terça-feira, 9 de junho de 2015

PENSO, LOGO EXISTO - Que evolução é essa?


Este é o princípio fundamental de toda a certeza racionalista. Para chegar ao 'penso, logo existo', Descartes utilizou-se da dúvida radical ou hiperbólica. Ele duvidou, inicialmente, de suas sensações como forma de conhecer o mundo, pois, se as sensações o enganaram pelo menos um vez; radicalizando: elas poderiam enganar sempre, portanto, as sensações enganam sempre. Posteriormente, através do argumento do sonho, duvidou da realidade externa e da realidade do seu corpo, pois, sonhando ou acordado, a percepção das duas realidades é a mesma, ou seja, há sonhos tão reais que não se sabe se se está sonhando. Através do argumento do gênio maligno, duvidou da certeza advinda das entidades matemáticas. Neste caso, haveria um gênio do mal que nos engana quanto a soma 2 + 3 = 5, a conta poderia ter outro resultado que não este. Para corroborar com este argumento de Descartes, hoje sabemos que a menor distância entre dois pontos é uma curva, de acordo com a matemática não euclidiana, e não uma reta. Mas, Descartes chegou a uma primeira certeza, ou seja, chegou a algo que não podia duvidar: o fato de que ele estava duvidando. Ele não teria como duvidar que estivesse duvidando, pois assim ele só confirma que está duvidando. Eis aí a primeira certeza: duvido, logo existo, mas duvidar é um modo de pensar, então: 'Penso, logo existo.', que significa: penso, logo tenho consciência de mim mesmo, ou penso, logo sei, ou penso, logo tenho consciência, ou penso, logo sei algo certo.
É bom lembrar que esta certeza, a certeza cartesiana, não é a certeza da existência de um corpo de carne e osso, ela é sim a certeza da existência da mente; observe, não do cérebro, mas da mente. Que de acordo com Descartes é diferente do corpo.
Várias consequências desta conclusão podem ser pensadas: quando uma pessoa está desmaiada, momentaneamente ela não existe. Ela só existe na medida que estiver consciente de si mesma. Um criança de 2 anos que não tem consciência de si não existe. Bom, cada uma destas questões pode ser debatida a exaustão, desde que prevaleça o argumento racional, diria Descartes. E com ele, Sócrates, Platão, Aristóteles.

  • Que evolução é essa?
Não sei se de fato estamos evoluindo. Que tipo de evolução é essa? Tecnologicamente evoluímos bastante, cada vez mais e mais. O que isso representa? Empregamos todo esse conhecimento para aniquilar o outro, com mais eficiência, usando táticas de guerra cada vez mais aperfeiçoadas.
Vivemos mais, temos mais comodidades, mas não temos qualidade de vida adequadas às nossas reais necessidades. Mesmo os mais abastados queixam-se, pois sempre estarão cercados de stress, neuroses, próprias e de terceiros, que as vezes os tornam agressivos, sem contar com a crescente poluição do ar que respiram.
Que evolução é essa? Eu sei que faz parte da vida, que a própria morte, este grande tabu, é a parte, por pior que possa parecer, principal desta grande aperfeiçoamento das espécies, por mais ininteligível que aos nossos sentimentos isto possa parecer é, talvez, a única coisa, de fato, real. Mas assim tudo sempre funcionou, desde que a natureza criou-se da mistura dos resíduos interplanetários, em suas matérias químicas resultantes dos fragmentos lançados do espaço na Terra, oriundos do Big Bang, evoluiu, desde então, do quase nada, das sobras. Por isto somos tão imperfeitos. Buscamos sempre melhorar, aos olhos de terceiros, pois para nós mesmos, sempre seremos os mesmos. Camaleamos falsas belezas e prosear, atuamos como sendo religiosa e politicamente corretos quase todo o nosso tempo social, para podermos conviver, pacificamente, com nossos semelhantes.
O que no futuro nos reserva desta evolução?
Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro replicará tudo o que fizemos ontem e hoje? talvez um pouco. Mas, se prestarmos atenção, vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro. Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, estamos em constante processo de aprendizado e todas as novas chances ou mudanças que acontecem em nossa vida, acredite, sempre será para melhor, desde que pensemos deste jeito.
Afinal, o que é o futuro senão a própria evolução do presente e a colheita de tudo que ontem e hoje plantamos, após todos os cuidados que tivemos em retirar todos os insetos e ervas daninhas que atrapalhavam os canteiros, hoje floridos, do jardim de nossa própria e única vida?
Nada será por acaso, se por acaso valorizarmos nossos valores, por mínimos que sejam, pois são os ladrilhos lá colocados, no dia a dia que vão enfeitar a calçada lateral da rua da nossa vida, valorizando e a tornando mais bela aos olhos de todos, assim como somos nós, de verdade.