência à falta de sincronia entre palavra e ato."
  • Baixa autoestima
Pessoas muito transigentes consigo mesmas em geral têm problemas de baixa autoestima, explica o psicólogo Max Saadia, que atua há mais de 20 anos na psicoterapia com adultos e adolescentes com dificuldades de adaptações, fobias, distúrbios, transtornos afetivos e relacionamentos.
"Quem não tem autoconfiança não se sente capaz de muita coisa e, assim, evita exigir de si grandes façanhas, ou se impor muitos desafios. Agir dessa forma afasta a frustração pelo fracasso, mesmo que se perca a enorme satisfação pelas realizações. Quer dizer, é mais fácil que suas ambições se restrinjam a empreitadas facilmente alcançáveis", diz o terapeuta, acrescentando ser comum encontrarmos, nesses indivíduos, uma forte tendência à vitimização – tanto que tudo de ruim que acontece é de responsabilidade externa.
 

Com ele concorda o psicólogo hipnoterapeuta Lucas Rezende, professor do Instituto de Neurolinguística Aplicada (INAp), no Rio de Janeiro, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC).
 

"Algumas vezes, o sujeito simplesmente não tem convicção nas suas decisões e opiniões. Então, acredita que outra pessoa pode fazer melhor, colocando-se em segundo plano e buscando a aprovação dos demais. Em casos específicos, este é apenas um papel desempenhado por quem se passa por vítima para atrair a atenção alheia e mobilizar esforços que não são os seus."
 

Para o terapeuta Evandro Vieira Ouriques, é ótimo quando somos capazes de reconhecer que nos enganamos. Mais que isso, quando identificamos o que fizemos e as consequências que geramos diante das pessoas atingidas por nossas atitudes. "É uma libertação do peso, pois houve reparo dos danos causados. Todos crescem, é muito gratificante ver isso acontecer."
  • Perfil de um e outro tipo
Embora seja difícil traçar o perfil de quem é tolerante e intolerante consigo mesmo – já que nem todos têm as mesmas características e determinados aspectos só aparecem em alguns casos –, dá para fazer um esboço de âmbito generalizado.
 

Dentre as características do condescendente, destacam-se, segundo Saadia, pessoas que facilmente se conformam com seus erros; que costumam ser tolerantes também com os outros; frequentemente buscam satisfação em ações que não exigem muito sacrifício; não tentam influenciar quem está por perto; procuram não ter grandes ambições; hesitam em tomar iniciativas; apresentam mais flexibilidade em relação às opiniões alheias; dificilmente dirigem seu foco para o reconhecimento; a princípio, ficam inibidos diante de situações complexas; arranjam sempre alguma desculpa para o que não deu certo; evitam ao máximo situações que podem ser estressantes; e tendem a deixar para mais tarde o que tem de ser feito.
 

Em relação ao intolerante, são proativos e exigentes; parecem estar sempre atrás de algo; dificilmente estão plenamente satisfeitos; não se conformam com seus erros; constantemente buscam a perfeição no que fazem; são preocupados com os prazos; costumam ser intolerantes também com os outros; demonstram certa rigidez de opinião; muitas vezes, os momentos de relaxamento trazem culpa; gostam de desafios e de procurar soluções para quadros difíceis; se posicionam como donos das decisões; e sentem que o destino está em suas mãos.
 

Rezende completa dizendo que muitos podem relutar em defender seu ponto de vista por insegurança e, assim, buscar aprovação social no seu meio, inclusive desvirtuando suas próprias opiniões e crenças para agradar ou se incluir no grupo.
 

"Por outro lado, algumas vezes estamos diante de pessoas que se passam por vítimas por mera carência afetiva ou social. Assim, buscarão manipular a percepção dos outros, ainda que sem consciência ou intenção, para conseguir algum 'lucro' da situação, muitas vezes um lucro psicológico, como atenção ou suporte emocional."
  • Rigidez versus evolução
Uma coisa, é certa: quem é muito autocondescendente não vive tensionado. "Sua saúde pode até ser preservada, porém é fato que terá menos chance de evoluir. E, como não há necessidade de voltar ao estado de relaxamento pós-estresse, não se mobilizará em direção a uma vida mais ativa e gratificante", considera Saadia.
 

Já para o intolerante, sua constante insatisfação interna, por se ver como provedor do seu destino, pode levá-lo a viver em constante tensão, que de um lado serve como combustível para suas ações mas pode ser danoso para sua saúde como um todo, diz Saadia. É preciso, então, viver com equilíbrio.
 

"Em geral, são indivíduos que buscam implacavelmente o controle de ambientes e pessoas, e por isso se culpam tanto: afinal, se não deu certo, foi responsabilidade sua por não ter adquirido supervisão suficiente ou por dirigir mal a situação. A principal consequência negativa é a frustração, já que o domínio que temos sobre o mundo externo é temporário, frágil e frequentemente ilusório. No campo profissional, por exemplo, alguém assim tenderá a ser perfeccionista com seu trabalho. Em relação à personalidade, predominará a vaidade e pode faltar humildade e simplicidade", completa Rezende.
  • Foco na autoimagem
Nos dois extremos, tanto na tolerância excessiva quanto na intolerância, é fácil perceber que existe uma distorção da autoimagem. "A pessoa ou desvaloriza ou supervaloriza seus potenciais e suas limitações, muitas vezes sem perceber. É necessário resgatar e reequilibrar sua autoimagem, e o único meio para isto é explorar seus próprios aspectos, debruçando-se sobre si mesmo e aprimorando seu autoconhecimento. A partir das descobertas de suas qualidades e das habilidades que devem ser desenvolvidas, traçar novos objetivos e desafios nos diversos departamentos da vida", aconselha Saadia.
 

Ele recomenda, antes de qualquer coisa, agir. O autoconhecimento teórico, se não for seguido de ação, não leva ao crescimento pessoal e à evolução. "Por isso, tem que agir sem medo do erro, considerando que o erro talvez seja a parte mais importante para o verdadeiro aprendizado. Trata-se de um movimento contínuo de ensaio e tropeço que, no fim, acaba sendo recompensado pelas conquistas que se obtém no processo."
 

O autoconhecimento, e o aprender com os erros, fazem parte da natureza humana, reforça Lucas Rezende. "Como seres racionais e emocionais, enfrentamos o desafio de reconhecer nossas falhas para buscar, então, alternativas. É preciso aceitar que não somos perfeitos e, dessa forma, superar a vaidade e o orgulho a fim de alcançarmos propósitos maiores de vida."
  • Dicas do psicólogo Max Saadia para encontrar equilíbrio entre a tolerância e a intolerância consigo mesmo
  • Estabeleça desafios e metas pessoais e profissionais;
  • Passe a exigir mais de você mesmo;
  • Procure respeitar prazos;
  • Responsabilize-se por suas ações;
  • Seja proativo;
  • Procure listar suas qualidades e habilidades;
  • Tenha em mente que seus defeitos podem sempre ser trabalhados;
  • Convença-se de que você merece mais;
  • Não coloque dúvidas sobre sua capacidade de realizar;
  • Procure dar sempre o melhor que pode naquilo que está fazendo;
  • Seja disciplinado, tenha organização e método para trabalhar
  • Se algo der errado, não se conforme nem desanime, parta para a ação;
  • Não justifique seus defeitos, tente suplantá-los;
  • Assuma seu destino, ele está em suas mãos
  • Procure sempre tirar uma lição das situações adversas;
  • Quando preciso, não receie em tomar decisões
  • Mude de partido, o tempo certo acabou de começar, acrescento eu

terça-feira, 8 de março de 2016

Mulher - Dia Internacional da Mulher - Palmas poéticas!

  • Mulher: Dia internacional (08 de março de qualquer ano)
Mulher: Dia internacional. Mulher: Presença mensal. Mulher: Ano igualitário. Mulher: Ventre placentário. Mulher: Cordão umbilical. Mulher: Dia do reconhecimento mais do que maternal. Mulher: Mês da gratidão fraternal. Mulher: Ano da conquista mais do que salarial.
    
Mulher verdadeira. Mulher companheira. Mulher estrangeira. Mulher de todas as nações. Mulher brasileira. Mulher de todas as idades. Mulher de todas as profissões. Mulher dos versos. Mulher das canções. Mulher das lutas do dia a dia. Mulher das necessidades de todos os momentos. Mulher conselheira nas tribulações. Mulher determinada nas obrigações. Mulher perfeita em deveres. Mulher digna em direitos. Mulher amparada nas constituições...
    
Mulher dos sujeitos simples e compostos. Mulher dos predicados verbais e nominais. Mulher dos adjetivos especiais e especializados. Mulher dos pronomes reconhecidos e observados pela democracia. Mulher dos substantivos de responsabilidade e de cidadania. Mulher dos sinônimos da força da natureza. Mulher dos verbos conjugados pela delicadeza. Mulher das artes retratadas com destreza. Mulher da certeza legal de prontidão. Mulher no prisma da justiça. Mulher no delta da perfeição.
    
Mulher compasso ampliado no coração. Mulher esquadria familiar edificada. Mulher maço em pedra lapidada. Mulher cinzel em pedra polida. Mulher nível em Nova Era prometida. Mulher prumo em coluna erguida. Mulher régua do saber compartilhado. Mulher alavanca do ser inacabado. Mulher lápis em mais de um caderno desenhado. Mulher cordel da liberdade nunca tardia. Mulher dossel iluminado em sabedoria.
    
Mulher na ordem do dia. Mulher no ordenamento jurídico da nação republicana. Mulher tribal. Mulher rural. Mulher urbana. Mulher assistida mais do que socialmente. Mulher representada mais do politicamente. Mulher empreendedora. Mulher vereadora. Mulher prefeita. Mulher deputada. Mulher governadora. Mulher senadora. Mulher presidente. Mulher ministra. Mulher togada. Mulher juíza. Mulher desembargadora. Mulher promotora. Mulher delegada. Mulher escrivã juramentada. Mulher advogada. Mulher policial. Mulher civil. Mulher Força Armada. Mulher cultura florida e frutificada. Mulher reconhecida. Mulher amada.
     
Mulher analfabeta. Mulher letrada. Mulher professora. Mulher mestra. Mulher doutora. Mulher reitora. Mulher diretora. Mulher médica. Mulher enfermeira. Mulher obreira. Mulher engenheira. Mulher economista. Mulher artista. Mulher contadora. Mulher motorista. Mulher feirante. Mulher comerciante. Mulher empresária. Mulher secretária. Mulher funcionária. Mulher estudante. Mulher universitária. Mulher garçonete. Mulher bibliotecária. Mulher jornalista. Mulher escritora. Mulher virtuosa. Mulher maravilhosa. Mulher conto. Mulher romance. Mulher prosa. Mulher criatura. Mulher imagem. Mulher semelhança. Mulher criação...
    
Mulher realidade. Mulher ficção. Mulher ilustre. Mulher desconhecida. Mulher ignorada. Mulher empreendedora. Mulher qualificada. Mulher discriminada. Mulher prostituída. Mulher escravizada. Mulher viciada. Mulher infante abandonada. Mulher espancada. Mulher estuprada. Mulher assassinada. Mulher apenada. Mulher indigente. Mulher miserável. Mulher pobre. Mulher pedinte do pão de cada dia. Mulher carente da caridade mais do que cristã. Mulher de fato e de direito mais do que simplesmente uma cidadã.
     
08 de março de 2014: Dia Internacional da Mulher. Vamos comemorar! Vamos aplaudir! Vamos poetizar! Vamos agradecer! Vamos reconhecer!  Vamos homenagear! Viva às mulheres laureadas pelo verbo amar! Salve as mulheres que nasceram para nos irmanar! 

Palmas para as mulheres aqui e acolá! Vida longa às mulheres do mundo, do Brasil, de Mato Grosso e de Cuiabá!
 
Airton Reis, professor, poeta, embaixador da paz e vice-governador da Associação Internacional Poetas Del Mundo – Mato Grosso.

  • Mulher - Monica Iozzi - 2 de novembro foi o aniversário da Atriz



  • MULHER - ERASMO CARLOS

Dizem que a mulher
É o sexo frágil
Mas que mentira
Absurda!
Eu que faço parte
Da rotina de uma delas
Sei que a força
Está com elas...
Vejam como é forte
A que eu conheço
Sua sapiência
Não tem preço
Satisfaz meu ego
Se fingindo submissa
Mas no fundo
Me enfeitiça...
Quando eu chego em casa
À noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas prá quem deu luz
Não tem mais jeito
Porque um filho
Quer seu peito...
O outro já reclama
A sua mão
E o outro quer o amor
Que ela tiver
Quatro homens
Dependentes e carentes
Da força da mulher...
Mulher! Mulher!
Do barro
De que você foi gerada
Me veio inspiração
Prá decantar você
Nessa canção...
Mulher! Mulher!
Na escola
Em que você foi
Ensinada
Jamais tirei um 10
Sou forte
Mas não chego
Aos seus pés...


RECEITAS QUE VENDEM

BOMBONS - RECEITAS POR DEBORA DIAS 



RECEITAS - Edu Guedes