- Pra Te Esquecer - Banda Calypso (Letra)
- Eduquem-se os meninos e não será preciso castigar os homens – Pitágoras
Ivan Capelatto é Mestre em Psicologia Clínica pela Unicamp e trabalha com crianças e adolescentes de risco, que apresentam problemas de conduta em casa na escola ou na rua. Sua demanda percorre a depressão, risco de álcool e drogas precoce, até tendências suicidas.
Em sua reflexão sobre o perfil dos jovens de hoje em dia, inicia com a citação de Pitágoras “Eduquem-se os meninos e não será preciso castigar os homens” e lança à plateia a indagação: Como?
Essa é uma dúvida presente na mente das famílias modernas. Por isso se faz necessário entender o funcionamento da psique humana e o desenvolvimento emocional dos pequenos.
Por volta dos 45 dias de gestação, a amígdala cerebral começa a se desenvolver e ela é responsável por criar no indivíduo a ansiedade motivacional. Essa ansiedade muitas vezes vem acompanhada do medo que culmina em raiva.
A habilidade de controlar os impulsos dessa ansiedade só estará madura na vida adulta, por isso é natural e esperado que os pequenos se descontrolem envolvidos por emoções intensas com as quais ainda não sabem lidar.
Cada vez que um adulto interrompe a motivação da criança, é ativado o medo e consequentemente a raiva. A exemplo disso, podemos citar uma ocorrência rotineira nas famílias: a criança está brincando e o adulto anuncia a hora do banho, o comum é a criança desafiar esse comando e valorizar sua brincadeira, podendo desenvolver um comportamento arredio e resistente.
Nesse momento é necessário olhar para esse comportamento como natural e conduzir a situação com calma. Ao ouvir o discurso: “Não, eu não quero!”, cabe ao adulto posicionar a criança e reforçar: “Tudo bem, você não precisa querer, é a mamãe quem quer, pois está na hora!” e conduzir a criança ao banho sem se permitir envolver-se com o descontrole dela.
Gradativamente a criança percebe o limite entre a sua vontade e as necessidades de sua rotina e passa a se adequar à dinâmica familiar, desenvolvendo sua capacidade de lidar com frustrações.
Esse movimento afetivo também ocorre na escola, onde os alunos elegem alguns professores como “objetos afetivos” e desgastam a relação, resistindo as regras e enfrentando suas orientações, pois querem ser cuidados. Nesse sentido a raiva passa a ser um objeto importante que o aluno traz para quem é relevante sob seu ponto de vista afetivo.
É mais importante o olhar do adulto estar voltado aos motivos que desencadeiam um comportamento resistente do que a necessidade de impor limites a esse tipo de resistência e enfrentamento.
Hoje em dia, a falta de tempo de convivência saudável entre as pessoas tem gerado “deficientes afetivos”, cuja falta de oportunidade de falar sobre si e ter seus pensamentos e opiniões mediados por alguém que traga segurança e permita seu autoconhecimento, reflete em ansiedade que se desenvolve como angústia.
A angústia se manifesta numa sensação de vazio, sentimento de que falta alguma coisa, conduzindo a necessidade de controlar tudo o que vai acontecer, o que justifica a possibilidade de um comportamento resistente e impositivo.
Por isso, é papel dos adultos envolvidos com a formação da criança e do adolescente cuidar de seu desenvolvimento psicológico e emocional, possibilitando um amadurecimento harmonioso e saudável. Sendo assim, para cada etapa da vida da criança deve-se adequar o tipo de cuidado e estímulo ideais, entendendo a fase pela qual está passando.
Nos primeiros meses de vida, a criança precisa da presença do adulto, ao ser acolhida e manejada, criando o sentimento de pertinência, necessário para se sentir segura e pertencendo às pessoas e aos ambientes.
Em seguida vem a fase do “não” e do “por que”, na qual aparece um comportamento resistente, podendo a criança espalhar seus objetos pela casa, como se expressa-se o sentimento de “tudo é meu”, na presença dessas manifestações, é importante o adulto mostrar seus desejos e limites, ajudando a criança a criar sua rotina e colaborar com a dinâmica da família.
Algumas crianças passam pela fase do medo, onde precisam de um suporte emocional que priorize sua autoconfiança e motive sua habilidade de superar obstáculos. Depois disso tudo vem a adolescência. Reações que eram manifestadas lá na infância podem voltar a aparecer e mais intensamente (mais raiva, mais ansiedade). Alguns meninos apresentam sonolência, não conseguem fazer associações e a frase “me esqueci” torna-se sua fiel parceira nas mais diversas situações.
Já para as meninas, administrar os hormônios e as mudanças do corpo não é tarefa fácil e pode vir acompanhada de problemas com a autoestima. Por ser um período de autoafirmação, dúvidas e incertezas, é que a adolescência acaba sendo um mito para muitas famílias.
O importante é olhar para o adolescente certo e confiante de que ele é fruto de todos os anos de investimento afetivo que passou ao seu lado, entendendo que nessa fase de turbulências ele precisa de um porto seguro, que consiga lhe ajudar a definir sua personalidade e descobrir seu lugar.
Nesse sentido, cada vez que o adulto aperfeiçoa seu olhar às necessidades emocionais do adolescente, estabelecendo limites claros, instala-se um ambiente de cuidado e respeito, o que torna esse desenvolvimento saudável e consistente.
Esse texto não tem a intenção de indicar receitas de comportamento na condução do desenvolvimento da criança e do adolescente, mas sim de ampliar nossos conhecimentos acerca de seu desenvolvimento psíquico e emocional.
Cada vez mais entendemos que a educação não é tarefa fácil e é justamente essa compreensão que a torna cada dia mais mágica e significativa! Quanto mais o educador souber e entender sobre o educando, mais saudável e harmoniosa se tornará essa relação.
Em sua reflexão sobre o perfil dos jovens de hoje em dia, inicia com a citação de Pitágoras “Eduquem-se os meninos e não será preciso castigar os homens” e lança à plateia a indagação: Como?
Essa é uma dúvida presente na mente das famílias modernas. Por isso se faz necessário entender o funcionamento da psique humana e o desenvolvimento emocional dos pequenos.
Por volta dos 45 dias de gestação, a amígdala cerebral começa a se desenvolver e ela é responsável por criar no indivíduo a ansiedade motivacional. Essa ansiedade muitas vezes vem acompanhada do medo que culmina em raiva.
A habilidade de controlar os impulsos dessa ansiedade só estará madura na vida adulta, por isso é natural e esperado que os pequenos se descontrolem envolvidos por emoções intensas com as quais ainda não sabem lidar.
Cada vez que um adulto interrompe a motivação da criança, é ativado o medo e consequentemente a raiva. A exemplo disso, podemos citar uma ocorrência rotineira nas famílias: a criança está brincando e o adulto anuncia a hora do banho, o comum é a criança desafiar esse comando e valorizar sua brincadeira, podendo desenvolver um comportamento arredio e resistente.
Nesse momento é necessário olhar para esse comportamento como natural e conduzir a situação com calma. Ao ouvir o discurso: “Não, eu não quero!”, cabe ao adulto posicionar a criança e reforçar: “Tudo bem, você não precisa querer, é a mamãe quem quer, pois está na hora!” e conduzir a criança ao banho sem se permitir envolver-se com o descontrole dela.
Gradativamente a criança percebe o limite entre a sua vontade e as necessidades de sua rotina e passa a se adequar à dinâmica familiar, desenvolvendo sua capacidade de lidar com frustrações.
Esse movimento afetivo também ocorre na escola, onde os alunos elegem alguns professores como “objetos afetivos” e desgastam a relação, resistindo as regras e enfrentando suas orientações, pois querem ser cuidados. Nesse sentido a raiva passa a ser um objeto importante que o aluno traz para quem é relevante sob seu ponto de vista afetivo.
É mais importante o olhar do adulto estar voltado aos motivos que desencadeiam um comportamento resistente do que a necessidade de impor limites a esse tipo de resistência e enfrentamento.
Hoje em dia, a falta de tempo de convivência saudável entre as pessoas tem gerado “deficientes afetivos”, cuja falta de oportunidade de falar sobre si e ter seus pensamentos e opiniões mediados por alguém que traga segurança e permita seu autoconhecimento, reflete em ansiedade que se desenvolve como angústia.
A angústia se manifesta numa sensação de vazio, sentimento de que falta alguma coisa, conduzindo a necessidade de controlar tudo o que vai acontecer, o que justifica a possibilidade de um comportamento resistente e impositivo.
Por isso, é papel dos adultos envolvidos com a formação da criança e do adolescente cuidar de seu desenvolvimento psicológico e emocional, possibilitando um amadurecimento harmonioso e saudável. Sendo assim, para cada etapa da vida da criança deve-se adequar o tipo de cuidado e estímulo ideais, entendendo a fase pela qual está passando.
Nos primeiros meses de vida, a criança precisa da presença do adulto, ao ser acolhida e manejada, criando o sentimento de pertinência, necessário para se sentir segura e pertencendo às pessoas e aos ambientes.
Em seguida vem a fase do “não” e do “por que”, na qual aparece um comportamento resistente, podendo a criança espalhar seus objetos pela casa, como se expressa-se o sentimento de “tudo é meu”, na presença dessas manifestações, é importante o adulto mostrar seus desejos e limites, ajudando a criança a criar sua rotina e colaborar com a dinâmica da família.
Algumas crianças passam pela fase do medo, onde precisam de um suporte emocional que priorize sua autoconfiança e motive sua habilidade de superar obstáculos. Depois disso tudo vem a adolescência. Reações que eram manifestadas lá na infância podem voltar a aparecer e mais intensamente (mais raiva, mais ansiedade). Alguns meninos apresentam sonolência, não conseguem fazer associações e a frase “me esqueci” torna-se sua fiel parceira nas mais diversas situações.
Já para as meninas, administrar os hormônios e as mudanças do corpo não é tarefa fácil e pode vir acompanhada de problemas com a autoestima. Por ser um período de autoafirmação, dúvidas e incertezas, é que a adolescência acaba sendo um mito para muitas famílias.
O importante é olhar para o adolescente certo e confiante de que ele é fruto de todos os anos de investimento afetivo que passou ao seu lado, entendendo que nessa fase de turbulências ele precisa de um porto seguro, que consiga lhe ajudar a definir sua personalidade e descobrir seu lugar.
Nesse sentido, cada vez que o adulto aperfeiçoa seu olhar às necessidades emocionais do adolescente, estabelecendo limites claros, instala-se um ambiente de cuidado e respeito, o que torna esse desenvolvimento saudável e consistente.
Esse texto não tem a intenção de indicar receitas de comportamento na condução do desenvolvimento da criança e do adolescente, mas sim de ampliar nossos conhecimentos acerca de seu desenvolvimento psíquico e emocional.
Cada vez mais entendemos que a educação não é tarefa fácil e é justamente essa compreensão que a torna cada dia mais mágica e significativa! Quanto mais o educador souber e entender sobre o educando, mais saudável e harmoniosa se tornará essa relação.
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