sexta-feira, 8 de abril de 2016

MULHER - Síndrome do Choque Tóxico: absorvente interno aumenta risco da doença, que pode levar à morte


A Síndrome do Choque Tóxico (SCT) é uma doença grave, porém rara, que pode levar à morte. Ela é causada por toxinas produzidas pela bactéria Staphylococcus aureus. Manifestada quase exclusivamente em mulheres, a condição foi primeiramente relacionada ao uso de absorventes internos de alta absorção e material sintético. Recentemente, uma modelo californiana ganhou a mídia ao contar sua história: ela precisou amputar uma perna após complicações causadas pelo SCT.
 

Hoje, sabe-se que a SCT pode ser causada por outros fatores, incluindo a exposição a bactérias no ambiente hospitalar. No entanto, o uso de tampão ainda está associado ao maior risco da doença.
  • SCT - O que é?
Segundo explica a ginecologista Rita Oliveira da Silva, da clínica Rezende (SP), a Staphylococcus aureus é uma bactéria que existe normalmente no corpo da mulher. No entanto, quando ocorre sua proliferação intensa, são produzidas toxinas em excesso, que causam a SCT. O uso prolongado de absorvente interno favorece essa multiplicação rápida.
 

Nos Estados Unidos, a incidência da doença é de apenas 0,0005%, sendo que metade dos casos ocorre em mulheres que fazem uso de absorventes internos.
  • Causas - Absorvente interno
As causas exatas da Síndrome do Choque Tóxico não são completamente conhecidas. O ginecologista Daniel Luchesi, da clínica Livon (SC), conta que, nos primeiros relatos da doença nos Estados Unidos, notou-se que grande parte das pacientes que manifestaram a condição fazia uso de um absorvente interno que retinha muito fluxo e não era trocado. “Ficou estabelecido que o absorvente íntimo de grande capacidade e de uso prolongado serviria de meio para a propagação da bactéria responsável pela SCT”, diz. “Atualmente, com as mudanças na capacidade, componentes e padrões de utilização destes produtos, o número de casos caiu”, complementa.
  • Tamanho ou tempo de uso?
Mais relevante do que a capacidade de absorção do tampão é o tempo de uso. O maior risco está em permanecer com o mesmo produto durante muito tempo, já que o acúmulo de sangue retido nas fibras favorece lesões no canal e proliferação de bactérias. O tamanho do acessório deve estar de acordo com o fluxo menstrual.
 

A recomendação do Dr. Daniel é que a troca seja feita a cada quatro horas, já que o clima tropical do Brasil também favorece o aumento de bactérias. É importante notar que o absorvente externo não aumenta o risco da Síndrome do Choque Tóxico, mas pode levar a outros tipos de infecções bacterianas se usado de forma prolongada, sem troca.
Outras
 

Além do uso de absorventes internos, outra possível forma de contrair a doença é pela exposição a bactérias, especialmente em ambiente hospitalar, e após procedimentos cirúrgicos, quando há lesões na pele. Em outros casos, não é possível identificar o foco da infecção.
  • Sintomas
Os sintomas começam de forma súbita e depois evoluem para manifestações mais graves. Logo no início, o paciente pode apresentar:

    Febre alta
    Dor de cabeça
    Dor de garganta
    Olhos avermelhados
    Cansaço extremo
    Confusão e tontura
    Vômitos
    Diarreia
   Erupção cutânea, semelhante a uma queimadura de sol, em todo o corpo.
 

Após 48 horas, ele pode entrar em estado de choque.
Entre o 3º e 7º dia, a pele das palmas das mãos e plantas do pé se soltam.
“A Síndrome do Choque Tóxico provoca anemia e lesões nos rins, fígado e músculos, principalmente nos primeiros sete dias”, destaca Dr. Daniel.

  • Como tratar?
Como os sinais iniciais são similares aos de muitas outras doenças comuns, o diagnóstico da Síndrome do Choque Tóxico é dificultado. Porém, a Dra. Rita alerta que, na suspeita da SCT, o indivíduo deve ser hospitalizado imediatamente. “Se a ação não for rápida, há o risco de óbito”, afirma.
O tratamento deve ser em unidade de terapia intensiva (UTI) com uso de antibióticos por, no mínimo, 10 dias. É feita também uma drenagem no foco da infecção.

  • Como posso me proteger?
Dr. Daniel salienta que, atualmente, os absorventes internos são feitos de fibras de algodão e não mais sintéticas, como na década de 1980, o que diminuiu a incidência da doença. No entanto, ainda vale a recomendação de não exceder oito horas consecutivas de uso do mesmo tampão e, preferencialmente, trocá-lo a cada quatro horas, especialmente durante o clima mais quente.
 

Aos primeiros sintomas da doença, retire imediatamente o absorvente interno e procure um médico, informando-o que você estava usando um tampão.
  • Saiba bem mais:
Síndrome do choque tóxico
 

É provável que já tenhas ouvido falar da Síndrome do Choque Tóxico. Neste artigo, encontrarás toda a informação necessária para conheceres melhor esta doença: o que é e quais são as suas causas, quem pode tê-la, quais são os seus sintomas e como diminuir o risco de contraí-la.
O que é a Síndrome do Choque Tóxico?
 

A Síndrome do Choque Tóxico (SCT) é uma doença muito pouco frequente, ainda que grave, que pode vir a ser mortal, causada por toxinas produzidas pela bactéria Straphylococcus aureus.  No entanto, embora os casos de SCT sejam muito raros - a grande maioria dos profissionais de saúde não se deparam com nenhum ao longo de toda a sua carreira profissional -é importante conhecer esta doença para se poder atuar em caso necessário. A SCT pode ser diagnosticada e tratada com êxito; um reconhecimento e um tratamento precoce dos sintomas são fundamentais.
 

A doença da Síndrome do Choque Tóxico recebeu esta designação e foi descrita pela primeira vez em 1978 pelo Dr. James Todd, baseando-se no estudo dos casos clínicos de 7 crianças. Casos idênticos já tinham sido documentados e descritos na literatura médica muito anteriormente, inclusive muito antes da introdução dos produtos industriais de higiene íntima. A SCT pode atingir homens, mulheres e crianças. Embora os primeiros casos da síndrome de choque tóxico descritos afetassem principalmente mulheres que usavam tampões durante o período, hoje em dia menos de metade dos casos estão associados a esse hábito. 

Esta síndrome também pode ocorrer com infeções cutâneas, queimaduras e após uma cirurgia.  
  
  • A doença também pode afetar crianças, mulheres na pós-menopausa e homens.

  •  Modelo tem perna amputada por causa da Síndrome do Choque Tóxico
http://www.bolsademulher.com/saude/modelo-tem-perna-amputada-por-causa-de-doenca-causada-por-absorvente-interno