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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

TRABALHO - Currículo cego - Tendência mundial

  • “Currículo cego”, pra que todo mundo tenha o mesmo valor
Você já ficou sabendo de alguma história onde uma pessoa foi eliminada de um processo seletivo por ser discriminada? Pode até ser daquelas histórias contadas sobre o Fulano, amigo do Ciclano e vizinho do Beltrano, por exemplo. Se você puxar bem pela memória, temos certeza que você se lembra. Afinal, não é segredo nenhum que a discriminação, seja por gênero, idade, raça e vários outros motivos, ainda está presente no mercado de trabalho.

Mas, e se existisse um método que evita que o preconceito elimine candidatos a uma vaga de emprego? Parece bom demais pra ser verdade, não é mesmo? Acontece que é verdade, ou, no mínimo, está se tornando real.


Sem nome, idade, gênero e endereço. Essa é a proposta do “currículo cego”, uma prática que está se tornando cada vez mais comum em países como França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Suécia e Holanda para impedir que, consciente ou inconscientemente, os recrutadores discriminem os candidatos por características pessoais e avaliem somente suas qualificações e vivências profissionais.


A ideia de excluir os dados pessoais do currículo pode ser, entre tantas as medidas necessárias, uma força a mais para promover a diversidade no mercado de trabalho. Para sintetizar porquê iniciativas como essa são tão importantes.

  • Veja os dados atualizados daqui do Brasil:
    - 54% da população é negra, mas menos de 5% dos cargos de gestão são ocupados por negros;
    - A taxa de desemprego também é maior para essa parcela da população;
    - O salário? Sim, a média para negros é menor;
    - Entre os mais velhos, apenas 1 a cada 5 estão empregados, contra 2 entre os que têm menos de 49 anos;
    - As mulheres, que também são a maioria da população (51%), ocupam apenas 13% das posições de liderança nas empresas;
    - Além disso, elas também ganham menos. Na média, 24% a menos do que a média masculina;
    - Nos cargos de gestão e liderança, 32% a menos.
 

Deu pra sentir um cheiro de como a desigualdade é real no mercado? Pois é! E estes são pouquíssimos dados, mas que nos permitem entender que, por menor que seja, toda forma de promover a inclusão daqueles que sofrem discriminação é válida e essencial.