Gorduras do Bem: a diferença é o tipo de gordura que você come.
Componentes fundamentais para a formação de todas as células do organismo, absorção de algumas vitaminas, síntese de hormônios e produção e armazenamento de energia, as gorduras são encontradas em alimentos de origem animal e vegetal.
Algumas formas de gordura são produzidas em nosso próprio organismo, enquanto outras são obtidas com a alimentação.
Portanto, só mesmo com bom senso e equilíbrio na escolha, preparo e consumo, podemos eliminar os riscos da gordura para a saúde do coração.
As gorduras boas são as mono e poli-insaturadas
As gorduras boas são as mono e poli-insaturadas
– Gorduras poli-insaturadas: Ômega 3 e ômega 6 são exemplos dessas gorduras que estão presentes nos leites naturais vegetais extraídos das sementes de girassol, linhaça, etc, e em peixes de água fria (sardinha, atum, cavala), não fritos.
A principal função das gorduras poli-insaturadas é reduzir a concentração de colesterol total e de LDL-colesterol (colesterol ruim).
– Gorduras monoinsaturadas: estão presentes no azeite de oliva, extravirgem, frio, em oleaginosas (castanha, amêndoas, nozes), azeitona e abacate. O principal efeito das gorduras monoinsaturadas é, quando substituídos pelas gorduras saturadas, auxiliar na redução do LDL- colesterol (colesterol ruim).
Após 30 anos, estudo confirma que gorduras saturadas fazem mal à saúde.
A ingestão de gorduras saturadas do leite animal, derivados e da manteiga, banha de porco e carne vermelha aumenta o risco de morte prematura, como confirmou um estudo publicado nesta terça-feira (05-07-16) no Journal of the American Medical Association (JAMA) Internal Medicine.
A pesquisa, que envolveu mais de 120 mil pessoas e durou três décadas, revelou também que substituir tais alimentos por gorduras como a do azeite de oliva pode trazer benefícios substanciais para a saúde.
"Houve confusão generalizada na comunidade biomédica e no público em geral nos últimos anos sobre os efeitos na saúde de tipos específicos de gorduras", disse o autor principal do estudo, Dong Wang, doutorando em Saúde Pública na Universidade de Harvard.
"Esse estudo documenta benefícios importantes das gorduras insaturadas, especialmente quando elas substituem gorduras saturadas e trans", completou o pesquisador.
Uma das principais conclusões da pesquisa foi que as pessoas que comeram mais gorduras saturadas e trans tiveram taxas de mortalidade mais elevadas do que aquelas que consumiram o mesmo número de calorias em carboidratos.
A pesquisa apontou, ainda, que a substituição de gorduras saturadas como a da manteiga, banha e carne vermelha por gorduras insaturadas de alimentos vegetais - como azeite de oliva, óleo de coco e leites naturais extraídos de sementes deixadas previamente de molho por oito horas - pode oferecer "benefícios substanciais para a saúde e deve continuar sendo uma mensagem essencial nas recomendações nutricionais".
As conclusões foram baseadas em questionários respondidos por profissionais de Saúde a cada dois ou quatro anos sobre a sua dieta, estilo de vida e saúde, por até 32 anos.
As gorduras trans, incluindo as parcialmente hidrogenadas como a da margarina, tiveram os impactos mais graves na saúde.
O estudo constatou que cada aumento de 2% na ingestão de gorduras trans esteve associado com uma chance 16% maior de morrer cedo.
Cada aumento de 5% no consumo de gorduras saturadas esteve ligado a um aumento de 8% do risco de morrer.
Cada aumento de 5% no consumo de gorduras saturadas esteve ligado a um aumento de 8% do risco de morrer.
Já a ingestão de grandes quantidades de gorduras insaturadas "esteve associada com uma mortalidade entre 11% e 19% menor em comparação com o consumo do mesmo número de calorias provenientes de carboidratos", disse o estudo.
Estas incluíram gorduras poli-insaturadas, como ômega-3 e ômega-6, encontrados em óleos de peixe e leites vegetais naturais.
"As pessoas que substituíram as gorduras saturadas por gorduras insaturadas - especialmente por gorduras poli-insaturadas - tiveram um risco de morte geral significativamente menor durante o período do estudo, assim como um menor risco de morte por doenças cardiovasculares, câncer, doenças neurodegenerativas e doenças respiratórias, em comparação com aquelas que mantiveram o consumo elevado de gorduras saturadas", acrescenta a investigação.
Enquanto alguns especialistas ressaltaram que o estudo foi observacional e se baseou em questionários, os quais podem gerar respostas intencionais, o resultado geral está em consonância com muitos outros grandes estudos sobre alimentação e saúde.
De acordo com Ian Johnson, pesquisador emérito do Instituto de Investigação Alimentar da Grã-Bretanha, os "resultados são consistentes com as recomendações de saúde pública atuais no Reino Unido e em outros lugares e, em particular, com o conceito de que a dieta mediterrânea - rica em gorduras insaturadas de vegetais, peixes e azeite de oliva - é benéfica", desde que consumido em natura, sem aquecimento, exceto com óleo de coco, o único que não satura em temperaturas elevadas, ou seja: frituras estão totalmente proibidas a quem pretende gozar de boa saúde ao alcançar a melhor idade.
- France Presse em 06-07-2016
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