- Tomar banho todos os dias representa mais um hábito cultural que uma necessidade.
Esse é um hábito tão comum entre nós que qualquer sugestão em contrário é vista com certo rechaço.
Embora o banho seja muito importante, a rotina de seu uso diário não pode ser legitimamente defendida. Se um banho por dia já é difícil de defender, que dirá dois. No entanto, essa é a rotina de alguns hospitais, instituições, cuidadores domiciliares etc.
Em relação aos idosos, a frequência do banho vai depender de suas necessidades. Em algumas circunstâncias, ele pode ser dado apenas, por exemplo, duas vezes por semana. É o caso das pessoas idosas com importante ressecamento de pele, das muito enfraquecidas ou das que, por problemas de saúde, cansam-se muito facilmente.
Isso não significa que seja desnecessário manter os outros cuidados com a higiene pessoal; na verdade, alguns deles devem ser reforçados.
A ajuda no banho costuma ser uma das principais atividades desenvolvidas pelos cuidadores.
Ela é necessária quando o idoso não consegue banhar-se sozinho, por apresentar alguma dificuldade temporária, permanente ou progressiva em consequência de:
• Sequelas incapacitantes de doenças existentes.
• Diminuição de força e energia.
• Presença de dor ou desconforto.
• Incapacidade de acessar determinadas partes do corpo (ex.: pés, pernas, costas).
• Medo de cair.
• Confusão mental, dificuldade de compreensão, esquecimento do que deve ser realizado e como.
Durante o banho, o cuidador deve estimular a pessoa idosa a realizar o que conseguir fazer, pois os princípios de autonomia e independência têm de ser sempre preservados.
A pele é o maior órgão de nosso corpo, protegendo-nos contra microorganismos e substâncias estranhas. Conforme envelhecemos, ela vai ficando mais fina, menos elástica e mais ressecada. Por essa razão, o primeiro objetivo ao cuidar da pele da pessoa idosa é mantê-la hidratada, pois isso aumenta sua resistência a lesões e, quando elas acontecem, permite uma recuperação mais rápida.
Na superfície de nossa pele existe um tipo de estrutura que é capaz de absorver grande quantidade de água. É por essa razão que, quando ficamos muito tempo em contato com a água, parecemos uma “ameixa seca”. Portanto, o momento ideal para hidratar a pele é logo após o banho. A aplicação de cremes, emolientes e loções ajudam a “segurar” a água na pele, aumentando a umidade da camada mais superficial e, consequentemente, sua proteção. Pensando no mesmo princípio, os óleos de banho não devem ser adicionados à água antes de 15-20 minutos de imersão.
Qualquer produto que diminua a umidade da pele (os que contêm álcool) tem de ser evitado. Talco e maisena não são recomendados, o primeiro porque absorve o óleo e pode ser inalado e o segundo porque forma um “meio de cultura”, facilitando a ocorrência de infecções.
O cuidador deve aproveitar a hora do banho para examinar a pele da pessoa idosa, identificando lesões, rachaduras, descamação, mudanças na cor (descorada, avermelhada, azulada), presença de regiões quentes ao toque, edemas, hematomas e/ou tumorações. Qualquer anormalidade precisa ser comunicada à família, para tomada de providências.
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