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segunda-feira, 12 de junho de 2017

POESIA - QUANDO O INVERNO CHEGAR


  • QUANDO O INVERNO CHEGAR

Quando o inverno chegar,
Levar-te-ei à montanha
Vou te propor luta estranha.
Quando o inverno chegar,
Vou acender a lareira
Acalorar nossa beira.
Quando o inverno chegar,
Este sonho eu pressinto,
Vamos beber vinho tinto,
Quando o inverno chegar,
Vou levar queijos finos,
Vou tocar os meus sinos.

Quando o inverno chegar,
Vamos deitar no tapete,
Vou te fazer meu joguete.
Quando o inverno chegar.
Vamos sonhar com calores,
Vamos falar com as flores,
Vou tingir-te de cores
E matar minhas dores.
Quando o inverno chegar.
Vamos ficar
Perdidos,
Enlevados,
Sumidos,
Encantados.
Quando o inverno chegar,
Estaremos no fundo da alma,
Com todo o jeito da calma.

Estaremos cobertos de flores,
Seremos os nossos amores
Infinitos,
Completos,
Bonitos
E repletos.

Quando o inverno chegar,
Só vou querer te amar.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Amor está em toda parte, pois tudo é amor ...

  • Observa, amigo, em como do amor tudo provém e no amor tudo se resume. O ódio, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente. Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor. Tudo é Amor. Não deixes de amar nobremente. A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.

  • Textos de Amor

Vida – é o Amor existencial.
Razão – é o Amor que pondera.
Estudo – é o Amor que analisa.
Ciência – é o Amor que investiga.
Filosofia – é o Amor que pensa.
Religião – é o Amor que busca Deus.
Verdade – é o Amor que se eterniza.
Ideal – é o Amor que se eleva.
Fé – é o Amor que se transcende.
Esperança – é o Amor que sonha.
Caridade – é o Amor que auxilia.
Fraternidade – é o Amor que se expande.
Sacrifício – é o Amor que se esforça.
Renúncia – é o Amor que se depura.
Simpatia – é o Amor que sorri.
Altruísmo – é o Amor que se engrandece.
Trabalho – é o Amor que constrói.
Indiferença – é o Amor que se esconde.
Desespero – é o Amor que se desgoverna.
Paixão – é o Amor que se desequilibra.
Ciúme – é o Amor que se desvaira.
Egoísmo – é o Amor que se animaliza.
Orgulho – é o Amor que se enlouquece.
Sensualismo – é o Amor que se envenena.
Vaidade – é o Amor que se embriaga.
  • Para se roubar um coração
Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa.
 
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
 
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
 
Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
 
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
 
Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
 
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
 
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
 
Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
 
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
 
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
 
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
 
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
 
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
 
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
 
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Como dizia o poeta

Quem já passou
Por esta vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá
Pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou
Pra quem sofreu, ai

Quem nunca curtiu uma paixão
Nunca vai ter nada, não
Não há mal pior
Do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa
É melhor que a solidão

Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir?
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer

Ai de quem não rasga o coração
Esse não vai ter perdão
- Vinícius de Moraes e Toquinho




  • Miguel Falabella fala sobre os amores desvairados

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

POESIAS - MICHEL TEMER - ANÔNIMA INTIMIDADE

  • Aqui não é apenas o nobre vice-presidente deste país Michel Temer embora trabalhe noutra república a do poema.
Não é somente um dos mais insignes juristas acostumado ao trato com as leis mas um jurisconsulto do verso arquitetando metáforas hipérboles oximoros símbolos que no “teclado branco” da luz se combinam. E é o verso que inventa o poeta. Não é o político que administra a memória é uma sensibilidade que ilumina a inteligência “no reino das palavras” o plural singular de um “Outro” – o “Outro” que o argentino universal Jorge Luis Borges insistia em transfigurar. E se confunde com a apresentação desta “Anônima Intimidade” como obra de ficção sendo qualquer semelhança com o autor e terceiros apenas mera coincidência. Ou talvez coincidência de um sonho noutro. E se buscarmos a origem será também sonho. Michel Temer não quer somente a “Anônima Intimidade”; quer ter a certeza de ocultar discretamente o autobiográfico no obscuro vulto coletivo. É verdade que essa matéria combustível de amor não se regula pelo Parlamento. O poeta cria seu próprio rosto mas qual o rosto da infância no humanista senão o ser maduro restaurando o menino?

A filha Clarissa chegou de carro. "Como não nos vemos tanto quanto eu gostaria, tenho que aproveitar essas oportunidades" , explicou-me ela. Enquanto o deputado recebia um grupo de prefeitos, ela disse que sua preocupação com o pai aumentou com a possibilidade de ele se tornar vice-Presidente: "Sei que ele se preparou a vida toda para isso, mas é um cargo em que ele vai ficar muito exposto. Como filha, acho péssimo, mas como brasileira acho ótimo ter uma pessoa como ele no governo." Clarissa é psicóloga. Ela disse que,  na intimidade, o pai é afetuoso e engraçado. Quando eram crianças, ele costumava contar histórias para as filhas e dizer poesias. "Ele adorava recitar 'Navio negreiro', do  Alves e 'O operário em construção', do Vinicius de Moraes", contou. Ela elogiou a formalidade do pai: "Um homem público tem que passar uma imagem de seriedade, de respeito. Um político tem que ter um discurso cuidadoso. Não pode sair falando o que dá na cabeça . É até desrespeitoso." Outro na família que se preocupa com as atividades  políticas de Temer é seu único irmão vivo, Adib, de 75 anos. O escritório de advocacia dele fica num prédio acanhado no centro da cidade. Adib costuma passar as tardes ali, embora já esteja praticamente aposentado. Tem os cabelos completamente brancos e a pele bronzeada. Como o irmão, mantém a postura ereta. O escritório é decorado com muitos bichos de pelúcia: cachorros, passarinhos, gatos expostos na  estante, e vários porta-retratos de plástico com fotos dos irmãos, dos pais e da mulher. "Não conseguimos nos ver muito. Não sei por que ele continua nisso", disse Adib. "Eu vivo dizendo para ele deixar essa vida. Falo para ele: 'Michel, você já tem tudo, tem uma família linda, suas filhas, sua mulher, e agora seu filhinho, para que continuar com essa coisa de política?' Mas ele não me ouve." Adib acha que o irmão faria muito melhor se largasse tudo e fosse aproveitar a vida. "Adoro quando ele me chama para ir à casa dele aos domingos", continuou. "É quando temos tempo para conversar. Mas isto está cada vez mais difícil. Quando não dá, e a saudade aperta, ligo a tv Câmara e fico vendo ele." 

Temer ainda estava reunido com o grupo de prefeitos quando a filha deixou o escritório.
 
No fim da tarde, voltou à sala onde estávamos. Foi até um  armário e me trouxe uma pasta com uma centena de guardanapos de companhias aéreas, anotados a caneta. Contou que, nas viagens entre São Paulo e Brasília, aproveita para escrever poesias e aforismos. Faz isso há três anos. Começou a selecionar os que mais gostava e pretende publicá-los. Uma parte deles foi passada para o computador.
  •  Leu o seguinte:
Ando à procura de mim. Só encontro outros que, em mim, Ocuparam o meu lugar. Numa folha havia um poema maior,  que ele escrevera para um irmão morto. "Recordo-me agora, toda vez que o violino toca...", começou Temer, mas a voz lhe faltou e os olhos se encheram de lágrimas.
  • Passou para outro: 
Eu desencantado desfigurado, desanimado desconstruído derruído destruído. Perguntei-lhe se havia escrito aquilo quando sofrera a derrota para presidência da Câmara. Disse que não lembrava as datas. Quis saber se ainda continuava escrevendo. Disse-me que não tinha tido muito tempo ultimamente. Escolhi um dos papéis e li em voz alta: Lamentavelmente, Tudo anda bem. Por isso, andam mal Os meus escritos. Perguntei-lhe se era essa a razão de ele ter abandonado a poesia. Ele sorriu, guardou os papéis e fechou a pasta.
  •  O operário em construção - Vinicius de Moraes
Vinicius de Moraes, um dos mais populares poetas brasileiros, também foi influenciado pela "corrente espiritualista" e pelo Neo -Simbolismo no início de sua produção poética, mas com o passar do tempo sua obra passou a tematizar o amor sensual e os problemas sociais.
 
Em “O operário em construção”, o poeta descreve o processo de tomada de consciência do trabalhador  da  construção  civil  que  tem  o  trabalho  como  base  de  seu  sustento.  De  operário alienado  a  homem  livre,  as  imagens  ligadas  à  construção,  torcem  e  contorcem  ideias  de  liberdade e escravidão. Assim como a “casa” e o “templo”, o homem também vai sendo construído,  apesar  de  desconhecer,  ignorar  e  não  compreender,  inicialmente,  o  valor  de seu trabalho.