quinta-feira, 21 de abril de 2016

Viver com arte é simplesmente praticar a arte de conviver...

  • Simples, porém difícil arte de conviver
Ao longo dos tempos, os seres humanos conseguiram conquistas importantes para todos, mas ainda não aprenderam a conviver em paz. 

Por que é tão difícil? Creio que sejam por causa de nossas convicções. Quanto mais uma pessoa é presa às suas opiniões, mais ela tem dificuldade para relaxar e e ouvir as outras meias verdades dos outros. Então, torna-se intolerante, brotam os preconceitos e os desrespeitos.  Não que muitas pessoas não convivam bem, mas a grande maioria passa o tempo todo dentro do seu mundinho particular acreditando que outras pessoas maquinam contra ela e contra outros e arranjando maneiras para se livrar das armadilhas, que na maioria das vezes só existem dentro da cabeça delas. 

Caetano Veloso já bem denunciava - “narciso acha feio o que não é espelho” Isso quer dizer que enxergamos nossas qualidades e os defeitos dos outros. E o que conseguimos com isso? Diariamente pessoas são maltratadas e até mortas porque possuem outras crenças, etnia, opção sexual, religião, time, e partido político diferentes. Países entram em confronto e jovens são sacrificados para lutar em guerras, que quase sempre não tem o menor sentido.

É, conviver nunca foi uma tarefa fácil. Ainda somos seres humanos fragilizados por convicções, prisioneiros da nossa própria mente; do que consideramos certo. E mais difícil ainda é ser capaz de quebrar essa barreira e ter capacidade de adquirir um pensamento crítico, capaz de duvidar de tudo, inclusive de si mesmo. E aceitar os outros com suas diferenças, pois afinal, não é por isso que lutamos? Pelo direito à diversidade?
  • Arte de conviver por amor ao outro
Conta-se que alguns milênios atrás, quando o gelo cobria grande parte do globo terrestre, muitos animais desapareceram porque não resistiram ao intenso frio. Uma manada de porco-espinho, procurando sobreviver, passou a morar em uma caverna. Para se proteger do pesado frio, encostavam-se uns nos outros. Cada um, assim esquentava-se com o calor dos demais. O tempo foi passando e a manada cresceu. Sendo agora mais numerosos, tinham melhores condições de enfrentar aqueles outros animais que eram mais ferozes e fortes, e dos quais antes fugiam.

Cada novo inverno os encontrava mais unidos, mais protegidos e resistentes. De repente, porém, passaram a se esquecer da proteção e do calor que recebiam dos outros. Começaram a reclamar dos espinhos dos companheiros e das feridas que nasciam pelo fato de viverem tão próximos.  Esqueceram-se do rigor do inverno e se separaram. 

De início, sentiram uma agradável sensação de liberdade e de alívio: não precisavam mais ter de suportar os dolorosos espinhos dos companheiros. Estavam livres do sofrimentos! Mas a sensação de liberdade não durou muito: isolados, passaram a morrer congelados. Seu número diminuía continuamente. Alguns sobreviventes perceberam que também morreriam, se não voltassem a se proteger mutuamente. Então, quando começou um novo inverno, dirigiram-se à antiga caverna. Procuraram, novamente, ficar perto dos demais, mas só o suficiente para se esquentar. Lembrados dos espinhos que cada um tinha, evitavam aproximações que pudessem causar novos sofrimentos. Descobriram que a convivência impunha-lhes limitações e dificuldades, mas somente dessa maneira tinham condições de sobreviver. Puderam, dessa maneira, atravessar a  terrível Era Glacial, enquanto que outras espécies de animais desapareceram por causa do frio. Viver é conviver. 

Temos o dom de nos acostumar com nossos próprios defeitos e manias. Julgamos até que eles são verdadeiras virtudes - daí nossa reação, interna ou externa, quando alguém ousa nos criticar. 

Achamos que os outros, sim, é que têm comportamentos insuportáveis; são chatos, desagradáveis e não percebem os aborrecimentos que nos causam. Por que não mudam de comportamento? Por que não se esforçam para serem melhores? Por que temos de suportá-los? Se tivéssemos a coragem de promover uma grande reunião com todas as pessoas que convivem conosco, e lhes pedíssemos que apontassem nossos defeitos, talvez a reunião terminasse de maneira trágica: riscaríamos esses amigos e conhecidos de nossa vida.

Afinal, onde já se viu dizer aquilo tudo de mim? E eu que pensava que fossem meus amigos!..." Quem somos? O que pensamos de nos? Somos o que pensamos ser; somos o que os outros pensam de nós; mas somos, acima de tudo, o que pensamos de nós. Só nós temos a visão global a nosso respeito. Somos os únicos que nunca se decepcionam conosco. 

É que uma decepção tem como origem determinada expectativa não realizada. Ora, se sabemos que seremos, futuramente, pó, frágeis e fracos. Por que razão  nos julgamos muito sábios e santos? Os outros talvez reajam contra nós porque sentem nossos "espinhos". "Na verdade, para um porco-espinho, os próprios espinhos não incomodam; desagradáveis são os espinhos dos companheiros"...Viver é conviver. É mais do que isso: é crescer nos relacionamentos. E cresceremos se nossos relacionamentos forem marcados pelo amor.  Amar é olhar cada pessoa com o olhar marcado pela misericórdia, pelo perdão, pelo carinho e pela capacidade de fazer nosso o sofrimento e a alegria do outro.
  • Aprendizado colaborativo em pauta
Aprendizado colaborativo é uma situação em que duas ou mais pessoas aprendem ou tentam aprender algo juntas .
  • Fatores que atrapalham a convivência em grupo.
Discriminação: É crime o ato discriminatório, segundo as Leis nºs 7.853/89 (pessoa portadora de deficiência), 9.029/95 (origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, idade e sexo) e 7.716/89 (raça ou cor). Discriminar significa fazer uma distinção. Todos somos iguais, seres humanos. E, por isso, temos direitos iguais na sociedade. A discriminação pode se dar por sexo, idade, cor, estado civil, ou por ser a pessoa, portadora de algum tipo de deficiência, por doença, orientação sexual, aparência, e por uma série de outros motivos.

Aparência não é tudo em uma pessoa. E, antes de qualquer julgamento pessoal, devemos conhecer o que a pessoa tem de melhor. Todos nós temos defeitos e qualidades. Em grupo dividimos funções na qual um supera o defeito do outro e qualifica o trabalho geral, cooperando mutuamente.
  • Defeitos comuns
Desvalorização dos sentimentos - Desumanização - Falta de solidariedade
Egoísmo é o hábito ou a atitude de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos, necessidades em primeiro lugar, ignorando o ambiente e as demais pessoas com que se relaciona. Prepotência, a falta de humildade e a crença de que somos superiores, nos impedem de dar valor ao que os outros tem a nos comunicar.

A Paz é uma cultura baseada na tolerância e no respeito aos demais. Discriminar é negar uma sociedade justa, onde todos temos direitos e deveres! Devemos olhar para o nosso próximo com um novo olhar, sem condenação, compreendendo e respeitando as diferenças. É preciso colocar-se sempre no lugar do outro.

O mundo seria tão favorável a todos se vivêssemos como um grande grupo de mútua cooperação.

A arte de viver é simplesmente a arte de conviver...
Simplesmente, disse eu?
Mas como é difícil!
- Mario Quintana