segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Homem animal, capitalista e matador selvagem

  • Desde os primórdios, até hoje em dia, as pessoas tentam encontrar a melhor maneira de conviver em sociedade.
Ajustam-se uns aos outros para que possa existir uma harmonia entre a grande diversidade que há em todo tipo de gente.
 

Essa condição de seres civilizados, nos obriga a abrir mão de uma série de vontades e desejos que temos naturalmente. Não estou falando de instintos - mesmo por que não acredito que o ser humano tenha este tipo de condição - mas sim de pulsões.
 

As pulsões criam energia psíquica que se acumula na mente e precisa ser descarregada de alguma forma. Quando ferem o moralismo ou a ética, essas pulsões são reprimidas pela sociedade  e, por isso - já dizia Freud - são o que causam o "mal-estar na civilização"¹. Assim, dão lugar a tipos de loucuras e, principalmente, agressividades, pois elas simplesmente arranjam um jeitinho de escapar, seja em palavras ou atitudes, seja singular ou coletivamente.
 

Até mesmo o nosso tempo, é totalmente condicionado para que possamos combinar o nosso dia com as pessoas ao nosso redor. Ok, agora vamos acordar, tomamos café da manhã, entre tal e tal horário é o nosso almoço e, depois do trabalho jantamos e vamos dormir praticamente na mesma hora. Já nos esquecemos que, se deixássemos acontecer naturalmente, comeríamos um pouco a cada tanto tempo durante o dia inteiro, e o mesmo aconteceria com o nosso sono.
 

Depois da explosão do capitalismo isto ficou ainda mais regrado. Há um bom tempo, as pessoas têm outro fator pra se preocuparem: o lucro. É mais fácil pensar que nossos dias e tudo que fazemos é regrado por esse atual desejo geral das nações e que ele acaba bagunçando tudo aquilo que tínhamos como essencial.

  • Haja psicólogo!
Fica aí uma frase do mestre, para pensar:

    "A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas." 

¹ Freud, Sigmund. "O Mal-Estar na Civilização". 1930.
  • peacecologia.blogspot.com.br
Porque o homem mata um semelhante? Por que o homem furta, rouba, agride, mata? Por razões biológicas? Mesológicas? Sociológicas?

O homem é um animal, como outro qualquer, sujeito às mesmas leis que regem todos os seres vivos, no destino da sobrevivência e a perpetuação da espécie.
Leis biológicas, referente à vida; leis mesológicas, referente ao meio ambiente; leis sociológicas,  convivência social.

O homem está em permanente luta com o meio ambiente e com os seus semelhantes, procurando sobrepuja-los.

Nesse embate, surge no espírito do homem todos os maus sentimentos: a soberba, a ira, a luxúria, a ganância, a ânsia de poder.
  • Selvagem e egoísta, todo homem é um criminoso em potencial.
O homem, geralmente, não furta, não rouba, não agride, não mata porque, não sendo doente precisando de tratamento, está condicionado a auto determinar-se de acordo com a educação que recebeu.
  • O homem de amanhã é o recém-nascido de hoje.
Quanto melhor educado é o homem, mais pacífica é a sociedade da qual ele faz parte.
 
A criminologia constata o aumento da criminalidade, a consequente perturbação da vida social, a má conduta humana, e verifica ainda que o índice da criminalidade aumenta de acordo com a crise educacional, ou econômica, de cada região, de cada país, de cada continente.
 
Outra espécie de criminalidade, trazida ao mundo pelo progresso industrial e comercial (globalização), é a praticada pelos homens de “colarinho branco”, isto é, por empresários protegidos por altas organizações, de atraentes fachadas, e que apenas visam lucros, ainda que esta finalidade material, aparentemente normal, prejudique milhares de pessoas.
 
Segundo pesquisa do Instituto de Criminologia da Universidade Hebraica, de Jerusalém, 85% da população considerada ordeira e respeitável cometem algum tipo de delito que não chega ao conhecimento de ninguém, uns porque ficam dentro do âmbito íntimo do lar ou do escritório, outros porque são encobertos, diante da situação política, ou econômica, ou social dos agentes.
 
Por tal motivo as estatísticas não revelam, realmente, a cifra exata dos crimes praticados em determinadas regiões, só aparecendo aqueles praticados por pessoas sem proteção especial.
 
Além dos crimes relatados acima, há muitos outros que também fazem parte desta mesma pesquisa: como mortes violentas em algumas delegacias de polícia, por pancadas e pontapés em suspeitos (falar = do filme tropa de elite); como aqueles praticados por médicos, esquecidos de seus juramentos (exames de laboratório desnecessários, invenções de doenças, cirurgias sem motivo, operações simuladas); crimes praticados por engenheiros empregando material de segunda qualidade na construção de pontes e viadutos que ficam inseguros (falar=caso da linha amarela do metrô de sp); crimes praticados por advogados sem escrúpulos contra os seus clientes simplórios; as numerosas agressões e mesmo mortes, culposas e dolosas, de crianças, pelo desleixo de pais desalmados, pela desnutrição propositada, etc..
 
O tratamento de cada criminoso deve ser adequado à etiologia da anormalidade, é grave erro, portanto, a medicação única, como é a da prisão, para todos os casos, mesmo porque, quando errada, agrava o estado do paciente, nada adiantando ao bem comum a simples vingança social, já que, mal administrada, leva o criminoso punido, custodiado, vestido e alimentado pelo pode público, simplesmente a esperar pela libertação para recomeçar a sua vida de criminoso, cometendo novos delitos e na maioria das vezes mais graves.
 
Há criminosos que nunca deveriam ser encarcerados e outros que nunca deveriam ser soltos.
 
A solução do problema da criminalidade não está no aumento e na maior severidade das leis repressivas, é preciso que isto fique bem claro, embora leigos em penalogia o reclamem, inclusive a pena de morte, para resolvê-la.
 
Quem estudou a história da punição através dos séculos sabe que tais métodos já foram usados largamente e que todos eles fracassaram completamente.
 
Precisamos de medidas novas e arejadas e não da repetição de experiências atrasadas de um presente e de um passado não tão distante.
 
A solução do problema da violência e da criminalidade na sociedade em que vivemos está tão somente no conhecimento do homem como personalidade integral, formada de corpo e alma.
 
É no homem que está o segredo de sua atuação social e é no seu preparo para a convivência pacífica que está a solução por todos procurada.