- Nem uma coisa nem outra. Tem que cuidar, sim.
“No dia que percebi que fazia tudo para nossa filha e ele continuava com a vidinha igual, crescendo na carreira e saindo pra jogar bola com os amigos, enquanto eu não conseguia nem ter tempo pra fazer a unha, decidi que já que estava sozinha na criação da nossa filha, sozinha eu ia ficar”
- (depoimento vindo de uma leitora que não quis se identificar)
Retrata uma realidade que não podemos ignorar. Não é só trabalhar e cuidar dos filhos que deixa a mulher sem tempo para fazer algo em benefício próprio. Quando o marido não ajuda, não tem santo que resolva a situação.
Identificamos alguns tipos de pais a partir dos depoimentos. Veja se o seu marido se enquadra em algum.
Identificamos alguns tipos de pais a partir dos depoimentos. Veja se o seu marido se enquadra em algum.
- O pai ogro
É aquele que fica feliz com a gravidez, compra charuto com a chegada do filho e quando chega em casa reclama do choro da criança, acha que a mulher precisa fazer o bebê ficar quieto (compra todas as parafernálias possíveis para isso, desde que ele não seja incomodado). Se ausenta de casa por tempo indeterminado para não voltar e ter que fazer o bebê dormir, reclama que a mulher está com mau humor, pergunta o que ela fez o dia inteiro (durante a licença maternidade) enquanto estava em casa, já que continua de pijama, e não se dá ao trabalho de tentar aprender como dá banho na criança, trocar a fralda de cocô, ou qualquer outra atividade da qual ele deva fazer parte, mas acha que é exclusivamente da mãe. Ele não ajuda na casa, porque acredita que não é seu papel, continua trabalhando como se não tivesse filhos, fazendo happy hour com os amigos, indo jogar bola e agindo como se fosse um homem solteiro. Quando a mulher volta a trabalhar, ela acaba acumulando todas as funções e percebe que existe alguma coisa errada nessa divisão. Com o tempo, tende a piorar. E esse é o tipo clássico que acaba ficando de escanteio quando a mulher percebe que comprou gato por lebre.
- O pai que se esforça, mas não é uma brastemp
Muitas mulheres relataram casos de maridos que sim, são carinhosos com os filhos, trocam a fralda, dão banho, fazem dormir, mas quando é hora de executar qualquer tarefa doméstica, eles se limitam a lavar a louça. Ou não abrem mão do trabalho por nada, mesmo que a criança esteja ardendo de febre e a mulher não consiga sair do trabalho pela nonagésima vez para buscá-la na escola. É aquele pai que se esforça, mas não sai da zona de conforto. Não percebe que são duas pessoas responsáveis por uma criança, e que tudo que diz respeito ao filho deve ser discutido e ponderado por ambos.
- O pai que acha que bancar tudo é o remédio
Ele trabalha, ela fica em casa. Ele paga tudo na casa e acha que isso dá a ele o direito de sentar em frente a televisão e tomar uma cerveja quando chega em casa e precisa relaxar – mesmo que os filhos precisem de atenção, cuidados, e a casa esteja um caos. Algumas mulheres toleram esse tipo por um tempo. Outras acabam se tornando reféns da situação por tempo indeterminado.
- O pai que acha que é filho
Aquele que cresceu mas ainda precisa de cuidados. Exige que a mulher cuide dos filhos, mas quer ser cuidado também. Multiplica as funções maternas ao invés de alivia-las. E sente certo ciúme da dedicação da esposa para os filhos.
- O pai? Que pai?
“Nos separamos quando voltei a trabalhar. E foi justamente quando percebi que só brigávamos porque eu era a chata que pedia as coisas para nosso filho. Eu tinha que fazer ele perceber todo dia que se chegasse às nove da noite do trabalho, eu que acumulava funções com as duas crianças. Era cômodo chegar em casa e vê-las jantadas, de banho tomado e dormindo”., para *Helena, que largou a carreira de gerente de marketing de uma empresa depois que teve o segundo filho para conseguir algo que fosse compatível com a vida de mãe, a ficha demorou pra cair “Eu achava que haviam muitas tarefas, mas percebi que era surreal. Tinha alguma coisa errada. Quando percebi que o problema não era eu, e sim ele que me ajudava muito pouco, preferi passar por isso sozinha”, desabafou. Helena passou a trabalhar como revendedora de uma confecção infantil em sua cidade. “Eu estou tranquila com a minha decisão, embora eu ache que se eu tivesse tido ajuda real desde o começo, poderia conseguir conciliar minha carreira com os filhos”, conta. Onde está o pai perfeito? Continuamos as buscas.