- Fantástico 18.09.2016 - Domingos Montagner - O que realmente aconteceu! (Exclusivo)
- “Respeitar a natureza é respeitar o próprio corpo”
Bom senso e medo natural são primordiais, já que as pessoas acabam se prendendo à beleza da natureza e esquecem de avaliar o risco do local.
Domingos Montagner, ator, sua morte chama a atenção sobre os perigos a que as pessoas se expõem ao entrar em rios para banho. .
O ator morreu na tarde de (15_09_16) por afogamento, ao nadar no Rio São Francisco, no município de Canindé de São Francisco, no sertão de Sergipe, em um local profundo e com forte correnteza. Seu corpo foi localizado preso às pedras a cerca de 30 metros de profundidade, perto da Usina de Xingó.
Esta é uma região com graves riscos, decorrentes da formação do fundo do rio. As pedras mudam a direção da erosão da água, com variações circulares, áreas de rotação e formação de correntes não definidas, e isso acontece em todo local de pedras ao longo do São Francisco.
Nos limites de segurança, o banho no local pode ser tranquilo. “Quando se ultrapassa o limite, falta informação, você subestima o rio, bem como sua própria habilidade de natação, isso só faz potencializa os riscos.
Em entrevista ao Programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, o prefeito de Canindé do São Francisco, José Heleno da Silva, disse que existe uma obra na orla do local onde Montagner se afogou e que durante as construções o contrato dos dois salva-vidas que trabalhavam ali foi suspenso.
“É uma área de muito risco, onde poucos banhistas se arriscam, os pescadores e a população da região sabem disso”, disse Silva, explicando que ao final da obra será retomado o contrato dos salva-vidas. Também não há placas de sinalização no local.
O delegado de Canindé de São Francisco, Antônio Francisco Filho, também em entrevista ao Revista Brasil, disse que não houve responsabilidade criminal pela morte de Montagner.
- Prevenção de afogamentos
A prevenção ainda é a melhor forma de evitar mortes por afogamento, segundo o capitão Oliveira, do Corpo de Bombeiros. Conhecer e se informar sobre o local onde vai entrar, manter a água abaixo da linha da cintura e usar um colete salva-vidas são algumas das orientações.
Mesmo assim, caso alguém caia no rio, a orientação é não lutar contra a correnteza e manter a flutuabilidade se direcionando para a margem ou aguardando o socorro. É importante também que as pessoas não treinadas evitem entrar na água para tentar socorrer uma vítima; elas podem jogar algum material para que o outro segure ou flutue e devem chamar o socorro imediatamente.
- Alguns perigos ocultos dos rios do Brasil
Em 2009 estive na região da Amazônia e naveguei pelos afluentes do Rio Amazonas, onde acontecem vários acidentes.
Um que me lembro bem foi um acidente de arraia. Sim, lá tem muitas arraias nos rios e por mais que o animal só esteja tentando se defender, o estrago causado pode ser enorme!
O veneno de uma arraia não é fatal, mas provoca uma dor absurda! Nunca vi uma pessoa gritar tanto e uma das explicações de tamanha dor é que os vasos sanguíneos se contraem intensamente (vasoconstrição), daí a dor e na sequência a necrose (morte das células por falta de suprimento sanguíneo).
Porém a parte mais destrutiva do mecanismo do ferrão são mesmo as farpas. A ponta afiada penetra no corpo da pessoa facilmente, mas sua saída pode causar graves danos já que vem em direção contrária das farpas (o ferrão é retro-serrilhado) que saem rasgando os tecidos.
Dependendo da área atingida e da demora para a vítima receber os primeiros socorros, pode ser necessária até a amputação do membro afetado. Se o veneno penetrar no abdome ou no tórax, a necrose (morte de tecidos) causada pode ser fatal!
O que fazer nesses casos?
O que fazer nesses casos?
Se você pretender se aventurar principalmente pela região norte do país, tenha cautela ao caminhar dentro dos rios de água turva e arraste os pés no chão ao invés de andar os levantando. Isso vai fazer com que a arraia note sua presença antes de você pisar nela.
Mas caso o acidente ocorra mergulhe o local ferroado na água mais quente que puder por aproximadamente 2 horas. O calor causa uma dilatação dos vasos reduzindo a dor e limitando a quantidade de danos causados.
Uma dica prática é enterrar seu pé na areia, se a areia da praia estiver quente. Isso pode ajudar a aliviar a dor e reduzir o inchaço. Uma outra teoria diz que o veneno das arraias são compostos de uma proteína sensível ao calor, o que ajuda a desativar parte do veneno além da vasodilatação.
Mas sempre após esse tipo de acidente é recomendado procurar atendimento médico porque, frequentemente, nesses casos há infecção local, sendo necessário o tratamento com antibióticos e às vezes, até limpeza (cirúrgica) da ferida.
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