- O Grande Talvez
Não Fique no Talvez - Não sei se vocês chegaram a ler o belíssimo livro “Quem é você Alasca?”, o primeiro romance do John Green, aquele mesmo de “A culpa é das Estrelas” e, para quem ainda não leu (recomendo ler urgente), o livro narra a vida do adolescente Miles Halter, um garoto comum com uma vida sem grandes perspectivas de mudanças e que possui o curioso hobby de ler biografias e colecionar as últimas palavras – aquelas ditas antes da morte – de grandes personalidades.
E é a partir de uma dessas frases que ele decide mudar todo o seu destino:
“François Rabelais. Era poeta. Suas últimas palavras foram: Saio em busca de um Grande Talvez. é por isso que estou indo embora. Para não ter de esperar a morte para procurar o Grande Talvez.” Miles Halter em Quem é você Alasca?
“François Rabelais. Era poeta. Suas últimas palavras foram: Saio em busca de um Grande Talvez. é por isso que estou indo embora. Para não ter de esperar a morte para procurar o Grande Talvez.” Miles Halter em Quem é você Alasca?
Até este ponto, o grande dilema de Miles era cursar o ensino médio em sua cidade natal e viver o mais do mesmo ou viajar até o Alabama e cursar Culver Creek, o internato que seu pai se formou. Claro que a segunda opção é muito mais atrativa. O “grande talvez” deve estar lá!
E estava. Alasca Young, a tão encantadora e enigmática garota-título, tão complexa que mudou a vida de Miles para sempre, e pode-se dizer que por isso o livro foi dividido em duas partes: Antes e Depois.
Agora voltando ao “Grande Talvez”, ao entender essa filosofia do Rabelais, me peguei por horas e horas refletindo sobre tudo aquilo que eu poderia ter vivido e não vivi. Ao me acomodar com a rotina da minha vida, deixei de conhecer muitas Alascas e perdi parte de uma vida que eu não sei como seria. Como em um universo paralelo, naquela dimensão minha vida não seria a mesma. Eu poderia estar morando em outro país, ou estar casado e com filhos ou quem sabe estar morto. Mas, então estou aqui, vivo, escrevendo, refletindo…
Não me arrependo de nada daquilo que fiz, me arrependo apenas das coisas que deixei de fazer. Será tarde demais querer viver o que eu deixei de viver? Só encontrarei as respostas partindo em busca do meu grande talvez.
Obs: “Quem é você Alasca?” não se resume apenas a esta pergunta. Ao ler este livro fiquei perdido no labirinto da Alasca Young e ainda estou.
E-BOOKS - John Green - Quem é você Alasca?
https://leiturasredigidas.blogspot.com.br/2016/11/e-books-john-green-quem-e-voce-alasca.html
- Talvez eu venha a envelhecer rápido demais.
Talvez eu venha a envelhecer rápido demais. Mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena.
Talvez eu sofra inúmeras desilusões no decorrer de minha vida. Mas farei que elas percam a importância diante dos gestos de amor que encontrei.
Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais. Mas jamais irei me considerar um derrotado.
Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda. Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.
Talvez um dia o sol deixe de brilhar. Mas então irei me banhar na chuva.
Talvez um dia eu sofra alguma injustiça. Mas jamais irei assumir o papel de vítima.
Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos. Mas terei humildade para aceitar as mãos que se estenderão em minha direção.
Talvez numa dessas noites frias, eu derrame muitas lágrimas. Mas não terei vergonha por esse gesto.
Talvez eu seja enganado inúmeras vezes. Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança.
Talvez com o tempo eu perceba que cometi grandes erros.Mas não desistirei de continuar trilhando meu caminho.
Talvez com o decorrer dos anos eu perca grandes amizades. Mas irei aprender que aqueles que realmente são meus verdadeiros amigos nunca estarão perdidos.
Talvez algumas pessoas queiram o meu mal. Mas irei continuar plantando a semente da fraternidade por onde passar.
Talvez eu fique triste ao concluir que não consigo seguir o ritmo da música.Mas então, farei que a música siga o compasso dos meus passos.
Talvez eu nunca consiga enxergar um arco-íris. Mas aprenderei a desenhar um, nem que seja dentro do meu coração.
Talvez hoje eu me sinta fraco. Mas amanhã irei recomeçar, nem que seja de uma maneira diferente.
Talvez eu não aprenda todas as lições necessárias. Mas terei a consciência que os verdadeiros ensinamentos já estão gravados em minha alma.
Talvez eu me deprima por não ser capaz de saber a letra daquela música. Mas ficarei feliz com as outras capacidades que possuo.
Talvez eu não tenha motivos para grandes comemorações.Mas não deixarei de me alegrar com as pequenas conquistas.
Talvez a vontade de abandonar tudo torne-se a minha companheira. Mas ao invés de fugir, irei correr atrás do que almejo.
Talvez eu não seja exatamente quem gostaria de ser. Mas passarei a admirar quem sou. Porque no final saberei que, mesmo com incontáveis dúvidas, eu sou capaz de construir uma vida melhor.
E se ainda não me convenci disso, é porque como diz aquele ditado: “ainda não chegou o fim ”Porque no final não haverá nenhum “talvez” e sim a certeza de que a minha vida valeu a pena e eu fiz o melhor que podia.
- Aristóteles Onassis