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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Amor está em toda parte, pois tudo é amor ...

  • Observa, amigo, em como do amor tudo provém e no amor tudo se resume. O ódio, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente. Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor. Tudo é Amor. Não deixes de amar nobremente. A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.

  • Textos de Amor

Vida – é o Amor existencial.
Razão – é o Amor que pondera.
Estudo – é o Amor que analisa.
Ciência – é o Amor que investiga.
Filosofia – é o Amor que pensa.
Religião – é o Amor que busca Deus.
Verdade – é o Amor que se eterniza.
Ideal – é o Amor que se eleva.
Fé – é o Amor que se transcende.
Esperança – é o Amor que sonha.
Caridade – é o Amor que auxilia.
Fraternidade – é o Amor que se expande.
Sacrifício – é o Amor que se esforça.
Renúncia – é o Amor que se depura.
Simpatia – é o Amor que sorri.
Altruísmo – é o Amor que se engrandece.
Trabalho – é o Amor que constrói.
Indiferença – é o Amor que se esconde.
Desespero – é o Amor que se desgoverna.
Paixão – é o Amor que se desequilibra.
Ciúme – é o Amor que se desvaira.
Egoísmo – é o Amor que se animaliza.
Orgulho – é o Amor que se enlouquece.
Sensualismo – é o Amor que se envenena.
Vaidade – é o Amor que se embriaga.
  • Para se roubar um coração
Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa.
 
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
 
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
 
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
 
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
 
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
 
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
 
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
 
Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
 
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
 
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
 
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
 
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
 
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
 
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
 
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Como dizia o poeta

Quem já passou
Por esta vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá
Pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou
Pra quem sofreu, ai

Quem nunca curtiu uma paixão
Nunca vai ter nada, não
Não há mal pior
Do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa
É melhor que a solidão

Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir?
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer

Ai de quem não rasga o coração
Esse não vai ter perdão
- Vinícius de Moraes e Toquinho




  • Miguel Falabella fala sobre os amores desvairados

domingo, 10 de janeiro de 2016

Pensamentos - Vigiai e olhai para que não cresçam demais da conta

  • Mario Quintana
"Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas. 
Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha,
nem desconfia que se acha conosco desde o início
das eras.
Pensa que está somente afogando problemas
dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar
inquietação do mundo!"
 

Mario de Miranda Quintana nasceu na cidade de Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906, quarto filho de Celso de Oliveira Quintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana. Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprende a ler tendo como cartilha o jornal Correio do Povo. Seus pais ensinam-lhe, também, rudimentos de francês.

No ano de 1914 inicia seus estudos na Escola Elementar Mista de Dona Mimi Contino.
 
Em 1915, ainda em Alegrete, freqüentou a escola do mestre português Antônio Cabral Beirão, onde conclui o curso primário. Nessa época trabalhou na farmácia da família. Foi matriculado no Colégio Militar de Porto Alegre, em regime de internato, no ano de 1919. Começa a produzir seus primeiros trabalhos, que são publicados na revista Hyloea, órgão da Sociedade Cívica e Literária dos alunos do Colégio.

Por motivos de saúde, em 1924 deixa o Colégio Militar. Emprega-se na Livraria do Globo, onde trabalha por três meses com Mansueto Bernardi. A Livraria era uma editora de renome nacional.
 

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Caminho - Caminhante não há caminho, O caminho faz-se ao andar.

  • Caminhante, não há caminho. O caminho se faz ao andar
 
  • Caminhante não há caminho, O caminho faz-se ao andar.
  • Ao andar faz-se o caminho 
  • E ao olhar-se para atrás, Vê-se a senda que jamais, Se há de voltar a pisar.  
  • Caminhante não há caminho, Somente sulcos no mar.
Ao longo da longa História da Humanidade, em diversos espaços geográficos e culturais, de oriente a ocidente, a vida e a existência humanas foram muitas vezes descritas como um caminho. Porquê? Talvez porque essa imagem, essa metáfora, seja uma das que melhor traduz e descreve a essência do desafio que é a nossa vida! 

Vida que é um espaço de tempo que temos que percorrer, cheio de obstáculos, umas vezes com muitas dificuldades, outras vezes com belos e felizes momentos. A vida descrita como um caminho, ajuda-nos a perceber que temos metas a alcançar, horizontes a atingir e dessa forma orientamos para eles a nossa caminhada de vida, sejam esses horizontes e objetivos de índole pessoal, profissional, familiar, social, político, religioso, desportivo, ou qualquer outro.
 
São os objetivos e os propósitos que  fazem da nossa existência um desafio permanente e que nos mantém ligados à vida, desinstalando-nos da passividade e da rotina, fazendo com que queiramos ir "mais longe".
 
A vida, como um caminho, não é apenas um deslocarmo-nos de um ponto físico e geográfico A, para um ponto de chegada B; também pode ser isso, mas é certamente muito mais. É passar de um estado inicial, no princípio do caminho, para um estado final, mais evoluído, quando chegamos à meta, após um processo progressivo de envolvimento e desenvolvimento da nossa pessoa, ao percorrermos esse caminho.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

POEMAS - Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui


Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, 
você merece estar aqui

  • Cid Moreira - Desiderata (Aspirações) - Max Ehrmann
  • Desiderata (Aspirações) - Max Ehrmann
Siga   tranquilamente,   entre   a   inquietude   e   a pressa, lembrando-se que há sempre paz no silêncio.
Tanto quanto possível, sem humilhar-se viva em harmonia  com todos os que o cercam.
Fale  a   sua   verdade  mansa  e  claramente, e ouça a dos outros, mesmo a dos insensatos e ignorantes, eles também tem sua própria história.
Evite as pessoas agressivas e transtornadas, elas afligem o nosso espírito.
Se  você  se  comparar  com  os  outros, você se tornará presunçoso e magoado, pois  haverá  sempre  alguém inferior  e alguém superior a você.
Você  é  filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui; e mesmo que  você  não  possa  perceber,  a  Terra  e  o Universo vão cumprindo o seu destino.
Viva intensamente  o  que já  pode realizar, mantenha-se interessado em seu trabalho, ainda que humilde, ele é o que de real existe ao longo de todo o tempo.
Seja cauteloso nos negócios, porque o mundo está   cheio   de   astúcias,   mas   não  caia  na descrença, a virtude existirá sempre.
Muita  gente  luta  por  altos  ideais,  em toda parte a vida está cheia de heroísmo.
Seja você mesmo, principalmente não simule afeição nem seja descrente do amor, porque mesmo diante  de tanta aridez e desencanto ele é tão perene quanto a relva.
Aceite com carinho o conselho dos mais velhos, mas também seja compreensivo aos impulsos inovadores da juventude, alimente a força do espírito    que   o   protegerá   no   infortúnio inesperado;   mas   não    se  desespere com perigos imaginários, muitos temores nascem do cansaço e da solidão.
E a despeito de uma disciplina rigorosa seja gentil para consigo mesmo.
Você  é  filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui; e mesmo que  você  não  possa  perceber,  a  Terra  e  o Universo vão cumprindo o seu destino.
Portanto esteja em paz com Deus, como quer que você o conceba e quaisquer que sejam os seus trabalhos e aspirações, da fatigante jornada pela vida, mantenha-se em paz  com  sua  própria  alma. Acima da falsidade, do desencanto e agruras, o mundo ainda é bonito. Seja prudente.
  • FAÇA TUDO PARA SER FELIZ
Você  é  filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui; e mesmo que  você  não  possa  perceber,  a  Terra  e  o Universo vão cumprindo o seu destino. Max Ehrmann
  • O poema em prosa Desiderata, (que significa aspirações em latim), escrito em 1927 é de autoria do escritor americano Max Ehrmann. É certamente seu trabalho mais conhecido. Em 1956 o pároco da igreja de St. Paul em Baltimore imortalizou o poema ao reproduzi-lo em um panfleto mimeografado para os seus fiéis. Posteriormente, alguém que o retransmitiu não incluiu os créditos originais, erroneamente citando o poema como tendo sido "achado na Igreja de Saint Paul em Baltimore, datado de 1692". 
  • O ano de 1692 marca na verdade a fundação da igreja de Saint Paul, não guardando nenhuma relação com o poema.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

AMOR - Valorize o amor que você recebe acima de tudo ...

  • Valorize o amor que você recebe acima de tudo. 
Ele sobreviverá mesmo que suas riquezas ou sua saúde tiverem acabado.


Eterno amor
Amo-te,
amo-te mais do que um poeta podia descrever
com a sua pena d'ouro mais preciosa;
mais do que um pintor podia pintar
com o mais romântico dos cenários;
mais do que um escultor podia talhar
no mármore mais macio de sua seleção;
mais do que um fotógrafo podia captar
no momento mais único,
e maravilhoso deste mundo;
mais do que um cantor podia entoar
com a mais tocante das canções.

É o que eu sinto,
é o que eu sinto por ti:
uma amor épico
que já mais alguém superará,
um amor que sinto,
quando olho, no fundo
de teus belos olhos
e vejo a paixão
que floresce a cada batimento
de teu doce coração.
E o meu amargo, quando
na tua presença não está,
meu coração perde a força,
meus olhos se fecham;
meu sorriso se apaga;
mas não meus ouvidos,
que enquanto deitado
na pedra fria e áspera,
esperam ouvir tua suave voz
para de novo despertar meu coração
da eterna solidão.

Eu amo-te
eu vou amar-te
e só a ti amarei,
até que os anjos
me venham buscar,
por ti e por teu amor vivo,
e apenas por ti
deste mundo partirei.

sábado, 19 de setembro de 2015

AMOR ... SIGNIFICADO DO AMOR ...


Vida
É o amor existencial.
Razão
É o amor que pondera.
Estudo
É o amor que analisa.
Ciência
É o amor que investiga.
Filosofia
É o amor que pensa.
Religião
É o amor que busca a Deus.
Verdade
É o amor que eterniza.
Ideal
É o amor que se eleva.

É o amor que transcende.
Esperança
É o amor que sonha.
Caridade
É o amor que auxilia.
Fraternidade
É o amor que se expande.
Sacrifício
É o amor que se esforça.
Renúncia
É o amor que depura.
Simpatia
É o amor que sorri.
Trabalho
É o amor que constrói.
Indiferença
É o amor que se esconde.
Desespero
É o amor que se desgoverna.
Paixão
É o amor que se desequilibra.
Ciúme
É o amor que se desvaira.
Orgulho
É o amor que enlouquece.
Sensualismo
É o amor que se envenena.
Finalmente, o ódio,
que julgas ser a antítese do amor,
não é senão o próprio amor que
adoeceu gravemente.

  • Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 27 de julho de 2015

RURAL - ARTE EM POESIA - A Casa do Cordel

  • No programa Tela Rural você acompanha uma ação do governo do estado em um povoado do município de São José de Mipibu, localizado a 30 quilômetros de Natal. No evento, a população teve oportunidade de participar de palestras e oficinas educativas sobre assuntos do campo e da saúde.
Além disso, nossa equipe foi até Touros, no litoral do estado potiguar, para registrar a atual produção da planta Agave, muito popular na década de 1980 e que nos últimos anos apresenta uma queda. A agave era utilizada na fabricação de fibras. Em outra matéria, explicamos a doença do Calazar, principal causa de sacrifícios em animais de estimação.
O Tela ainda traz uma reportagem sobre o trabalho sustentável de pessoas que transformam garrafas Pet em vassouras. Também fomos conhecer o mais novo animalzinho do Aquário de Natal. O hipopótamo Yago chegou de São Paulo e vem divertindo a criançada que passa pelo local. E, por último, nossa equipe visitou a Casa do Cordel, que fica no centro da cidade de Natal, e mantém as tradições da cultura popular nordestina. No local, existem cordéis com temas variados, que vão de Luiz Gonzaga a Michael Jackson.

  •  História
A Casa do Cordel foi fundada no ano de 2007, no dia 17 d agosto, pelo poeta Abaeté.
No início de 2007 o poeta já estava com o seu espaço funcionando na rua Vigário Bartolomeu, próximo ao mítico “beco da lama”, região considerada como pólo de aglutinação da boemia e artistas potiguares.
A casa do cordel veio a reforçar esta região e teve início um grande movimento de agregação de vários artistas a este espaço. Não só poetas e poetisa da literatura de cordel, mas também músicos, atores, artistas plásticos, professores, estudantes, entre outros puderam enriquecer e se enriquecerem culturalmente numa troca que só fez aumentar mais a cada dia, como nos diz o poeta Abaeté:
“Quando a gente colocou a casa do cordel aqui muita gente passou a freqüentar. Era uma novidade pois aqui e em nenhum outro canto do RN tem uma casa como essa,trabalhando e divulgando a cultura popular”
A inauguração oficial do espaço, que já chamava a atenção, foi no dia 17 de agosto de 2007, com um sarau e café da manhã para os convidados. No convite em forma de cordel se lia:
“Se você é um poeta
Popular ou menestrel
Venha exercer sua arte
Fazendo o seu papel
Não deixe de visitar
Nossa casa do cordel...”
Parte da imprensa marcou presença e divulgou o evento. No “Jornal de Natal” saiu, inclusive, uma propaganda personalizada através de uma caricatura do poeta Abaeté convidando todos para a inauguração do espaço.
Até mesmo a Revista de História da biblioteca nacional, pouco depois, divulgou a ascensão da literatura de cordel no Brasil e no Rio Grande do Norte, citando a Casa do cordel:
“... E no Rio Grande, cordel
Literatura popular ganha fôlego em Natal e Mossoró com casa, feira e livro inspirado em Câmara Cascudo
Quem acha que cordel é coisa do passado precisa ver o que acontece no Rio Grande do Norte.
Em Natal, foi inaugurada em agosto a Casa do Cordel. A iniciativa é de Erivaldo Leite de Lima, o poeta Abaeté, que já escreveu e publicou mais de cem cordéis. Além dos próprios, com o passar dos anos ele acumulou milhares de folhetos de vários autores e agora abre as portas de uma casa na Rua Vigário Bartolomeu, no Centro, para o público conhecer o acervo. Mais do que isso, quer que o lugar seja um novo ponto de encontro da cultura popular. Já está decidido, por exemplo, que a casa sediará a União dos Cordelistas do Rio Grande do Norte (Unicodern).” (Revista de História da biblioteca nacional,n°25,outubro de 2007).
Nem o órgão oficial de fomento à cultura no estado, a Fundação José Augusto, pode deixar de divulgar o evento (apesar de não ter dado nenhum apoio a este) em um de seus veículos de comunicação, O jornal “Circulador”, que dizia:
“A ‘Casa do Cordel’, criada pelo poeta Abaeté, já possui em seu acervo milhares de folhetos de cordel e centenas de títulos diferentes para venda e troca. No Rio Grande do Norte, a Casa do Cordel é o primeiro espaço cultural totalmente destinado à literatura de cordel, onde Abaeté pretende reunir poetas, músicos, escritores, jornalistas e apreciadores desse gênero literário para tertúlias e saraus nos finais de tarde, além de fomentar a leitura do folheto de cordel para novos leitores.”
Em pouco tempo o espaço Casa do cordel ganhando espaço no cenário cultural de Natal e virando ponto de encontro para muitos.

sábado, 18 de julho de 2015

POEMAS - Dia do Trovador - (18 de julho)

  • Dia do Trovador - (18 de julho)   
Jorge Amado já disse: Não pode haver criação literária mais popular e que mais fale diretamente ao coração do povo do que a trova. É através dela que o povo toma contato com a poesia e por isto mesmo a trova e o trovador são imortais.
O Dia do Trovador é comemorado nessa data por ser o dia do nascimento de Gilson de Castro (RJ), cujo pseudônimo literário é Luiz Otávio.
A trova é um micro poema, o menor da língua portuguesa, que deve obedecer a características rígidas?
É preciso que a trova seja uma quadra, ou seja, tenha quatro versos (em poesia cada linha é denominada verso). E cada verso deve ter sete sílabas poética. As sílabas são contadas pelo som.

  • Trovador LUIZ OTÁVIO
O dia 18 de julho é o dia consagrado aos trovadores do Brasil. A data foi fixada por leis estaduais e municipais, onde haja um cultor da Trova, em homenagem ao Trovador LUIZ OTÁVIO, o responsável pelo insuperável movimento literário brasileiro, que é o movimento trovadoresco nacional.
No dia do Trovador, todas as Seções da União Brasileira de Trovadores – UBT e Delegacias espalhadas por centenas de municípios brasileiros comemoram a data com almoços festivos, reuniões, com as chamadas chuvas de trovas, (centenas de trovas impressas) jogadas das janelas dos trovadores, para que os transeuntes se deliciem com as trovas que vão caindo ao sabor do vento. São realizadas palestras, enfim, cada seção ou delegacia comemora da melhor forma que pode a passagem do dia legalmente dedicado ao trovador.
A data foi escolhida em homenagem a Luiz Otávio, o Dr. Gilson de Castro, um dos mais conceituados Cirurgiões – Dentistas da época, formado pela Faculdade Nacional de Odontologia da Universidade do Brasil, em 1936. Sua clientela não ficava restrita apenas ao município Rio de Janeiro, se espalhava por São Paulo, Santos, Belo Horizonte e outras cidades mais próximas da sede do seu consultório, que, recordo como se fosse hoje, ficava na Rua do México, 119, no 9º Andar.
Luiz Otávio nasceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de julho de 1916. Filho de Octávio de Castro e Dona Antonieta Cerqueira da M. Castro.
Luiz Otávio foi o precursor do movimento trovadoresco brasileiro, tendo publicado em 1956, a primeira Coletânea de Trovas, intitulada "Meus irmãos, os Trovadores", contendo mais de duas mil Trovas, mais de seiscentos autores brasileiros, notas elucidativas e bibliográficas.
O "Castanheira – de – Pêra", Jornal Português de 11 de agosto de 1958 publicou sobre Meus Irmãos, os Trovadores: "Esta coletânea, a primeira do gênero, veio preencher uma lacuna que se fazia sentir. Apresenta mais de seiscentos autores brasileiros, duas mil trovas, inúmeras notas bibliográficas e elucidativas e minuciosa introdução com um estudo sobre a trova. É um valioso trabalho que se impõe.
A Luiz Otávio, em quem há muito reconhecemos idoneidade iteraria e bom sentido poético, apresentamos os nossos parabéns e os desejos de que o seu trabalho tenha a divulgação que a todos os títulos merece."
Referindo-se ao mesmo trabalho de LUIZ OTÁVIO, "A Ilha", Jornal da África- São Miguel dos Açores, de 16 de fevereiro de 1957, registrou:
"Esta grande coletânea de trovas honra LUIZ OTÁVIO pelo seu trabalho, seriedade, competência e cultura, contribuindo para uma melhor compreensão deste tão 'simples e difícil' gênero poético.
"O Correio da Manhã do Rio de Janeiro, na edição de 27 de janeiro de 1957, em coluna assinada por Sílvia Patrícia, assinalou: "Meus Irmãos, os Trovadores, o volume novo que LUIZ OTÁVIO - Papai Noel da Poesia- ofereceu-nos no Natal que passou, é quase um romance no qual cada pena desta nossa irmandade de sonho narra, em quatro linhas, uma alegria ou uma tristeza, cardos e flores encontrados pelo caminho."
O Jornal, "O Positivo", de Santos Dumont, MG., em coluna assinada por Antônio J. Couri, no dia 1º de outubro de 1957, escreveu sobre Meus Irmãos, os Trovadores: "Raríssimas são as vezes em que o Brasil tem a oportunidade de conhecer coletâneas de poesias, ou , simplesmente quadras. Agora temos uma apresentada por LUIZ OTÁVIO,porém de trovas. De uma organização primorosa , o autor de "Cantigas para Esquecer" "soube escolher a matéria que compõe o livro, constituindo assim um verdadeiro monumento de arte da poesia nacional."
Evidentemente, não seria necessário selecionarmos as opiniões acima para este modesto trabalho a respeito do Dia do Trovador e de LUIZ OTÁVIO, o responsável pelo reconhecido movimento trovadoresco da atualidade, que começa a se firmar a partir da publicação de "Meus Irmãos, os Trovadores", obra que reuniu trabalho de trovadores de todos os recantos do território nacional, numa época em que os meios de comunicação ainda eram bastante precários, o que, por certo, valorizou ainda mais o livro, pelo trabalho incessante do Autor, inveterado apaixonado pela trova, como escreveu.


"A trova tomou-me inteiro!
tão amada e repetida,
agora traça o roteiro
das horas de minha vida."

"Trovador, grande que seja,
tem esta mágoa a esconder:
a trova que mais deseja
jamais consegue escrever ..."

"Por estar na solidão,
tu de mim não tenhas dó.
Com trovas no coração,
eu nunca me sinto só."
 
No ano de 1960, em Congresso de Trovadores realizados em São Paulo, foi eleita a Família Real da Trova, ficando assim constituída: Rainha da Trova: LILINHA FERNANDES (Maria das Dores Fernandes Ribeiro da Silva); Rei da Trova: ADELMAR TAVARES e Príncipe dos Trovadores, LUIZ OTÁVIO (Gilson de Castro). Mesmo já sendo falecidos, continuam com o título, pois outros trovadores só poderão adquirir o título se houver uma Eleição Nacional ou um Congresso realizado com esta finalidade, em que participe um número muito grande de trovadores, com a participação de representantes de todo o país, uma vez que não pode ser reconhecido qualquer título literário supostamente alcançado com a votação de sócios de uma academia, associação, centro literário etc, com exceção de sua Diretoria.
Ainda no ano de 1960, LUIZ OTÁVIO, juntamente com J. G. de Araújo Jorge, criaram os Jogos Florais de Nova Friburgo, com o apoio do Prefeito Municipal da Cidade, Dr. Amâncio de Azevedo e do Trovador Rodolpho Abbud, até hoje o mais respeitado trovador da Cidade, Jogos Florais que se realizam, ininterruptamente, desde 1960 e seus festejos fazem parte do calendário oficial da Cidade e são realizados como parte dos festejos do aniversário de Nova Friburgo.
No dia 21 de agosto de 1966, Luiz Otávio fundou a União Brasileira de trovadores – UBT - no Rio de Janeiro e a UBT Nacional,com sede também no Rio de Janeiro, tendo a mesma se expandido em pouco tempo, contando hoje com uma infinidade de Seções e Delegacias em quase todo o território nacional, onde se realizam cerca de 80 concursos de Trovas por ano, na maioria com mais de um tema o que, no cômputo geral, chega a mais de 120 certames por ano.
LUIZ OTÁVIO foi o primeiro Presidente da UBT, tendo se tornado pouco tempo depois Presidente Nacional e posteriormente, Presidente Perpétuo, o mais alto título concedido pela agremiação. Recebeu o título máximo da trova, Magnífico Trovador, nos Décimos Quintos Jogos Florais, por ser vencedor três anos consecutivos com as trovas: 


XIII Jogos Florais - Tema Silêncio - 1º lugar:

 
"Nessas angústias que oprimem,
que trazem o medo e o pranto,
há gritos que nada exprimem,
silêncios que dizem tanto!..."


XIV Jogos Florais – tema Reticências - 2º lugar

"Eu ...você ...as confidências...
o amor que intenso cresceu
e o resto são reticências
que a própria vida escreveu..."


XV Jogos Florais – tema Fibra – 10º lugar

"Ele cai ... não retrocede! ...
continua até sozinho ...
que a fibra também se mede
pelas quedas no caminho ..."


LUIZ OTÁVIO publicou os livros:
Saudade... muita saudade! - Poesias - 1946
Um Coração em ternura - Poesias - 1947
Trovas - Trovas (três edições) 1954 – 1960 e 1961- Meus Irmãos. Os Trovadores - Coletânea de Trovas - 1956-Meu Sonho Encantador - Poesias - 1959 - Cantigas para esquecer - Trovas 1959 e 1961-Cantigas de Muito Longe - Trovas - 1961-Cantigas dos Sonhos Perdidos - Trovas - 1964-Trovas ... Ao Chegar do Outono - Trovas - 1965
Registramos outras trovas de LUIZ OTÁVIO, que demonstram porque, após quinze anos de criar os Jogos Florais de Nova, como outros grandes trovadores, ele sagrou-se Magnífico Trovador.

"Se a saudade fosse fonte
de lágrimas de cristal,
há muito havia uma ponte
do Brasil a Portugal."

"Ao partir para a outra vida,
aquilo que mais receio,
é deixar nessa partida,
tanta coisa pelo meio ..."

"Pelo tamanho não deves
medir valor de ninguém.
Sendo quatro versos breves
como a trova nos faz bem."

"Busquei definir a vida,
não encontrei solução,
pois cada vida vivida
tem uma definição..."

"Não paras quase ao meu lado ...!
e em cada tua partida,
eu sinto que sou roubado
num pouco da minha vida ..."

"Portugal – jardim de encanto
que mil saudades semeias
nunca te vi ... e, no entanto,
tu corres nas minhas veias ..."

"Meus sentimentos diversos
prendo em poemas tão pequenos.
Quem na vida deixa versos,
parece que morre menos ..."

"Contradição singular
que angustia o meu viver:
- a ventura de te achar
e o medo de te perder ..."

"estrela do céu que eu fito,
se ela agora te fitar,
fala do amor infinito
que eu lhe mando neste olhar ..."

"Ó mãe querida – perdoa!
o que sonhaste, não sou ...
- Tua semente era boa!
a terra é que não prestou!"


Além de grande Trovador, campeão de centenas de Concursos de Trovas e Jogos Florais, realizados em várias cidades do país, Luiz Otávio era um exímio compositor, sendo dele a autoria do Hino dos Trovadores, Hino dos Jogos Florais, das Musas dos Jogos Florais e de várias outras obras musicais.


  • Hino dos Trovadores

"Nós, os trovadores,
somos senhores
de sonhos mil!
Somos donos do Universo
através de nosso verso.
E as nossas trovas
são bem a prova
desse poder:
elas têm o dom fecundo
de agradar a todo mundo!"


  • Hino dos Jogos Florais

"Salve os Jogos Florais Brasileiros!
a Cidade se enfeita de flores!
Corações batem fortes, fagueiros,
a saudar meus irmãos trovadores!

Unidos por laços fraternais,
nós somos irmãos nos ideais;
- não há vencidos, nem vencedores;
pois todos nós cantamos, somos trovadores;
e as nossas trovas sentimentais são sempre mensageiras de amor e paz!


A Oração do Trovador é o Poema de são Francisco de Assis, Padroeiro dos Trovadores, cujo aniversário, dia 4 de outubro é muito festejado pelos cultores da Trova.
E para encerrar esta homenagem ao Dia do Trovador, focalizando a figura mais importante do mundo trovadoresco, Luiz Otávio, registramos dois sonetos, dos inúmeros que escreveu, contido em um dos seus livros de poesias, “ Meu Sonho Encantador."

  • O ideal

"Esculpe com primor, em pedra rara,
o teu sonho ideal de puro artista!
Escolhe, com cuidado, de carrara
um mármore que aos séculos resista!"

"Trabalha com fervor, de forma avara!
Que sejas no teu sonho um grande egoísta!
Sofre e luta com fé, pois ela ampara
a tua alma, o teu corpo em tal conquista!

Mas, quando vires, tonto e deslumbrado,
que teu labor esplêndido e risonho
ficará dentro em breve terminado,
pede a deus que destrua esse teu sonho,
pois nada é tão vazio e tão medonho
como um velho ideal já conquistado! ..."


  • Orgulho

Venho de longe ... venho amargurado
pelas noites sem fim, nesse cansaço
de receber tão só, triste e calado,
A incompreensão do mundo, passo a passo ...

Eu trago a alma sem fé do revoltado
E o gesto do vencido em cada braço ...
E tu me surges – Anjo imaculado –
a oferecer repouso em teu regaço ...

Porém tua alma feita de inocência,
serenidade e Luz, não avalia
a penumbra invulgar dessa existência ...
Deixa – me, pois, seguir o meu caminho, renunciar, viver nessa agonia,
mas tendo o orgulho de sofrer sozinho!..."


"Assim, mostramos um pouco da poética de LUIZ OTÁVIO, Príncipe dos Trovadores Brasileiros, Magnífico Trovador e Presidente Perpétuo da União Brasileira de Trovadores e responsável pelo sucesso alcançado pela Trova e pelos Trovadores.
Agradeço ao querido Amigo Carlos Leite Ribeiro, Diretor do Portal“ CÁ ESTAMOS NÓS “ pela oportunidade que nos oferece de poder falar sobre a Poesia, em todos os seus gêneros, o que, por certo, a sua concessão é um motivo muito grande para todos nós que amamos a Poesia.

  • Matéria enviada pela "Velha Amiga"Gislaine Canales

domingo, 12 de julho de 2015

Ponto Final - A única conclusão é morrer (Alvaro de Campos)

  • A única conclusão é morrer
Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, deus meu, das ciências!) ­
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me matem, por amor de deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!

Ó céu azul ­ o mesmo da minha infância ­,
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!

Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo…
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!



O alter ego de uma pessoa, em uma análise estrita, é um ‘outro eu’, uma personalidade alternativa de alguém. Esta expressão provém do latim ‘alter’, que significa outro, ou seja, um eu diferente. Pode-se encontrar este termo tanto na literatura, nas interpretações de obras literárias, quanto na psicologia. Literariamente é possível definir o alterego como a identidade oculta de um ser fictício ou como um artifício do autor de um livro para se revelar ao leitor na pele de um personagem, de forma discreta e indireta. Em geral ele apresenta muitas das características de seu criador, as quais podem ser descobertas em uma análise mais profunda.

  • Álvaro de Campos
Álvaro de Campos é um dos heterônimos mais conhecidos, verdadeiro alter ego do escritor português Fernando Pessoa, que fez uma biografia para cada uma das suas personalidades literárias, a que chamou heterônimos.
  • Wikipédia:
Nascimento: 15 de outubro de 1890, Tavira, Portugal
Falecimento: 30 de novembro de 1935, Lisboa, Portugal
Nacionalidade: Português
Alter Ego - Psicologicamente esta expressão refere-se a um eu que jaz na inconsciência. Este conceito está relacionado à face secreta, ao ângulo desconhecido da identidade de uma pessoa, enquanto o ego, em contraposição, é definido como a fração rasa da mente, povoada por ideias, raciocínios, emoções.
Álvaro de Campos (Heterônimo de Fernando Pessoa)

  • 100 Poemas
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