- Sutter Kelly é O Cara, o rei das festas.
Porém, diferente dos amigos adolescentes, não está preocupado com o futuro, está mais interessado em viver o agora. Com um 7Up batizado nas mãos ele está pronto para qualquer coisa. Mas nem tudo anda bem para ele. Vive discutindo com a mãe, o pai há anos não dá notícias, e sua namorada Cassidy lhe deu um pé na bunda. Em meio a esse caos, a doce Aimee pode despertar Sutter para outra realidade. E, pela primeira vez, ele tem o poder de fazer a diferença na vida de alguém, ou de arruiná-la para sempre.
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Resenha LIVRO + FILME: O maravilhoso agora - Gênero: Ficção/Jovem Adulto
- “Existem vários tipos de dor que não só a física.”
Hoje a resenha é dupla! Vou comentar sobre o livro “O maravilhoso agora” e sua adaptação cinematográfica muito prestigiada.
“O maravilhoso agora” foi um livro que me deixou muito interessado por seu título e sua capa, eu estava esperando muito da obra, apesar de não conhecer nenhum outro trabalho do seu autor, Tim Tharp. Confesso que esperava mais, mas também não posso dizer que necessariamente me decepcionei porque o livro é ótimo. O problema, meus amigos, como digo sempre, é a expectativa, se a gente dosá-la melhor, vamos aproveitar mais a vida… e os livros – risos.
Comprei o livro, porém demorei tanto para ler, que o filme foi lançado e acabei assistindo ao filme antes. Eu não tenho encrenca com esse negócio de assistir ao filme antes do livro; apesar de preferir ler o livro primeiro, às vezes acabo invertendo a ordem, como foi o caso. Se eu estava curiosa para ler o livro, nem sei descrever o quanto estava ansiosa pelo filme, pois, para ele, eu realmente estava inundada de expectativa, tendo em vista quão comentado foi seu lançamento, também pelo fato de ter recebido o prêmio especial do júri no Festival Sundance de 2013, além de os responsáveis pela adaptação terem sido Scott Neustadter e Michael H. Weber, roteiristas de “500 dias com ela”, e que mais tarde também foram responsáveis pelas adaptações de “A culpa é das estrelas” e “Cidades de papel”.
No elenco do filme, estão Miles Teller e Shailene Woodley, considerados novos talentos dessa geração do cinema, o que eu pessoalmente concordo (e muito!), e que também atuaram juntos na adaptação cinematográfica da saga Divergente. Eles representam os protagonistas Sutter Keeley e Aimee Finicky, respectivamente.
O livro conta a história de Sutter, um jovem que está no último ano colegial e é totalmente inconsequente. Eu gostei de conhecer a história de Sutter, porque considero um caminho pouco explorado nos livros do gênero jovem adulto contemporâneos, ele é uma pessoa totalmente desprendida do futuro, mas isso não é sem motivo, obviamente.
Ele tem um passado, e muito dos seus dramas estão diretamente relacionados a questões familiares mal resolvidas e também a fatores hereditários, arrisco dizer. Sutter é considerado como aquele garoto que se enturma em todas as tribos e que ninguém leva a sério, que está sempre por cima, pois contorna tudo com ousadia e bom humor, mas a verdade é que ele precisa viver superficialmente porque não consegue lidar com questões mais profundas, o que o leva a viver intensamente o seu lema sobre aproveitar “o maravilhoso agora”.
Logo no começo do livro, a namorada de Sutter termina com ele por motivos que vocês conhecerão quando lerem, e, numa noitada, ele acaba dormindo no jardim de um desconhecido. No outro dia ele é acordado por uma garota chamada Aimee, que ele não conhece, mas que o conhece, porque eles estudam na mesma escola, mas Aimee é o tipo de garota que, para Sutter, é imperceptível, até que ele está inevitavelmente frente a frente com ela e ele não tem como não enxergá-la.
O que quero dizer é que, Sutter acaba conhecendo melhor Aimee e sente que tem uma missão na vida dela: fazê-la experimentar a vida, fazê-la viver, quebrar paradigmas, romper barreiras e se descobrir. A questão é que essa é uma jornada de mão dupla, pois à medida que Aimee passa a ter novas experiências, Sutter passa a mergulhar mais profundo do que está acostumado em seus pensamentos, seus dramas e em sua vida, como um todo.
O que eu mais gostei na história de O maravilhoso agora é que, apesar de aparentemente clichê, ela traz um enredo bem mais complexo e cotidiano do que o tradicional “garoto-encontra-garota”. A história de Sutter e Aimee não é nada típica para quem gosta de suspirar com romance, é bem peculiar e, diria, pessoal.
Durante o livro, senti muito por Sutter, era como enxergar um quebra-cabeça com peças espalhadas por toda a Terra e que te faz pensar “ele nunca conseguirá ser inteiro”, enquanto, também pelo outro lado, meu coração se partia a cada página por Aimee, sua inocência, sua carência e baixa autoestima, e sua força e poder não aproveitados, para ela desconhecidos.
O livro, em minha opinião, não poderia terminar de forma diferente. O final é bastante plausível e te dá aquela sensação de não ter lido um livro, mas sim “um capítulo” da vida de duas pessoas. Achei isso bem legal.
Em si, não foi um dos livros mais incríveis que li na minha vida, mas, como relatado acima, não posso negar suas qualidades e também ressalto que gostei da história diferenciada.
O filme é uma adaptação muito fiel, exceto por uma diferença gigante que obviamente não vou comentar para não estragar a coisa toda para vocês e também porque estou rehab oficial de dar spoilers.
Quanto ao filme, o Miles é o Sutter mais perfeito que alguém poderia imaginar. Ele tem o jeito, o perfil, tudo inerente ao personagem, e Shailene também é incrível, acho que ela captou muito bem a essência de Aimee, apesar de algumas diferenças entre a descrição da personagem no livro e no filme. Outra atriz que gostei muito no filme foi a Brie Larson, ela interpreta a Cassidy, ex-namorada do Sutter, e achei que ela foi uma escolha muito acertada, apesar de algumas diferenças também – coisa que só gente cricri com adaptações como eu que se importam.
O filme é belo, é leve, fez jus à história do livro e a contou dignamente. Eu gostei mais do filme que do livro, mas não porque um é incrivelmente melhor que o outro, é só por uma questão de montagem da narrativa e também porque achei que essa é uma história que é mais bem contada através do cinema, ainda que no cinema se perca muito da intensidade dos pensamentos e conflitos internos dos personagens.
A verdade é que acho que, para quem se interessou, vale a pena tanto ler quanto assistir “O maravilhoso agora”, ambos são muito bons e trazem perspectivas diferentes de uma história cotidiana, dramática e interessante.
- Abaixo elenquei algumas das minhas quotes preferidas do livro. Separei muitas, mas numa segunda triagem, acabei optando por essas, acho que elas retratam perfeitamente a essência da história.
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“Às vezes tenho problemas para dormir. É estranho, me sinto exausto, mas, ainda assim, fico deitado acordado, olhando para cima, um monte de ideias me bombardeando como pelicanos mortos.”
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“Você tem uma magia. Posso sentir bem agora. É como se nada pudesse nos tocar, como se todas as coisas no mundo, os problemas, as responsabilidades desaparecessem. Estamos no nosso próprio universo.”
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“Além do mais, não importa se é real. Quando se trata de sonhos, nunca importa. Eles não passam de boias salva-vidas a que se agarrar para não morrer afogado. A vida é um oceano, e quase todo mundo está agarrado a um tipo de sonho para se manter na superfície. Eu estou só nadando cachorrinho por minha conta (…)”
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“Não somos mais a Geração Mais Rápida Que a Velocidade da Luz. Não somos nem a Geração do Futuro. Somos os Garotos que Já Estão Ficando Para Trás, e aqui estamos reunidos, para nos escondermos e fugirmos do passado. Sabemos o que vem pela frente – o futuro nos espera logo adiante, como um portão preto de ferro, e o passado está nos perseguindo como um dobermann selvagem, só que esse não está para brincadeiras.”
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“E ele diz: “Nunca vou acabar. Sou indestrutível. Vou durar maravilhosamente para sempre.” E eu acredito, claro. Que se dane o amanhã. Que se danem os problemas e as barreiras. Nada importa exceto o Maravilhoso Agora.”
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- O Maravilhoso Agora - Papo de Cinema
- Sinopse
Sutter Keely (Miles Teller) leva uma vida despreocupada. Ele nunca terminou os estudos, adora festas e álcool, e troca frequentemente de namorada. Quando é rejeitado por uma de suas pretendentes, ele se embebeda e acorda em um gramado ao lado de Aimee Finicky (Shailene Woodley). Nasce uma relação improvável entre esta garota solitária, fã de ficção científica, e o homem que vive apenas no tempo presente.
- Crítica
Em O Maravilhoso Agora, Sutter Keely é um cara popular no colégio, prestes a se formar e que, diferente de seus colegas, não se importa muito com faculdades e o futuro em si. Ele é o tipo de cara que pensa no agora, se sentindo confortável em aproveitar tudo o que está à sua disposição. Depois de terminar com a namorada, Sutter conhece Aimee Finecky, garota que é basicamente o oposto dele. É quando iniciam um relacionamento que pode ajudá-los mais do que imaginam.
Interpretados por Miles Teller e Shailene Woodley, Sutter e Aimee poderiam protagonizar em O Maravilhoso Agora a típica história do “garoto-problema” que se envolve com a “garota certinha”, estereótipos comuns em romances. O filme até tem alguns conflitos previsíveis nesse tipo de história, mas estes são tratados de maneira muito natural pelo roteiro escrito por Scott Neustadter e Michael H. Weber, felizes por não estarem em busca de resoluções fáceis para o filme. Os personagens são desenvolvidos com calma, com problemas que definem um pouco o modo de cada um agir, sendo que alguns fazem parte da vida de qualquer adolescente que está passando para a fase adulta.
No entanto, para que O Maravilhoso Agora funcionasse, era essencial que a dupla de protagonistas fosse eficiente. Felizmente, o filme acerta em cheio ao apostar em Miles Teller e Shailene Woodley como centro de sua narrativa, duas ótimas revelações dos últimos anos. Teller (que conseguiu ser uma das poucas coisas boas no fraco Finalmente 18, 2013) surge com um carisma arrebatador como Sutter, fazendo dele um personagem divertido e boa praça, ao mesmo tempo em que é um rapaz amargurado não só por sentir a ausência do pai, mas também por ver seus amigos levando suas vidas e sonhos adiante, enquanto ele vai ficando para trás. Nesse sentido, a cena em que conversa com a mãe (Jennifer Jason Leigh) no terceiro ato é bastante tocante, representando um dos pontos altos do filme. Já Woodley (que apareceu muito bem em Os Descendentes, 2011) traz uma bela graciosidade para Aimee, tornando-a uma garota simples, sonhadora e absolutamente encantadora, protagonizando cenas muito interessantes, como quando ela fala sobre seu pai em um jantar.
Enquanto isso, o diretor James Ponsoldt conduz sua história com incrível sensibilidade, trazendo um tom mais adulto que combina com a narrativa. Ele consegue impedir que o filme se torne uma espécie de melodrama, o que poderia acontecer quando vemos um determinado acidente. Ponsoldt também tem sorte da química entre Miles Teller e Shailene Woodley ser brilhante, detalhe que contribui muito para que o público se importe com os protagonistas e, consequentemente, se sinta envolvido na história. E além de caprichar nas cenas mais dramáticas, é bom ver que o cineasta mostra um ótimo timing cômico em alguns momentos, como quando o rapaz dá uma dica para a namorada sobre como ela pode falar com a mãe a respeito dos sonhos que tem para sua vida. Inteligente e doce durante seus 95 minutos de duração, O Maravilhoso Agora é um romance adolescente que conta com um bem-vindo frescor em sua história, sendo uma das gratas surpresas de 2013.
O Maravilhoso Agora (2014) BRrip Blu-Ray 720p Dublado – Torrent