sexta-feira, 20 de abril de 2018

Adolescentes e relacionamentos familiares

4 Formas de Lidar com sua Filha Adolescente
  • Método 1
- Conversando com sua filha

    1 - Converse de verdade.


    Perguntar como foi o dia na escola é uma porta de entrada, mas não é o suficiente; é necessário ter um papo real para conhecê-la e entendê-la.


        Comece a conversa com perguntas abertas simples, como “Fale sobre seu dia”. Caso ela não responda imediatamente, deixe claro que estará à disposição quando ela quiser falar.


        Quando iniciar com perguntas amplas, complemente-as com questões específicas. Tente algo assim: “Como foi seu dia? E aquela prova de química, você acha que foi bem? Por quê?”


        Tenha cuidado para não parecer um interrogatório; ela pode se retrair.


        Sempre deixe claro que ela pode falar sobre o que quiser, sem ser julgada ou criticada.


        Aproveite o tempo que tiverem juntos no carro. Nessas horas nenhum dos dois terá tantas distrações, além de ser um momento propício para achar inspiração para um bate papo.


        Faça a mesma coisa quando estiverem vendo TV. Usem a hora do comercial para trocar uma ideia.


    2 - Saiba do que sua filha gosta.


    Conhecê-la é uma das melhores partes de ser mãe/pai e você ficará abismado com a evolução dos interesses dela desde que era uma criança. Saber como conversar sobre as coisas que a empolgam desenvolverá um laço bem mais forte entre vocês.


        Por exemplo, se você perceber que ela curte música, pergunte quais são as bandas ou cantores que mais gosta, peça para escutar as músicas favoritas dela. Aprenda a letra para cantarem juntos, mesmo que você ache o som ruim. Não diga que as músicas são horríveis, encoraje-a.


        Caso o interesse dela seja moda, peça para ela mostrar as lojas online que mais gosta. Passe seu tempo descobrindo as peças favoritas dela. Vocês poderiam fazer compras juntos, se for o caso.


        Caso ela seja apaixonada por informática, converse sobre isso também. Se quiser fazer um esforço a mais, conheça um pouco sobre as mágicas da informática para vocês debaterem juntos.


        Se ela gostar de videogames, pergunte sobre seus jogos favoritos e discutem sobre eles. Façam uma boa conversa sobre os níveis e se os gráficos são bons.


        A intenção em conhecer sua filha é saber o que a estimula e o que a faz feliz, ou seja, saber quais são seus desejos, objetivos e o que os inspira. Fique por dentro de quem ela admira, pode ser o irmão mais velho, uma celebridade ou um amigo.


    3 - Converse honestamente sobre redes sociais.


    Jovens gostam de passar o tempo todo na internet, falando com os amigos, ouvindo música, etc. Descubra qual é a rede que ela usa, como funciona e faça parte disso. Tenham um diálogo que mostre qual é o papel que essa rede deve cumprir, para que sua filha saiba priorizar essa atividade de acordo.


        Quando começarem a conversar sobre os sites que ela gosta, tente não parecer um delegado fazendo perguntas a um suspeito. Ela provavelmente conhece páginas que você nunca ouviu falar.


        Em sites que nunca viu, peça para ela ensiná-lo a usar. Pergunte sobre as principais funções e suas características positivas.


        Conversem sobre experiências desagradáveis que já tiveram na internet, a questão de se preservar de atenção indesejada e sobre como manter a privacidade.


        Um assunto comumente ignorado é a educação no ambiente virtual. Fale sobre o tipo de linguagem que ela deveria usar, o que é bullying virtual e como se proteger disso. Assédio moral virtual também é crime.


    4 - Tenha aquela conversa sobre álcool e drogas.


    Não se esqueça de mencionar os riscos de dirigir embriagada, mas sem dar sermão. Além disso, por lei menores de idade não devem ter acesso a bebidas e outras substâncias.


        Ela está passando por aquela fase em que o cérebro não é muito bom em calcular riscos. Ajude-a a entender algumas das consequências negativas causadas pelo álcool.


        Você pode até contar algumas coisas que você mesmo passou quando era mais novo, para ela ficar mais à vontade para se abrir.


        Frise que ela não deve beber. No entanto, fale também que você está à disposição para buscá-la em qualquer lugar se ela não estiver em condições de voltar para casa.


        Repita à exaustão que ela não pode entrar no carro de um motorista embriagado e, se isso acontecer, ela está encrencada para sempre.

  • Método 2
- Validando seus sentimentos

    1 - Mostre que os sentimentos dela importam.


    Seja por vergonha, medo ou frustração, diga que o que ela sente também é importante. 


        Não faça cara de tédio e não fale que ela está exagerando. Prefira algo mais compreensivo, como “Você parece bem chateada com os seus amigos e isso é uma droga.”


        Quando estiverem conversando, debatendo e até brigando, dê espaço para ela falar. Não ignore o que ela diz, faça contato visual, mostre que está prestando atenção e escute de verdade.


        Repita o que foi dito, para ela perceber que o que sente tem valor e é levado a sério.


    2 - Responda com um abraço.


    Um dos gestos mais importantes para ela se sentir respeitada e amparada é um abraço. Há momentos em que ela não quer conversar, mas precisa do seu amor e atenção.


        Quando ela estiver realmente arrasada por algo, diga “Você está passando por um momento realmente difícil. Posso abraçar você?”


        Um abraço também tem o poder de acabar com uma briga. Pare de brigar por um momento e esfrie a cabeça. Volte a falar resumindo o que ela disse por último e peça um abraço, para mostrar que a ama e apoia.


    3 - Entenda a gravidade dos distúrbios mentais.


    Embora adolescentes sejam dramáticos por natureza e pareçam muito jovens para passar por isso, problemas como anorexia e depressão acontecem. Aja imediatamente se ela disser que está deprimida ou se você perceber que ela se mutila e tem pensamentos suicidas.


        Segundo a OMS, 20% dos adolescentes do mundo todo sofrem de depressão, portanto fique atento a isso.


        Ter momentos de tristeza repentina e alterações de humor são coisas típicas da adolescência e é justamente por isso que você tem que conhecer sua filha. Perceba se ela está se afastando de familiares e amigos, ou se perdeu interesse por algo que realmente gostava de fazer.


        Seja presente, mostre que ela tem seu total apoio e amor incondicional. Seja qual for o problema pelo qual está passando, diga que seu tempo é dela.


        Fale que está preocupado com tudo que ela vem dizendo e por isso agendou uma consulta com um terapeuta. Frise que ela não é obrigada a ir se não quiser e, se a resposta for positiva, pergunte se pode ir à consulta. Tire dúvidas e faça perguntas quanto ao que deve ser feito a seguir.

  • Método 3
- Respeitando sua necessidade por autonomia

    1 - Compreenda que adolescentes testam os adultos para manifestar sua independência.


    Há dias que ela só quer colocar você em cheque e isso é completamente normal. Isso é sinal de que sua menina está virando uma pessoa adulta. 


        Não é somente o corpo passando por grandes mudanças nessa fase, mentalmente ela está um turbilhão. É agora que ela está formando o ponto de vista dela sobre o mundo e ele pode ser contrário ao seu em mais de uma ocasião.


        Escolha algumas coisas que não faria mal deixar por conta dela, abra mão de controlar tudo. Um exemplo é a escolha das roupas; deixe-a decidir o que vestir. É claro que existem certos limites de acordo com a idade, mas deixe-a escolher o que quer usar.


    2 - Dê espaço para ela ficar sozinha.


    Privacidade é um aspecto muito importante na vida de uma adolescente. Respeite o fato de ela precisar ficar sozinha por um tempo de vez em quando.


        Bata na porta antes de entrar no quarto e peça licença.


        Enquanto ela estiver sozinha, confie que ela não está fazendo nada errado. Não ache que ela quer ficar sozinha para fazer o que não deve.


        No entanto, converse sobre o que está acontecendo se perceber que ela fica demais no quarto e não quer passar tempo com mais ninguém. Podem existir problemas mais sérios por trás desse comportamento, como uma depressão.


        Converse com ela de antemão se achar que algumas restrições são necessárias. Por exemplo, ela pode ficar sozinha com um amigo ou amiga no quarto, mas com a porta aberta.


    3 - Conceda mais liberdade de acordo com a idade dela.


    Deixe-a sair com os amigos e participar de eventos. Procure o equilíbrio entre abrir mão de certas regras e protegê-la.


        Mesmo quando ela for mais velha, os limites serão necessários. Ir a encontros por exemplo; ela pode ir, mas deve ter horário para voltar e lugares específicos que ela pode ir.


        Deixe-a ir passar a noite na casa de amigas sem ligar a cada cinco minutos.


    4 - Permita que ela tome decisões também.


    Os pais estão sempre decidindo tudo, mas é importante deixar que ela participe do processo de decisões, como a hora de ir dormir e de voltar para casa. Faça com que ela mostre que é responsável.


        À medida em que ela for se tornando uma adulta, a vida exigirá que ela tome cada vez mais decisões por si mesma. Ajude-a a expressar a própria individualidade decorando o quarto e escolhendo o corte de cabelo.


        É recomendável que ela possa participar nas decisões familiares também, como a próxima viagem de férias.


        Cada adolescente é uma pessoa diferente e se desenvolve de maneiras distintas. Comece pelas decisões mais básicas e veja como ela evolui a partir daí.

  • Método 4
- Entendendo o cérebro adolescente

    1 - Saiba que o cérebro dela está passando por várias mudanças.


    Antes de mais nada, é fundamental saber que, assim como o corpo de sua filha está passando por mudanças intensas, o cérebro também está em plena formação.


        As partes do cérebro se desenvolvem em momentos diferentes da vida de uma pessoa. Os pedaços relacionados à impulsividade, recompensa e motivação amadurecem bem antes de partes associadas à comparação de prós e contras, entre outras atividades.


        Com isso em mente, é importante lembrar que sua filha não vê as consequências dos próprios atos do mesmo jeito que você. Por isso é tão importante discutir os riscos relativos às atitudes que ela toma.


    2 - O sono também pode ser afetado pelas alterações cerebrais.


    Por mais incrível que pareça, os novos hábitos noturnos de sua filha têm a ver com essas alterações. 


        Embora isso seja parte do desenvolvimento, a privação de sono causa baixo rendimento escolar, irritabilidade e depressão.


        Mesmo que isso seja natural, você deve regular as horas de sono e mostrar a ela por que é importante dormir a noite inteira.


    3 - Entenda que as emoções de sua filha são impactadas por mudanças físicas nos circuitos neurais.


    Isso não é uma bobagem qualquer, as emoções de uma adolescente ficam a todo o vapor durante a puberdade. Além dos padrões de pensamento, a intensidade com a qual ela sente as coisas também é diferente de você; lembre-se disso quando estiverem discutindo.


        Quando perceber que ela está exagerando, dê um tempo para ela se acalmar. Talvez as reações sejam estrondosas, mas lembre-se de que o cérebro dela está mudando estruturalmente e isso tem um grande papel em como ela se comporta.

  • Dicas
    Tenha equilíbrio; não a prenda, mas não a deixe livre para fazer o que quiser.

    Passem tempo juntos fazendo coisas que ela goste.


    Aprenda um pouco sobre as coisas que ela gosta, para vocês poderem debater sobre isso.

  • Avisos
    Antes de deixá-la tomar decisões, tenha certeza de que ela já é capaz de assumi-las. Não a force a fazer nada.

    Sempre leve em conta a maturidade e a idade dela antes de encarregá-la de algo.