Os preconceitos causam danos sociais imensos e, no
entanto, são amplamente disseminados. está mais que na hora de descobrirmos em
que se baseia o poder desse triste padrão de pensamento - e como combatê-lo.
Há um teste simples, concebido pelos psicólogos
sociais Andreas Klink e Ulrich Wagner. Na calçada, uma jovem pergunta qual o
caminho até a rodoviária. A maioria dos passantes lhe dá a informação; somente
uns poucos mal-educados ou apressados seguem adiante, ignorando-a. Um pouco
mais tarde, ela retorna ao local para fazer a mesma pergunta. Com uma
diferença: a jovem agora veste roupas orientais e um véu lhe recobre a cabeça.
Os professores querem verificar se ela será tratada de forma diferente.
Infelizmente, o resultado dessa pesquisa de campo dos professores das
universidades Jena e Marburg, na Alemanha, comprova com todas as letras: o
número de pessoas que agora ignoram a suposta estrangeira mais que duplica. Em
outros experimentos, os dois psicólogos solicitaram a pessoas com nomes
estrangeiros que respondessem a anúncios imobiliários e de emprego, e
observaram nos concidadãos o mesmo comportamento de repulsa. A causa, evidente,
é uma só: preconceito.
A psicologia atual caracteriza o preconceito como a presença, profundamente
arraigada na memória, de associações negativas vinculadas a pessoas de culturas
estrangeiras. Estudos realizados em muitos países evidenciam que todo ser
humano nutre semelhantes reservas e age em consonância com elas. Nesse
contexto, a violência praticada contra estrangeiros, que não exclui sequer
assassinatos, é apenas a ponta do iceberg. Como mostra o teste de Klink e
Wagner, o comportamento discriminatório se manifesta sobretudo em situações
cotidianas. Os estereótipos, entretanto, não dificultam a vida apenas dos
grupos estigmatizados.