- Mundo de Ilusões
[[[ Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se este chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão
(Poema de Fernando Pessoa) ]]]
- Mundo de Ilusões
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável...
Nesse mundo de ilusões onde passamos nossos dias
Não posso ser quem eu sou
Minha vida se confunde meio a cenas vazias
De ódio e de amor
Onde se convence o povo a comprar o que não precisa
Meu, aonde é que eu estou?
Se você passar lá em casa por favor, meu bem, avisa
Quero esconder o meu mundo
Posso sofrer, posso chorar e até cair
Mas essa noite amor, eu vou morrer de rir
Posso sofrer, posso chorar e até cair
Mas certos dias eu me encontro assim
Pois sem amor, vejo que estou
Num mundo de ilusões
Escondo as emoções atrás de um computador
Trancado no banheiro, já com os olhos vermelhos
Eu tento esconder minha dor
Meu bem, o que eu queria era estar na Bahia
Com você, não existe um final
Sem luz, sem energia, sem carro, sem correria
Colhendo frutas no meu quintal
Posso sofrer, posso chorar e até cair
Mas essa noite, amor, eu vou morrer de rir
Quero viver, fazer um som, me distrair
Mas certos dias, eu me encontro assim
Pois sem amor vejo que estou assim
Procurando encontrar uma direção nesse mundo de ilusão.
Só espero que não caminhe rente à multidão
Surda e muda, sem visão, fingem não prestar atenção
Quanto estão amordaçados pela manipulação
E por mais que eu tente é sempre
Diferente o que a alma sente o que a mente entende
Pouco a gente entende, pouca gente entende
O que é relevante ultimamente, tão distante
Mais descrente do que antes fez-se o povo ignorante
Nesse instante pessoas brilhantes crescem nas favelas
Em um instante ideias brilhantes morrem atrás de telas
Nas novelas em um anúncio de TV
Monitores que amenizam dores, falsos amenizadores
Procuro me dar mais um tempo, pensar no futuro
Esfriar minha cabeça, respirar fundo, quem sabe
Além do mundo, eu mesmo me iludo, finjo que esqueço de tudo
No momento eu só penso em fazer um som pra viver
Fecho os olhos pra não ver, permito não perceber
A frieza urbana, fraqueza humana, modo que voa a semana
Tempo que engana cidade, que esgana sistema
Que explana sua forma tirana enquanto
Se eu me desligasse até podia enxergar nós na Bahia, eu e você
Sendo abençoados por um novo dia
Parece até ironia hoje ser só nostalgia
Que preenche um espaço no meu peito em lacunas vazias
Dias de agonia, distância judia
A mente cria na melancolia mil filosofias, me alivia
Mesmo que por pouco tempo, a dor beneficia
Hoje o sofrimento virou poesia
Posso sofrer, posso chorar e até cair
Mas essa noite, amor, eu vou morrer de rir
Quero viver, fazer um som, me distrair
Mas certos dias eu me encontro assim
Pois sem amor vejo que estou assim
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