terça-feira, 17 de novembro de 2015

Depressão - Ricardo Boechat tem um recado importante sobre depressão

  •     Boechat sofreu um surto depressivo agudo e fez importante alerta sobre a doença.
Por conta do niver, falamos com o Boechat, que mandou a real: “Não faz sentido você ostentar o título de âncora para não se posicionar de maneira clara sobre as coisas”.
Depois de ficar 15 dias afastado do trabalho, o jornalista Ricardo Boechat voltou à atividade e resolveu abrir o jogo sobre o que lhe aconteceu: o âncora teve um surto depressivo agudo.
Boechat aproveitou seu espaço na Band News logo pela manhã para um longo e urgente depoimento sobre a doença. “É importante não esconder a doença, não esconder a depressão. Não tratá-la na clandestinidade. É importante aceitá-la para combatê-la – e todo o silêncio, do próprio doente ou de quem está à sua volta, dificulta a recuperação”, afirmou o jornalista.
No depoimento, o jornalista também alertou sobre um mito muito comum sobre a depressão: “Ela não escolhe vítimas por seu grau de instrução ou situação econômica. Castiga sem piedade e da mesma forma pobres e ricos, anônimos e famosos”.
    E tem mais:
“A depressão é muito mais que isso e muito mais séria. É uma aflição tão severa que restringe a capacidade de uma pessoa funcionar plenamente, um abismo mental tão profundo que ninguém pode achar que vai se safar apenas endireitando os ombros ou pensando coisas positivas.
Não, minha gente, essa escuridão da mente e do estado de espírito é mais do que um simples desânimo. É um desequilíbrio da química cerebral, algo tão físico quanto uma fratura óssea, ou um tumor maligno. É um fenômeno que atinge todo mundo: quem perde um ente querido, mães jovens com depressão pós-parto, estudantes ansiosos, militares veteranos, idosos de uma maneira geral e pais preocupados com o sustento da família.

  •     Leia a íntegra do depoimento:
Acho que devo uma explicação às centenas de pessoas que me escreveram nos últimos dias perguntando o que eu tinha e desejando minha pronta recuperação.
Pois bem, queridos amigos, o que eu tive foi um surto depressivo agudo. Minutos antes de começar o programa de rádio da quarta-feira retrasada eu simplesmente sofri um colapso, um apagão aqui no estúdio. Nada na minha cabeça fazia sentido. Nenhum texto era compreensível. Os pensamentos não fechavam e uma pressão insuportável dava a nítida sensação de que o peito ia explodir. Fiquei completamente desnorteado e achei melhor me refugiar no meu camarim e esperar socorro médico. Quando finalmente minha doce Veruska me levou ao doutor e eu descrevi o que estava sentindo ele foi categórico em dizer que era depressão. Que o estado de pânico, a balbúrdia mental, a insegurança e tudo mais eram sintomas clássicos do surto depressivo.
Quem cai num quadro desses perde qualquer condição de continuar ativo, de pensar as coisas mais simples. A pessoa morre ficando viva.
E eu fiquei impressionado nestes dias com a quantidade de gente que sofre do mesmo problema. Quando contei a alguns ouvintes que me ligaram o que estava acontecendo, muitos disseram já ter passado por isso, ou conhecer alguém que ainda passa ou já passou.
O Barão me mostrou um vídeo produzido pela ONU indicando que esse fenômeno é global. Uma amiga minha citou números da Organização Mundial da Saúde afirmando que a depressão é a doença que mais cresce no mundo. E o Bruno Venditti me mandou um texto muito bom do pregador Élder Holland sobre o assunto.
Tanto o vídeo da ONU quanto esse texto deixam claro que é importante não esconder a doença, não esconder a depressão. Não tratá-la na clandestinidade. É importante aceitá-la para combatê-la - e todo o silêncio, do próprio doente ou de quem está à sua volta, dificulta a recuperação. Essa necessidade de não fazer segredo, além da sinceridade que faço questão de manter na relação com os ouvintes, é a razão deste depoimento pessoal.
O texto que eu li fala do “transtorno depressivo maior” lembrando que isso não significa apenas um dia ruim, ou um contratempo, ou momentos de desânimo ou ansiedade, que são coisas que todos temos normalmente.
A depressão é muito mais que isso e muito mais séria. É uma aflição tão severa que restringe a capacidade de uma pessoa funcionar plenamente, um abismo mental tão profundo que ninguém pode achar que vai se safar apenas endireitando os ombros ou pensando coisas positivas.
Não, minha gente, essa escuridão da mente e do estado de espírito é mais do que um simples desânimo. É um desequilíbrio da química cerebral, algo tão físico quanto uma fratura óssea, ou um tumor maligno. É um fenômeno que atinge todo mundo: quem perde um ente querido, mães jovens com depressão pós-parto, estudantes ansiosos, militares veteranos, idosos de uma maneira geral e pais preocupados com o sustento da família.
A depressão não escolhe vítimas por seu grau de instrução ou situação econômica. Castiga sem piedade e da mesma forma pobres e ricos, anônimos e famosos.
Os médicos que estão me tratando disseram que eu estiquei a corda demais, que fiz mais coisas do que deveria fazer e em menos tempo do que seria razoável. Eu fui além dos limites que minha saúde permitia e ignorei todos os sinais físicos e avisos domésticos. Quantas vezes a minha doce Veruska me disse: "Você vai pifar! Você vai pifar!"...
O texto que eu li ensina que para prevenir a doença da depressão é preciso estar atento aos indicadores de estresse em sua própria vida. Assim como fazemos com nosso carro, é fundamental observar a temperatura do nosso motor interno, os limites de nossa velocidade, ou o nível de combustível que temos no tanque. Quando ocorre a “depressão por exaustão”, que foi o meu caso, é preciso fazer os ajustes necessários. A fadiga é o inimigo comum e recuperar forças passa a ser uma questão de sobrevivência.
A experiência mostra que, se não reservarmos um tempo para nos sentirmos bem, sem dúvida depois teremos que dispender tempo passando mal. E foi o que aconteceu. Mas a cura existe. Às vezes requer tratamentos demorados. Mas, como está no texto que eu li, "mentes despedaçadas também podem ser curadas, assim como corações partidos".
Eu sei que quem liga o rádio numa estação de notícias quer receber informações de interesse geral, quer saber da política, da economia, dos acidentes, do engarrafamento nosso de cada dia.
Então peço desculpas por não entregar nada disso a vocês neste papo inicial no dia de minha volta. Nada de impeachment, de renúncia, de Cunha, de Renan, de inflação, do ajuste fiscal e de tantas outras coisas que só têm feito infernizar nossas vidas mas que são as manchetes do momento.
Não falei neste bate papo nem mesmo das abobrinhas de que eu gosto tanto e que nos ajudam a cumprir a jornada diária sofrendo menos.
Este papo de hoje é sobre depressão. Um mal que afeta milhões de pessoas, milhares delas no Brasil, um mal sobre o qual é preciso estar informado e não fazer segredo.
Como eu agora me descobri fazendo parte dessa população doente, pensei muito nas noites sem dormir dos últimos dias e tomei a decisão de dividir essa experiência com vocês. Se com isso eu conseguir ajudar algum ouvinte a prevenir a depressão ou a curá-la, já me dou por satisfeito.
E toca o barco.
  •     Segue, abaixo, o texto por Élder Holland, filtrados os termos religiosos, para melhor compreensão e aproveitamento da matéria:
  •     DEPRESSÃO - Como um Vaso Quebrado
Qual é a melhor maneira de reagir quando nós ou nossos entes queridos enfrentamos problemas mentais ou emocionais?
    Devemos ser “compassivos”
Gostaria de falar àqueles que padecem de alguma forma de doença mental ou distúrbio emocional, sejam essas aflições leves ou severas, de breve duração ou persistentes por toda a vida. Sentimos a complexidade desses assuntos quando vemos profissionais falarem de neuroses e psicoses, de predisposições genéticas e defeitos nos cromossomos, de bipolaridade, de paranoia e esquizofrenia.
Por mais assustadoras que sejam, essas aflições fazem parte da realidade da vida, e não se deveria ser mais vergonhoso admiti-las do que admitir uma batalha contra a pressão alta ou o surgimento súbito de um tumor maligno.
No empenho de obter um pouco de paz e compreensão nesses difíceis assuntos, é essencial lembrar que estamos vivendo, mas que não escolhemos viver num mundo decaído, porem faz parte da vida que a natureza nos impôs ao nascer.
Deixo agora as doenças assustadoras que mencionei e me concentro no “transtorno depressivo maior”, ou como é mais comumente conhecido, “depressão”. Quando falo disso, não me refiro a um dia ruim, ao prazo final do Imposto de Renda ou de outros momentos desanimadores que todos temos. Todos enfrentamos ansiedade ou desânimo de tempos em tempos.
Muitos já ficaram deprimidos numa época qualquer de suas vidas, num momento muito difícil, e muitos de nós também podemos ficar. Mas estou falando hoje de algo muito mais sério, uma aflição tão severa que restringe significativamente a capacidade de uma pessoa funcionar plenamente, um abismo tão profundo na mente que ninguém pode sugerir de modo responsável que ele sem dúvida desapareceria se as vítimas simplesmente endireitassem os ombros e pensassem de modo mais positivo — embora eu seja um vigoroso defensor de ombros firmes e pensamento positivo!
Não, essa escuridão da mente e do espírito é mais do que simples desânimo. Vi isso acontecer a um homem absolutamente angelical quando sua amada esposa, com quem estivera casado por 50 anos, faleceu. Vi isso acontecer a mães jovens eufemisticamente rotuladas de portadoras de depressão pós-parto. Vi isso acontecer com estudantes ansiosos, militares veteranos e avós preocupadas com o bem-estar de seus filhos crescidos.
E já vi isso acontecer com jovens pais tentando prover o sustento de sua família. Eu mesmo já tive a terrível experiência de passar por isso. Numa certa época de nossa vida de casados, quando os temores financeiros colidiram com um cansaço fatigante, o impacto psíquico que senti foi tão inesperado quanto real.
Com o amor de minha família continuei ativo e trabalhando, mas mesmo depois de todos esses anos continuo a ter uma grande compaixão por outros que se veem afligidos de modo mais crônico ou profundo com tamanha tristeza como eu fui. Qualquer que seja o caso, todos adquirimos coragem ao ver aqueles que vasculharam e contemplaram o profundo abismo e o superaram, entre os quais estão Abraham Lincoln, Winston Churchill e o Élder George Albert Smith, este sendo um dos homens mais gentis que muitos já conheceram.
Então, qual é a melhor maneira de reagir quando nós ou nossos entes queridos enfrentamos problemas mentais ou emocionais? Sempre há esperança,  seja forte, confiando que dias melhores virão.
A fim de prevenir a doença, sempre que possível, estejam atentos aos indicadores de estresse em sua própria vida e na de outros que vocês possam ajudar. Assim como fazem com seu carro, estejam alertas à elevação de temperatura, ao excesso de velocidade e ao baixo nível de combustível no tanque.
Quando enfrentarem uma “depressão por exaustão”, façam os ajustes necessários. A fadiga é nosso inimigo comum — portanto, diminuam o ritmo, revigorem-se e reabasteçam. Os médicos nos garantem que, se não reservarmos um tempo para nos sentirmos bem, sem dúvida depois teremos que despender tempo passando mal.
Se as coisas continuarem a ser debilitantes, procurem o conselho de pessoas de confiança, com formação profissional comprovada, competência e bons valores. Sejam honestos com elas sobre sua história e suas dificuldades. Ponderem o conselho delas e as soluções que receitarem. Se vocês tiverem apendicite, procurem o melhor atendimento médico disponível. O mesmo se dá com os distúrbios emocionais. 
Se vocês forem a pessoa aflita ou o cuidador dela, procurem não se sobrecarregar com o tamanho da tarefa. Não tenham a pretensão de consertar todas as coisas, mas consertem o que puder. Se suas vitórias forem pequenas, fiquem felizes por elas e sejam pacientes.  Procurem  aquietar-se e esperar. A perseverança paciente em algumas coisas faz parte da nossa índole de preservação humana da vida.
Para aqueles que cuidam de outros, em seu dedicado empenho de ajudar alguém a recobrar a saúde, não destruam a sua própria. Sejam sábios em todas as coisas. Não corram mais rápido do que as suas forças permitam. Além do que vocês forem ou não capazes de prover, ofereçam  seu amor não fingido. A caridade é sofredora e é benigna. Ela tudo sofre, tudo espera, tudo suporta.  A caridade nunca falha.
Lembremos também que, ao longo de toda doença ou problema difícil, ainda há muitas coisas na vida pelas quais podemos ter esperança e gratidão. Somos infinitamente mais do que nossas limitações e nossas aflições!
Stephanie Clark Nielson sofreu um sério acidente, no dia 16 de agosto de 2008. O avião em que estavam Stephanie e seu marido, Christian, caiu e incendiou-se de forma tão devastadora que os familiares da Stephanie só foram capazes de identificá-la pelo esmalte das unhas dos pés. Quase não havia esperança de que ela sobrevivesse. Após três meses de coma profundo, ela acordou e pode ver a si mesma. A isso sobreveio uma depressão horrível e devastadora. Com quatro filhos menores de sete anos, Stephanie não queria que eles a vissem novamente. Ela sentia que seria melhor não continuar a viver. “Eu pensava que seria mais fácil”, disse-me ela certa vez, “se eles simplesmente se esquecessem de mim e eu sutilmente saísse da vida deles”.
Mas, por seu crédito e pela família, amigos, quatro lindos filhos e de um quinto filho que os Nielson tiveram há apenas 18 meses, Stephanie lutou até voltar do abismo da autodestruição para ser uma das mais populares “mamães blogueiras” dos Estados Unidos, declarando abertamente aos quatro milhões que seguem seu blog que seu propósito na vida é ser mãe e desfrutar de cada dia que lhe restou neste mundo maravilhoso.
Não importa qual seja seu problema — mental, emocional, físico ou outro qualquer — não tentem dar cabo ao precioso dom da vida! Confiem em si. Agarrem-se a seu amor próprio, fortalecendo sua autoestima e, consequentemente, sua imunidade.
Saibam que um dia a alvorada surgirá brilhante com o sol. Embora possamos nos sentir como um “vaso quebrado”, devemos nos lembrar de que esse vaso está nas nossas próprias mãos. Mentes despedaçadas podem ser curadas assim como ossos e corações partidos. Enquanto a alta imunidade provenientes de pensamentos super otimistas e tratamento médico adequado está operando tais reparos, o restante de nós pode ajudar, sendo misericordiosos, bondosos, sem julgamentos desnecessários.  
  • por Élder Holland

 A Depressão

http://pt.slideshare.net/marisaalmeida/a-depresso-2737439

    Lembre-se:

Os acúmulos de pensamentos negativos ou excesso de preocupações, que nos levam ao estresse, e uma alimentação errônea, desde a infância, são fundamentais para que qualquer tipo de doença nos pegue de surpresa na idade adulta. Então prepare-se, aprenda mais um pouco e repasse o seu aprendizado, isto também traz felicidade.

    PODER INFINITO DA SUA MENTE

http://sementeducacional.blogspot.com.br/2015/09/poder-infinito-da-sua-mente.html

    Dicas Saudáveis

http://sementeducacional.blogspot.com.br/search?q=dicas+saud%C3%A1veis